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Urgência emocional

Posted in Relacionamentos with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 09/04/2014 by Joe

Urgência emocional

Se tudo é para ontem, se a vida engata uma primeira e sai em disparada, se não há mais tempo para paradas estratégicas, caímos fatalmente no vício de querer que os amores sejam igualmente resolvidos num átimo de segundo.

Temos pressa para ouvir “eu te amo”. Não vemos a hora de que fiquem estabelecidas as regras de convívio: somos namorados, ficantes, casados, amantes?

Urgência emocional. Uma cilada. Associamos diversas palavras ao amor: paixão, romance, sexo, adrenalina, palpitação. Esquecemos, no entanto, da palavra que viabiliza esse sentimento: paciência!

Amor sem paciência não vinga. Amor não pode ser mastigado e engolido com emergência, com fome desesperada.

É preciso degustar cada pedacinho do amor, no que ele tem de amargo e de saboroso, no que ele tem de duro e de macio. Os nervos do amor, as gorduras do amor, as proteínas do amor, as propriedades todas que ele tem.

É uma refeição que pode durar uma vida.

Mas, não… Temos urgência. Queremos a resposta do e-mail ainda hoje, queremos que o telefone toque sem parar, queremos que ele se apaixone assim que souber nosso nome, queremos que ela se renda logo após o primeiro beijo, e não toleraremos recusas, e não respeitaremos dúvidas, e não abriremos espaço na agenda para esperar.

Temos todo o tempo do mundo, dizem uns! Não há tempo a perder, dizem outros! A gente fica perdido no meio deste fogo cruzado, atingidos por informações várias, vivências diversas, parece que todos sabem mais do que nós, pobres de nós, que só queremos uma coisa nessa vida: sermos amados!

Podemos esperar por todo o resto: emprego, dinheiro, sucesso, mas não passaremos mais um dia sequer sozinhos. “te adoro”, dizemos sei lá pra quem… Para quem tiver ouvidos e souber responder. “Eu também”, que a gente está mais a fim de acreditar do que de selecionar.

Urgência emocional, pronto socorro do amor… Atiramos para todos os lados e somos baleados por qualquer um.

E o coração leva um monte de pontos por causa dessa tragédia: “pressa”.

By Martha Medeiros.

O sexto sentido

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 05/02/2014 by Joe

Ipês amarelos

Os cinco sentidos são, a um tempo, seres da “caixa de ferramentas” e seres da “caixa de brinquedos”. Como ferramentas, os sentidos nos fazem conhecer o mundo. A cor vermelha no semáforo diz que é preciso parar o carro. O som da buzina chama a minha atenção para um carro que se aproxima. O cheiro estranho na cozinha me adverte de que o gás está aberto. Como brinquedos, os cinco sentidos me informam que o mundo está cheio de beleza. Eles são órgãos sexuais: com eles fazemos amor com o mundo. Dão-nos prazer e alegria!

Os cinco sentidos, para realizarem suas funções de poder e prazer, exigem a presença do objeto a ser conhecido ou a ser amado. Para sentir a beleza de um ipê florido é preciso que haja ipês floridos – como agora. Em julho os ipês rosa, em agosto os ipês amarelos, em setembro os ipês brancos. Já até sugeri que um músico compusesse uma sinfonia em três movimentos dedicada aos ipês.

Para se sentir a beleza triste do canto de um sabiá é preciso que haja um sabiá cantando. Para se sentir o perfume de um jasmim é preciso que haja um jasmim florido. Para se sentir o gosto bom de uma laranja é preciso que haja uma laranja. E para se sentir a delícia de um beijo é preciso que haja uma boca que me beije! Os cinco sentidos só fazem amor com coisas existentes, no presente. Eles vivem no “aqui” e no “agora”.

Mas há um sexto sentido dotado de propriedades mágicas, um sentido que nos permite fazer amor com coisas que não existem: esse sentido se chama “pensamento”.

