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Palavras

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 10/03/2015 by Joe

Palavras

Palavras não são apenas palavras. Elas têm disposição de ânimo, climas próprios.

Quando uma palavra se aloja dentro de você, ela traz um clima diferente à sua mente, uma abordagem diferente, uma visão diferente. Chame a mesma coisa de um nome diferente e perceberá: algo fica imediatamente diferente.

Existem as palavras dos sentimentos e as palavras intelectuais. Abandone cada vez mais as palavras intelectuais, use cada vez mais palavras dos sentimentos.

Existem palavras políticas e palavras religiosas. Abandone as palavras políticas.

Existem palavras que imediatamente criam conflito. No momento em que você as pronuncia, surgem discussões. Assim, nunca use uma linguagem lógica e argumentativa. Use a linguagem do afeto, do carinho, do amor, para que não surja discussão alguma.

Se você começar a ficar consciente disso, perceberá uma imensa mudança surgindo. Se você estiver um pouco alerta na vida, muitas infelicidades poderão ser evitadas.

Uma única palavra pronunciada na inconsciência pode criar uma longa corrente de aflição. Uma leve diferença, apenas uma virada muito pequena, e isso cria muita mudança.

Você deveria ser muito cuidadoso e usar as palavras quando absolutamente necessário. Evite palavras contaminadas. Use palavras arejadas, não controversas, que não são argumentos, mas apenas expressões de suas impressões. Se você puder se tornar um especialista em palavras, toda a sua vida será totalmente diferente.

Se uma palavra trouxer infelicidade, raiva, conflito, dor ou discussão, abandone-a. Qual é o sentido de carregá-la? Substitua-a por algo melhor.

O melhor, às vezes, é o silêncio, depois é o canto, a poesia, o amor.

By Osho.

Não tente ser feliz!

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 24/02/2015 by Joe

Não tente ser feliz

Ser feliz está na moda. Com a felicidade pululando em todo canto (mídia e redes sociais, principalmente) caímos num processo autofágico: enfiamos na cabeça que precisamos alcançá-la a todo custo. Assim como obedecer as leis, ser feliz passa a ser um dever.

Mas o que é ser feliz? A resposta depende da lente pela qual se enxerga o mundo. Para Epicuro, a chave de uma vida feliz estaria na ataraxia (tranquilidade da alma) que pode ser alcançada com prazeres moderados, leitura e introspecção. A vida feliz é simples, justa e virtuosa. Assim, a ambição é o grande obstáculo para alcançar a felicidade. Anos mais tarde, Sêneca diria que o ser humano só seria feliz se renunciasse aos padrões de referência de sua sociedade.

Os dois pensadores concordam ao definir que a vida feliz está em dissonância com os moldes da sociedade contemporânea. Hoje, influenciados principalmente pelo senso comum e pelo aparato midiático, nos movemos por arquétipos e projeções: almejamos um corpo escultural, uma quantia razoável de dinheiro, carisma, uma relação amorosa perfeita, além de muitos dos produtos ou serviços que as empresas nos empurram a todo instante. Como os cães que nunca alcançam o coelho na pista de corrida, corremos a vida toda atrás de algo que acreditamos ser a felicidade. Entretanto, como as coisas não transcorrem como no capítulo derradeiro de uma telenovela, emerge a frustração.

Schopenhauer, no século XIX, alertou-nos quanto a isso. Para ele, a felicidade seria apenas uma breve interrupção do sofrimento. Quem procura a felicidade nas coisas do mundo está sempre incompleto. Ora compra uma casa ou um carro (ou trabalha a vida toda para isso), ora vai a festas ou faz viagens, ora procura a “alma gêmea” e, assim, o tempo vai passando e a felicidade nunca dá as caras. Nestes termos, a vida não passa de um pêndulo entre o sofrimento e o tédio.

Modestamente compartilho de modo parcial a concepção de Schopenhauer de que a felicidade plena é um simulacro que massacra o homem. Todavia, não creio que a única saída seja o total desapego ao mundo, como ele afirma. Talvez o que tenhamos que fazer, em vez de corrermos atrás deste fantasma, seja colecionar momentos de alegria. Singelos, modestos, mas que, somados, podem emprestar alguma cor a essa coisa a que costumam chamar de vida.

