Arquivo para fevereiro, 2012

Crie a sua realidade

Posted in Ciência with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 29/02/2012 by Joe

O processo de criação é muito simples e consiste de três passos.

O primeiro passo é pedir o que você deseja. Você não precisa usar palavras para pedir. Porque, na verdade, o Universo não ouve palavras suas. O Universo responde completamente aos seus pensamentos e à intensidade dos bons sentimentos.

O segundo passo é responder. Essa não é a sua parte, fisicamente falando. Essa é a parte do Universo. Todas as forças do Universo estão respondendo aos pensamentos e aos bons sentimentos que você enviou. E, então, o Universo passará a se rearranjar para fazer com que as coisas aconteçam para você.

O terceiro passo é o da recepção. Esse é o passo no qual você deve alinhar com o que você está pedindo. Quando você está alinhado com o que você quer, você se sente esplêndido. E isso é o que se conhece por entusiasmo, alegria, gratidão, paixão.

O Universo gosta de velocidade. Não adie. Não pense duas vezes. Não duvide. Quando a oportunidade estiver lá, quando o impulso estiver lá, aja! É esse o seu trabalho e é tudo o que você tem a fazer.

Suba no primeiro degrau com fé. Você não precisa ver a escadaria inteira, apenas dê o primeiro passo. Comece fazendo uma lista das coisas pelas quais você deve ser grato. Comece com isso, pois isso muda a sua energia e mudará o seu modo de pensar. Quando você começa a fazer esse exercício, começa a mover em uma direção diferente. Você passa a se sentir grato por todas as coisas com relação às quais você se sente bem.

Gratidão. É definitivamente um caminho para trazer mais para sua vida. Gratidão atrai as coisas! Atrai apoio. Tudo o que nós pensamos e agradecemos, nós atraímos. Foque nas coisas que você já tem e pelas quais é grato. É o sentimento que cria a atração. Não apenas a imagem e o pensamento.

Muitos acham que se tiverem pensamento positivo ou se visualizarem o que querem já será o suficiente. Mas se você já estiver fazendo isso e ainda não estiver sentindo, não criará o poder da atração. É aqui que o segredo realmente entra em ação: sentimento!

Sinta a alegria, o contentamento. Então esse sentimento, essa visualização interna começará a se tornar uma porta aberta pela qual o poder do Universo se expressará.

O que é esse poder? Eu não tenho como dizer. Tudo o que sei é que ele existe. Se você entregar na mão do Universo, você ficará surpreso e deslumbrado com o que será entregue. É onde os milagres mágicos acontecem. O que é mais importante quanto a todo o segredo é sentir-se bem.

A única diferença entre pessoas que vivem e pessoas que vivem a mágica da vida é que as que vivem a mágica da vida se habituaram a essa vida. Elas se habituaram a esse processo. E a mágica acontece para elas onde quer que elas vão.

Imaginação é tudo. É a prévia das atrações futuras.

By Cláudia Martinez.

Como usar as palavras

Posted in Inspiração with tags , , , , , , , , on 28/02/2012 by Joe

Certa vez, uma jovem foi ter com o bom homem, São Filipe Neri, para confessar seus pecados. Ele já conhecia muito bem uma de suas falhas: não que ela fosse má, mas costumava falar dos vizinhos, deduzindo histórias sobre eles. Essas histórias passavam de boca em boca e acabavam fazendo mal, sem nenhum proveito para ninguém.

São Filipe lhe disse:

– “Minha filha, você age mal falando dos outros; tenho que lhe passar uma penitência. Você deverá comprar uma galinha no mercado e depois caminhar para fora da cidade. Enquanto for andando, deverá ir arrancando as penas e  espalhando-as. Não pare até ter depenado completamente a ave. Quando tiver feito isso, volte e me conte”.

Ela pensou com seus botões que era mesmo uma penitência muito singular! Mas não objetou. Comprou a galinha, saiu caminhando e arrancando as penas, como ele lhe dissera. Depois, voltou e reportou a São Filipe:

– “Minha filha” – disse o Santo – “você completou a primeira parte da penitência. Agora vem o resto.”

