Arquivo para Segredos

O frio de dentro

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 25/09/2014 by Joe

O frio de dentro

Conta-se que seis homens ficaram presos numa caverna por causa de uma avalanche de neve. Teriam que esperar até o amanhecer para receber socorro. Cada um deles trazia um pouco de lenha e havia uma pequena fogueira ao redor da qual eles se aqueciam. Eles sabiam que se o fogo apagasse todos morreriam de frio antes que o dia clareasse.

Chegou a hora de cada um colocar sua lenha na fogueira. Era a única maneira de poderem sobreviver.

O primeiro homem era racista. Ele olhou demoradamente para os outros cinco e descobriu que um deles tinha a pele escura. Então, raciocinou consigo mesmo:

– “Aquele negro! Jamais darei minha lenha para aquecer um negro!”

E guardou-a protegendo-a dos olhares dos demais.

O segundo homem era um rico avarento. Estava ali porque esperava receber os juros de uma dívida. Olhou ao redor e viu um homem da montanha que trazia sua pobreza no aspecto rude do semblante e nas roupas velhas e remendadas. Ele calculava o valor da sua lenha e, enquanto sonhava com o seu lucro, pensou:

– “Eu, dar a minha lenha para aquecer um preguiçoso? Nem pensar!”

O terceiro homem era negro. Seus olhos faiscavam de ressentimento. Não havia qualquer sinal de perdão ou de resignação que o sofrimento ensina. Seu pensamento era muito prático:

– “É bem provável que eu precise desta lenha para me defender. Além disso, eu jamais daria minha lenha para salvar aqueles que me oprimem!”

E guardou suas lenhas com cuidado.

O quarto homem era um pobre da montanha. Ele conhecia mais do que os outros os caminhos, os perigos e os segredos da neve. Este pensou:

– “Esta nevasca pode durar vários dias. Vou guardar minha lenha para me aquecer nos próximos dias!”

O quinto homem parecia alheio a tudo. Era um sonhador. Olhando fixamente para as brasas, nem lhe passou pela cabeça oferecer a lenha que carregava. Ele estava preocupado demais com suas próprias visões (ou alucinações?) para pensar em ser útil.

O último homem trazia nos vincos da testa e nas palmas calosas das mãos os sinais de uma vida de trabalho. Seu raciocínio era curto e rápido:

– “Esta lenha é minha. Custou o meu trabalho. Não darei a ninguém nem mesmo o menor dos gravetos!”

Com estes pensamentos, os seis homens permaneceram imóveis. A última brasa da fogueira se cobriu de cinzas e, finalmente, apagou…

No alvorecer do dia, quando os homens do socorro chegaram à caverna, encontraram seis cadáveres congelados, cada qual segurando um feixe de lenha. Olhando para aquele triste quadro, o chefe da equipe de socorro disse:

– “O frio que os matou não foi o frio de fora, mas o frio de dentro…”

Não deixe que a friagem que vem de dentro mate você. Abra o seu coração e ajude a aquecer aqueles que o rodeiam. Não permita que as brasas da esperança se apaguem, e nem que a fogueira do otimismo vire cinzas.

Contribua com seu graveto de amor e aumente a chama da vida onde quer que você esteja.

Desconheço a autoria.

Precisamos voar juntos!

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 05/09/2014 by Joe

Precisamos voar juntos

Para cada mulher forte cansada de ter que aparentar fragilidade, há um homem frágil cansado de ter que parecer forte.

Para cada mulher cansada de ter que agir como uma tonta, há um homem desesperado por ter que aparentar saber de tudo.

Para cada mulher cansada de ser qualificada como ‘fêmea emocional’, há um homem a quem se negou o direito de chorar e de ser ‘delicado’.

Para cada mulher catalogada como pouco feminina quando em competição, há um homem obrigado a competir para que não se duvide da sua masculinidade.

Para cada mulher cansada de ser um objeto sexual, há um homem preocupado com a sua virilidade.

Para cada mulher que não tem acesso ao trabalho ou a um salário satisfatório, há um homem obrigado a assumir a responsabilidade econômica de outro ser humano.

Para cada mulher que desconhece os mecanismos do automóvel, há um homem que não aprendeu os segredos da arte de cozinhar.

Para cada mulher que dá um passo para a sua própria libertação, há um homem que redescobre o caminho para a liberdade.

A humanidade tem duas asas: uma é a Mulher, a outra é o Homem.