By Matheus Arcaro.

Erótica é a alma

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Erotize sua alma
Adélia Prado certa vez escreveu: “Erótica é a alma”. Além de poética, a frase é redentora, pois alivia o peso da sensualidade a qualquer custo, a busca desenfreada pela juventude perdida, a corrida pelos últimos lançamentos da indústria cosmética.E nos autoriza a cuidar mais da alma, a viajar pro interior, a descobrir o que nos completa. Pois se os olhos são as janelas da alma, de que adianta levantar pálpebras se descortinam um olhar de súplica?

Erótica é a alma que se diverte, que se perdoa, que ri de si mesma e faz as pazes com sua história. Que usa a espontaneidade pra ser sensual, que se despe de preconceitos, intolerâncias, desafetos. Erótica é a alma que aceita a passagem do tempo com leveza e conserva o bom humor apesar dos vincos em torno dos olhos e o código de barras acima dos lábios…

Erótica é a alma que não esconde seus defeitos, que não se culpa pela passagem do tempo. Erótica é a alma que aceita suas dores, atravessa seu deserto e ama sem pudores. Porque não adianta sex-shop sem sex-appeal; bisturi por fora sem plástica por dentro; lifting, botox, laser e preenchimento facial sem cuidado com aquilo que pensa, processa e fala; retoque de raiz sem reforma de pensamento; strip-tease sem ousadia ou espontaneidade.

Querendo ou não, iremos todos envelhecer, faz parte da vida. As pernas irão pesar, a coluna doer, o colesterol aumentar. A imagem no espelho irá se alterar gradativamente e perderemos estatura, lábios e cabelos. A boa notícia é que a alma pode permanecer com o humor dos dez, o viço dos vinte e o erotismo dos trinta anos, se você permitir.

O segredo não é reformar por fora. É, acima de tudo, renovar a mobília interior, tirar o pó, dar brilho, trocar o estofado, abrir as janelas, arejar o ambiente. Porque o tempo, invariavelmente, irá corroer o exterior. E quando ocorrer, o alicerce precisa estar forte pra suportar.

Não tem problema cuidar do corpo. É primordial ter saúde e faz bem dar um agrado à autoestima. O perigo é ficar refém do espelho, obcecado pelo bisturi, viciado em reduzir, esticar, acrescentar, modelar – até plástica íntima andam fazendo!

Aprenda: bisturi algum vai dar conta do buraco de uma alma negligenciada anos a fio!

Vivemos a era das emergências. De repente tudo tem conserto, tudo se resolve num piscar de olhos; há varinha de condão e tarja preta pra sanar dores do corpo, alma e coração. Como canta Nando Reis, “O mundo está ao contrário e ninguém reparou…”

Desaprendemos a valorizar aquilo que é importante, o que é eterno, o que tem vocação de eternidade. E de tanto lustrar a carapaça, vivemos a “Síndrome da Maça do Amor”: brilhantes por fora e podres por dentro. O tempo tornou-se escasso, acreditamos que “perdemos tempo” quando lemos um livro inteiro, quando passamos horas com nossos filhos, quando oramos ou viajamos com a família. E nos iludimos achando que poderemos “segurar o tempo” cuidando da flacidez, esticando a pele, preenchendo espaços.

Cuide do interior. Erotize a alma. Enriqueça seu tempo com uma nova receita culinária, boas conversas, um curso de canto ou dança. Leia, medite, cultive um jardim. Sinta o sol no rosto e por um instante não se preocupe com o envelhecimento cutâneo.

Alongue-se, experimente o prazer que seu corpo ainda pode lhe proporcionar. Não se ressinta das novas dores, da pouca agilidade, dos novos vincos. Descubra, enfim, que a alegria pode rejuvenescer mais que o botox. E não se esqueça: em vez de se concentrar no lustre da maçã, trate de aproveitar o sabor que ela ainda é capaz de proporcionar…

By Fabíola Simões.

Gratidão

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Gratidão

Dói constatar que há muito pouco espaço para a gratidão manifesta, não importa sobre que tipo de justificativa: somos pródigos em arrumar desculpas, mesmo a respeito de pequenas omissões.