– “Sim, e o que é, padre?”

– “Você deverá voltar pelo mesmo caminho e catar todas as penas.”

– “Mas, padre, é impossível! A esta hora, o vento já as espalhou em todas as direções. Posso até conseguir algumas, mas não todas!”

– “É verdade, minha filha. E não é isso mesmo que acontece com as palavras tolas que você deixa sair? Não é verdade que você inventa histórias que vão sendo espalhadas por aí, de boca em boca, até ficarem fora do seu alcance? Será que você conseguiria seguí-las e cancelá-las, se desejasse?”

– “Não, padre…”

– “Então, minha filha, quando você sentir vontade de dizer coisas indelicadas sobre seus vizinhos, feche os lábios. Não espalhe essas penas, pequenas e maldosas, pelo seu caminho.”

By William Bennett, em “O Livro das Virtudes II – O Compasso Moral”.

Crise

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , on 27/02/2012 by Joe

Um homem vivia à beira de uma estrada e vendia cachorro quente. Ele não tinha rádio, não tinha televisão e nem lia jornais, mas produzia e vendia o melhor cachorro quente da região.

Ele se preocupava com a divulgação do seu negócio e colocava cartazes pela estrada, oferecia o seu produto em voz alta e o povo comprava e gostava.

As vendas foram aumentando e, cada vez mais ele comprava o melhor pão e a melhor salsicha. Foi necessário também adquirir um fogão maior para atender a grande quantidade de fregueses.

E o negócio prosperava e prosperava . . . Seu cachorro quente era o melhor!

Vencedor, ele conseguiu pagar uma boa escola ao filho. O menino cresceu e foi estudar Economia numa das melhores Faculdades do país.

Finalmente, o filho já formado, voltou para casa, notou que o pai continuava com a vida de sempre, vendendo, agradando e prosperando e decidiu ter uma séria conversa com o pai:

– “Pai, então você não ouve rádio? Você não vê televisão? Não acessa a Internet e não lê os jornais? Há uma grande crise no mundo. A situação do nosso país é crítica. Está tudo ruim. O Brasil vai quebrar”.

Depois de ouvir as considerações do filho doutor, o pai pensou:

– “Bem, se meu filho, que estudou Economia na melhor faculdade, lê jornais, vê televisão e internet, e acha isso, então só pode estar com a razão!”

Com medo da crise, o pai procurou um fornecedor de pão mais barato (e, óbvio, de pior qualidade). Começou a comprar salsichas mais baratas (que eram, também, piores). Para economizar, parou de fazer cartazes de propaganda na estrada. Abatido pela notícia da crise, já não oferecia o seu produto em voz alta.

Tomadas essas ‘providências’, as vendas começaram a cair e foram caindo, caindo e chegaram a níveis insuportáveis e o negócio de cachorro quente do velho, que antes gerava recursos até para fazer o filho estudar economia na melhor faculdade … quebrou!

O pai, triste, então falou para o filho:

– ‘Você estava certo, meu filho, nós estamos no meio de uma grande crise!”

E comentou com os amigos, orgulhoso:

– “Bendita a hora em que eu fiz meu filho estudar economia, ele me avisou da crise …”

Tiramos uma grande lição dessa história:

Vivemos em um mundo contaminado de más notícias e, se não tomarmos o devido cuidado, essas más noticias nos influenciarão a ponto de roubar a prosperidade de nossas vidas!

Este texto, originalmente, foi publicado em 24 de fevereiro de 1958 em um anúncio da Quaker State Metais Co. Em novembro de 1990 foi divulgado pela agência ELLCE, de São Paulo.

E hoje, em pleno 2012, continua atualíssimo! Cuidado com essa contaminação que anda perambulando pelo mundo, não só no que diz respeito à Economia, mas também em outras áreas. Fique atento, principalmente, com o envenenamento mental interior.

By Joemir Rosa.

