Arquivo para janeiro, 2012

O que acontece no meio

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 31/01/2012 by Joe

Vida é o que existe entre o nascimento e a morte. O que acontece no meio é o que importa.

No meio, a gente descobre que sexo sem amor também vale a pena, mas é ginástica, não tem transcendência nenhuma. Que tudo o que faz você voltar pra casa de mãos abanando (sem uma emoção, um conhecimento, uma surpresa, uma paz, uma ideia) foi perda de tempo.

Que a primeira metade da vida é muito boa, mas da metade pro fim pode ser ainda melhor se a gente aprendeu alguma coisa com os tropeços lá do início. Que o pensamento é uma aventura sem igual. Que é preciso abrir a nossa caixa preta de vez em quando, apesar do medo do que vamos encontrar lá dentro. Que maduro é aquele que mata no peito as vertigens e os espantos.

No meio, a gente descobre que sofremos mais com as coisas que imaginamos que estejam acontecendo do que com as que acontecem de fato. Que amar é lapidação, e não destruição. Que certos riscos compensam – o difícil é saber previamente quais. Que subir na vida é algo para se fazer sem pressa.

Que é preciso dar uma colher de chá para o acaso. Que tudo que é muito rápido pode ser bem frustrante. Que Veneza, Mykonos, Bali e Patagônia são lugares excitantes, mas que incrível mesmo é se sentir feliz dentro da própria casa. Que a vontade é quase sempre mais forte que a razão. Quase? Ora, é sempre mais forte.

No meio, a gente descobre que reconhecer um problema é o primeiro passo para resolvê-lo. Que é muito narcisista ficar se consumindo consigo próprio. Que todas as escolhas geram dúvida, todas. Que depois de lutar pelo direito de ser diferente, chega a bendita hora de se permitir a indiferença.

Que adultos se divertem muito mais do que os adolescentes. Que uma perda, qualquer perda, é um aperitivo da morte – mas não é a morte, que essa só acontece no fim, e ainda estamos falando do meio.

No meio, a gente descobre que precisa guardar a senha não apenas do banco e da caixa postal, mas a senha que nos revela a nós mesmos. Que passar pela vida à toa é um desperdício imperdoável. Que as mesmas coisas que nos exibem também nos escondem (escrever, por exemplo).

Que tocar na dor do outro exige delicadeza. Que ser feliz pode ser uma decisão, não apenas uma contingência. Que não é preciso se estressar tanto em busca do orgasmo, há outras coisas que também levam ao clímax: um poema, um gol, um show, um beijo.

No meio, a gente descobre que fazer a coisa certa é sempre um ato revolucionário. Que é mais produtivo agir do que reagir. Que a vida não oferece opção: ou você segue, ou você segue. Que a pior maneira de avaliar a si mesmo é se comparando com os demais. Que a verdadeira paz é aquela que nasce da verdade. E que harmonizar o que pensamos, sentimos e fazemos é um desafio que leva uma vida toda, esse meio todo.

By Martha Medeiros.

Doe Palavras

Posted in Solidariedade with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 30/01/2012 by Joe

Um movimento muito importante está em andamento, principalmente para os antenados em tecnologia. Trata-se do projeto “Doe Palavras”, iniciativa do Instituto Mário Penna, de Belo Horizonte, que trata de pacientes com câncer.

O projeto é justamente esse: Doe Palavras. Você escreve uma mensagem de apoio através do site www.doepalavras.com.br ou pelo Twitter (use a hashtag #doepalavras) e ela é veiculada nos monitores internos do Hospital Mario Penna, Hospital Luxemburgo e Casa de Apoio Beatriz Ferraz, em locais onde os pacientes mais precisam de força, como a sala de quimioterapia.

Então, sugiro a todos que participam de redes sociais como Orkut, Facebook, Flickr, MySpace, Hi5, Linkedin, Sonico, UOLK e tantas outras, que participem desse projeto. Para tanto basta enviar uma mensagem usando frases divertidas, inteligentes, criativas.

Vamos sair do lugar comum, fugindo daquelas frases tipo, “tenha fé, Deus está contigo, etc.”, e outras que, de tanto serem repetidas acabam perdendo o efeito. Lembrem-se que as pessoas que lá se encontram estão sofrendo, com dores, às vezes até sem perspectivas e precisam de muito carinho, precisam de força e alto astral.