Até que as duas asas estejam igualmente desenvolvidas, a humanidade não poderá voar.

Precisamos voar! Necessitamos de uma nova humanidade!

Desconheço a autoria.

O Homem e a Natureza

Posted in Meio ambiente, Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 13/08/2014 by Joe

O Homem e a Natureza

Ao romper do dia, sentei-me na campina, travando conversa com a Natureza, enquanto o Homem ainda descansava sossegadamente nas dobras da sonolência. Deitei-me na relva verde e comecei a meditar sobre estas perguntas:

– “Será a beleza verdade?”

– “Será verdade a beleza?”

E, em meus pensamentos, vi-me levado para longe da humanidade. Minha imaginação descerrou o véu de matéria que escondia meu íntimo. Minha alma expandiu-se e senti-me ligado à Natureza e a seus segredos. Meus ouvidos puseram-se atentos à linguagem de suas maravilhas.

Assim que me sentei e me entreguei profundamente à meditação, senti uma brisa perpassando através dos galhos das árvores e percebi um suspiro como o de um órfão perdido.

– “Por que te lamentas, brisa amorosa?” perguntei.

E a brisa respondeu:

– “Porque vim da cidade que se escalda sob o calor do sol, e os germes das pragas e contaminações agregaram-se às minhas vestes puras. Podes culpar-me por lamentar-me?”

Mirei depois as faces de lágrimas coloridas das flores e ouvi seu terno lamento… E indaguei:

– “Por que chorais, minhas flores maravilhosas?”

Uma delas ergueu a cabeça graciosa e murmurou:

– “Choramos porque o Homem virá e nos arrancará, e nos porá à venda nos mercados da cidade.”

E outra flor acrescentou:

– “À noite, quando estivermos murchas, ele nos atirará no monte de lixo. Choramos porque a mão cruel do Homem nos arranca de nossas moradas nativas.”

Ouvi também um riacho lamentando-se como uma viúva que chorasse o filho morto, e o interroguei:

– “Por que choras meu límpido riacho?”

E o riacho retrucou:

– “Porque sou compelido a ir à cidade, onde o Homem me despreza e me rejeita pelas bebidas fortes, e faz de mim carregador de seu lixo, polui minha pureza e transforma minha serventia em imundície.”

Escutei, ainda, os pássaros soluçando e os interpelei:

– “Por que chorais meus belos pássaros?”

E um deles voou para perto, pousou na ponta de um ramo e justificou:

– “Daqui a pouco, os filhos de Adão virão a este campo com suas armas destruidoras e desencadearão uma guerra contra nós, como se fôssemos seus inimigos mortais. Agora estamos nos despedindo uns dos outros, pois não sabemos quais de nós escaparão à fúria do Homem. A morte nos segue, aonde quer que vamos.”

Então, o sol já se levantava por trás dos picos da montanha e coloria os topos das árvores com auréolas douradas. Contemplei tão grande beleza e me perguntei:

– “Por que o homem deve destruir o que a Natureza construiu?”

By Khalil Gibran.

O jardim secreto de cada um

Posted in Inspiração, Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 22/04/2014 by Joe

Jardim secreto

Há dentro de todos nós essa necessidade de ter, em algum lugar, nosso jardim secreto, não onde vamos confinar nossos segredos, mas onde podemos ter um encontro real e exclusivo conosco.

Umas pessoas sentem mais essa necessidade que outras, mas estar consigo de vez em quando, interiorizar-se, colocar ordem nos pensamentos, ou simplesmente abandonar-se, é vital ao equilíbrio de todos nós.

Em todo relacionamento onde o amor existe, esse espaço deve ser conservado como o limite de cada um. Os relacionamentos fusionais que ultrapassam essas barreiras acabam por destruir-se, pois amar é também respeitar que a outra pessoa tenha seu recanto, seus pensamentos e, por que não, seus próprios amigos, próprias ideias e sonhos.

As pessoas não precisam estar juntas cem por cento do tempo para provarem que se amam. Elas se amam por que se amam e pronto. Dar ao outro um pouco de espaço, um pouco de ar para respirar, é dar-lhe também a oportunidade de sentir falta de estar junto. E isso vale tanto para os amores como para as amizades.

As cobranças intermináveis, resultados de carências afetivas, acabam por sufocar a outra parte e cria, na que pede, espera, expectativas, ansiedades que a tornarão infeliz, pois ela verá como desamor qualquer gesto que não corresponda ao que espera.

