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De onde vêm as tuas alegrias?

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 29/05/2013 by Joe

De onde vem as tuas alegrias

Embora a experiência me tenha ensinado que se descobrem homens felizes em maior proporção nos desertos, nos mosteiros e no sacrifício do que entre os sedentários dos oásis férteis ou das ilhas ditas afortunadas, nem por isto cometi a asneira de concluir que a qualidade do alimento se opusesse à natureza da felicidade.

Acontece, simplesmente, que onde os bens são em maior número oferecem-se aos homens mais possibilidades de se enganarem quanto à natureza das suas alegrias: elas, efetivamente, parecem provir das coisas, quando eles as recebem do sentido, que estas coisas assumem em tal império ou em tal morada ou em tal propriedade.

Para já, pode acontecer que eles, na abastança, se enganem com maior facilidade e façam circular mais vezes riquezas vãs.

Como os homens do deserto ou do mosteiro não possuem nada, sabem muito bem donde lhes vêm as alegrias, e é-lhes assim mais fácil salvar a própria fonte do seu fervor.

By Antoine de Saint-Exupéry.

Coisas da nossa língua

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Corro de burro quando foge

Em nosso dia-a-dia utilizamos diversas expressões com significados um tanto diferentes daqueles que representam literalmente … e nem sempre buscamos saber a origem ou a forma correta! Ou então, usamos expressões das quais não sabemos sua origem!

Listo, abaixo, algumas dessas expressões:

1. Batatinha quando nasce, esparrama pelo chão. Se a batata é uma raiz, ou seja, nasce enterrada, como ela se esparrama pelo chão se ela está embaixo dele? O correto é: Batatinha quando nasce, espalha a rama pelo chão.

2. Enfiou o pé na jaca. O correto é: Enfiou o pé no jacá. Antigamente, os tropeiros paravam nas vendinhas, a meio caminho, para tomar uma bebida. Quando bebiam demais, era comum colocarem o pé direito no estribo e, quando jogavam a perna esquerda para montar no burro, erravam, pisavam no jacá (o cesto em que as mercadorias eram carregadas) e levavam um grande tombo. Por isso, quando alguém bebia demais dizia-se que ele enfiaria o pé no jacá. A jaca, fruta, não tem nada com isso.

3. Cor de burro quando foge. Alguém já viu um burro mudar de cor quando foge? Qual a cor que ele fica? O correto é: Corro de burro quando foge!

4. Quem tem boca vai a Roma. Dizem que esta expressão não tem nada a ver com a capacidade de, pela comunicação, ir a qualquer parte do mundo, mas sim, uma forma de exortação à crítica política; o correto seria: Quem tem boca vaia Roma. Porém, esta expressão existe em outras línguas com mesma ideia de que Quem tem boca vai a Roma!

5. É a cara do pai escarrado e cuspido! Essa é forma escatológica de dizer que o filho é muito parecido com o pai. O correto é: É a cara do pai em Carrara esculpido! Carrara é uma cidade italiana de onde se extrai o mais nobre e caro tipo de mármore, que leva o mesmo nome da cidade.

6. Quem não tem cão, caça com gato. O correto é quem não tem cão, caça como gato. Ou seja, sozinho!

7. Dar o voto de Minerva. Orestes, filho de Clitemnestra, foi acusado pelo assassinato da mãe. No julgamento, houve empate entre os jurados. Coube à Minerva, personagem da mitologia grega, o voto decisivo, que foi em favor do réu. Voto de Minerva é, portanto, o voto decisivo.

8. Casa da mãe Joana. Na época do Brasil Império, mais especificamente durante a menoridade de Dom Pedro II, os homens que realmente mandavam no país costumavam se encontrar numa casa, cuja proprietária se chamava Joana. Como esses homens mandavam e desmandavam no país, a frase casa da mãe Joana ficou conhecida como sinônimo de lugar em que ninguém manda.

9. Ficar a ver navios. Dom Sebastião, rei de Portugal, havia morrido na batalha de Alcácer-Quibir, e seu corpo nunca foi encontrado. Por esse motivo, o povo português se recusava a acreditar na morte do monarca. Era comum as pessoas visitarem o Alto de Santa Catarina, em Lisboa, para esperar pelo rei. Como ele não voltou, o povo ficava a ver navios.

10. Não entender patavinas. Os portugueses encontravam uma enorme dificuldade de entender o que falavam os frades italianos patavinos, originários de Pádua, ou Padova; sendo assim, não entender patavina significava não entender nada.

11. Dourar a pílula. Antigamente as farmácias embrulhavam as pílulas em papel dourado, para melhorar o aspecto do remedinho amargo. A expressão dourar a pílula, significa melhorar a aparência de algo.

12. Sem eira nem beira. Os telhados de antigamente possuíam eira e beira, detalhes que conferiam status ao dono do imóvel. Possuir eira e beira era sinal de riqueza e de cultura. Não ter eira nem beira significa que a pessoa é pobre, está sem grana.

13. O canto do cisne. Dizia-se que o cisne emitia um belíssimo canto pouco antes de morrer. A expressão “canto do cisne” representa as últimas realizações de alguém.

14. Esse menino não pára quieto, parece que tem bicho carpinteiro! Mas, afinal, que bicho é esse que é carpinteiro, um bicho pode ser carpinteiro? O correto é: Esse menino não pára quieto, parece que tem bicho no corpo inteiro.

By Joemir Rosa.

A importância do exemplo

Posted in Inspiração with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , on 18/01/2013 by Joe

Napoleão Bonaparte

Napoleão Bonaparte sem dúvida foi um dos maiores líderes que este mundo já conheceu.

Certa vez, seu exército estava se preparando para uma das maiores batalhas. As forças adversárias tinham um contingente três vezes superior ao seu, além de um equipamento muito superior. Napoleão avisou seus generais de que ele estava indo para a frente de batalha e estes procuraram convencê-lo a mudar de ideia:

– “Comandante, o senhor é o império. Se morrer, o império deixará de existir. A batalha será muito difícil. Deixe que nós cuidaremos de tudo. Por favor, fique. Confie em nós.”

Tudo em vão, não houve nada que o fizesse mudar de ideia.

No meio da noite, o general Junot, um de seus brilhantes auxiliares e também amigo, procurou-o e, de novo, tentou mostrar o perigo de ir para a frente de batalha. Napoleão olhou-o com firmeza e disse:

– “Não tem jeito… eu vou!”

– “Mas por quê, comandante?”

– “Porque é mais fácil puxar do que empurrar!”

“Servir de exemplo não é a melhor forma de ensinar… é a única forma de ensinar!” (Albert Schweitzer)

By Alexandre Rangel, do livro “O que podemos aprender com os Gansos”.

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