Quem acompanha meu blog leu, há pouco tempo, textos que falam sobre os neuropeptídeos, substâncias liberadas pelo cérebro e que têm um efeito sobre as células do corpo humano. Então, vamos fazer essas pessoas darem risadas, sentirem-se mais leves, para que seus corpos sejam beneficiados com a serotonina, que ajuda a recuperar e melhorar o sistema imunológico.

Então, vamos cooperar enviando mensagens via Twitter (#doepalavras) ou pelo site www.doepalavras.com.br. Aproveite também para conhecer o Instituto Mario Penna e o trabalho importante que eles realizam, bem como outros projetos!

Vamos lá?

Doem palavras … com criatividade, bom humor, alto astral! Não custa nada e faz bem para quem recebe e para quem envia!

By Joemir Rosa.

George Carlin

Posted in Arte with tags , , , , , , , , , , on 29/01/2012 by Joe

George Denis Patrick Carlin, nascido em Nova Iorque, em 12 de maio de 1937, foi um comediante, ator e autor norte-americano, pioneiro, no humor de crítica social.

A sua mais polêmica apresentação chamava-se “Sete Palavras que não se pode dizer em televisão”, o que lhe causou, durante os anos setenta, vários dissabores, acabando preso em inúmeras vezes que levou o texto ao palco.

Até meados da década de 1960, Carlin manteve uma imagem tradicional. Depois, decidiu deixar crescer o cabelo e a barba e tornou-se um ícone da contracultura. Crítico contumaz das religiões e ateu convicto, principalmente do sentido da culpa e do controle social, defendia valores seculares.

Aplaudido por milhões de telespectadores, George Carlin participou de vários filmes e séries de TV. Dublou ainda filmes de animação, como “Carros” e outros.

Um dos precursores do stand-up comedy, Carlin nos presenteia com seu humor sarcástico, cáustico e verdadeiro.

Morreu em 22 de junho de 2008 em um hospital de Los Angeles de parada cardíaca, depois de, nos últimos 20 anos, ter passado por um enfarte e duas cirurgias no coração.

Vejam, abaixo, um de seus melhores momentos, em um video engraçado e sério ao mesmo tempo.

Deixo uma interrogação para cada um de nós: humorista ou filósofo?

By Joemir Rosa.

Empadão de bacalhau

Posted in Receitas with tags , , , , , , , , , on 28/01/2012 by Joe

O empadão, assim como a empada também, é uma espécie de salgado muito popular no Brasil e em Portugal. Sua origem é desconhecida, embora seja encontrado em quase todos os lugares do mundo.

Provavelmente, tem origem nos pastelões portugueses, que consistiam em grandes tortas salgadas, com recheios diversos, com forte influência medieval. No século XIX os pastelões pequenos eram conhecidos como empadas de caixa.

Uma outra razão do sucesso das empadas e empadões, era que serviam como refeições para os seguidores da Igreja Católica nos dias de abstinência de consumo de carne de vaca ou suína.

Em Portugal, as empadas de frango são hoje as mais populares, sendo possível encontrá-las na maior parte dos cafés e pastelarias, assim como adquirí-las em supermercados.

O salgado geralmente é feito de massa podre (massa preparada de farinha com gordura para assar), com recheios variados: carne de boi, carne-seca, frango, requeijão (catupiry), camarão, palmito, entre outros.

A origem da palavra empada é uma simplificação para a palavra empanada, também usada no idioma espanhol, vindo do latim panis, que significa pão.

Histórias e etimologias à parte, a receita de hoje é muito saborosa. Um empadão de bacalhau, aproveitando que o peixe tem seu preço mais em conta depois do final do ano.

Então, vamos ao que interessa!

Empadão de bacalhau

Ingredientes

Massa

1 tablete (15 g) de fermento biológico fresco
1 colher (chá) de açúcar
2 colheres (sopa) de queijo ralado
1 tablete (200 g) de manteiga em temperatura ambiente
1 ovo
½ xícara (chá) de leite
1 colher (chá) de sal
4 xícaras (480 g) de farinha de trigo

Recheio

1 colher (sopa) de azeite
1 colher (sopa) de manteiga
2 dentes de alho
1 cebola picada
2 tomates sem pele e sem sementes
400 g de bacalhau dessalgado, sem espinhas, cozido e desfiado
sal e molho de pimenta
2 colheres (sopa) de farinha de trigo
1 xícara (chá) de leite
3 colheres (sopa) de salsinha picada
10 azeitonas verdes picadas
1 gema para pincelar

Modo de preparo

Massa: misture o fermento no açúcar até misturar bem, junte o queijo, a manteiga, o ovo, o leite, o sal e a farinha de trigo, misturando tudo muito bem até formar uma  massa homogênea.