Amar é deixar o outro livre para ficar ou para se retirar. É respeitar seu silêncio e seu desejo de solitude. E é deixá-lo livre para ir e voltar quando o coração pedir, quer isso seja numa cidade ou dentro de uma casa.

Nada impede que um grande e lindo jardim seja construído juntos e que, de mãos dadas, se passeie por ele, com o peito cheio de felicidade e a cabeça cheia de sonhos… mas ainda assim, o jardim secreto de cada um deve ser mantido como lugar único e que vai, no fim das contas, enriquecer as relações.

By Letícia Thompson.

O sexto sentido

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 05/02/2014 by Joe

Ipês amarelos

Os cinco sentidos são, a um tempo, seres da “caixa de ferramentas” e seres da “caixa de brinquedos”. Como ferramentas, os sentidos nos fazem conhecer o mundo. A cor vermelha no semáforo diz que é preciso parar o carro. O som da buzina chama a minha atenção para um carro que se aproxima. O cheiro estranho na cozinha me adverte de que o gás está aberto. Como brinquedos, os cinco sentidos me informam que o mundo está cheio de beleza. Eles são órgãos sexuais: com eles fazemos amor com o mundo. Dão-nos prazer e alegria!

Os cinco sentidos, para realizarem suas funções de poder e prazer, exigem a presença do objeto a ser conhecido ou a ser amado. Para sentir a beleza de um ipê florido é preciso que haja ipês floridos – como agora. Em julho os ipês rosa, em agosto os ipês amarelos, em setembro os ipês brancos. Já até sugeri que um músico compusesse uma sinfonia em três movimentos dedicada aos ipês.

Para se sentir a beleza triste do canto de um sabiá é preciso que haja um sabiá cantando. Para se sentir o perfume de um jasmim é preciso que haja um jasmim florido. Para se sentir o gosto bom de uma laranja é preciso que haja uma laranja. E para se sentir a delícia de um beijo é preciso que haja uma boca que me beije! Os cinco sentidos só fazem amor com coisas existentes, no presente. Eles vivem no “aqui” e no “agora”.

Mas há um sexto sentido dotado de propriedades mágicas, um sentido que nos permite fazer amor com coisas que não existem: esse sentido se chama “pensamento”.

Digo que o pensamento é um sentido mágico porque ele tem o poder de chamar à existência coisas que não existem e de tratar as coisas que existem como se não existissem. E é dele que surge a grandeza dos seres humanos. O pensamento nos dá asas, ele nos transforma em pássaros!

“Mas que realidade têm as coisas que não existem?”, poderão perguntar os filósofos. Aí serão os poetas que darão respostas aos filósofos. “Que seria de nós sem o socorro das coisas que não existem?”, perguntava Paul Valery. E Manoel da Barros acrescentaria: “As coisas que não existem são mais bonitas!”. Leonardo da Vinci pensava e desenhava máquinas que não existiam e que só poderiam existir num futuro distante. Mas que alegria aquelas entidades não existentes lhe davam! Por isso ele as guardava como segredos perigosos que, se conhecidos, poderiam levá-lo à Inquisição. Mas o prazer valia o risco!

Beethoven estava completamente surdo. No seu mundo os sons não existiam. Mas do silêncio dos sons que não existiam ele fez surgir, no seu pensamento, a Nona Sinfonia, que canta a alegria da vida.

Faz uns meses resolvi reler o livro “Cem Anos de Solidão”, do Gabriel Garcia Marques. Que amontoado de não-existentes! Invencionices de alguém que trata o existente como se não existisse. Pensei, de brincadeira, que ele deveria estar bêbado quando escreveu o livro, tantos são os absurdos maravilhosos que ele constrói. Uns tolos disseram que aquele livro era uma parábola sobre a América Latina. Ou seja, disseram que o livro falava sobre uma coisa que existia: o realismo fantástico de Gabriel Garcia Marques, depois de passar pelo crivo da hermenêutica, nada mais seria que uma crônica histórica disfarçada. Nada mais longe da verdade.

O livro “Cem Anos de Solidão” só existe no espaço imaginário do que não existe. E, apesar de saber que aquilo que estava escrito era mentira, que nunca acontecera porque era impossível que acontecesse, eu ri, sofri, vivi. Meu corpo fez amor com o inexistente. O que não existe nos faz viver. Não vivemos só de pão. Somos comedores de palavras. E as palavras operam em nós estranhas transformações. Quantas pessoas eu degolei com minha espada de samurai ao ler “Shogun”!