Geralmente não nos detemos o suficiente para analisar a importância que tiveram e têm em nossas vidas os conselhos e as atitudes de pessoas que cruzaram o nosso caminho nas mais variadas circunstâncias (muitas vezes nem as conhecíamos, o que não as impediram de ter desempenhado um papel importantíssimo no rumo de nossas vidas).

Estão perdidas em algum canto obscuro da nossa memória aquelas pessoas que:

– despertaram em nós uma vocação, ou até mesmo nos ensinaram a arte de um hobby, de um esporte, de uma profissão: foram para nós, num determinado momento, um ícone, uma referência; lógico que, depois, fizemos por merecer o que somos e construímos hoje, mas, seguramente, sem aquele “empurrão”, tudo teria sido muito mais difícil (ou, quem sabe, até impossível);

– num momento difícil de nossas vidas, em que o dinheiro era muito escasso, alimentaram nossos estômagos vazios, com lanches simples e maravilhosos, e/ou nos abrigaram por uns tempos, cedendo um espaço para ficarmos, tudo isso sem nada nos cobrar;

– nos disseram que haveria um concurso interessante e, muitas vezes, até nos emprestaram o dinheiro para a inscrição (através delas prestamos o concurso, fomos aprovados e estamos trabalhando lá até hoje);

– nos apresentaram ao mundo das artes e da cultura em geral, emprestando-nos discos e livros, nos permitindo o acesso à leitura de jornais, revistas (pode ser que nem nos emprestaram nada, mas, como vizinhos, nos brindaram com o som de cantores e músicas inesquecíveis, muitos deles determinantes nos rumos da nossa vida.

Merecem igualmente um espaço nobre na galeria da gratidão todas as pessoas que trabalharam para nós, ou nos prestaram serviços (em escolas, creches), cuidando de nossos filhos, principalmente quando eles eram mais indefesos: você pode até argumentar que sempre lhes pagou muito bem por esse serviço (o que não se discute), mas não se esqueça que, mesmo assim, seus filhos poderiam ter sido maltratados, agredidos, ter adquirido péssimos hábitos.

As pessoas, quando são atendidas em suas pequenas ou grandes solicitações, raramente se dignam a agradecer a gentileza a quem as valorizou e se mobilizou, sabe lá a que preço (em termos de dificuldade, de ordenação de agenda, disponibilidade de tempo), para atendê-las.

Agem como se fosse obrigação sua, como se fossem naturais os pedidos delas, como se fosse uma honra atendê-las, mesmo que você nunca as tenha visto ou ouvido falar delas antes. É bom se ressaltar que, quanto maior a amizade, maior a necessidade da valorização do gesto.

É restrito, também, o espaço das pequenas gentilezas, principalmente no trânsito. Quando você quer sair de uma vaga diagonal, e o trânsito está intenso, é normal você ter que esperar muito tempo: geralmente alguém só pára o carro e lhe dá passagem se ele estiver interessado em ocupar a sua vaga.

Se você quase sobe na calçada com o carro, ou espera pacientemente, para lhe dar passagem, o motorista passa por você na maior imponência e desprezo, sem olhar de lado e sem dar o menor aceno de reconhecimento pela gentileza com que foi distinguido, como se fosse um imenso prazer para você ter cedido espaço para tão importante personalidade.

Vestidas as carapuças, o mais importante de qualquer reflexão não é provocar lágrimas, arrependimentos, autocensuras: o que mais interessa é, com base no estímulo ao nosso campo de memória, o que podemos fazer de diferente agora, a partir do resgate da consciência de significativos momentos de nossa existência.

É possível reparar alguma coisa com aquelas pessoas que tanto representaram para nós? Se a resposta for negativa (“já morreram”, “não tenho a menor ideia como reencontrá-las”, etc.), cabe outra reflexão, como forma grata de “pagamento” pelo que, de maravilhoso, recebemos um dia: “O que está ao meu alcance fazer, para participar da vida de outras pessoas que, no momento presente, tal como eu, precisam de algum tipo de estímulo?”

E por que tudo isso? E por que dar atenção a esses convites? Se não movido por impulsos afetivos, éticos e de reconhecimento, pelo menos em atenção a um princípio interessante na vida, que nos convida a continuamente renovarmos o ciclo “receber, agradecer, desfrutar, compartilhar, devolver”.