Recheio: aqueça o azeite e a manteiga; doure o alho, a cebola, os tomates, o bacalhau, o sal e a pimenta e refogue tudo muito bem. Dissolva a farinha de trigo no leite e acrescente ao refogado, mexendo até obter um creme. Por último, coloque a salsinha e as azeitonas.

Montagem: divida a massa em 2 partes e abra-as com um rolo. Forre um refratário (23 cm de diâmetro) com uma metade da massa. Coloque o recheio e cubra com a outra metade. Pincele a gema sobre a torta e leve para assar em forno médio (180° C) por 30 minutos ou até que fique dourada.

By Joemir Rosa.

Decidi…

Posted in Inspiração with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 27/01/2012 by Joe

E assim, depois de muito esperar, num dia como outro qualquer, decidi triunfar…

Decidi não esperar as oportunidades e sim, eu mesmo buscá-las.

Decidi ver cada problema como uma oportunidade de encontrar uma solução.

Decidi ver cada deserto como uma possibilidade de encontrar um oásis.

Decidi ver cada noite como um mistério a resolver.

Decidi ver cada dia como uma nova oportunidade de ser feliz.

Naquele dia descobri que meu único rival não era mais que minhas próprias limitações e que enfrentá-las era a única e melhor forma de as superar.

Naquele dia descobri que eu não era o melhor e que talvez eu nunca tivesse sido.

Deixei de me importar com quem ganha ou perde.

Agora me importa simplesmente saber melhor o que fazer.

Aprendi que o difícil não é chegar lá em cima e sim, deixar de subir.

Aprendi que o melhor triunfo é poder chamar alguém de “amigo”.

Descobri que o amor é mais que um simples estado de enamoramento, “o amor é uma filosofia de vida”.

Naquele dia deixei de ser um reflexo dos meus escassos triunfos passados e passei a ser uma tênue luz no presente.

Aprendi que de nada serve ser luz se não iluminar o caminho dos demais.

Naquele dia decidi trocar tantas coisas…

Naquele dia aprendi que os sonhos existem para tornarem-se realidade.

E desde aquele dia já não durmo para descansar … simplesmente durmo para sonhar.

By Walt Disney.

Abrindo portas

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , on 26/01/2012 by Joe

Numa terra em guerra havia um rei que causava espanto. Cada vez que fazia prisioneiros não os matava; levava-os a uma sala onde havia um grupo de arqueiros em um canto e uma imensa porta de ferro do outro, na qual figuras de caveiras estavam gravadas.

Nesta sala ele ordenava que ficassem em um círculo e então lhes dizia:

– “Vocês podem escolher entre morrer flechados por meus arqueiros, ou passarem por aquela porta e lá serem trancados por mim!”

Todos os que por ali passavam acabavam escolhendo serem mortos pelos arqueiros. Ao término da guerra, um soldado, que por muito tempo servira ao rei, perguntou-lhe:

– “Senhor, posso lhe fazer uma pergunta?”

– “Diga, soldado”.

– “O que há por trás daquela assustadora porta?”

– “Vá e veja”.

O soldado, então, abriu a porta vagarosamente, e percebeu que, à medida que o fazia, raios de sol foram adentrando e clareando o ambiente, até que, totalmente aberta, notou que a porta levava a um caminho que saía rumo à liberdade. O soldado, admirado, apenas olhou, surpreso, para o seu rei, que disse:

– “Eu dava a eles a escolha, mas preferiam morrer a arriscar abrir esta porta…”

Quantas portas deixamos de abrir pelo medo de arriscar? Quantas vezes perdemos a liberdade apenas por sentirmos medo de abrir a porta de nossos sonhos?

Pense nisso da próxima vez que tiver de tomar alguma decisão importante!

Desconheço o autor.

Feliz aniversário, São Paulo! 458 anos!

Posted in Homenagem with tags , , , , , , , , , , , on 25/01/2012 by Joe

São Paulo, São Paulo.