Que extraordinário exercício de alienação é a literatura! Mergulhados num livro, a realidade que nos cerca deixa de existir. Estamos inteiramente no mundo do pensamento. Se Marx estava certo ao afirmar que “o homem é o mundo do homem” então, na literatura, tornamo-nos criaturas dos muitos mundos da fantasia. Tornamo-nos personagens de uma estória inventada, “atores” de teatro.

Todo artista é um fingidor. Todo leitor tem de ser um fingidor. Fingir, brincar de fazer de contas, tratar as coisas que são como se não fossem e as coisas que não são como se fossem! É dessa loucura que surgem as mais belas criações da arte e da ciência.

Por isso eu me daria por feliz se a educação fizesse apenas isso: introduzir os alunos no mundo mágico do pensamento tal como ele acontece na literatura. Quem experimentou a magia do pensamento uma única vez não se esquece jamais!

By Rubem Alves.

A era dos descobrimentos

Posted in Inspiração with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 02/10/2013 by Joe

Era dos descobrimentos

Há mais de quinhentos e cinquenta anos, o Brasil e o mundo entravam na rota dos grandes descobrimentos. Naquela época, o melhor instrumento para a descoberta de novos continentes eram apenas as caravelas levadas pelo vento.

Hoje o grande descobrimento passa a ser você, e um dos instrumentos a serem utilizados é o autoconhecimento aplicado à sua vida diária. Para que isso ocorra de forma eficaz, é preciso determinação e coragem na transformação do seu eu interior refletindo no seu eu exterior. É preciso praticar todos os dias, pois esta é uma boa maneira de você se entender e, ao mesmo tempo, compreender as coisas que ocorrem à sua volta.

Com o autoconhecimento, o mundo fica mais tranquilo e você entenderá com maior clareza os mistérios e os segredos mágicos da vida. É sempre bom lembrar que, às vezes, escondemos segredos no nosso inconsciente que, mais tarde, viram traumas e bloqueios no mundo consciente. Quando temos a oportunidade de nos conhecermos melhor, abrimos um campo fértil para a correção de rotas para a nova vida, dando um norte mais preciso e brilhante em nossa trajetória de luz.

Está na hora de você se descobrir e ter uma vida mais feliz, pilotando o destino com suas próprias mãos.

Ou você prefere continuar navegando ao sabor dos ventos?

By Adonai Zanoni de Medeiros, conferencista e consultor.

Zabaglione

Posted in Receitas with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 14/09/2013 by Joe

Zabaglione com frutas

O zabaglione (ou zabaione) é uma sobremesa de origem italiana e consiste num creme muito leve, espumoso, preparada com gemas, açúcar e vinho Marsala (pode ser preparado com Vinho do Porto ou Licor Strega).

Só por essa introdução já dá para imaginar a delicadeza desse creme, a harmonização perfeita entre o sabor das gemas e um bom vinho fortificado, deixando a sobremesa perfeita para ser servida com frutas, mesmo em dias de inverno. Existe também uma versão que é servida gelada, ótima para os dias quentes que se aproximam.

Apesar da origem italiana, o zabaglione foi incorporado na gastronomia francesa, ficando conhecido como sabayon. Esta e várias outras receitas italianas foram levadas para a França com os cozinheiros de Florença quando Catarina de Médici casou-se com Henrique de Orleans, futuro rei da França, por volta de 1533. Ela tinha apenas 14 anos na época. Os franceses aprenderam não só a receita do sabayon, mas muitas outras especialidades italianas.

Para preparar um bom zabaglione é preciso conhecer seus segredos, que são muito fáceis, só exigindo um pouco de paciência para atingir o ponto certo e não ter preguiça para prepará-lo.

A receita é simples, envolve poucos ingredientes e combina com frutas, bolos e biscoitos! Espero que gostem!

Zabaglione

Ingredientes

6 gemas
100 gramas de açúcar
150 ml de vinho Marsala seco
1 colher de sopa de vinho Madeira ou xerez

Modo de preparo

Coloque as gemas e o açúcar num refratário sobre uma panela com água quente (não pode ser muito quente, ou fervente, para que os ovos não cozinhem e encarocem). Com a ajuda de um fouet, bata a mistura até ficar clara e espumosa. Depois, vá despejando o vinho Marsala aos poucos sem parar de bater (desta forma, vai se adicionando ar à mistura e o creme vai engrossando).

