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Espírito de Natal

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Espírito de Natal

Deixa eu ver se o espírito do Natal já está na sua casa:

Não, não quero ver a árvore iluminada na sua sala, nem quero saber quanto você já gastou em presentes.

Quero, sim, sentir no ambiente a mensagem viva do aniversariante desse Dezembro mágico: toda a família está unida? O perdão já eliminou aquelas desavenças que ocorrem no calor das nossas vidas?

Não quero ver a sua despensa cheia; quero saber se você conseguiu doar alguma coisa do que lhe sobra, para quem tem tão pouco, às vezes, nada.

Não exiba os presentes que você já comprou, mesmo com sacrifício; quero ver aí dentro de você a preocupação com aqueles que esperam tão pouco, uma visita, um telefonema, uma carta, um e-mail…

Quero ver o espírito do Natal entre pais que descobrem tempo para os filhos, em amigos que se reencontram e podem parar para conversar, no respeito do celular desligado no teatro, na gentileza de quem oferece o banco para o mais idoso, na paciência com os doentes, na mão que apoia o deficiente visual, na travessia das ruas, no ombro amigo que se oferece para quem anda meio triste, perdido.

Quero ver o espírito de Natal invadindo as ruas, respeitando os animais, a natureza que implora por cuidados tão simples, como não jogar o papel no chão, nem o lixo nos rios…

Não quero ver o Natal nas vitrines enfeitadas, no convite ao consumo, mas no enfeite que a bondade faz no rosto das pessoas generosas.

Por fim, mostre-me que o espírito do Natal entrou definitivamente na sua vida, através do abraço fraterno, da oração sentida, do prazer de andar sem drogas e sem bebidas, do riso franco, do desejo sincero de ser feliz e, de tão feliz, não resistir ao desejo de fazer outras pessoas também felizes…

Deixe o Natal invadir a sua alma, entre os perfumes da cozinha que vai se encher de comidas deliciosas, no cheiro da roupa nova que todos vão exibir, abrace-se à sua família e façam alguns minutos de silêncio, que será como uma oração do coração, que vai subir aos céus, e retornar com um presente eterno, duradouro: o suave perfume de Jesus, perfume de paz, amor, harmonia e a eterna esperança de que um dia, todos os dias, serão como os dias de Natal.

Feliz Natal para você e para os seus!

By Paulo Roberto Gaefke.

Paixão e amor

Posted in Relacionamentos with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 05/08/2015 by Joe

Paixão e amor

Paixão e amor não são a mesma coisa, apesar do parentesco. Alguns acreditam que todo amor inicia com uma paixão, outros que as paixões são efêmeras e que os amores são pra sempre.

Enfim, há verdades ao gosto do freguês. A minha verdade, que não é lá muito original, é a seguinte: a maior diferença entre a paixão e o amor é que a paixão escraviza e o amor liberta, o que parece contraditório, pois geralmente nos apaixonamos quando estamos livres e começamos a amar depois de comprometidos.

A paixão escraviza porque te torna refém do telefone, do correio eletrônico e demais sinais sonoros e visuais de reciprocidade.

O amor liberta porque tem certeza do sentimento do outro, e se não tem, ao menos tem certeza do próprio sentimento, e isso faz com que a gente gaste o nosso precioso tempo pensando em outras coisas igualmente importantes, como trabalho, viagens, leituras e amigos.

A paixão escraviza porque te faz planejar cada frase dita e cada decote escolhido.

O amor liberta porque está dominado. Não precisa forjar as provas da sua existência. Não corre risco de terminar apenas porque ela está acima do peso e ele está com a camiseta furada. O amor acontece por dentro.

A paixão escraviza porque corre contra o relógio: a qualquer momento, o outro pode descobrir que não somos tão bacanas assim e tirar o time.

O amor liberta porque ultrapassou o tempo do “qual é o seu ascendente?” e tem o tempo inteiro do mundo para gastar com parceria, trocas profundas de ideias e carinhos, e muito silêncio compartilhado sem cobrança.