By Lourival Antonio Cristofoletti.

O leite só ferve quando você sai de perto

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O leite só ferve quando

Em meados dos anos 80, lá em Minas, o costume era comprar leite na porta de casa, trazido pela carroça do leiteiro, que vinha gritando:

– “Ó o lêeeeeite!!!”.

Minha mãe corria porta afora e o leite – fresquinho, gorduroso e integral – era despejado na leiteira para nosso consumo. Porém, era um leite impuro, não pasteurizado, e necessitava ser fervido antes de consumir.

No início, minha mãe tinha um ritual no mínimo interessante para esse evento: colocava o leite na fervura e saía de perto. Literalmente esquecia. Simplesmente i.g.n.o.r.a.v.a.!

É claro que o leite fervia, subia canecão acima e despencava fogão abaixo. Eu era criança e, quando via a conclusão do projeto, gritava:

– “Mãe!!! O leite ferveu!!! Tá secaaaannndo…”

E ela vinha correndo, apavorada, soltando frases do tipo:

– “Seja tudo pelo amor de Deus…” – e desandava a limpar o fogão, o canecão, e ver o que sobrou do leite… pra tudo se repetir no dia seguinte, tradicionalmente.

Até hoje não entendo o porquê dessa técnica. Parecia combinado, tamanha precisão com o que ocorria.

Mais tarde, ela mudou de estratégia. Eu já era maiorzinha e podia ficar perto do fogo. Assim, ficava ao lado do fogão, de olho no leite esquentando… pra desligar assim que a espuma subisse, impedindo que transbordasse. Foi assim que aprendi uma grande lição:

“O leite só ferve quando você sai de perto.”

Não adianta ficar sentada ao lado do fogão, fingir que não está ligando; até pegar um livro pra se distrair. É batata: ele não ferve. Parece existir um radar sinalizador capaz de dotar o leite de perspicácia e estratégia. Porque também não basta se afastar fingindo que não está nem aí. O leite percebe que é só uma estratégia. E só vai ferver (e transbordar) se você esquecer de fato.

A vida gosta de surpresas e obedece à “lei do leite que transborda”: aquilo que você espera acontecer não vai acontecer enquanto você continuar esperando.

Antigamente, o sofrimento era ficar em casa aguardando o telefone tocar. Não tocava. Então, pra disfarçar, a gente saía, fingia que não estava nem aí (no fundo estava), até deixava alguém de plantão. Também não tocava. Porém, quando realmente nos desligávamos, a coisa fluía, o leite fervia, a vida caminhava.

Hoje, ninguém fica em casa por um telefonema, mas piorou. Tem e-mail, WhatsApp, MSN, Facebook, SMS, e por aí vai. O celular com internet sempre à mão, a neurose andando com você pra todo canto. E o leite não ferve…

Acontece também de você se esmerar na aparência, com esperança de esbarrar no grande amor, na fulana que te desprezou, no canalha que te quer como amiga. Então, ajeita o cabelo, dá um jeito pra maquiagem parecer “linda e casual”, capricha no perfume… e com isso faz as chances de encontrá-lo(a) na esquina despencarem.

Esqueça, baby. O grande amor, a fulaninha ou o canalha podem cruzar seu caminho nos dias de cabelo ruim, roupa esquisita e couve no cantinho do sorriso.

Do mesmo modo, se quiser engravidar, pare de desejar. Não contabilize seu período fértil e desista de armar estratégias pro destino. Continue praticando esportes radicais, indo à balada, correndo maratonas. Na hora que ignorar de verdade, dará positivo.

A vida – como o leite – não está nem aí pra sua pressa, pro seu momento, pra sua decisão. Por isso você tem que aprender a confiar. A relaxar. A tolerar as demoras. A não criar expectativas. A fazer como minha mãe: i.g.n.o.r.a.r…

E lembre-se: tem gente que prefere ser lagarta do que borboleta. Sem paciência com os ciclos, destrói seu casulo antes do tempo e não aprende a voar.

By Fabíola Simões de Brito Lopes.

