Arquivo para junho, 2009

Ter vida secreta é necessidade

Posted in Reflexão with tags , , , , , , on 30/06/2009 by Joe

SegredoTer vida secreta é necessidade, dizem psicólogos, mas o conflito entre desejo e sociedade pode causar sérios traumas!

Um recibo de cartão de crédito esquecido no lugar errado ou um e-mail em aberto na caixa postal do computador poderia ter acabado com tudo: com o casamento, com a carreira bem sucedida e com a reputação de decência que ele construiu numa vida inteira.

Acontece que, por mais de 10 anos, ele radicalmente manteve duas identidades paralelas: uma delas era do homem que vivia numa pacata vila do condado de Westchester e que trabalhava num escritório de Nova York, enquanto que o outro funcionava principalmente nos clubes noturnos, bares de aeroporto e bordéis. O primeiro recebia os clientes calorosamente e acenava aos vizinhos, às vezes apenas poucas horas depois de o outro ter
voltado de um encontro de “trabalho” com prostitutas ou traficantes de cocaína.

A gota d’água para o fim dessa situação foi um simples aviso em pop-up pelo computador, num anúncio de um software de segurança eletrônica, advertindo que a vida online dele estava sendo “constantemente monitorada”. Foi o bastante para provocar pânico nesse empreendedor imobiliário de Nova York, que em seguida procurou um terapeuta.

A vida dupla desse homem é um exemplo extremo de como a aflição mental pode fragmentar uma identidade, afirma o psiquiatra que atendeu esse paciente, o Dr. Jay S. Kwawer, diretor de educação clínica no Instituto William Alanson White em Nova York. Kwawer discutiu esse caso numa palestra recente.

Os psicólogos dizem que a maioria dos adultos normais está bem preparada para começar uma vida secreta, quem sabe até para mantê-la. E a capacidade de manter um segredo é fundamental para um desenvolvimento social saudável, dizem os especialistas. O desejo de criar outras identidades – e o de se reinventar e o de fingir – podem perfeitamente se prolongar pela vida adulta.

E, nos últimos anos, pesquisadores concluíram que algumas habilidades psicológicas que servem para muitos evitarem colapsos mentais são as mesmas que podem colocar essas pessoas em risco crescente, quando prolongam essas atividades clandestinas.

“Num sentido bem profundo, você não tem um self, uma identidade, a não ser que tenha um segredo. Nós todos temos aqueles momentos em nossas vidas onde sentimos que estamos nos dissolvendo em nosso grupo social, ou no trabalho ou no casamento. Nesse caso é bom, dá prazer buscar uma atividade secreta, ou algum subterfúgio, para reafirmar nossa identidade, como alguém dissociado do grupo”, afirma o Dr. Daniel M. Wegner, professor de psicologia em Harvard. “E agora estamos descobrindo que algumas pessoas fazem isso de maneira mais eficiente que outras”.

As vidas secretas mais conhecidas são as mais espetaculares –o arquiteto Louis Kahn na verdade teve três vidas; Charles Lindbergh assumidamente teve duas. Mas esses são exemplos exagerados de um comportamento que é extremamente comum e variado, dizem os psicólogos.

Algumas pessoas jogam furtivamente, outras experimentam drogas. Tem gente que experimenta aulas de música, enquanto outras seguem um grupo religioso. E elas guardam seus segredos por diversas razões.

Há também milhares de pessoas – homens e mulheres gays que mantêm casamentos heterosexuais, por exemplo – cuja vergonha ou cuja negação a respeito de suas necessidades elementares os encaminham para excursões clandestinas por outros mundos.

Mas se a vida secreta será ou não destrutiva, concluem os especialistas, isso vai depender tanto da natureza do segredo quanto da estrutura psicológica do indivíduo.

Tudo que é secreto dá mais prazer

Há muito tempo os psicólogos vêm considerando a capacidade de guardar segredos como fundamental para um desenvolvimento saudável. Crianças a partir dos 6 ou 7 anos aprendem a fazer segredo sobre o presente que a mãe receberá no aniversário. Na adolescência e na idade adulta, uma certa fluência com as pequenas mentiras sociais é associada à boa saúde mental.

Os pesquisadores já confirmaram que o segredo pode despertar a atração, ou como colocou Oscar Wilde, “O ato mais banal se torna delicioso se é secreto”.

Um estudo feito com homens e mulheres que vivem no Texas relatou que os relacionamentos passados que continuam vindo à lembrança dessas pessoas freqüentemente são esses relacionamentos secretos.

Num outro estudo, psicólogos em Harvard descobriram que podiam aumentar a atração entre desconhecidos, homens e mulheres, ao estimulá-los a flertar furtivamente, como por debaixo de uma mesa, como parte de um experimento científico.

O impulso de agir como persona inteiramente diferente também é amplamente comum em culturas diferentes, dizem os cientistas sociais, e pode ser motivado tanto pela curiosidade quanto por simples travessura ou então por uma sincera busca espiritual.

Certamente é um conflito familiar para quase todos que já escapuliram temporariamente de seu cotidiano, seja nas férias, a negócios ou quando vai viver num outro país.

“Acontecia freqüentemente quando alguém saía de férias no verão e se transformava numa outra pessoa, como quem saía para acampar ou ia para a Europa e se transfigurava, em espírito ou por meio de uma experiência saudável”, diz a dra. Sherry Turkle, socióloga do Instituto de Tecnologia de Massachusetts.

Agora, segundo a especialista, as pessoas freqüentemente se transformam em outras pela Internet, sem nem precisar sair da poltrona: um contínuo que fica logo ali, perto de você, pode assinar como fulanodetal@uol.com.br e navegar por salas de bate-papo como OcaradeArmani, Brisa Suave ou Homem-Trovão.

Recentemente, a dra. Turkle estudou a utilização de jogos interativos online, como o The Sims Online, onde as pessoas estabelecem famílias e comunidades. Após realizar entrevistas detalhadas com 200 jogadores regulares ou eventuais, ela diz que muitas pessoas utilizam os jogos como uma maneira de formar famílias que gostariam de ter tido, ou pelo menos como forma de viver versões alternativas de suas próprias vidas.

Uma jovem de 16 anos que vive com um pai abusivo fez uma simulação de seu relacionamento com ele no jogo The Sims Online. No jogo ela se transfigurava, aleatoriamente, em um rapaz de 16 anos, numa jovem mais velha e mais poderosa e numa outra personalidade, mais assertiva, entre outras identidades. Foi como uma filha mais resoluta, diz a dra. Turkle, que a jovem percebeu que era possível perdoar o pai dela, caso não conseguisse transformá-lo.

“Acho que o que as pessoas estão fazendo agora pela Internet”, diz a cientista, “tem um significado psicológico profundo, pela forma como elas usam outras identidades para expressar problemas e potencialmente resolvê-los, numa região que é relativamente livre de conseqüências”.

Bloqueando lembranças desagradáveis

Já no mundo aqui fora, lugar tão cheio de perigos e conseqüências, estudos indicam que a maioria das pessoas considera ser mentalmente exaustivo manter segredos bombásticos por muito tempo. Vidas secretas então, nem se fala…

O simples ato de tentar suprimir a informação cria uma espécie de efeito-rebote, fazendo com que pensamentos sobre um caso extraconjugal, excursões de fim de noite ou uma dívida secreta inundem a consciência, especialmente quando uma pessoa que poderia ser atingida por uma revelação está por perto.

É como acontece com um aparelho de televisão ligado num bar superlotado – o tal lance secreto permanece ligado na mente, atraindo a atenção apesar de esforços conscientes para mudar o foco. Os pensamentos suprimidos retornam até mesmo nos sonhos, de acordo com um estudo publicado no último verão.

A força desse efeito, não há dúvidas, varia de pessoa para pessoa, de acordo com os psiquiatras. Em casos raros, quando as pessoas estão patologicamente sem remorsos, elas não ligam nem percebem o impacto em potencial de seu segredo sobre outras pessoas, e portanto nem sentem a tensão da manutenção do segredo.

Já os que são pagos para viver vidas secretas, como os agentes da inteligência, pelo menos sabem qual deve ser seu papel, e têm orientações claras que lhes indicam o quanto podem revelar, e para que pessoas exatamente.

Mas, numa série de experiências realizadas na década passada, os psicólogos identificaram um grupo maior de pessoas, batizado de grupo dos repressores (de informação). São de 10% a 15% da população, adeptos da técnica de ignorar ou suprimir a informação que lhes é embaraçosa – pessoas bem capacitadas para manter segredos.

Os repressores de informação apresentam índices baixos nos questionários que medem ansiedade e atitudes defensivas – indicando, por exemplo, que essas pessoas raramente são ressentidas, se preocupam com dinheiro, ou se afligem com pesadelos e dores de cabeça. São pessoas que se avaliam positivamente e que não se atormentam por pouco.

Embora pouco seja conhecido sobre o estágio mental de pessoas assim, alguns psicólogos acreditam que elas aprenderam a bloquear pensamentos aflitivos, distraindo-se com boas recordações. Com o passar do tempo – na verdade, com a prática – isso pode se transformar num hábito, bloqueando o acesso deles a memórias e segredos potencialmente humilhantes.

“Esse talento provavelmente lhes será bem útil na luta diária para evitar pensamentos indesejados de todos os tipos, o que inclui os pensamentos indesejados que surgem das tentativas de suprimir seus segredos na presença de outras pessoas”, diz o Dr. Wegner, de Harvard.

É mais fácil silenciar esses pensamentos. E quanto mais tempo dura essa atividade encoberta, mais difícil poderá ser confessá-la em seguida.

Gays dentro do armário

Em alguns casos, forças bem mais poderosas estão em jogo nesse molde das vidas secretas.

Muitos homens gays e algumas lésbicas casam com parceiros heterossexuais antes de definirem sua identidade sexual, ou até mesmo em desafio a essa identidade.

O objetivo é agradar aos pais, cobrir sua própria vergonha ou querer se tornar mais auto-aceitável ou aceitável para a sociedade, diz o Dr. Richard A. Isay, psiquiatra na Universidade de Cornell que já foi terapeuta de muitos homens gays que estão “no armário”.

“Muito freqüentemente”, diz o psiquiatra, “esses homens lutam para não atender aos seus próprios desejos, e começam suas vidas secretas em condição desesperada. No final das contas, esse comportamento força decisões dolorosas sobre como viver, ou como se isolar, junto às famílias que eles adoram”.

“Sei que não busquei ser do jeito que eu sou, ter a orientação sexual que eu tenho, e também sei que sempre fui do jeito que eu sou agora”, foi o que um homem escreveu numa carta publicada no livro de Isay, “Tornar-se Gay”: “Sei que está ficando mais difícil viver nessa concha solitária onde estou, mas não encontro saída fora dela”.

Revelando a vida secreta

Quando a revelação de uma vida secreta vier a destruir ou a envenenar para sempre a vida particular de alguém, as pessoas devem ou assumir e escolher, ou então enfrentarem o risco de uma perturbação mental, conforme dizem muitos terapeutas.

O Dr. Seth M. Aronson, professor-assistente de psiquiatria na Escola de Medicina de Monte Sinai, já tratou um pediatra que vivia nessa condição. O paciente tinha uma esposa e uma criança pequena em casa, e escapulia pela noite nos bares, visitando prostitutas e até mesmo brigando com os rufiões das mulheres.

Numa das sessões, o homem estava tão bêbado que desmaiou; numa outra, veio acompanhado de uma prostituta. “Era uma daquelas clássicas divisões de personalidade, onde a esposa era perfeita e maravilhosa, e ele buscava se menosprezar com essas outras mulheres”, sendo que as duas vidas não poderiam coexistir por muito tempo, diz Aronson.

Num famoso texto sobre o assunto das vidas duplas, publicado em 1960, o psicanalista inglês Dr. Donald W. Winnicott argumentava que um falso self emergia em determinadas situações, em que as crianças são criadas para serem tão intimamente sintonizadas com expectativas alheias que se tornam surdas aos próprios anseios e necessidades.

“Na verdade, é como se elas imolassem, queimassem vivas, partes delas”, diz o Dr. Kwawer do White Institute.

O pediatra tratado por Aronson, por exemplo, foi criado num ambiente fundamentalista cristão em que a mãe dele várias vezes o menosprezava, utilizando comparações com um tio vagabundo e beberrão. O paciente de Kwawer, o tal empreendedor imobiliário, tinha pais que franziam sobrancelhas a qualquer sinal de excessos, e impingiram no filho um forte sentido da necessidade de preservar a imagem da família. Ele se casou cedo, em parte para agradar aos pais.

Os dois homens ainda se submetem ao tratamento psicoterapêutico, mas agora conseguiram integrar suas vidas, segundo seus terapeutas. O pediatra cortou suas atividades extracurriculares, mentalmente voltou para casa e confessou alguns de seus problemas à esposa.

O construtor de imóveis se separou da mulher, mas vive por perto e ajuda na criação dos filhos. A separação causou um período de depressão para todos os envolvidos, diz Dr. Kwawer, mas o homem agora conseguiu recuperar a energia no trabalho e se reconectou com os amigos e com os filhos. Os encontros secretos acabaram, assim como o uso de drogas, e ele se sente novamente no controle da própria vida.

“Ao contrário do que muitas pessoas poderiam pensar”, afirma Kwawer, “freqüentemente uma vida secreta pode fazer sair da escuridão aspectos mais vívidos, íntimos e energizados das pessoas”.

By Benedict Carey from New York.

“Que atire a primeira pedra quem não tiver seu lado B!”

By Joe.

Brasil pode ter sua própria “Lei Sarkozy”

Posted in Atualidade with tags , , on 29/06/2009 by Joe

Acorda, meu povo!Projeto de lei apresentado há 10 dias pode até desconectar internauta que baixar música ilegal.

Na primeira vez que baixar ou compartilhar músicas ou filmes na internet, você leva uma advertência por e-mail. Na segunda, recebe outra, avisando que, se reincidir, as medidas serão mais severas. Na terceira, sua conexão com a rede é cortada por três meses. Na quarta, é obrigado a ficar desconectado por seis meses. E, se houver uma quinta, é proibido permanentemente de entrar na web.

Um projeto de lei controverso apresentado de forma discreta na Câmara dos Deputados, em Brasília, há 10 dias, quer punir com a perda do acesso à rede quem for pego baixando arquivos protegidos por direitos autorais. Se o Projeto de Lei 5361/2009 for aprovado como está, os provedores de internet serão obrigados a ficar de olho no que o internauta faz. Se constatarem que baixa ou compartilha música, por exemplo, o usuário já será punido. Não precisa nem de ordem de juiz. O próprio provedor já teria autonomia para desplugar o usuário.

Nascido nos moldes de uma lei francesa aprovada em maio – e julgada inconstitucional na última quarta – o projeto de lei nem começou a tramitar e já causa polêmica. Especialistas em direito afirmam que permitir que provedores tenham acesso ao que internautas fazem contraria a Constituição e que o projeto se choca com a lei de direito autoral. Para o Ministério da Cultura a medida vai na contramão da tentativa de se chegar a um meio termo entre quem baixa e a indústria que quer lucrar.

O responsável pelo PL é o deputado Bispo Gê Tenuta (DEM-SP), da bancada evangélica e ligado à Igreja Renascer. Ele afirma que seu projeto não veio por pressão da indústria de entretenimento. Procuradas pelo Estadão, a Associação Brasileira de Produtores de Disco (ABPD) e Associação Antipirataria de Cinema e Música (APCM), que representam gravadoras e estúdios de cinema, preferiram não conceder entrevista, mas enviaram notas por e-mail afirmando não “ter nenhum contato com o deputado”.

O parlamentar diz que o projeto nasceu por conta de um conhecido seu. “Foi um músico gospel chamado DJ Alpiste (www.myspace.com/djalpiste). Ele começou como locutor numa rádio, cresceu com a arte dele e agora que pode se desenvolver, começa a ficar tolhido porque não tem a venda que lhe assegura o crescimento por conta de cópias.”

“A indústria cultural está morrendo. Essa é uma preocupação que sempre tive”, diz Tenuta, que teve no PL 5361/2009 o seu primeiro projeto de lei na área apresentado na atual legislatura. “A ideia é proteger quem produz obras artísticas e científicas. Vai trazer benefícios para a indústria, obviamente. Mas o foco é no produtor.”

Depois de apresentado, o projeto ainda não entrou na fila de votação, o que pode levar anos.

Não se sabe ainda se será votado só pelas comissões ou se também será em Plenário. Para o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), da Comissão de Ciência e Tecnologia – uma das comissões pelas quais o projeto deve passar por ter pontos inconstitucionais -, é difícil o projeto prosperar. “Deve ser barrado. Não deve nem ser votado.”

De qualquer forma, se o projeto passar na Câmara, terá de ir depois ao Senado.

PONTOS POLÊMICOS DO PROJETO

PRIVACIDADE

Trecho: “Ficam os provedores de acesso à internet em funcionamento em território nacional obrigados a identificar os usuários de seus serviços que estejam baixando, procedendo download, compartilhando ou oferecendo em sítios de qualquer natureza obras protegidas por direito autoral sem a autorização dos autores das obras.”

Para o professor em direito constitucionalista da Universidade Mackenzie João Antonio Wiegerinck, há duas violações ao artigo quinto da Constituição: quebra do direito de privacidade e do princípio do processo legal: a pessoa não pode responder por um crime sem ser acusada.

O QUE É ILEGAL?

Trecho: “Esta lei cria penalidades civis para a conduta de baixar, proceder ao download ou compartilhar arquivos eletrônicos via internet que contenham obras artísticas ou técnicas protegidas por direitos de propriedade intelectual sem autorização dos legítimos titulares”.

De acordo com o advogado especialista em direitos autorais Omar Kaminski, o trecho entra em conflito com a lei de direitos autorais. A legislação atual especifica que é possível copiar um “trecho” da obra. Mas não há um consenso se o trecho, no caso de um CD é uma música ou um trecho dela. De qualquer forma, o download ou cópia de um trecho seria legal.

PUNIÇÃO

Trecho: “Constatada a quarta reincidência na conduta prevista no caput do parágrafo, o provedor de acesso cancelará em definitivo o contrato de fornecimento de acesso à internet do usuário.”

Para Luiz Henrique Souza, especialista em direito digital do escritório Patricia Peck Pinheiro Advogados, suspender o acesso à internet é inconstitucional, desrespeitando o direito à liberdade.

Para ele, embora o projeto fale em pena “civil”, privar alguém de um instrumento como a web é pena criminal. E o provedor não tem direito de aplicar penas, só o poder judiciário.

Decisão judicial breca lei francesa antipirataria

Precursora na onda de cortar a internet de quem baixa – o que “inspirou” o projeto de lei semelhante no Brasil -, a França teve um revés na última quarta-feira com relação a seu projeto antipirataria.

Defendida pessoalmente pelo presidente francês Nicolas Sarkozy, a “Lei Sarkozy”, como tem sido chamada, prevê que o internauta seja advertido nas duas primeiras ocorrências. Na terceira, recebe notificação oficial na terceira. E, na quarta, tem a conexão cortada por até um ano. Para fiscalizar e punir seria criada uma agência estatal.

A lei foi aprovada em maio. Só que uma decisão do Conselho Constitucional – uma espécie de Supremo Tribunal Federal – proibiu na semana passada que um órgão que não o judiciário atuasse na fiscalização e punição. O governo francês não desistiu. E corre para mudar a lei para que o judiciário assuma esse papel “rapidamente”.

Há problemas constitucionais e de redação no projeto’ – João Wiegerinck, advogado e professor de direito constitucional

No que diz respeito à redação, há problemas no projeto?

O texto tem vários erros. Não se protegem obras artísticas, por exemplo. Se protege o autor. A redação do jeito que está é ineficaz e chega ao ridículo. Isso pode dar margem a questionamentos. Não passaria pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, por exemplo. Os conceitos estão errados. Isso derruba a lei.

Constitucionalmente, há falhas?

Começa pelo básico que é a invasão de privacidade, o artigo quinto da Constituição. Aliás, os problemas desse projeto estão todos neste artigo. Ele trata do princípio da preservação da dignidade humana, do direito à privacidade. Os provedores não podem vigiar. Para ter acesso a esses dados, só com mandado judicial. Precisaria que alguém fizesse uma denúncia à autoridade pública. Aí polícia e Ministério Público questionariam o provedor para quebrar o sigilo. E com um mandado. É o princípio do devido processo legal, no artigo quinto. Não se pode responder por um crime sem ser acusado.

Sendo inconstitucional, o que acontece?

Não passa na CCJ. E se passar na Câmara, pode ser barrada na CCJ do Senado. Outra coisa: os presidentes das duas casas podem perceber a inconstitucionalidade e agir. Ou o Presidente da República não sancionar. Mesmo assim, se passar, a OAB federal ainda poderia entrar com uma ação direta de inconstitucionalidade.

By Rodrigo Martins

Fonte: Estadão

Reflexão:

Em primeiro lugar, concordo plenamente com a premissa de que todo artista tem o direito de receber pelo que produz, como qualquer outro trabalhador tem o direito de receber pelo seu labor. Poderíamos aqui discutir uma série de coisas, entre elas, quem é que fica com a maior parte do dinheiro das vendas de um CD ou de um filme!

Porém, não podemos passar por cima das liberdades individuais garantidas pela Constituição em nome da defesa dos lucros das indústrias que também exploram os artistas que se subjugam a elas!

Mas, a minha reflexão aqui vai em outra direção: o que leva um deputado, principalmente um bispo, que deveria estar defendendo seu povo, seu “rebanho”, como eles mesmos gostam de dizer, entrar com um Projeto de Lei defendendo os direitos de gravadoras e outras indústrias (a maioria delas estrageiras) em vez de estar preocupado em entrar com Projetos de Lei propondo melhorias na educação, na saúde, transportes e segurança!!!

Bom, a resposta é óbvia, né? Basta ver suas ligações e por quem deve ter sido financiada a sua campanha nas eleições.

O Projeto de Lei não deve nem ser votado por ser absolutamente inconstitucional em todos os seus aspectos, além dos erros absurdos em sua essência, o que demonstra a total falta de preparo do tal “bispo” para ocupar um cargo de tão alta importância.

O mais triste mesmo é saber que ele foi eleito por gente que precisa muito de um representante na Câmara dos Deputados para lutar e defender seus direitos, suas necessidades básicas.

Não é possível que essa gente continue enganando o povo sofrido e necessitado, com tantas promessas hipócritas e mentirosas. Até quando nosso povo vai ser iludido e manipulado pela politicalha associada à religião que só explora e mantém o pobre na pobreza e o rico ficando cada vez mais rico?

Se houvesse realmente um compromisso das igrejas em defender seus “rebanhos”, elas deveriam ser as primeiras a botar a boca no trombone e denunciar essa sujeira toda que a gente ve todos os dias na mídia, esse circo de horror que os meios de comunicação nos enfiam goela abaixo no horário pobre da televisão! Mas, o que se ve, na realidade, são os conchavos por baixo dos panos, em proveito próprio, em defesa apenas dos que se auto-denominam “representantes” de Deus (como se Ele precisasse disso!!)  e do povo.

Até quando?

Acorda, meu povo!

Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.”(João 8:32)!!!

By Joe.

Você é o que semeou

Posted in Inspiração with tags , , , , , on 28/06/2009 by Joe

CírculosCerta vez contei uma mentira a um homem.
Ele respondeu-me dizendo isto:
– Todas as decisões que devo tomar serão baseadas nas suas palavras.
Desde então, eu só disse a verdade.

Certa vez reclamei de um presente que recebi, porque não era o que eu queria. Aquela que me presenteou percebeu o desapontamento em meus olhos e disse-me isto:
– Escolhi o presente mais valioso que poderia encontrar, porque achei que você deveria ter um deste.
Desde então, fico muito alegre com cada presente que recebo.

Certa vez um homem contou-me um segredo, o qual eu sussurrei baixinho no ouvido de um outro amigo.
O homem disse-me isto, depois de ouvir seu segredo repetido:
– A razão pela qual contei-lhe o segredo foi porque confiei em você, não em seu amigo.
Desde então, não confio assim tão facilmente.

Certa vez dei um presente a uma amiga e ela chorou.
Me desculpei por ser um presente tão pequeno mas era o que eu tinha encontrado.
E ela me respondeu:
– Não há nada de errado com o presente, estou emocionada porque você lembrou-se de mim!
Desde então, eu dou presentes freqüentemente.

Estava tentando apenas ser eu mesmo, passando despercebido sem chamar atenção.
E me foi dito isto:

– O fato de você não se adequar faz com que você fique fora de tudo.
Desde então, eu penso sobre isto.
Penso …  existo … penso … somos …

Você é um agente muito importante na existência, não vivemos aqui sozinhos. Cada movimento que faz cria uma onda no oceano do outro. Cada vez que você respira afeta todo o ar em volta de quem você está. Cada palavra que você expressa bate no ouvido de alguém. Aquilo que você toca é sentido por outra pessoa. Aquilo que você faz, certamente afetará alguém.
O que não faz ou deixa de fazer, também afetará pessoas.

Nós nunca sabemos a distância realmente alcançada por algo que falamos ou fazemos até que nos retorne. Todas as coisas na vida formam um círculo e estamos no meio dele, quer o vejamos ou não!

E tudo que devemos fazer é criar agradáveis ondas, aquelas que envolvem calorosamente tudo em torno de você, e que voltam suaves, fazendo, por sua vez, que você crie, cada vez mais, ondas agradáveis.

Aquilo que o homem semear, com certeza também colherá.

Autoria desconhecida.

Hot Chocolate

Posted in Receitas with tags , , , on 27/06/2009 by Joe

Chocolate quenteO inverno chegou! Lá fora as noites têm sido chuvosas e geladas. Tem algo mais reconfortante que uma boa xícara de chocolate quente? É como um carinho, além de ser muito gostoso e nutritivo.

Procurando em diversos sites de receitas, encontrei inúmeras variações para essa deliciosa bebida. Decidi pela fórmula a seguir por conter vários ingredientes que, combinados, dão um sabor exótico e especial.

Porém, muitas pessoas não gostam, ou não podem ingerir certos ingredientes, como o rum, por exemplo. Então, sugiro a substituição desses ingredientes por outros, que irão manter o mesmo sabor e a qualidade da bebida.

Podemos substituir o rum por essência de rum, que não é alcoólica. Ou usar essência de baunilha também. Meia barra de chocolate ao leite e meia barra de chocolate meio amargo no lugar do chocolate em pó (mas cuidado com as calorias!). Só não recomendo o uso de achocolatado porque deixará a bebida final muito doce.

Outros detalhes importantes para não errar: o creme de leite deve ser adicionado somente depois de desligar o fogo, após a fervura! E xícara de café não é xícara de chá!!

Enfim, cada pessoa poderá encontrar a sua fórmula perfeita, substituindo alguns ingredientes. O importante é que, seja qual for a receita, ficará muito saborosa, quente e reconfortante!

Receita definida, chame os amigos, ou uma ótima companhia, e …. um delicioso e quente inverno!!!

Chocolate Quente

Ingredientes

1 lata de creme de leite
1 lata de leite condensado
1 litro de leite desnatado
4 colher (sopa) de chocolate em pó
1 colher (sopa) de amido de milho
1 colher (café) de noz-moscada
2 unidade de canela em pau
6 unidades de cravo-da-índia
1 xícara (café) de rum

Modo de preparo

Misture bem o leite, o chocolate, o leite condensado, o amido de milho, a noz-moscada, o cravo e a canela. Coloque no fogo, vá mexendo até começar a ferver. Retire do fogo e misture o creme de leite. Coe para retirar os pedaços de canela e o cravo. Misture o rum e sirva em canecas. Uma opção na hora de servir é colocar creme chantilly e polvilhar com canela em pó.

By Joe.

Abra seu coração para o novo

Posted in Reflexão with tags , , , on 26/06/2009 by Joe

Abra seu coraçãoVocê já deve ter percebido que geralmente é necessário viver por momentos de crise para que realmente as pessoas mudem hábitos e costumes.

Geralmente essas crises acontecem quando estamos agarrados a velhos padrões de comportamento. Sabemos que tem que mudar, mas, inconscientemente, permanecemos agarrados a eles: é o medo do novo. Parece ser mais seguro ficar com aquilo que já conhecemos.

Quando chegam as crises, dá impressão que o mundo acabou, enxergamos apenas o sofrimento, o caos! Por que isto está acontecendo comigo? É injusto! Sou uma pessoa tão boa! Não devia ter acreditado. Bem que me falaram. E etc, etc, etc…

Tudo a nossa volta está em constante processo de transformação! Olhe à sua volta. Você irá perceber que todos têm questões a resolver. Mudar significa desapegar!

Quando você se compromete com seu caminho de transformação, o mundo em sua volta também muda! Esse caminho é desafiante, árduo, mas seus resultados são gratificantes!

Você poderá começar seu processo de transformação pelas pequenas coisas, assim irá exercitando sua mente para as grandes e necessárias transformações. Por exemplo, vá até o seu armário! Abra a porta e observe-o por alguns minutos. Veja todas as roupas que estão lá guardadas e perceba quantas peças você já não utiliza.

Outras você quer acreditar que um dia ainda poderá usar, porém o tempo passa e elas ficam pra lá. Algumas estão até velhas e fora-de-moda, daí você cria uma ilusão que poderá usá-las para “bater”. Mas a peça fica parada tomando o espaço de peças novas. Tomam espaço enquanto poderiam ser úteis para alguém.

A acupuntura explica que a dor é excesso de energia concentrada em determinado ponto. É energia parada, sem movimento, sem fluência. Analogamente poderia estar um relacionamento sem qualidade, onde as pessoas tomam espaço no armário emocional, numa relação sem amor, sem respeito, achando que um dia possa melhorar, acreditando que um não possa viver sem o outro, pensando ser ruim com a pessoa e pior sem ela, ou por costume, ou para evitar conflitos familiares, chegando ao ponto de procurar o complemento emocional em relações extras.

Desculpas existem várias, mas saiba que estará bloqueando a sua realização e ocupando o lugar de alguém que poderia chegar em sua vida e também impedindo o outro na sua realização.

Estará menosprezando a sua capacidade, seu potencial de amor, perdendo o seu tempo, sufocando a sua criatividade, impedindo o seu caminhar na estrada da vida, criando karmas.

Você poderá começar a mudar esse jogo através de seu armário. O armário de roupas é o reflexo da pessoa. É como se dissesse: mostra-me teu armário e eu lhe direi quem és!

Lá está você, o seu estilo, as suas cores. Verifique tudo o que está parado na sua vida, deixe a energia fluir começando pelo armário. Retire tudo o que não usa. Doe para quem precisa. Livre-se do que não é importante, poderá ter importância para o outro. Comece a transformar sua vida pelo armário e as outras mudanças virão.

Parece simples, mas requer disposição!

By Léo Artése, professor de Comunicação Verbal, Marketing Pessoal e Técnicas de Apresentação, Terapeuta Holístico e Acupunturista.

Engolir sapos é uma questão de escolha

Posted in Inspiração with tags , , , , on 25/06/2009 by Joe

BuracoO aprendizado sistêmico está se tornando prerrogativa para a empregabilidade e o sucesso profissional. É preciso parar de cavar em um único buraco.

Uma recente pesquisa da Lens & Minarelli, empresa de outplacement e aconselhamento de carreira, realizada com mais de 300 pessoas demitidas (entre presidentes, diretores e gerentes), apontou que cerca de 67% tinham curso de pós-graduação ou o título de MBA. Este número constata que o que vale mesmo nos dias de hoje é o conhecimento e a competência, não o título.

O aprendizado sistêmico está se tornando prerrogativa para a empregabilidade e o sucesso profissional. Como tenho dito em várias oportunidades, “é preciso parar de cavar em um único buraco”. E por falar em buraco, aproveite para extrair bons aprendizados da estória a seguir.

Um dia, nasceu um sapinho que, com apenas três dias de vida, ainda ingênuo e descuidado, caiu em um buraco. O buraco para o sapinho era um paraíso: razoavelmente amplo, aquecido, com um pouco de água, escurinho e principalmente livre de perigos. Era tudo que o sapinho precisava para a sua sobrevivência!

O tempo foi passando e o sapinho transformou-se em sapo, e de sapo virou um sapão, gordo e entediado.

Num certo dia, o sapão recebe a visita inesperada de um bicho estranho.

– Quem é você?! – pergunta o sapão assustado.

– Sou um sapo como você, oras bolas.

– Você é um sapo como eu?! – exclama o habitante do buraco.

– Meu amigo, existem milhares de sapos como eu e você no mundo lá fora.

– Mundo lá fora?! Como assim?

– Pois é, meu caro… existe um mundo lá fora, e ele é maravilhoso. Existem tantas coisas magníficas, principalmente umas criaturazinhas especiais, razão maior da nossa vida de sapo: as sapinhas.

– Sapinhas?!

– Isso mesmo! Sapinhas. Com elas ficamos cantando nas lagoas, assistindo o entardecer e comendo mosquitos que voam desgovernados.

– Lagoas?! Mosquitos?!

– E tem mais, quando anoitece o céu é lindo, cheio de estrelas.

– Epa! Aí você não me pega. Eu também, todas as noites, consigo contar umas cinco ou seis estrelas.

– Pois é, esta é a grande diferença que temos; eu nem posso contar quantas estrelas existem, pois são dezenas, ou melhor, centenas de estrelas.

E assim, o sapo do mundo vai dizendo as vantagens de viver em liberdade, mas em determinado momento, para e diz:

– Por outro lado, o mundo lá fora apresenta riscos. Tem um bicho terrível que precisamos ter muito cuidado. Quando a gente menos espera, ele nos chuta como uma bola de futebol, joga sal no nosso corpo e coloca álcool em nossas costas e depois, ai, ai, ai, ateia fogo, e então a gente sai pulando, pulando. E por falar em pular, já está próximo do entardecer, então vou dar um pulinho até a lagoa.

– Pulinho?! Eu nunca pulei!.

– Pular é da nossa natureza. A propósito, você não gostaria de ir comigo?

– Pensando bem, com todos estes riscos que você me disse, acho melhor não. Prefiro ficar no meu conforto, pelo menos aqui eu conheço e sei que não vou ter surpresa. Pode ir… eu fico bem!

E o sapão continuou ali, no conforto do seu buraco…

Muitos profissionais estão como o sapão, enfurnados no seu mundinho limitado. Acomodados, lutam pela manutenção e sobrevivência, e assim não enxergam as muitas oportunidades. Mal sabem que um dia o buraco pode ruir. Aí, o profissional não estará preparado para assumir os riscos que o mundo corporativo impõe.

Manter-se na zona de conforto é o maior risco daquele que deseja obter um alto desempenho, sem dizer que, para permanecer nela, é preciso “engolir vários sapos” a cada dia.

O aprendizado sistêmico é capaz de conduzir você a um novo mundo. Um mundo de oportunidades, idéias, criatividade, entusiasmo, emoção, enfim, um mundo com vida! Neste mundo não se vive em uma única dimensão; vive-se em 3 D:

A primeira dimensão envolve o aprendizado das relações, dos valores e dos sentimentos.
A segunda dimensão considera o aprendizado do ambiente, do mercado e dos clientes.
A terceira dimensão contempla o aprendizado sobre resultados e poder de realização.

Se todas estas coisas começam a fazer sentido, então você está em evolução. Vá em frente, afinal: quem sabe, aprende!

By Silvio Bugelli

Você não é o seu cargo

Posted in Inspiração with tags , , , , , , on 24/06/2009 by Joe

Destaque-seMuitas pessoas se rotulam e rotulam os demais em função dos seus cargos. Resultado? Não ousam aprender coisas novas

Muitas pessoas ficam limitadas em seu desenvolvimento pessoal e profissional em decorrência do cargo que possuem. O orgulho de colocar no cartão pessoal, logo abaixo do nome, um cargo pomposo, capaz de garantir respeito e status já foi o sonho de muitas pessoas. Assim é fácil observar a relutância de alguns ainda em se esconder atrás deste ou daquele cargo, mas a verdade é que muitas pessoas estão rompendo as amarras impostas obtendo, assim, a ampliação dos seus conhecimentos e capitalizando novas oportunidades.

Um bom exemplo disto ocorreu comigo em dezembro último. No ano que se encerrava tive muitas alegrias e decidi que deveria compartilhar um pouco deste sentimento com pessoas menos favorecidas: crianças de rua que geralmente passam seu Natal sem receber a visita do bom velhinho.

Assim, em pleno mês de dezembro, tinha um desafio pela frente: encontrar brinquedos em quantidade e variedade para presentear crianças que encontrasse pelas ruas. Foi então que, no auge das compras de final de ano, em um sábado, me aventurei na “meca” do consumo paulistano para fazer as tais compras.

A rua 25 de março, que fica no centro velho de São Paulo, é famosa em todo o Brasil por concentrar um grande número de lojas atacadistas. Lá, o consumidor encontra todo tipo de bugiganga, desde produtos de armarinhos, passando por artigos de papelaria, artigos para festas, brinquedos até a mais alta tecnologia de eletrônicos importados por meios não muito “convencionais”.

Logo na primeira loja fiquei como “barata tonta” tentando caçar um vendedor que pudesse me dar um pouco de atenção. Foram mais de 10 minutos de tentativas e nada. Como minha paciência para estas coisas não é grande, resolvi peregrinar. Tudo indicava que não era meu dia de sorte, pois mais longos minutos de tolerância em outra loja e nada de um vendedor para tão ávido comprador. Minha sina continuava, mas tinha a real esperança que meus problemas seriam resolvidos.

Mais uma loja, e logo que entrei vi um rapaz com um jaleco amarelo descarregando um carrinho cheio de mercadorias. Rapidamente olhei para os lados e não vi nenhum cliente. Era a minha oportunidade, afinal, um vendedor sem assédio naquele dia era “jóia rara”.

Dirigi-me até o rapaz, que não aparentava ter mais de 25 anos e solicitei algumas informações dos brinquedos que procurava. Como não havia a quantidade exposta, ele precisou buscar os produtos no estoque central, e em menos de 5 minutos tinha concluído a minha saga: bolas, bonecas, carrinhos, jogos, enfim, tudo estava lá.

Antes de me despedir, perguntei o nome do “profissional”, e assim terminei, agradecendo muito ao Júlio César por ter me facilitado a vida naquele dia.

Fui ao caixa fazer o pagamento para conseguir, finalmente, sair daquela loucura do consumo. Foi então que me perguntaram qual vendedor havia me atendido. Orgulhosamente respondi: Júlio César.

Minha surpresa tamanha foi quando recebi como resposta:

– Não temos nenhum vendedor com este nome aqui. Como é que eu vou cadastrar a venda para um vendedor que não existe?

Conversa vai, conversa vem e as pessoas que aguardavam o desfecho da situação na fila já demonstravam impaciência. Foi então que mais uma pergunta me surpreende novamente.

– Como estava vestido o tal do Júlio César?
– Bem, estava como todos os vendedores, com um jaleco amarelo.
– Ah bom, então ele não é vendedor não, ele é apenas um repositor que está trabalhando de temporário. Ele não vende nada!

Seria uma falta de consideração com aquela pessoa que resolveu meus problemas considerá-lo apenas um repositor. Então insisti:

– O Júlio César é o melhor vendedor desta loja sim! Aliás, vou dizer isto ao gerente daqui.

Foi exatamente o que fiz. Na segunda-feira liguei para a loja e expliquei o caso ao gerente, externando a minha satisfação com o Júlio César, que priorizou resolver os problemas do cliente ao invés de ater-se a seu cargo. Com sua iniciativa Júlio César contribuiu diretamente para o aumento dos resultados de sua empresa.

Muitas pessoas se rotulam e rotulam os demais em função dos seus cargos. Desta forma, vendedor é aquele que vende, repositor é aquele que repõe e assim por diante. Nas empresas em que este paradigma ainda é mantido, as pessoas se limitam em fazer apenas sua “especialidade” e não ousam aprender coisas novas.

Você não é seu cargo, você é você com todo o seu talento e poder de realização. Sua iniciativa e sua capacidade de trabalhar com excelência é um dom que você carrega e, ainda que a estrutura antiquada e hierárquica da sua empresa reforce a tarefa e a “especialização do cargo”, jamais se esqueça o que você é e a competência que tem.

Muitas empresas são “Ltda” não só na constituição legal, mas na forma de reconhecer seus talentos. Demita estas organizações do seu currículo. Sua empresa tem que ser uma empresa “Apda”, ou seja, ampliada, e não limitada. Isto representa ampliar experiências, relacionamentos e conhecimentos. Sua empresa precisa viver a Era do Conhecimento, portanto, é uma empresa que sabe, e por isso mesmo é que aprende!

By Silvio Bugelli

Inanição intelectual

Posted in Inspiração with tags on 23/06/2009 by Joe

LivrosGaston é um homem bonito que atrai quase todas as garotas de sua aldeia. Apenas uma não se sente fascinada por ele: Bela, que vê muito além das aparências. Bela vive a procura de algo maior e acredita que “deve existir algo além do que uma vida sem emoção”. Nesta aventura ela descobre os livros.

Desde que assisti ao musical (A Bela e a Fera) comecei a fazer uma sondagem nas platéias das palestras e convenções de aprendizado que participo. A primeira pergunta que lanço é muito subjetiva: quem tem o hábito de ler com freqüência? Sem o compromisso da precisão matemática, posso afirmar que menos de um quarto da platéia levanta a mão. Começo, então, a dialogar com aqueles que levantaram a mão. A grande maioria, que diz ter o hábito da leitura, lê com freqüência jornais e revistas. São poucos os que lêem livros.

Indo mais a fundo no questionamento, dirijo a pergunta para aqueles que disseram que lêem livros. A pergunta desta vez é: vocês lêem muitos livros? Em platéias com mais de 200 pessoas pode-se contar nos dedos quantos são aqueles que dizem sim. Mas, o questionamento derradeiro ainda está por vir: o que são muitos livros? Quantos livros são lidos em um ano? A resposta é surpreendente: quem lê muito, lê entre quatro a oito livros por ano! Pare para pensar e faça você também a estatística com as pessoas que você convive. São leitores contumazes ou engrossam as estatísticas da inanição intelectual?

Para alguns, os livros não passam de objetos de decoração e se prestam para “dar peso ao ambiente”. Neste processo de coisificação do livro, pouco importa o conteúdo: os livros são adquiridos por metro e a seleção se dá pela capa e pela lombada; quanto maior e mais colorido, melhor. A aparência de velhos e manuseados reforçam a idéia de cultura sólida e conhecimento de berço.

Pessoas inanimadas lêem muito pouco e, portanto, evoluem pouco na carreira e na vida. Uma coisa está diretamente ligada à outra. Sem conhecimento, as pessoas não brilham. Apagadas, passam a vida nas trevas sem serem percebidas. Um profissional que não lê, é um profissional que limita seu conhecimento sistêmico e, conseqüentemente, tem poucas perspectivas.

Outras pessoas, porém, consideram os livros “alimentos para o cérebro”. Da mesma forma que um veículo, para se movimentar precisa de combustível; nosso corpo, para se manter ativo precisa de alimento; a nossa mente, por sua vez, para se manter atualizada, precisa de conhecimento. Os livros cumprem este papel como boa alternativa de informação e pesquisa.

Uma pessoa que lê é uma fonte inesgotável de criatividade, pois quando a informação se transforma em conhecimento, a visão do todo se amplia. Ler um livro é como escalar uma montanha, subir no topo e dali ver o mundo de um novo ângulo, um ângulo superior e sistêmico.

A leitura de livros tem um custo-benefício extremamente vantajoso. Não é preciso empatar muito tempo, e tampouco muito capital, em algo que pode se transformar em um importante diferencial, capaz de impulsionar o sucesso em qualquer carreira. A leitura areja a mente, nutre as idéias e faz brotar o talento de cada um. Se realmente somos os nossos conhecimentos, a informação que ingerimos molda nossa personalidade e contribui na formulação de nossas idéias.

Aquilo que escolhemos para ler e o que resolvemos deixar de lado são, portanto, decisões críticas que tomamos. Qual a utilidade dos detalhes dolorosos de um crime? E a roupa usada por um artista famoso? E a briga entre torcidas após um clássico de futebol? O excesso de informações inúteis funciona como um hipnotismo que aciona o piloto automático e faz com que a pessoa viva na repetição, adormecida e com baixo senso crítico. O lixo cultural invadiu nossa vida e a informação útil compete em desvantagem com a poluição mental, assim tudo que absorvemos torna-se parte de nós. Assim, quem está em evolução constante está a cada dia ampliando seu próprio dicionário de mundo.

O mal da humanidade tem nome: inanição intelectual, ou se preferir, simplesmente ignorância. O tempo é você que faz. Invente um futuro cheio de possibilidades. Vá além de apenas ler bons livros. Comece degustando, depois saboreie, e por fim devore-os. E bom apetite!

By Silvio Bugelli, consultor, conferencista e educador empresarial. Formado em Administração de Empresas com pós-graduação pela FGV.

O tesouro de Bresa

Posted in Reflexão with tags on 22/06/2009 by Joe

Livro do SegredoHá uma história muito interessante, chamada “O Tesouro de Bresa”, onde um pobre alfaiate compra um livro com o segredo de um tesouro. Para descobrir o segredo a pessoa tem que decifrar todos os idiomas escritos no livro. Ao estudar e aprender estes idiomas, começam a surgir oportunidades na vida dessa pessoa e ela, lentamente, de forma segura, começa a prosperar.

Depois, ela precisa decifrar os cálculos matemáticos do livro. É obrigada a continuar estudando e se desenvolvendo, e sua prosperidade aumenta. No final da história não existe tesouro algum; na busca do segredo, a pessoa se desenvolveu tanto que ela mesma passa a ser o tesouro.

O profissional que quiser ter sucesso e prosperidade precisa aprender a trabalhar a si mesmo com muita disciplina e persistência. Vejo com frequência as pessoas dando um duro danado no trabalho, porque foram preguiçosas demais para dar um duro danado em si mesmas.

Os piores são os que acham que podem dar duro de vez em quando. Ou que já deram duro e agora podem se acomodar. Entenda: o processo de melhoria não deve acabar nunca. A acomodação é o maior inimigo do sucesso!!! Por isso dizem que a viagem é mais importante que o destino. O que você é acaba sendo muito mais importante do que o que você tem. A pergunta importante não é o “quanto vou ter?” mas sim, “no que vou me transformar?”. Não é “quanto vou ganhar?” mas sim, “quanto vou aprender?”. Pense bem e você notará que tudo o que tem é fruto direto da pessoa que você é hoje. Se você não tem o suficiente, ou se acha o mundo injusto, talvez esteja na hora de rever esses conceitos.

O porteiro do meu prédio vem logo à minha mente. É porteiro desde que o conheço. Passa 8 horas por dia na sua sala, sentado atrás da mesa. Nunca o peguei lendo um livro. Está sempre assistindo à TV, ou reclamando do governo, do salário, do tempo. É um bom porteiro mas, em todos esses anos, poderia ter se desenvolvido e hoje ser muito melhor do que é. Continua porteiro, sabendo e fazendo exatamente as mesmas coisa que fazia há dez anos. Aí reclama que o sindicato não negocia um reajuste maior todos os anos. Nunca consegui fazê-lo entender que as pessoas não merecem ganhar mais só porque o tempo passou. Ou você aprende e melhora, ou merece continuar recebendo a mesma coisa. Produz mais, vale mais? Ganha mais. Produz a mesma coisa? Ganha a mesma coisa. É simples. Os rendimentos de uma pessoa raramente excedem seu desenvolvimento pessoal e profissional. Às vezes alguns têm um pouco mais de sorte mas, na média, isso é muito raro. É só ver o que acontece com os ganhadores da loteria, astros, atletas. Em poucos anos perdem tudo.

Alguém certa vez disse que se todo o dinheiro do mundo fosse repartido igualmente, logo estaria de volta ao bolso de alguns poucos. Porque a verdade é que é difícil receber mais do que se é. Como diz  Jim Rohn, no que ele chama do grande axioma da vida: “Para ter mais amanhã, você precisa ser mais do que é hoje”. Esse deveria ser o foco da sua atenção. Não são precisos saltos revolucionários, nem esforços tremendos repentinos.

Melhore 1% todos os dia (o conceito de “Kaizen”) em diversas áreas da sua vida, sem parar. Continue, mesmo que os resultados não sejam imediatos e que, aparentemente, superficialmente, pareça que não está melhorando. Porque existe, de acordo com Jim Rohn, um outro axioma: o de não mudar. Se você não mudar quem você é, você continuará tendo o que sempre teve.

Autoria desconhecida.

Acreditar e agir

Posted in Reflexão with tags on 21/06/2009 by Joe

RemarUm viajante caminhava pelas margens de um grande lago de águas cristalinas e imaginava uma forma de chegar até o outro lado, onde era seu destino. Suspirou profundamente enquanto tentava fixar o olhar no horizonte. A voz de um homem de cabelos brancos quebrou o silêncio momentâneo, oferecendo-se para transportá-lo. Era um barqueiro.

O pequeno barco envelhecido, no qual a travessia seria realizada, era provido de dois remos de madeira de carvalho. O viajante olhou detidamente e percebeu o que pareciam ser letras em cada remo. Ao colocar os pés empoeirados dentro do barco, observou que eram mesmo duas palavras. Num dos remos estava entalhada a palavra “acreditar” e no outro “agir”.

Não podendo conter a curiosidade, perguntou a razão daqueles nomes originais dados aos remos. O barqueiro pegou o remo, no qual estava escrito “acreditar”, e remou com toda força. O barco, então, começou a dar voltas sem sair do lugar em que estava. Em seguida, pegou o remo em que estava escrito “agir” e remou com todo vigor. Novamente o barco girou em sentido oposto, sem ir adiante.

Finalmente, o velho barqueiro, segurando os dois remos, movimentou-os ao mesmo tempo e o barco, impulsionado por ambos os lados, navegou através das águas do lago, chegando calmamente à outra margem. Então o barqueiro disse ao viajante:

– Este barco pode ser chamado de “autoconfiança”. E a margem chama-se “realização”, a meta que desejamos atingir. Para que o barco da autoconfiança navegue seguro e alcance a meta pretendida, é preciso que utilizemos os dois remos ao mesmo tempo e com a mesma intensidade: agir e acreditar. Não basta apenas acreditar, senão o barco ficará rodando em círculos, é preciso também agir para movimentá-lo na direção que nos levará a alcançar a nossa meta.

Agir e acreditar. Impulsionar os remos com força e com vontade, superando as ondas e os vendavais e não esquecer que, por vezes, é preciso remar contra a maré.

Gandhi tinha uma meta: libertar seu povo do jugo inglês. Tinha também uma estratégia: a não violência. Sua autoconfiança foi tanta que atingiu a sua meta sem derramamento de sangue. Ele não só acreditou que era possível, mas também agiu com segurança.

Madre Teresa também tinha uma meta: socorrer os pobres abandonados de Calcutá. Acreditou, agiu, e superou a meta inicial, socorrendo pobres do mundo inteiro.

Albert Schweitzer traçou sua meta e chegou lá. Deixou o conforto da cidade grande e se embrenhou na selva da África francesa para atender os nativos, no mais completo anonimato.

Como estes, teríamos outros tantos exemplos de homens e mulheres que não só acreditaram, mas que tornaram realidade seus planos de felicidade e redenção particular.

E você? Está remando com firmeza para atingir a meta a que se propôs?

Se o barco da sua autoconfiança está parado no meio do caminho ou andando em círculos, é hora de tomar uma decisão e impulsioná-lo com força e com vontade.

Lembre que só você poderá acioná-lo utilizando-se os dois remos: agir e acreditar.

Já parou pra pensar quantas vezes você não conseguiu chegar à outra margem? Pense nisso!

Autoria desconhecida.

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