Alimente-se

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 26/02/2012 by Joe

As verdades primárias, que incluem tudo o que é mais óbvio na vida, acredite, são as que aprendemos por último. Uma dessas verdades primárias é: tudo o que existe e que possui vida precisa, necessariamente, ser alimentado para continuar a viver e a existir.

Não apenas os seres, mas também os pensamentos, as emoções, os sentimentos, os processos e tudo o mais, depois que foram gerados, precisam ser alimentados continuamente para continuarem a existir. Por isso, o difícil não é conquistar o sucesso. O difícil é alimentá-lo para que possamos continuar a possuí-lo.

O amor, sentimento supremo a que o ser humano pode almejar, também precisa ser alimentado. Caso contrário, perecerá como perece a planta privada da umidade nutritiva do solo ou da fotossíntese, por lhe ter sido negada a luz do Sol.

Tudo na vida precisa ser alimentado. No entanto, podemos perguntar: “Haveria algo mais importante do que o alimento, algo que alimente o próprio alimento?”. O Pensamento (Ação Interior) e a Atitude (Ação Exterior) constituem a base de todo alimento e, portanto, de toda a Vida. O corpo não se auto-alimenta. Quando sente fome, ele nos envia uma mensagem, e é essa mensagem que nos conduz à ação de buscar o alimento necessário. Sem esta ação, morreríamos.

O amor também nos envia mensagens solicitando os alimentos que lhe são próprios: é o anseio da esposa que nos pede tempo e atenção, é a compassividade do marido que pede a ela calma e compreensão, é o olhar do filho que de ambos solicita cuidado, é a certeza de um amigo à espera de nossa consideração.

Todos morreríamos de fome emocional se não tivéssemos quem nos atendesse. O sucesso e a prosperidade também precisam de alimento. Mas você me perguntará:

– “Alimentam-se de quê?” De AÇÃO!

O seu sucesso e a sua prosperidade lhe mandam mensagens o tempo todo:

– “Hei, você pode ir bem mais longe!”

– “Ainda há muito tempo para aprender!”

– “Não desista, vale o esforço.”

– “Não se desespere, você tem capacidades que ainda não conhece.”

– “Não tema o fracasso, pois o fracasso não existe, só existem experiências! Faça as mudanças que são necessárias. Se o mundo mudou, você também precisa mudar! A prosperidade é a consequência de se buscar as coisas certas, de tomar as decisões corretas.”

– “E quem alimenta a Ação?”

– É você, meu amigo! É você quem alimenta a ação, graças à exteriorização da sua vontade. Essa determinação é uma força do espírito com que o Criador nos brindou a existência. Utilize-a em seu benefício.

Se você alimentar pequenas ideias de desânimo, elas crescerão e se tornarão idéias “adultas e fortes”. Se, pelo contrário, você alimentar a cada manhã o seu bom humor e a sua vontade de aprender, de ser melhor a cada dia, serão estas as características que crescerão e que, bem alimentadas, se tornarão “adultas”, prontas para conduzí-lo pelos caminhos de uma vida melhor! Aristóteles sempre dizia:

“Somos o que repetidamente fazemos”.

Observe com atenção quais as forças e os pensamentos que você vem cotidianamente alimentando e procure alimentar apenas as sementes que você quer que cresçam e dêem frutos em sua vida.

Somente a Ação constrói! Aja! Transforme a atitude correta e positiva num hábito e você se tornará exatamente aquilo que semeou, uma pessoa positiva, com sucesso e prosperidade cada vez maiores e mais vigorosos. Alimente a Ação!

By Carlos Hilsdorf, autor e consultor de empresas, pesquisador do comportamento humano.

Spaghetti alla Carbonara

Posted in Receitas with tags , , , , , , , , , , , , , on 25/02/2012 by Joe

Tal como a maior parte das receitas tradicionais, as origens deste prato são obscuras, existindo diversas lendas. Carbonara ou spaghetti alla carbonara é uma receita tradicional italiana de massa.