É sempre lindo andar na cidade de São Paulo, de São Paulo
O clima engana, a vida é grana em São Paulo
A japonesa loura, a nordestina moura de São Paulo
Gatinhas punks, um jeito yankee de São Paulo, de São Paulo.

Na grande cidade me realizar, morando num BNH
Na periferia a fábrica escurece o dia.

Não vá se incomodar com a fauna urbana de São Paulo, de São Paulo
Pardais, baratas, ratos na rota de São Paulo
E pra você criança muita diversão e Pauluição
Tomar um banho no Tietê ou ver TV.

Na grande cidade me realizar, morando num BNH
Na periferia a fábrica escurece o dia.

Chora Menino, Freguesia do Ó, Carandiru, Mandaqui, aqui
Vila Sônia, Vila Ema, Vila Alpina, Vila Carrão, Morumbi, Pari,
Butantã, Utinga, M’Boi Mirim, Brás, Brás, Belém
Bom Retiro, Barra Funda, Ermelino Matarazzo, Mooca, Penha, Lapa, Sé,
Jabaquara, Pirituba, Tucuruvi, Tatuapé

Pra quebrar a rotina num fim de semana em São Paulo, em São Paulo
Lavar um carro comendo um churro é bom pra burro
Um ponto de partida pra subir na vida em São Paulo
Terraço Itália, Jaraguá, Viaduto do Chá.

Na grande cidade me realizar morando num BNH
Na periferia a fábrica escurece o dia
Na periferia a fábrica escurece o dia
Na periferia a fábrica escurece o dia

Intérprete: Premeditando o Breque (Premê)

By Joemir Rosa.

Águias ou galinhas?

Posted in Inspiração with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 24/01/2012 by Joe

Um camponês criou um filhote de águia junto com suas galinhas, tratando-a da mesma maneira que tratava as galinhas, de modo que ela pensasse que também era uma delas.

Dava a mesma comida jogada no chão, a mesma água num bebedouro rente ao solo,  fazendo-a ciscar para complementar a alimentação, como se fosse uma galinha.

E a águia passou a se portar como se fosse uma galinha.

Certo dia, passou por sua casa um naturalista, que vendo a águia ciscando no chão, foi falar com o camponês:

– “Isto não é uma galinha, é uma águia!”

O camponês retrucou:

– “Agora ela não é mais uma águia, agora ela é uma galinha!”

O naturalista disse:

– “Não, uma águia é sempre uma águia … e vou mostrar-lhe!”

Levou-a para cima da casa do camponês, elevou-a nos braços e disse:

– “Voa … você é uma águia … assuma sua natureza!”

Mas a águia não voou! O camponês, então, disse:

– “Eu não lhe disse que ela agora é uma galinha?”

O naturalista disse:

– “Amanhã, veremos…”

No dia seguinte, logo cedo, eles subiram até o alto de uma montanha. O naturalista levantou a águia e disse:

– “Águia, veja este horizonte, veja o sol lá em cima e os campos verdes lá embaixo, veja todas essas nuvens, elas podem ser suas! Desperte para sua natureza e voe como águia que és…”

A águia começou a ver tudo aquilo, foi ficando maravilhada com a beleza das coisas que nunca tinha visto, ficou um pouco confusa no início, sem entender porque tinha ficado tanto tempo alienada. Então, ela sentiu seu sangue de águia correr nas veias, perfilou devagar suas asas e partiu num vôo lindo, até que desapareceu no horizonte azul.

Se pararmos para analisar essa história, notaremos que se criam as pessoas como se fossem galinhas também. Porém, elas são águias. Todos podemos voar, se quisermos. Basta enxergarmos os horizontes largos, o céu e as nuvens a nos esperar.

Voe cada vez mais alto e não se contente com os grãos que lhe jogam para ciscar. Nós somos águias, não temos que agir como galinhas, como às vezes querem que sejamos.

Pessoas com mentalidade de galinha são mais fáceis de controlar, pois elas abaixam a cabeça para tudo, com medo, sem confiança.

Conduza sua vida de cabeça erguida, respeitando os outros, sim, mas com medo, jamais!

By Frei Leonardo Boff.