Depois de adicionar todo o vinho, continue batendo até que o molho fique bem claro, espesso e leve. Junte o Madeira ou xerez e sirva em seguida com a fruta de sua preferência, com bolos ou biscoitos champagne.

By Joemir Rosa.

Nunca troque seus princípios por um objetivo

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 03/09/2013 by Joe

Princípios e ética

As pessoas que abrem mão daquilo em que acreditam para alcançar um determinado objetivo terminam frustradas com suas realizações. Se você não mantiver seus princípios éticos, não conseguirá alcançar a satisfação.

Um bom exemplo vem de um estudante da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, que há alguns anos foi expulso da instituição. Influenciado por colegas, ele falsificou todos os documentos de sua proposta da admissão: histórico escolar, cartas de recomendação, suas atividades.

Sua proposta era tão boa que ele foi aceito na universidade. Durante o curso, ele teve um ótimo desempenho mas, quando estava próximo da formatura, simplesmente confessou a fraude.

Esse aluno era uma pessoa bem intencionada, proveniente de uma família que procurava viver de acordo com seus princípios; por isso, a ideia de ter falsificado documentos o atormentava a tal ponto que ele preferiu abrir mão do diploma a obtê-lo com base em uma fraude.

O fato é que suas realizações estariam sempre calcadas em uma mentira, e isso, para ele, transformavam-nas em fracasso.

Estar feliz e ter um comportamento ético são atitudes que se reforçam mutuamente. Pessoas que se sentem antiéticas têm menos chances de se sentirem felizes.

By David Niven, no livro “Os 100 segredos das pessoas felizes”.

O frio

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 07/06/2013 by Joe

Coração de pedra

Seis homens ficaram bloqueados numa caverna por uma avalanche de neve. Teriam que esperar até o amanhecer para poderem receber socorro. Cada um deles trazia um pouco de lenha e havia uma pequena fogueira ao redor da qual eles se aqueciam. Se o fogo apagasse – eles sabiam – todos morreriam de frio antes que o dia clareasse.

Chegou a hora de cada um colocar sua lenha na fogueira. Era a única maneira de poderem sobreviver.

O primeiro homem era um racista. Ele olhou demoradamente para os outros cinco e descobriu que um deles tinha a pele escura. Então, ele raciocinou consigo mesmo:

– “Aquele negro! Jamais darei minha lenha para aquecer um negro”. E guardou-a, protegendo-a dos olhares dos demais.

O segundo homem era um rico avarento. Ele estava ali porque esperava receber os juros de uma dívida. Olhou ao redor e viu no círculo em torno do fogo, um homem da montanha, que trazia sua pobreza no aspecto do semblante e nas roupas velhas e remendadas. Ele fez as contas do valor da sua lenha e, enquanto mentalmente sonhava com o seu lucro, pensou:

– “Eu? Dar a minha lenha para aquecer um preguiçoso?” E reservou-a.

O terceiro homem era um negro. Seus olhos faiscavam de ira e ressentimento. Não havia qualquer sinal de perdão ou mesmo aquela superioridade moral que o sofrimento ensina. Seu pensamento era muito prático:

– “É bem provável que eu precise desta lenha para me defender. Além disso, eu jamais daria minha lenha para salvar àqueles que me oprimem”. E guardou suas lenhas com cuidado.

O quarto homem era um pobre da montanha. Ele conhecia, mais do que os outros, os caminhos, os perigos e os segredos da neve. Ele pensou:

– “Esta nevasca pode durar vários dias. Vou guardar minha lenha.”

O quinto homem parecia alheio a tudo. Era um sonhador. Olhava fixamente para as brasas. Nem lhe passou pela cabeça oferecer a lenha que carregava. Ele estava preocupado demais com suas próprias visões (ou alucinações?) para pensar em ser útil.

O último homem trazia, nos vincos da testa e nas palmas calosas das mãos, os sinais de uma vida de trabalho. Seu raciocínio era curto e rápido.

– “Esta lenha é minha. Custou o meu trabalho. Não darei a ninguém nem o menor dos meus gravetos”.

Com estes pensamentos, os seis homens permaneceram imóveis. A última brasa da fogueira se cobriu de cinzas e finalmente se apagou…

Ao alvorecer do dia, quando os homens do socorro chegaram à caverna, encontraram seis mortos congelados, cada qual segurando um feixe de lenha. Olhando para aquele triste quadro, o chefe da equipe de socorro disse:

– “O frio que os matou não foi o de fora, mas o frio que veio de dentro…”

Desconheço a autoria.