O seu nome é derivado da palavra italiana carbone, que significa carvão. Acredita-se que tenha sido uma receita criada pelos preparadores de carvão vegetal dos Montes Apeninos, na região italiana da Úmbria. Outras teorias sugerem, por outro lado, que o nome se deve apenas à cor escura da pimenta preta recém-moída, que é usada na sua preparação.

Outros dizem que antigamente era feita sobre grelhadores de carvão. Ainda outros sugerem que as manchas pretas de toucinho e pimenta se assemelham a pequenos pedaços de carvão, o que poderia explicar o nome. Também foi sugerido que poderia ter sido inventado pelos membros da Carbonária, uma sociedade secreta italiana.

O prato não era conhecido antes da segunda guerra mundial, não estando presente no livro clássico da culinária italiana La Cucina Romana, de autoria de Ada Boni, datado de 1927. Pensa-se que terá tido origem em zonas montanhosas fora de Roma, e não dentro da cidade, mais concretamente nos Montes Apeninos. A sua popularidade começou após a segunda guerra mundial, quando muitos italianos comiam ovos e toucinho fornecidos por tropas norte-americanas. Também se tornou popular entre as tropas norte-americanas estacionadas na Itália. Quando regressaram para casa tornaram a receita popular nos EUA.

Outras teorias apontam que o primeiro a dar-lhe um nome foi o escritor culinário napolitano Ippolito Cavalcanti, que publicou a receita pela primeira vez no ano de 1839, no seu livro Cucina Teórico-prática.

Uma outra hipótese indica que o prato pode ter tido origem em Carbonia, uma povoação a oeste de Cagliari, fruto da criatividade de um cozinheiro talentoso que acabaria por se mudar para Roma, à procura de trabalho. Diz-se que o prato teria tido tanto sucesso que o cozinheiro, talvez por timidez, lhe acabaria por dar o nome da sua terra, em vez do seu.

Seja qual for a origem deste prato, numa coisa todos concordam: é saborosíssimo!

Algumas pessoas torcem o nariz para o fato de, à receita, serem adicionados ovos crus ao molho, que acabam por cozer apenas com o calor da massa. Garanto que a combinação dos ingredientes acaba por finalizar num molho delicioso, naquela alquimia que eu considero a gastronomia.

Bom … melhor do que tentar explicar, é preparar e saborear!

Spaghetti alla Carbonara

Ingredientes

500 g de spaguetti
30 g de manteiga
30 ml (2 colheres de sopa) de azeite de oliva extra-virgem
150 g de bacon, cortado em tiras finas
100 ml de vinho branco seco
4 gemas
3 colheres (de sopa) de queijo parmesão ralado
1 colher (de sopa) de queijo pecorino romano ralado
1 colher (de sopa) de salsa bem picada
Sal
pimenta preta moída

Modo de preparo

Em uma panela grande coloque 4 litros de água para ferver. Enquanto isso, coloque a manteiga e o azeite de oliva em uma frigideira sobre fogo médio. Quando a manteiga estiver derretida, adicione o bacon e frite-o até ficar bem dourado, mas não quebradiço. Junte o vinho branco e continue cozinhando até ter se reduzido à metade. Retire do fogo e reserve.

Quando a água para a massa estiver fervendo, adicione 1 colher (de sopa) de sal e ponha a massa toda de uma vez, sem quebrar, mexendo até os fios submergirem.

Em um pirex grande o bastante para acomodar a massa, bata ligeiramente as gemas, adicione os dois queijos ralados, a salsa, uma pitada de sal e um pouco da pimenta preta moída.

Quando a massa estiver al dente, recoloque a frigideira com o bacon no fogo alto, escorra a massa e adicione-a ao pirex contendo as gemas e o queijo. Mexa bem a massa até estar bem envolvida com a mistura de gemas e queijo. Em seguida polvilhe mais um pouco de queijo parmesão ou pecorino ralado, o bacon quente e sirva a seguir!

Buon appetito!

By Joemir Rosa.

Ouse!

Posted in Inspiração with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , on 24/02/2012 by Joe

Ousar no cotidiano é o caminho para uma vida feliz.

Hoje seria bom fazer algo fora do comum. Podemos, por exemplo, dançar na rua enquanto caminhamos para o trabalho. Olhar nos olhos de um desconhecido e falar de amor à primeira vista. Dar ao chefe uma idéia que pode parecer ridícula, mas em que acreditamos. Comprar um instrumento que sempre quisemos tocar, e nunca nos arriscamos.

Os guerreiros da luz se permitem tais dias.

Hoje podemos chorar algumas mágoas antigas que ainda estão presas na garganta. Telefonaremos para alguém com quem juramos nunca mais falar (mas de quem adoraríamos escutar um recado em nossa secretária eletrônica).

Hoje pode ser considerado um dia fora do roteiro que escrevemos todas as manhãs!

Hoje qualquer falha será admitida e perdoada!

Hoje é dia de se ter alegria na vida!

Hoje é dia de ousar!!

By Paulo Coelho.

Onde fica o gol?

Posted in Inspiração with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 23/02/2012 by Joe

Em função da mobilização com a Copa do Mundo, andei me lembrando de uma conversa que tive com um amigo, anos atrás. Ele liderava uma equipe numa agência de publicidade e trabalhava em ritmo alucinado.

No decorrer do papo, ele desabafou dizendo que era difícil conviver com colegas que não sabiam para que lado ir, o que fazer, como agir, e que por causa dessas incertezas perdiam tempo e faziam os outros perderem também. E exemplificou:

– “Sabe por que eu sempre gostava do Pelé? Porque o Pelé pegava a bola em qualquer lugar do gramado e ia com ela reto para o gol. Ele sabia exatamente para onde tinha que chutar”.

– “Isso que você nem é muito fã do esporte” – comentei.

– “Pois é, não jogo futebol, mas tenho alma de artilheiro: entro em campo e já saio perguntando onde é que é o gol. É pra lá? Então é pra lá que eu vou, sem desperdiçar meu tempo, sem ficar enfeitando”.

Taí o que a gente precisa se perguntar todo dia quando acorda:

– “Onde é que é o gol?”

Muitas pessoas vivem suas vidas como se estivessem dopadas, chutando para todos os lados, sem nenhuma estratégia, contando apenas com a sorte. Elas acreditam que, uma hora dessas, de repente, quem sabe, a bola entrará. E, até que isso aconteça, esbanjam energia à toa.

“Goal”, em inglês, significa objetivo. Você deve ter um. Conquistar um cliente, ser o padeiro mais conceituado do bairro, melhorar a aparência, sair de uma depressão, ganhar mais dinheiro, se aproximar dos seus pais. Pode até ser algo mais simples: comprar as entradas para um show, visitar um amigo doente, trocar o óleo do carro, levar flores para sua mulher. Ou você faz sua parte para colocar a bola dentro da rede, ou seguirá chutando para as laterais, catimbando, sem atingir nenhum resultado.

Quase invejo quem tem tempo a perder: sinal de que é alguém irritantemente jovem, que ainda não se deu conta da ligeireza da vida. Já os veteranos não podem se dar ao luxo de acordar tarde e, no caso, “acordar tarde” não significa dormir até o meio-dia: significa “dormir no ponto”, “comer mosca”. Não dá. Depois de uma certa idade, é preciso ser mais atento e proativo.

Parece um jogo estafante, nervoso, mas não precisa ser. O gol que você quer marcar talvez seja justamente aprender a ter um dia-a-dia mais calmo, mais focado em seus reais prazeres e afetos, sem estresse. É uma meta tão valiosa quanto qualquer outra. Só que não pode ser um “quem sabe” … tem que ser um gol feito.

Essa é a diferença entre aqueles que realizam as coisas e os que ficam só empatando.

By Martha Medeiros.

Escolhas e decisões

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 22/02/2012 by Joe

O desafio de fazer uma escolha não é a escolha em si, mas ser capaz de abrir mão de tudo que não foi escolhido. Se pudéssemos escolher e manter também o não escolhido seria fácil fazer escolhas, não é? O duro mesmo é a renúncia. Que dureza decidir…

E assim é com tudo na vida, não dá para ter tudo ao mesmo tempo agora. Pode ser tudo, mas uma coisa de cada vez e numa progressão de tempo que não atende ao nosso desejo mágico de simultaneidade.

Claro que há coisas que podem e são simultâneas, mas essas não nos dão angústia, porque não exigem decisão. É a escolha que nos angustia, que nos tira do centro, que nos faz repensar valores, prioridades, responsabilidades. É para isso mesmo que vivemos o dilema das decisões, para nosso autoconhecimento. O desconforto da escolha nada mais é do que um chacoalhão para sairmos de nosso espaço já conhecido e muito habitado de mundo, e nos aventurarmos a olhar um cenário mais amplo da vida.

Há todo um potencial contido em cada escolha. As coisas podem não correr do jeito que pensamos e até podemos concluir que aquele caminho foi um erro. Porém, de fato, todo caminho nos ajuda a compreender um pouco mais dessa habilidade incrível que é caminhar. E a chave para abrir esse portal de oportunidades são as escolhas. Cada decisão nos leva a inéditos conceitos sobre quem somos e o que queremos, mesmo que nossa escolha seja manter tudo como está – isso fala mais de nós do que imaginamos. Eleger algo é definir que tipo de vida queremos naquele momento.

O tema da tomada de decisão não é uma angústia nova, ao contrário. Desde o começo de toda a filosofia que muitos pensadores já se debruçaram sobre o tema e nos inspiraram com suas reflexões. Platão nos conta que Sócrates, em seu último dia de vida, ao aconselhar um de seus discípulos sobre decisões futuras, disse:

– “Faça o que achar melhor, desde que venha a se arrepender um dia!”

Esse é conselho de mestre mesmo. Não escreva na pedra, escreva na areia. As coisas vão mudar, então, esteja preparado para mudar com elas. Uma decisão revela sobre você e seu momento, não é um epíteto que define como será o resto de sua vida. Tudo é transitório, assim como nossas decisões.

A experiência mais interessante é decidir com desapego. Tanto de abrir mão daquilo que não foi escolhido, como ser capaz de lidar com a impermanência do que foi. As coisas mudam. A gente estuda e depois vai trabalhar com outras coisas. Casa e descasa. Tem filhos que um dia vão embora viver suas próprias escolhas.

Podemos escolher e viver a escolha enquanto seu prazo de validade vigorar. Depois, é preciso passar para o próximo estágio, fluir na correnteza da existência e perceber que as decisões também mudam. O que acho mais interessante no conselho de Sócrates não é a sábia contradição de se arrepender um dia, mas a primeira parte do conselho: “Faça o que achar melhor”.

Esse é um luxo ao qual raramente nos damos o direito e o deleite. Fazemos escolhas baseados no que esperam de nós, o que achamos que é o mais sensato, o mais razoável, o que o dever nos cobra, etc. Contudo, só ocasionalmente temos o foco em fazer o que achamos melhor para nós. O que nosso coração clama. Por isso o conflito é ainda maior, porque temos receio de seguir nosso desejo e nos vemos enredados pela trama da cultura que nos conta o que é o melhor.

Então abandonamos a mochila no armário e vestimos o uniforme de sérios e responsáveis, sem perceber que a maior irresponsabilidade é não darmos ouvidos ao nosso projeto mais pessoal de vida.

Somos frutos de nossas escolhas e é sempre tempo de aplicarmos mais sabedoria e menos conhecimento, mais coração e menos razão, mais sensibilidade e menos responsabilidade. Não é tirar isso tudo, é diminuir o volume, fazer uma fórmula mais baseada nos impulsos internos e não nos compromissos externos. Naturalmente, isso também é uma decisão que nos cabe tomar.

By Dulce Magalhães, sócia da Work Educação Empresarial e colunista da Carta de Floripa na edição mensal da Revista Amanhã.

A arte de ouvir

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 21/02/2012 by Joe

De todos os sentidos, o mais importante para a aprendizagem do amor, do viver juntos e da cidadania é a audição. Disse o escritor sagrado: “No princípio era o Verbo”. Eu acrescento: “Antes do Verbo era o silêncio.” É do silêncio que nasce o ouvir. Só posso ouvir a palavra se meus ruídos interiores forem silenciados. Só posso ouvir a verdade do outro se eu parar de tagarelar.

Quem fala muito não ouve. Sabem disso os poetas, esses seres de fala mínima. Eles falam, sim. Para ouvir as vozes do silêncio. A magia do poema não está nas palavras do poeta. Está nos interstícios silenciosos que há entre as suas palavras. É nesse silêncio que se ouve a melodia que não havia. Aí a magia acontece: a melodia me faz chorar.

Não nos sentimos em casa no silêncio. Quando a conversa para por não haver o que dizer tratamos logo de falar qualquer coisa, para por um fim no silêncio. Vez por outra tenho vontade de escrever um ensaio sobre a psicologia dos elevadores. Ali estamos, nós dois, fechados naquele cubículo. Um diante do outro. Olhamos nos olhos um do outro? Ou olhamos para o chão? Nada temos a falar. Esse silêncio é como se fosse uma ofensa. Aí falamos sobre o tempo. Mas nós dois bem sabemos que se trata de uma farsa para encher o tempo até que o elevador pare.

Os orientais entendem melhor do que nós. Se não me engano, o nome do filme é “Aconteceu em Tóquio”. Duas velhinhas se visitavam. Por horas ficavam juntas, sem dizer uma única palavra. Nada diziam porque no seu silêncio morava um mundo. Faziam silêncio não por não ter nada a dizer, mas porque o que tinham a dizer não cabia em palavras. A filosofia ocidental é obcecada pela questão do Ser. A filosofia oriental, pela questão do Vazio, do Nada. É no Vazio da jarra que se colocam flores.

O aprendizado do ouvir não se encontra em nossos currículos. A prática educativa tradicional se inicia com a palavra do professor. A menininha, Andréa, voltava do seu primeiro dia na creche.

– “Como é a professora?”, sua mãe lhe perguntou. Ao que ela respondeu:

– “Ela grita…” Não bastava que a professora falasse. Ela gritava. Não me lembro de que minha primeira professora, Da. Clotilde, tivesse jamais gritado. Mas me lembro dos gritos esganiçados que vinham da sala ao lado. Um único grito enche o espaço de medo. Na escola a violência começa com estupros verbais.

Milan Kundera conta a estória de Tamina, uma garçonete. “Todo mundo gosta de Tamina. Porque ela sabe ouvir o que lhe contam. Mas será que ela ouve mesmo? Não sei… O que conta é que ela não interrompe a fala.

Vocês sabem o que acontece quando duas pessoas falam. Uma fala e outra lhe corta a palavra: “é exatamente como eu, eu…” e começa a falar de si até que a primeira consiga por sua vez cortar, dizendo “é exatamente como eu, eu…” Essa frase “é exatamente como eu…” parece ser uma maneira de continuar a reflexão do outro, mas é um engodo. É uma revolta brutal contra uma violência brutal: um esforço para libertar o nosso ouvido da escravidão e ocupar à força o ouvido do adversário. Pois toda a vida do homem entre os seus semelhantes nada mais é do que um combate para se apossar do ouvido do outro…

Será que era isso que acontecia na escola tradicional? O professor se apossando do ouvido do aluno (pois não é essa a sua missão?), penetrando-o com a sua fala fálica e estuprando-o com a força da autoridade e a ameaça de castigos, sem se dar conta de que no ouvido silencioso do aluno há uma melodia que se toca. Talvez seja essa a razão porque há tantos cursos de oratória, procurados por políticos e executivos, mas não haja cursos de escutatória. Todo mundo quer falar. Ninguém quer ouvir…

Todo mundo quer ser escutado (como não há quem os escute, os adultos procuram um psicanalista, profissional pago do escutar). Toda criança também quer ser escutada. Encontrei, na revista pedagógica italiana “Cem Mondialità” a sugestão de que, antes de se iniciarem as atividades de ensino e aprendizagem, os professores se dedicassem por semanas, talvez meses, a simplesmente ouvir as crianças. No silêncio das crianças há um
programa de vida: sonhos. É dos sonhos que nasce a inteligência. A inteligência é a ferramenta que o corpo usa para transformar os seus sonhos em realidade. É preciso escutar as crianças para que a sua inteligência desabroche.

Sugiro, então, aos professores, que ao lado da sua justa preocupação com o falar claro, tenham também uma justa preocupação com o escutar claro. Amamos não é a pessoa que fala bonito. É a pessoa que escuta bonito. A escuta bonita é um bom colo para uma criança se assentar…

By Rubem Alves, psicanalista, educador, teólogo  e escritor brasileiro, autor de livros e artigos abordando temas religiosos, educacionais e existenciais, além de uma série de livros infantis.

A cidade dos resmungos

Posted in Inspiração with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 20/02/2012 by Joe

Era uma vez um lugar chamado Cidade dos Resmungos, onde todos resmungavam, resmungavam, resmungavam. No verão resmungavam que estava muito quente. No inverno, que estava muito frio. Quando chovia, as crianças choramingavam porque não podiam sair. Quando fazia sol reclamavam que não tinham o que fazer. Os vizinhos queixavam-se uns dos outros, os pais queixavam-se dos filhos, os irmãos das irmãs.

Todos tinham um problema e todos reclamavam que alguém deveria fazer alguma coisa.

Um dia chegou à cidade um mascate carregando um enorme cesto às costas. Ao perceber toda aquela inquietação e choradeira, colocou o cesto no chão e gritou:

– “Ó, cidadãos deste belo lugar! Os campos estão abarrotados de trigo, os pomares carregados de frutas. As cordilheiras estão cobertas de florestas espessas, e os vales banhados por rios profundos. Jamais vi um lugar abençoado por tantas conveniências e tamanha abundância. Por que tanta insatisfação? Aproximem-se, e eu lhes mostrarei o caminho para a felicidade”.

Ora, o povo olhava a camisa do mascate, que estava rasgada e puída. Havia remendos nas calças e buracos nos sapatos.

As pessoas riram que alguém como ele pudesse mostrar-lhes como ser feliz. Mas enquanto riam, ele puxou uma corda comprida do cesto e a esticou entre dois postes na praça da cidade. Então, segurando o cesto diante de si, gritou:

– “Povo desta cidade! Aqueles que estiverem insatisfeitos escrevam seus problemas em um pedaço de papel e ponham dentro deste cesto. Trocarei seus problemas por felicidade!”

A multidão, então, se aglomerou ao seu redor. Ninguém hesitou diante da chance de se livrar dos problemas. Todo homem, mulher e criança da vila rabiscou sua queixa num pedaço de papel e jogou no cesto.

Eles observaram o mascate pegar cada problema e pendurá-lo na corda. Quando ele terminou, havia problemas tremulando em cada polegada da corda, de um extremo a outro.

Então, ele disse:

– “Agora cada um de vocês deve retirar desta linha mágica o menor problema que puder encontrar”.

Todos correram para examinar os problemas.

Procuraram, manusearam os pedaços de papel e ponderaram, cada qual tentando escolher o menor problema.

Depois de algum tempo a corda estava vazia.

Eis que cada um segurava o mesmíssimo problema que havia colocado no cesto. Cada pessoa havia escolhido os seu próprio problema, julgando ser ele o menor da corda.

Daí por diante, o povo daquela cidade deixou de resmungar o tempo todo.

E sempre que alguém sentia o desejo de resmungar ou reclamar, pensava no mascate e na sua corda mágica.

By William J. Bennett, do livro “O Livro das virtudes II – O Compasso Moral.

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