A paixão escraviza porque a concorrência é acirrada, toda a torcida do Flamengo quer se apaixonar e o prazo esgota no sábado.

O amor liberta porque é raro, exige intimidades maiores do que ficar juntos apenas numa festa, exige cumplicidade e dedicação, e como nem todos estão a fim deste esforço, passam batido por aquele ou aquela que poderia ser o amor eterno deles, mas que é todo seu.

By Martha Medeiros.

A vida é maravilhosa

Posted in Inspiração with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , on 09/07/2015 by Joe

A vida é maravilhosa

A vida é maravilhosa, mesmo quando dolorida.

Eu gostaria que, na correria da época atual, a gente pudesse se permitir, criar uma pequena ilha de contemplação, de autocontemplação, de onde se pudesse ver melhor todas as coisas: com mais generosidade, mais otimismo, mais respeito, mais silêncio, mais prazer. Mais senso da própria dignidade, não importando idade, dinheiro, cor, posição, crença.

Não importando nada.

By Lya Luft.

O silêncio

Posted in Comportamento with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 14/04/2015 by Joe

O silêncio

“Nós os índios, conhecemos o silêncio. Não temos medo dele. Na verdade, para nós ele é mais poderoso do que as palavras. Nossos ancestrais foram educados nas maneiras do silêncio e eles nos transmitiram esse conhecimento.

“Observe, escute, e depois atue”, nos diziam.

Esta é a maneira correta de viver. Observar os animais para ver como cuidam de seus filhotes. Observar os anciões para ver como se comportam. Observar o homem branco para ver o que querem.

Sempre observe primeiro, com o coração e a mente quietos, e então aprenderás. Quanto tiveres observado o suficiente, então poderás atuar.

Com vocês, brancos, é o contrário. Vocês aprendem falando. Dão prêmios às crianças que falam mais na escola. Em suas festas, todos tratam de falar. No trabalho estão sempre tendo reuniões nas quais todos interrompem a todos, e todos falam cinco, dez, cem vezes. E chamam isso de “resolver um problema”.

Quando estão numa habitação e há silêncio, ficam nervosos. Precisam preencher o espaço com sons. Então, falam compulsivamente, mesmo antes de saber o que vão dizer.

Vocês gostam de discutir. Nem sequer permitem que o outro termine uma frase. Sempre interrompem. Para nós, isso é muito desrespeitoso e muito estúpido, inclusive.

Se começas a falar, eu não vou te interromper. Te escutarei. Talvez deixe de escutá-lo se não gostar do que estás dizendo. Mas não vou te interromper. Quando terminares, tomarei minha decisão sobre o que disseste, mas não te direi se não estou de acordo, a menos que seja importante.

Do contrário, simplesmente ficarei calado e me afastarei. Terás dito o que preciso saber. Não há mais nada a dizer.

Mas isso não é suficiente para a maioria de vocês. Deveríamos pensar nas suas palavras como se fossem sementes. Deveriam plantá-las, e permiti-las crescer em silêncio.

Nossos ancestrais nos ensinaram que a terra está sempre nos falando, e que devemos ficar em silêncio para escutá-la.

Existem muitas vozes além das nossas.

Muitas vozes…

Só vamos escutá-las em silêncio.

By Sabedoria Indígena.

Palavras

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 10/03/2015 by Joe

Palavras

Palavras não são apenas palavras. Elas têm disposição de ânimo, climas próprios.

Quando uma palavra se aloja dentro de você, ela traz um clima diferente à sua mente, uma abordagem diferente, uma visão diferente. Chame a mesma coisa de um nome diferente e perceberá: algo fica imediatamente diferente.

Existem as palavras dos sentimentos e as palavras intelectuais. Abandone cada vez mais as palavras intelectuais, use cada vez mais palavras dos sentimentos.

Existem palavras políticas e palavras religiosas. Abandone as palavras políticas.

Existem palavras que imediatamente criam conflito. No momento em que você as pronuncia, surgem discussões. Assim, nunca use uma linguagem lógica e argumentativa. Use a linguagem do afeto, do carinho, do amor, para que não surja discussão alguma.

Se você começar a ficar consciente disso, perceberá uma imensa mudança surgindo. Se você estiver um pouco alerta na vida, muitas infelicidades poderão ser evitadas.

Uma única palavra pronunciada na inconsciência pode criar uma longa corrente de aflição. Uma leve diferença, apenas uma virada muito pequena, e isso cria muita mudança.

Você deveria ser muito cuidadoso e usar as palavras quando absolutamente necessário. Evite palavras contaminadas. Use palavras arejadas, não controversas, que não são argumentos, mas apenas expressões de suas impressões. Se você puder se tornar um especialista em palavras, toda a sua vida será totalmente diferente.

Se uma palavra trouxer infelicidade, raiva, conflito, dor ou discussão, abandone-a. Qual é o sentido de carregá-la? Substitua-a por algo melhor.

O melhor, às vezes, é o silêncio, depois é o canto, a poesia, o amor.

By Osho.

Para estar junto é preciso estar só

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É preciso estar só

Antes de estar com alguém, estamos junto com nós mesmos. E, eventualmente, temos medo do silêncio, acumulamos informação nas paredes, usamos ajuda para relaxar a mente, ficamos desconfortáveis na multidão. Evitamos nossa primeira companhia, buscando a resposta além, ansiando sentirmo-nos completos por uma promessa de felicidade.

Grande influência para nosso comportamento é o Romantismo, que nos visita nas comédias românticas, novelas, brinquedos de crianças e cantigas desde a primeira infância, e catequiza gerações desde Shakespeare a fazer das decisões da vida um drama, viver o presente ou desejar o fim de todo sofrimento. É a arte do sonho e da fantasia. Graças a ele, somos incentivados a ansiar nosso lugar ao sol. Mas, também devemos lembrar dos perigos de viver na terra das fadas, e negar a realidade.

Nascemos sós, com nossa consciência e o céu. E não há nada de estranho em estar no cinema desacompanhado. Precisamos nos compreender, para compreender o outro. Contemplar em silêncio os sons da cidade faz parte de integrar-se com o mundo, e aceitar que somos parte dele: quanto de você está presente na chuva lavando a calçada. Como você sente seus pés. Como sente o coração. Investir tempo para responder honestamente se você é feliz.

O maior estranhamento que podemos causar em alguém é perguntar o quanto ela é feliz. Contudo, poucas coisas são tão absolutas quanto a felicidade. Dizer que ela independe do dinheiro, do trabalho, não é novidade. Mas, vale reforçar que ela depende somente dos nossos olhos.

Dessa forma, não existe nenhum amor que nos torne completos. Porque a resposta não é essa. A resposta somos nós mesmos. Estar com alguém pode ser mais solitário que aceitar o fim. E crer que a felicidade virá junto com um Messias romântico prometido é frustrante.

Entramos inteiros ou partidos numa história, mudamos por próprio mérito para menos ou para mais, e é isso. O romantismo é saudável, mas quanto dele é um desespero por algo grandioso na vida, simplesmente para jogarmos a bola para alguém. O companheirismo de uma vida é, definitivamente, grandioso; que o diga Tarcísio Meira e Gloria Menezes, Jorge Amado e Zélia Gatai. Mas, e quando amamos estar apaixonados mais do que o objeto do nosso afeto. A maior prova está em “amor à primeira vista”, que é o cúmulo do não amor, e cujo sucesso depende inteiramente da sorte. Beleza, caráter, coragem, inteligência não são correlacionados, não é estatística. Insistimos em “riscos” desnecessários ao adotarmos estratégias levianas e depois lamentamos tanto azar. Por desespero de quê? Nutrimos relações destrutivas e sofremos por acabar destruídos.

Amar é estar em paz consigo mesmo. E estar em paz já é um grande desafio. Nenhuma resposta mágica aparece junto com o amor. Pelo contrário. Aparecem mais perguntas e desafios. Então, se você acha que sua rotina demanda muito, deveria evitar mais uma tribulação.

Se não, tornamo-nos vítimas de clichês e nada mais acontece.

Para estar junto é preciso primeiro saber estar só. Estar feliz consigo mesmo. Porque não é mérito de mais ninguém, que não você, como vai a sua vida. Companheiro ou santo nenhum têm poder de salvar nossas peles, podem dar o exemplo. Que tal?

Para estar junto é preciso primeiro respeitar o contorno do próximo. Não se fundir a ele e virar uma massa amorfa, com consciência coletiva. Casais são duas unidades juntas, mas são unidades.

O ser humano é tão rico e misterioso, devemos explorar nosso potencial e melhorar o mundo, e evitar caber numa caixinha etiquetada. Somos únicos e infinitos. Somos sós e completos. Ainda assim, escolhemos voar juntos. E isso é fantástico! Mas, para que a vista seja boa, é preciso criar força nas asas e dar nosso primeiro salto sós.

By Tamara Ferreira.

Amor, só, não basta!

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Amor, só, não basta

Não existem vários tipos de amor, assim como não existem três tipos de saudades, quatro de ódio, seis espécies de inveja. O amor é único, como qualquer sentimento, seja ele destinado a familiares, ao cônjuge ou a Deus. A diferença é que, como entre marido e mulher não há laços de sangue, a sedução tem que ser ininterrupta. Por não haver nenhuma garantia de durabilidade, qualquer alteração no tom de voz nos fragiliza, e de cobrança em cobrança acabamos por sepultar uma relação que poderia ser eterna.

Casaram. Te amo prá lá, te amo prá cá. Lindo, mas insustentável. O sucesso de um casamento exige mais do que declarações românticas. Entre duas pessoas que resolvem dividir o mesmo teto tem que haver muito mais do que amor e, às vezes, nem necessita de um amor tão intenso. É preciso que haja, antes de mais nada, respeito. Agressões zero. Disposição para ouvir argumentos alheios. Alguma paciência.

Amor, só, não basta. Não pode haver competição. Nem comparações.

Tem que ter jogo de cintura para acatar regras que não foram previamente combinadas. Tem que haver bom humor para enfrentar imprevistos, acessos de carência, infantilidades. Tem que saber levar.

Amar, só, é pouco. Tem que haver inteligência. Um cérebro programado para enfrentar tensões pré-menstruais, rejeições, demissões inesperadas, contas pra pagar. Tem que ter disciplina para educar filhos, dar exemplo, não gritar. Tem que ter um bom psiquiatra. Não adianta, apenas, amar.

Entre casais que se unem visando a longevidade do matrimônio tem que haver um pouco de silêncio, amigos de infância, vida própria, um tempo pra cada um. Tem que haver confiança. Uma certa camaradagem, às vezes fingir que não viu, fazer de conta que não escutou. É preciso entender que união não significa, necessariamente, fusão. E que amar, “solamente”, não basta.

Entre homens e mulheres que acham que o amor é só poesia, tem que haver discernimento, pé no chão, racionalidade. Tem que saber que o amor pode ser bom, pode durar para sempre, mas que sozinho não dá conta do recado.

O amor é grande, mas não é dois. É preciso convocar uma turma de sentimentos para amparar esse amor que carrega o ônus da onipotência. O amor até pode nos bastar, mas ele próprio não se basta.

Um bom amor aos que já têm!

Um bom encontro aos que procuram!

E felicidades a todos nós!

By Martha Medeiros.

Um Feliz Natal de gratidão!

Posted in Inspiração, Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 25/12/2014 by Joe

Feliz Natal de gratidão

Senhor,

Se um dia eu estiver “cheio da vida”, com vontade de sumir, de morrer, insatisfeito comigo e com o mundo em torno de mim…

Pergunta-me se eu quero trocar a luz pelas trevas…

Pergunta-me se eu quero trocar a mesa posta pelos restos que tantos vêm buscar no lixo…

Se quero trocar meus pés por uma cadeira de rodas…

Se quero trocar minha voz pela linguagem dos gestos…

Se quero trocar o mundo dos sons pelo silêncio dos que nada ouvem…

Se quero trocar o jornal que leio e jogo no lixo pela miséria dos que vão buscá-lo para fazer dele o cobertor…

Se quero trocar minha saúde pelas enfermidades de tanta gente…

Pergunta-me até quando não reconhecerei tuas bênçãos, a fim de fazer de minha vida um hino de louvor e gratidão e dizer todos os dias, do fundo do meu coração:

Obrigado, Senhor, por mais um dia!