Digo que o pensamento é um sentido mágico porque ele tem o poder de chamar à existência coisas que não existem e de tratar as coisas que existem como se não existissem. E é dele que surge a grandeza dos seres humanos. O pensamento nos dá asas, ele nos transforma em pássaros!

“Mas que realidade têm as coisas que não existem?”, poderão perguntar os filósofos. Aí serão os poetas que darão respostas aos filósofos. “Que seria de nós sem o socorro das coisas que não existem?”, perguntava Paul Valery. E Manoel da Barros acrescentaria: “As coisas que não existem são mais bonitas!”. Leonardo da Vinci pensava e desenhava máquinas que não existiam e que só poderiam existir num futuro distante. Mas que alegria aquelas entidades não existentes lhe davam! Por isso ele as guardava como segredos perigosos que, se conhecidos, poderiam levá-lo à Inquisição. Mas o prazer valia o risco!

Beethoven estava completamente surdo. No seu mundo os sons não existiam. Mas do silêncio dos sons que não existiam ele fez surgir, no seu pensamento, a Nona Sinfonia, que canta a alegria da vida.

Faz uns meses resolvi reler o livro “Cem Anos de Solidão”, do Gabriel Garcia Marques. Que amontoado de não-existentes! Invencionices de alguém que trata o existente como se não existisse. Pensei, de brincadeira, que ele deveria estar bêbado quando escreveu o livro, tantos são os absurdos maravilhosos que ele constrói. Uns tolos disseram que aquele livro era uma parábola sobre a América Latina. Ou seja, disseram que o livro falava sobre uma coisa que existia: o realismo fantástico de Gabriel Garcia Marques, depois de passar pelo crivo da hermenêutica, nada mais seria que uma crônica histórica disfarçada. Nada mais longe da verdade.

O livro “Cem Anos de Solidão” só existe no espaço imaginário do que não existe. E, apesar de saber que aquilo que estava escrito era mentira, que nunca acontecera porque era impossível que acontecesse, eu ri, sofri, vivi. Meu corpo fez amor com o inexistente. O que não existe nos faz viver. Não vivemos só de pão. Somos comedores de palavras. E as palavras operam em nós estranhas transformações. Quantas pessoas eu degolei com minha espada de samurai ao ler “Shogun”!

Que extraordinário exercício de alienação é a literatura! Mergulhados num livro, a realidade que nos cerca deixa de existir. Estamos inteiramente no mundo do pensamento. Se Marx estava certo ao afirmar que “o homem é o mundo do homem” então, na literatura, tornamo-nos criaturas dos muitos mundos da fantasia. Tornamo-nos personagens de uma estória inventada, “atores” de teatro.

Todo artista é um fingidor. Todo leitor tem de ser um fingidor. Fingir, brincar de fazer de contas, tratar as coisas que são como se não fossem e as coisas que não são como se fossem! É dessa loucura que surgem as mais belas criações da arte e da ciência.

Por isso eu me daria por feliz se a educação fizesse apenas isso: introduzir os alunos no mundo mágico do pensamento tal como ele acontece na literatura. Quem experimentou a magia do pensamento uma única vez não se esquece jamais!

By Rubem Alves.

Iogurte grego caseiro

Posted in Receitas with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 30/11/2013 by Joe

Iogurte grego

Conhecido como o primeiro alimento transformado que se tem notícia na história da humanidade, e consumido há séculos em todo o Mediterrâneo Oriental, o leite fermentado (coalhadas e iogurtes) é considerado o “Alimento dos Deuses” por suas características e propriedades.

Por exemplo, o iogurte é um dos mais populares e conhecidos tipos de leite fermentado existentes no mundo. A preparação de leites fermentados é uma das formas mais naturais que existem de conservação do leite, já que a acidificação funciona como um preservativo natural contra o desenvolvimento de muitas bactérias nocivas.

É por esta razão que os leites fermentados são oriundos de países quentes e neles muito consumidos. Não fosse pela técnica da acidificação, muitas populações ficariam impedidas de consumí-lo, pelo menos em condições mínimas de segurança.

O elevado valor biológico das proteínas no leite fermentado é superior ao leite fresco, proporcionando o aumento da biodisponibilidade de vitaminas do complexo B, no intestino humano e a melhor absorção do cálcio pelo organismo.

A coalhada e o iogurte elaborados a partir de leite desnatado chegam a ser 6 vezes mais digeríveis que o leite comum.

A coalhada e o iogurte contribuem para o equilíbrio do ecossistema intestinal promovendo o seu balanceamento e, como resultado, modulando diarreias causadas pelo uso de antibióticos, por situações de stress e por tratamentos infecciosos, quimioterápicos e radioterápicos. Também atua na regularidade intestinal, principalmente para idosos.

Ilya Metchinikoff, cientista russo, em suas investigações, concluiu que, as bactérias fermentativas exercem ação inibitória sobre outras bactérias do intestino, contribuindo para a sua desintoxicação, o que prolonga a vida. A longevidade dos povos dos Balcãs, península à sudeste da Europa, era resultado de uma dieta rica em leites fermentados.

Os benefícios que a coalhada e o iogurte trazem para o organismo humano podem ser inúmeros, entre eles:

– Reduz o colesterol no sangue (efeito anticolesterolêmico)
– Modula as diarreias causadas pelos tratamentos com antibióticos, quimioterapias, radioterapias e por situações de stress.
– Tem alto valor nutritivo.
– Melhora a digestão da lactose.
– Recupera e equilibra a flora intestinal.
– Melhora as funções intestinais.
– Melhora a absorção do cálcio e proteínas do leite.
– Desintoxica o intestino.
– Aumenta a expectativa de vida.
– Inibe a ação de bactérias patogênicas.
– Tem efeitos anticarcinogênico.

A preparação de uma boa colhada e iogurte, sem adição de conservantes e outros aditivos, é muito simples.

Hoje trazemos uma receita caseira muito fácil do atualíssimo iogurte grego, que só traz benefícios para a nossa saúde. Sem excesso de proteínas, sem conservantes  e outros “antes”.

Iogurte grego caseiro

Ingredientes

2 litros de leite integral
3 colheres (sopa) de iogurte natural
2 gotas de extrato de baunilha
10 gotas de adoçante

Modo de preparo

Em uma panela, esquente o leite até quase ferver. Deixe esfriar e, quando estiver na temperatura de 45 graus (use um termômetro culinário), adicione o iogurte natural. Misture bem e transfira para uma vasilha com tampa.

Coloque a vasilha em cima de um prato, para não deixar vazar. Tampe e envolva em um cobertor. Deixe de 7 a 8 horas descansando no calor do cobertor dentro do forno (desligado).

Depois desse tempo, você vai precisar de um escorredor de macarrão e um pano branco fino. Coloque o pano dentro do escorredor e este sobre uma vasilha alta, tipo pirex. Despeje o iogurte sobre o pano e deixe na geladeira por 8 horas para retirar o soro. Quanto mais tempo ficar na geladeira, mais desidratado e mais consistente ficará.

Reserve um pouco da massa do iogurte para preparar a próxima vez (umas 3 colheres de sopa cheias). Coloque em um pote fechado e guarde na geladeira para fazer o próximo iogurte. Ela dura até 7 dias.

Após o tempo de desidratação, retire a massa do pano e coloque em uma vasilha. Pode temperar com duas gotas de baunilha e 10 gotas de adoçante. Misture bem com uma colher de pau. Não use a batedeira.

Este iogurte fica perfeito para acompanhar frutas, granola, mel, quinoa em flocos, aveia, frutas secas, além de ser um ótimo ingrediente na preparação de bolos, mousses e outros pratos.

By Joemir Rosa.

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