Palavras do Grande Inquisidor

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 23/01/2012 by Joe

Na obra “Os Irmãos Karamazov”, de Dotoiévsksi, há um trecho envolvendo o “Grande Inquisidor”. É assim:

“Jesus havia voltado à terra e andava incógnito entre as pessoas. Todos o reconheciam e sentiam o seu poder, mas ninguém se atrevia a pronunciar o seu nome. Não era necessário. De longe, o Grande Inquisidor o observa no meio da multidão e ordena que ele seja preso e trazido à sua presença. Então, diante do prisioneiro silencioso, ele profere a sua acusação:

– “Não há nada mais sedutor aos olhos dos homens do que a liberdade de consciência, mas também não há nada mais terrível. Em lugar de pacificar a consciência humana, de uma vez por todas, mediante sólidos princípios, Tu lhe ofereceste o que há de mais estranho, de mais enigmático, de mais indeterminado, tudo o que ultrapassava as forças humanas: a liberdade. Agiste, pois, como se não amasses os homens… Em vez de Te apoderares da liberdade humana, Tu a multiplicaste, e assim fazendo, envenenaste com tormentos a vida do homem, para toda a eternidade…”

“O Grande Inquisidor estava certo. Ele conhecia o coração dos homens. Os homens dizem amar a liberdade, mas, de posse dela, são tomados por um grande medo e fogem para abrigos seguros. A liberdade dá medo. Os homens são pássaros que amam o vôo, mas têm medo dos abismos. Por isso abandonam o vôo e se trancam em gaiolas.”

“Somos assim: sonhamos o vôo mas tememos a altura . Para voar é preciso ter coragem para enfrentar o terror do vazio. Porque é só no vazio que o vôo acontece. O vazio é o espaço da liberdade, a ausência de certezas. Mas é isso o que tememos: o não ter certezas. Por isso trocamos o vôo por gaiolas. As gaiolas são o lugar onde onde as certezas moram.

É um engano pensar que os homens seriam livres se pudessem, que eles não são livres porque um estranho os engaiolou, que eles voariam se as portas estivessem abertas… A verdade é oposto. Não há carcereiros. Os homens preferem as gaiolas aos vôos. São eles mesmos que constroem as gaiolas em que se aprisionam…”

“Deus dá a nostalgia pelo vôo. As religiões constroem gaiolas.”

“Os hereges são aqueles que odeiam as gaiolas e abrem as suas portas para que o Pássaro Encantado voe livre. Esse pecado, abrir as portas das gaiolas para que o Pássaro voe livre, não tem perdão. O seu destino é a fogueira”.

Palavras do Grande Inquisidor

By Rubem Alves.

Shakuhachi

Posted in Música with tags , , , , , , , , , , , , , on 22/01/2012 by Joe

Shakuhachi é um instrumento de sopro de estrutura aparentemente simples: um bocal, o corpo de bambu e cinco orifícios. Porém, suas medidas são rigorosas. O comprimento mais comum do instrumento é de 1,8 shaku (1 shaku = aproximadamente 30 centímetros).

O bambu usado na sua construção é um bambu grosso e duro chamado Madake, cortado na base e com a distância entre os nós bem definida. Possui quatro orifícios na parte frontal e um na parte traseira coberto pelo polegar.

Fundamentalmente, o Shakuhachi usa a escala pentatônica (ré, fá, sol, lá, dó, ré), mas é possível executar a escala cromática e até fazer portamento apenas mudando a embocadura.

Assim como o Koto e o Sangen, o instrumento foi introduzido no Japão através da China.

Existem composições para o Shakuhachi datadas da era Nara (Século VIII). O Shakuhachi era tocado como parte das cerimônias e práticas do Zen Budismo, mais especificamente na facção Fuke japonesa. Era o instrumento preferido dos sacerdotes peregrinos.

No início do período Edo (Século XVII) surge a escola Kinko, que sem perder os aspectos religiosos, passou a utilizar o instrumento puramente para a música.

Há cerca de cem anos surgiu uma nova escola, a Tozan. Existem diferenças na técnica de execução dos instrumentos, e até mesmo na estrutura, como a colocação do quinto orifício numa posição mais abaixo.

O som que vem dessa flauta de bambu é relaxante. Então, convido-os a sentarem confortavelmente, aumentarem um pouco o volume, fecharem os olhos e mergulharem nesta pequena viagem mágica, de paz e tranquilidade!

By Joemir Rosa.

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