Agradeço e desejo a todos um Natal de paz, harmonia, alegrias e felicidade!

By Joemir Rosa.

Lidando com a raiva

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 23/12/2014 by Joe

Lidando com a raiva

No livro “A Arte de Lidar Com a Raiva”, o Dalai Lama conta um historinha muito sábia.

Um eremita vivia sozinho nas montanhas. Certo dia, um pastor passou pelo refúgio do ermitão e perguntou-lhe o que estava fazendo ali no meio do nada. O eremita respondeu:

– “Estou meditando sobre a paciência”.

Silêncio.

Passado um bom tempo, o pastor virou-se para ir embora e gritou:

– “Ah, antes que eu me esqueça, vá para o inferno!!!”

E, imediatamente, o eremita, furioso, replicou:

– “Ora, vá você para o inferno!!!”

Rindo, o pastor seguiu seu caminho, não sem antes lembrar ao solitário que a paciência precisava antes de tudo ser posta em prática!

Esta história traz verdades profundas escondidas atrás de uma aparente simplicidade. Primeiro, ficamos sabendo que nossa paciência e tolerância estão sendo testadas a cada passo que damos.

Vamos lá, confira você mesmo as chances que teve hoje de estourar com alguém ou com alguma coisa! A raiva do ermitão nos faz perceber também que a paciência não é virtude que se desenvolva na solidão. Ao contrário, ela nasce do convívio.

Um rabino disse certa vez:

– “Não existe desenvolvimento espiritual fora do mundo. A gente precisa ser sábio aqui no meio dos homens, vivendo com eles, sofrendo com eles. Pular fora é fácil, mas não é para isto que estamos aqui!”

Conclusão: você pode ficar anos sem ver nenhuma criatura nem sofrer nenhuma contrariedade. No minuto em que você puser os pés no mundo de novo, os gatilhos que fazem detonar sua raiva vão estar lá, ao alcance do seu dedo.

Lidar com a raiva. Será possível? O Dalai Lama explica que a paciência e a tolerância “derivam da capacidade de permanecer firme e inabalável, de não se deixar sufocar pelas situações ou condições adversas”.

Nada a ver com sinais de fraqueza, passividade ou falta de entusiasmo. Coisas de gente débil, que aceita tudo. Não. Ao contrário, paciência e tolerância são sinais de força de caráter.

– “Pessoas que exercitam a tolerância e a paciência”, adverte o Dalai Lama, “mesmo que vivam em um ambiente agitado e estressante, conseguem manter a calma, a serenidade e a paz de espírito”.

Repararam no verbo exercitar? É isso mesmo, estes estados de alma são alcançados se você se acostumar a praticá-los. Simplesmente. Praticar a paciência, no entanto, seria um exercício vazio, se não fosse a compaixão. É ela que dá força e razão de ser para nossa vontade de melhorar e de contribuir para um mundo melhor.

– “A compaixão pode ser aproximadamente definida como um estado da mente que é não-violento, não-prejudicial, não-agressivo”, avisa o Dalai Lama, e completa: “nós possuímos, de forma inerente, este potencial ou base para a compaixão, assim como a natureza humana básica e fundamental é a gentileza”.

E, para começar, vou pegar estes dois versos do “Guia para o Modo de Vida do Bodhisattva”, do sábio Shantideva, para pendurá-los na porta da minha geladeira:

“Qualquer coisa que me aconteça não vai perturbar minha alegria mental. Por me fazer infeliz, não realizarei o que desejo e minhas virtudes não vão definhar.”

– “Por que ser infeliz com alguma coisa que a gente pode consertar? E de que adianta ser infeliz com algo que não é possível remediar?”

By Dalai Lama.

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