A cura está dentro de nós

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 26/02/2014 by Joe

Cura interna

Saber pensar faz toda a diferença. Esta ação emite uma energia/frequência ao cosmos. E a onda funciona como um ímã que vai atrair um sinal semelhante. Sabendo pensar e aplicar corretamente inicia-se adequadamente o processo de nosso plantio.

Efetivamente, portanto, está ao nosso alcance mudar o ciclo energético de nossas colheitas através do controle que daremos às nossas emoções, administrando-o como e o que pensamos. Na maioria das vezes, só nós estamos sentindo alguma coisa e esquecemos que os que estão à nossa volta nada sabem de nosso interior. Portanto:

– Jamais faça uma oração, mantra, reza ou canto sem sentir a profundidade e a emoção do que está fazendo.

– Nunca se sinta culpado por dizer “não” quando seu coração exigir que assim seja. O contrário é absolutamente verdadeiro. Isso não é egoísmo, é autoestima!

– Pré-julgar é sentimento fraco e tudo o que se projeta acaba voltando. Não quer ser julgado? Pare de julgar.

– Seus medos são frutos exclusivos de sua imaginação. Você os criou. Você os elimina. A agressividade é uma forma de esconder o medo oculto.

– Nunca comece um projeto analisando primeiro as dificuldades: você vai esquecer das facilidades. Não se constrói o futuro com pessimismo.

– Todo ser humano tem algo de bom. Se ele não demonstra isso é porque já plantou e colheu muitas desavenças, ficou ácido.

– Se suas colheitas não são boas, mude o plantio.

– Viva o presente. Ele não tem este nome por acaso.

– Quem disfarça pessimismo, achando que isso se chama cautela, já morreu e ainda não descobriu.

– Nunca dê nada sem que te peçam. Quem tem pouco, um dia já pode ter tido muito e não soube usar. Agora tem que aprender com o que tem.

– Não diga “Não sou o que as pessoas acham que sou”. Errado! Você é exatamente como as pessoas te veem. Só pensar diferente não resolve, é preciso agir diferente. Você certamente pensa uma coisa e faz outra.

– Querer ser outra pessoa é o começo da virada. Mas a virada só acontece com uma posição ativa, com atitude.

– Uma indisposição ou até mesmo uma dor é um aviso. É o começo de uma enfermidade. Antes da doença acontecer no plano físico, ela já “vive” nos nossos demais corpos: emocional, mental e astral.

A efetiva cura está dentro de nós, nos pensamentos e na forma como os implementamos.

Pense nisso e mude de vida!

By Saul Brandalise Jr.

O sexto sentido

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Ipês amarelos

Os cinco sentidos são, a um tempo, seres da “caixa de ferramentas” e seres da “caixa de brinquedos”. Como ferramentas, os sentidos nos fazem conhecer o mundo. A cor vermelha no semáforo diz que é preciso parar o carro. O som da buzina chama a minha atenção para um carro que se aproxima. O cheiro estranho na cozinha me adverte de que o gás está aberto. Como brinquedos, os cinco sentidos me informam que o mundo está cheio de beleza. Eles são órgãos sexuais: com eles fazemos amor com o mundo. Dão-nos prazer e alegria!

Os cinco sentidos, para realizarem suas funções de poder e prazer, exigem a presença do objeto a ser conhecido ou a ser amado. Para sentir a beleza de um ipê florido é preciso que haja ipês floridos – como agora. Em julho os ipês rosa, em agosto os ipês amarelos, em setembro os ipês brancos. Já até sugeri que um músico compusesse uma sinfonia em três movimentos dedicada aos ipês.

Para se sentir a beleza triste do canto de um sabiá é preciso que haja um sabiá cantando. Para se sentir o perfume de um jasmim é preciso que haja um jasmim florido. Para se sentir o gosto bom de uma laranja é preciso que haja uma laranja. E para se sentir a delícia de um beijo é preciso que haja uma boca que me beije! Os cinco sentidos só fazem amor com coisas existentes, no presente. Eles vivem no “aqui” e no “agora”.

Mas há um sexto sentido dotado de propriedades mágicas, um sentido que nos permite fazer amor com coisas que não existem: esse sentido se chama “pensamento”.

Digo que o pensamento é um sentido mágico porque ele tem o poder de chamar à existência coisas que não existem e de tratar as coisas que existem como se não existissem. E é dele que surge a grandeza dos seres humanos. O pensamento nos dá asas, ele nos transforma em pássaros!

“Mas que realidade têm as coisas que não existem?”, poderão perguntar os filósofos. Aí serão os poetas que darão respostas aos filósofos. “Que seria de nós sem o socorro das coisas que não existem?”, perguntava Paul Valery. E Manoel da Barros acrescentaria: “As coisas que não existem são mais bonitas!”. Leonardo da Vinci pensava e desenhava máquinas que não existiam e que só poderiam existir num futuro distante. Mas que alegria aquelas entidades não existentes lhe davam! Por isso ele as guardava como segredos perigosos que, se conhecidos, poderiam levá-lo à Inquisição. Mas o prazer valia o risco!

Beethoven estava completamente surdo. No seu mundo os sons não existiam. Mas do silêncio dos sons que não existiam ele fez surgir, no seu pensamento, a Nona Sinfonia, que canta a alegria da vida.

Faz uns meses resolvi reler o livro “Cem Anos de Solidão”, do Gabriel Garcia Marques. Que amontoado de não-existentes! Invencionices de alguém que trata o existente como se não existisse. Pensei, de brincadeira, que ele deveria estar bêbado quando escreveu o livro, tantos são os absurdos maravilhosos que ele constrói. Uns tolos disseram que aquele livro era uma parábola sobre a América Latina. Ou seja, disseram que o livro falava sobre uma coisa que existia: o realismo fantástico de Gabriel Garcia Marques, depois de passar pelo crivo da hermenêutica, nada mais seria que uma crônica histórica disfarçada. Nada mais longe da verdade.

O livro “Cem Anos de Solidão” só existe no espaço imaginário do que não existe. E, apesar de saber que aquilo que estava escrito era mentira, que nunca acontecera porque era impossível que acontecesse, eu ri, sofri, vivi. Meu corpo fez amor com o inexistente. O que não existe nos faz viver. Não vivemos só de pão. Somos comedores de palavras. E as palavras operam em nós estranhas transformações. Quantas pessoas eu degolei com minha espada de samurai ao ler “Shogun”!

Que extraordinário exercício de alienação é a literatura! Mergulhados num livro, a realidade que nos cerca deixa de existir. Estamos inteiramente no mundo do pensamento. Se Marx estava certo ao afirmar que “o homem é o mundo do homem” então, na literatura, tornamo-nos criaturas dos muitos mundos da fantasia. Tornamo-nos personagens de uma estória inventada, “atores” de teatro.

Todo artista é um fingidor. Todo leitor tem de ser um fingidor. Fingir, brincar de fazer de contas, tratar as coisas que são como se não fossem e as coisas que não são como se fossem! É dessa loucura que surgem as mais belas criações da arte e da ciência.

Por isso eu me daria por feliz se a educação fizesse apenas isso: introduzir os alunos no mundo mágico do pensamento tal como ele acontece na literatura. Quem experimentou a magia do pensamento uma única vez não se esquece jamais!

By Rubem Alves.

A gaiola

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A gaiola

Dentro de uma gaiola vivia um passarinho que tinha uma vida muito segura e tranquila. Era uma vida um pouco chata, sem muitas novidades, é verdade, mas a monotonia é o preço que se deve pagar pela segurança.

Nos limites de uma gaiola, os sonhos aparecem, mas logo morrem por não haver espaço para baterem asas. Só fica um grande buraco na alma, que cada um enche como pode.

Assim, restava ao passarinho ficar pulando de um poleiro para o outro, comer, beber, dormir e cantar. O seu canto era o aluguel que pagava ao seu dono pelo gozo da segurança da gaiola.

Do seu pequeno espaço, ele olhava os bem-te-vis, atrás dos bichinhos; os beija-flores, com seu mágico bater de asas; as rolinhas, arrulhando, fazendo amor; as pombas, voando como flechas. Ah! Ele queria ser como os outros pássaros, livres. Ah! Se aquela porta se abrisse…

Pois não é que, para sua surpresa, naquele dia o seu dono a esqueceu aberta? Agora ele poderia realizar todos os seus sonhos. Estava livre, livre, livre!

Ele saiu e voou para o galho mais próximo. Olhou para baixo e pensou: “Puxa! Como é alto! O chão da gaiola fica bem mais perto”. Sentiu um pouco de tontura. Teve medo de cair, e agachou-se no galho, para ter mais firmeza. Viu outra árvore mais distante, teve vontade de ir até lá, mas não estava seguro de que suas asas aguentariam, e agarrou-se ao galho mais firmemente ainda.

– “Ei, você!” – era uma passarinha – “Vamos voar juntos até aquela pimenteira? Ela está carregadinha de pimentas vermelhas e deliciosas. É preciso apenas prestar atenção no gato, que anda por lá!”

Ele ficou todo arrepiado só de ouvir o nome “gato”, e disse para a passarinha que não gostava de pimentas. A passarinha, então, procurou outro companheiro, já que ele decidiu continuar com fome.

Chegou o fim da tarde e a noite se aproximava. Onde iria dormir? Lembrou-se do prego amigo, na parede da cozinha, onde a sua gaiola ficava dependurada. Teve saudades dele.

Teria de dormir num galho de árvore, sem proteção? Gatos sobem em árvores? Eles enxergam no escuro? Tinha também que pensar nos meninos com seus estilingues, no dia seguinte.

Ele nunca imaginara que a liberdade fosse tão complicada. Teve saudades da gaiola… e voltou. Felizmente a porta ainda estava aberta. Em seguida chegou o dono e, percebendo a porta aberta, imediatamente a fechou e disse: “Passarinho bobo! Passarinho de verdade gosta mesmo é de voar!”.

Mas o passarinho preferiu voltar para sua “vidinha” tranquila e segura!

Assim são as pessoas … Têm medo de voar, de experimentar o mundo, de alçar voos mais altos e ilimitados. Vivem uma vida inteira dentro da “segurança” de suas gaiolas mentais, chatas, sem novidades, e infelizes! (Joemir Rosa).

By Rubem Alves.

Coisas da nossa língua

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Corro de burro quando foge

Em nosso dia-a-dia utilizamos diversas expressões com significados um tanto diferentes daqueles que representam literalmente … e nem sempre buscamos saber a origem ou a forma correta! Ou então, usamos expressões das quais não sabemos sua origem!

Listo, abaixo, algumas dessas expressões:

1. Batatinha quando nasce, esparrama pelo chão. Se a batata é uma raiz, ou seja, nasce enterrada, como ela se esparrama pelo chão se ela está embaixo dele? O correto é: Batatinha quando nasce, espalha a rama pelo chão.

2. Enfiou o pé na jaca. O correto é: Enfiou o pé no jacá. Antigamente, os tropeiros paravam nas vendinhas, a meio caminho, para tomar uma bebida. Quando bebiam demais, era comum colocarem o pé direito no estribo e, quando jogavam a perna esquerda para montar no burro, erravam, pisavam no jacá (o cesto em que as mercadorias eram carregadas) e levavam um grande tombo. Por isso, quando alguém bebia demais dizia-se que ele enfiaria o pé no jacá. A jaca, fruta, não tem nada com isso.

3. Cor de burro quando foge. Alguém já viu um burro mudar de cor quando foge? Qual a cor que ele fica? O correto é: Corro de burro quando foge!

4. Quem tem boca vai a Roma. Dizem que esta expressão não tem nada a ver com a capacidade de, pela comunicação, ir a qualquer parte do mundo, mas sim, uma forma de exortação à crítica política; o correto seria: Quem tem boca vaia Roma. Porém, esta expressão existe em outras línguas com mesma ideia de que Quem tem boca vai a Roma!

5. É a cara do pai escarrado e cuspido! Essa é forma escatológica de dizer que o filho é muito parecido com o pai. O correto é: É a cara do pai em Carrara esculpido! Carrara é uma cidade italiana de onde se extrai o mais nobre e caro tipo de mármore, que leva o mesmo nome da cidade.

6. Quem não tem cão, caça com gato. O correto é quem não tem cão, caça como gato. Ou seja, sozinho!

7. Dar o voto de Minerva. Orestes, filho de Clitemnestra, foi acusado pelo assassinato da mãe. No julgamento, houve empate entre os jurados. Coube à Minerva, personagem da mitologia grega, o voto decisivo, que foi em favor do réu. Voto de Minerva é, portanto, o voto decisivo.

8. Casa da mãe Joana. Na época do Brasil Império, mais especificamente durante a menoridade de Dom Pedro II, os homens que realmente mandavam no país costumavam se encontrar numa casa, cuja proprietária se chamava Joana. Como esses homens mandavam e desmandavam no país, a frase casa da mãe Joana ficou conhecida como sinônimo de lugar em que ninguém manda.

9. Ficar a ver navios. Dom Sebastião, rei de Portugal, havia morrido na batalha de Alcácer-Quibir, e seu corpo nunca foi encontrado. Por esse motivo, o povo português se recusava a acreditar na morte do monarca. Era comum as pessoas visitarem o Alto de Santa Catarina, em Lisboa, para esperar pelo rei. Como ele não voltou, o povo ficava a ver navios.

10. Não entender patavinas. Os portugueses encontravam uma enorme dificuldade de entender o que falavam os frades italianos patavinos, originários de Pádua, ou Padova; sendo assim, não entender patavina significava não entender nada.

11. Dourar a pílula. Antigamente as farmácias embrulhavam as pílulas em papel dourado, para melhorar o aspecto do remedinho amargo. A expressão dourar a pílula, significa melhorar a aparência de algo.

12. Sem eira nem beira. Os telhados de antigamente possuíam eira e beira, detalhes que conferiam status ao dono do imóvel. Possuir eira e beira era sinal de riqueza e de cultura. Não ter eira nem beira significa que a pessoa é pobre, está sem grana.

13. O canto do cisne. Dizia-se que o cisne emitia um belíssimo canto pouco antes de morrer. A expressão “canto do cisne” representa as últimas realizações de alguém.

14. Esse menino não pára quieto, parece que tem bicho carpinteiro! Mas, afinal, que bicho é esse que é carpinteiro, um bicho pode ser carpinteiro? O correto é: Esse menino não pára quieto, parece que tem bicho no corpo inteiro.

By Joemir Rosa.

Pensar

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 02/01/2013 by Joe

Pensar

Mas pensar não é apenas a ameaça de enfrentar a alma no espelho: é sair para as varandas de si mesmo e olhar em torno, e quem sabe finalmente respirar.

Compreender: somos inquilinos de algo bem maior do que o nosso pequeno segredo individual. É o poderoso ciclo da existência. Nele todos os desastres e toda a beleza têm significado como fases de um processo.

Se nos escondermos num canto escuro abafando nossos questionamentos não escutaremos o rumor do vento nas árvores do mundo. Nem compreenderemos que o prato das inevitáveis perdas pode pesar menos do que o dos possíveis ganhos.

Os ganhos ou os danos dependem da perspectiva e possibilidades de quem vai tecendo a sua história. O mundo em si não tem sentido sem o nosso olhar que lhe atribui identidade, sem o nosso pensamento que lhe confere alguma ordem.

Viver, como talvez morrer, é recriar-se: a vida não está aí apenas para ser suportada nem vivida, mas elaborada. Eventualmente reprogramada. Conscientemente executada. Muitas vezes, ousada.

Parece fácil: “escrever a respeito das coisas é fácil”, já me disseram. Eu sei. Mas não é preciso realizar nada de espetacular, nem desejar nada excepcional. Não é preciso nem mesmo ser brilhante, importante, admirado.

Para viver de verdade, pensando e repensando a existência, para que ela valha a pena, é preciso ser amado; e amar; e amar-se. Ter esperança; qualquer esperança.

Questionar o que nos é imposto, sem rebeldias insensatas, mas sem demasiada sensatez. Saborear o bom, mas aqui e ali enfrentar o ruim. Suportar sem se submeter, aceitar sem se humilhar, entregar-se sem renunciar a si mesmo e à possível dignidade.

Sonhar, porque se desistimos disso apaga-se a última claridade e nada mais valerá a pena. Escapar, na liberdade do pensamento, desse espírito de manada que trabalha obstinadamente para nos enquadrar, seja lá no que for.

E que o mínimo que a gente faça seja, a cada momento, o melhor que, afinal, se conseguiu fazer.

By Lya Luft.