Depois da tempestade

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 07/05/2012 by Joe

Depois das grandes tempestades em nossas vidas, às vezes, ao invés da bonança esperada, costumamos fechar a alma para balanço. E, por mais que digamos estar disponíveis ao diálogo, bem no fundo do nosso coração colocamos uma porta.

E esta porta fica tão trancada que, se nós mesmos não a abrirmos, tornar-se-á quase que intransponível. Como se nossa casa tivesse sido saqueada e o medo de que fosse arrombada de novo não nos deixasse viver sossegados.

Visitantes cadastrados até poderiam chegar ao jardim. Mas … passar da soleira, quem disse?

E ficamos tantas vezes nos perguntando o porquê de ninguém se aproximar muito de nós se pensamos, numa atitude de bloqueio à verdade, que estamos dando espaço para que todos nos visitem.

Fingimos não enxergar o letreiro luminoso de “passagem proibida” ou os cadeados enormes que colocamos nos portões e nos muros que erguemos ao redor de nós, porque é duro admitir que temos medo de mais experiências depois que uma, duas, três ou mil delas não deram certo.

Mas se só as pessoas sensíveis enxergam esse bloqueio, e elas são cada vez em número menor, as não tão persistentes se afastam com medo de que soltemos os cães bravos em cima delas e as ponhamos para correr. Assim acabamos, por comodismo, ficando com as pessoas menos perigosas, com aquelas com quem sabemos que nunca chegaremos a ter envolvimento maior, até porque sua percepção não é tão aguçada para penetrar no nosso interior.

Ficamos com aquelas com quem temos menos afinidade e pouca cumplicidade, principalmente aquela que vem do fundo da alma, porque não queremos que ninguém invada a fortaleza inexpugnável dos nossos segredos, onde guardamos as mágoas, os ódios não passados a limpo e os amores mal sucedidos.

Não queremos saber de quem nos leia pensamentos e não pretendemos nos prender a nada, embora digamos sempre o contrário e saibamos que a falta das amarras num porto onde poderemos atracar quando estamos à deriva pode constituir uma bela teoria de liberdade, mas não nos gratifica, pois o ser humano não nasceu para ficar só.

Nós, hoje, mal ou bem, podemos escolher nossos amores e amigos. E que possamos escolher os melhores, e não os mais cômodos.

E que possamos, também, ter alguns inimigos e, entre os nossos conhecidos, pessoas incompatíveis conosco, porque são eles que nos ajudam a superar os nossos limites e nos botam para frente, nem que seja para que lhes mostremos do que e o quanto somos capazes.

Precisamos ter histórias para contar, sejam elas com finais tristes ou felizes. Precisamos passar por experiências que nem sempre são gratificantes, pois uma existência passada em brancas nuvens é uma existência sem frutos.

Um dia, talvez, venhamos a entender melhor os mistérios da vida e, para chegarmos a um determinado ponto, muitas vezes teremos que passar por vários obstáculos.

Talvez entendamos que precisamos nos purificar sofrendo várias provações até conseguir nossos objetivos e receber alguma recompensa.

Algumas doutrinas religiosas e filosóficas tentam explicar porque algumas pessoas sofrem e outras são poupadas e porque alguns de nós encontram suas metades e outros passem a vida inteira a procurá-las.

Mas são explicações que talvez nós leigos, não consigamos facilmente entender. A única coisa que podemos arriscar é que nada acontece por acaso (ou será que acontece?).

Talvez, quando sofremos, estejamos passando por um processo de purificação que nunca será entendido ou aceito por nós enquanto estivermos vivendo a experiência.

Talvez, quando procuramos alguém ou alguma coisa, estejamos nos informando; talvez, quando encontramos tanta gente incompatível conosco, é porque, de alguma maneira, somos ou fomos as pessoas determinadas a surgir em suas vidas, seja para suportá-las, ajudá-las ou para que, através delas, aprendamos alguma lição importante: da serenidade à perseverança, da paciência à fé.

Mas, por mais que apanhemos, que nos escondamos para fugirmos da vida, de nós mesmos, dos machucados e rejeições … tudo passa.

O desespero nunca foi solução para nada, pois, afinal, não há mal que sempre dure e nem bem que nunca acabe.

A vida sempre seguirá dando voltas. Tomara que saibamos aproveitar as ascensões para levantar quem estiver próximo de nós e as quedas para aprendermos a ser humildes.

By Claudia Belucci.

%d blogueiros gostam disto: