Johann Pachelbel foi um compositor alemão, nascido em Nuremberg em 1653. Desde cedo mostrou talento e, incentivado pelo seu pai, foi estudar música com dois grandes músicos da época. Aos 15 anos foi para a Universidade de Altdorf, onde se tornou um dos principais organistas, porém por pouco tempo, por falta de dinheiro para continuar seus estudos.
Em 1670, matriculou-se no Gymnasium Poeticum, em Ratzbonn, para prosseguir seus estudos com Kaspar Prentz, mestre que o apresentou à música italiana.
No decorrer de sua vida, alcançou um sucesso extraordinário como organista, compositor e professor. Casou-se duas vezes, sendo que a primeira esposa e o filho morreram contaminados pela grande peste.
Sua peça mais famosa é “Canon em Ré Maior”, peça barroca de música que tem sido interpretada por diversos músicos e orquestras, tornando-se até música-tema para filmes. Esta obra, mais do que seu compositor, alcançou fama mundial até os dias de hoje e atualmente é muito executada em casamentos por sua doçura e suavidade.
O que significa a palavra “Canon”, então? Bem, certamente não é um “canhão” (a grande arma), como é muitas vezes sugerido. Uma canon (ou kanon, em alemão ) é uma peça de música que caracteriza-se por imitação e repetição. Primeiro um instrumento ou vocal apresenta uma parte da melodia. Então, depois de uma série de tons, um segundo instrumento começa vocais para repetir, ou imitar, a primeira melodia, tocando exatamente o mesmo tom, mas com um atraso de tempo. Pode-se, então, adicionar mais instrumentos ou vozes, dependendo da composição, resultando numa sequência de acordes harmonicamente sobrepostos .
Nos videos abaixo, temos dois exemplos da popularidade dessa obra. No primeiro deles, temos “Canon em Ré” com os instrumentos originais.
Neste segundo vídeo temos um arranjo para guitarra, com backings programados em computador, nas mãos de um garoto muito hábil com o instrumento.
Ela é simples no dia a dia, mas, ao mesmo tempo, é sofisticada com a máxima suavidade. Afinal, ela tem o DNA de diva e, porque não assumir, ela é uma delas. Também pudera: filha de Marina Monarcha, uma lenda viva do canto lírico brasileiro e uma das vozes mais respeitadas de sua época. Carmen Monarcha não poderia ser diferente e – obrigado Deus! – ela resolveu ser cantora.
Se você não a conhece pessoalmente, saiba que é ela doce como açúcar, firme como uma rocha e determinada como uma heroína de Puccini. Paraense, cresceu acompanhando a mãe nos teatros mais importantes do Brasil, até se dar conta que era apaixonada por tudo aquilo. Ainda criança quis entender a ciência dos instrumentos e estudou violino, piano, cello e até flertou com o ballet clássico. Mas foi nas aulas de canto com Marina Monarcha que enxergou o motivo pelo qual está nesse mundo e entendeu, com todas as linhas melódicas, o que realmente queria fazer.
Cresceu, teve uma passagem meteórica por São Paulo ao cursar canto na Faculdade de Artes Alcântara Machado, mas logo foi descoberta pela Profa. Mya Besselink e alçou voo para a Holanda, onde está radicada há doze anos. Em terra estrangeira, formou-se em 2002 em “Solo Singing Performance”, no Conservatorium van Hogeschool Maastricht, por meio de bolsa concedida pela Fundação Vitae. Aperfeiçoou sua voz de puro lírico soprano e tem uma carreira consolidada internacionalmente (e você vai saber por quê ao ouví-la), além de ganhar cada vez mais espaço no cenário nacional. Como já estava naquele “miolo cultural europeu”, fez master-classes com Barbara Schlik, Elly Emmeling e com o maestro Ludo Clasen, com quem se apresentou em concerto transmitido pela Radio Nederland.
Na Alemanha, estudou com a Profa. Monika Hausvater. Ganhou prêmios importantes como o “Concurso Nacional de Canto Irmãos Nobre” (1999), “Concurso Jovens Solistas da Orquestra da Petrobras” (2000) e “Concurso Internacional de Canto Bidu Sayão” (2001). Em 1999, ganhou o papel de “Contessa di Boissy”, na produção da ópera “Lo Schiavo”, de Carlos Gomes. A partir daí, virou habituée das temporadas líricas e dos festivais de ópera brasileiros. Teatro Municipal de São Paulo; Theatro da Paz (Belém do Pará); Belas Artes (Belo Horizonte), Amazonas (Manaus) e Sala São Paulo foram alguns dos palcos nos quais interpretou personagens marcantes.
Para ficar nas mais famosas, fez “Nanetta”, em Falstaff, de Verdi, sob direção de José Possi Neto; “Melisande”, em Pelleas et Melisande de Debussy; “Juliette”, em Romeo et Juliette de Gounod, no Teatro Bellas Artes de Bogotá/Colômbia e no Festival Amazonas de Ópera em Manaus, assim como “L’iberdade”, em Ça Ira, de Roger Waters e “Rosalinde”, em O Morcego, de Johann Strauss.
Há 10 anos, paralelamente à carreira de concertista, é solista convidada de “André Rieu & Johann Strauss Orchestra”, fazendo turnês por toda a Europa, América do Norte e América Latina, México, Japão, Coréia, Austrália, Nova Zelândia e África do Sul. Em 2013 foi “Adina”, em O Elixir do Amor de Donizetti, no Festival de Ópera do Theatro da Paz e fez parte das homenagens ao centenário de Vinicius de Moraes, apresentando-se na Sala São Paulo, em um concerto com cinco canções inéditas com textos do poeta, compostas especialmente para sua interpretação, pelo renomado compositor João Guilherme Ripper.
Acha que acaba por aí? Atualmente, está à frente de sua empresa, a Monarcha Produções, produzindo o show Essas Mulheres, com direção musical de Miguel Briamonte. No repertório, torna mais acessível ao público seu repertório lírico, assim como visita e homenageia grandes clássicos da cultura nacional e internacional exaltando referências como Judy Garland, Chaplin, Barbra Streisand, Elis Regina, Elizete Cardoso, Villa-Lobos, Puccini e Gershwin. Seguindo os passos de sua mãe, começa a viajar o Brasil com Workshops, onde pode dividir com outros cantores a experiência adquirida em anos de palco.
Assista aos videos abaixo e veja tudo isso traduzido numa das mais lindas vozes deste planeta!
Nascida em Janeiro de 1983, Sayaka Shoji vem de uma família de artistas – sua mãe é pintora e a avó é poeta – e passou a infância em Siena, Itália. Estudou música e se formou em 2004 e a partir daí foi morar na Europa.
Ela é a primeira japonesa e a mais jovem ganhadora do Paganini Competition em Gênova, em 1999.
Zubin Mehta foi sempre um dos maiores torcedores pela carreira de Sayaka. Quando ela participou das audições em que ele era o condutor, Zubin imediatamente alterou sua agenda para que ela gravasse com a Orquestra Filarmônica de Israel logo no mês seguinte e depois convidou-a para se apresentar com a Bavarian State Opera e a Orquestra Filarmônica de Los Angeles.
Desde então, ela se apresentou com as maiores orquestra do mundo, conduzida por grandes maestros como Vladimir Ashkenazy, Semyon Bychkov, Sir Colin Davis, Charles Dutoit, Mariss Jansons, Lorin Maazel, Zubin Mehta, Sir Roger Norrington e Antonio Pappano, Yuri Temirkanov.
Durante a temporada 2010-2011, Sayaka Shoji apresentou-se em turnês pela Europa e Japão, com recitais focados em Beethoven. Posteriormente, apresentou-se com a Sinfônica de Sidney, uma volta ao Japão com a Filarmônica da Tchecoslováquia e a Sinfônica Metropolitana de Tokyo.
Sayaka Shoji grava para a Deutsche Grammophon e se apresenta com um violino Recamier Stradivarius de 1729.
No video abaixo, com quase 2.500.000 de visualizações, Sayaka apresenta Concerto em Ré Maior Op. 35 para violino, de Tchaikovsky, numa performance sensacional!
Suponhamos que você se encontre tão desanimado que não tenha mais esperança de transformar seus limões em limonadas. Nesse caso, ainda há duas razões pelas quais você deve, pelo menos, tentar:
A primeira: pode ser que você tenha êxito.
A segunda: mesmo que não tenha êxito, a simples tentativa de transformar o seu mínimo em máximo fará com que você olhe para frente, em vez de olhar para trás. Fará com que você substitua seus pensamentos negativos por pensamentos positivos. Despertará as suas energias criadoras, fazendo com que você fique ocupado, que não tenha tempo nem vontade de lamentar o que já ficou para trás, o que já passou para sempre.
Certa ocasião, um violinista de fama mundial estava se apresentando num concerto em Paris, quando uma das cordas de seu violino subitamente se partiu. Ele não se perturbou e terminou a melodia com apenas três cordas. Assim é a vida: se uma corda se parte, continue apenas com as três restantes!
Lembre-se sempre: a coisa mais importante da vida não é capitalizar sobre os nossos ganhos. Qualquer idiota pode fazer isso. O que realmente importa é tirar proveito das nossas perdas. Isso requer inteligência e constitui a diferença entre um homem sensato e um tolo.
By Dale Carnegie, no livro “Como evitar preocupações e começar a viver”.
Joshua David Bell, nasceu em Bloomington, Indiana, em 9 de dezembro de 1967 e iniciou os estudos de violino aos quatro anos. Com doze anos teve o privilégio de conhecer Josef Gingold e de tornar-se seu discípulo.
Em 1981 ele ganhou a competição Seventeen Magazine/General Motors e fez sua estreia na orquestra com Ricardo Muti e a Orquestra de Filadélfia. Através destes dois triunfos, fez sua estreia no Carnegie Hall e ganhou o Avery Fisher Career Grant. De 1987 a 1996, ele gravou para a London/Decca Records, gravando 13 discos. Em outubro de 1996, ele gravou para a Sony Classic, produzindo novos álbuns, como “Gershwin Fantasy”, “Short Trip Home” e “Listen to the Storyteller” e as trilhas sonoras dos filmes “O Violino Vermelho”, de John Corigliano, ganhador de Oscar e de “Mulheres de Lavanda”, de Charles Dance (dois ótimos filmes!). Bell também fez uma aparição no filme “Music of the Heart”, uma história sobre o poder da música, com outros notáveis violinistas.
A lista das orquestras com que tocou é enorme: National Symphony Orchestra, New York Philharmonic, Boston Symphony, Cleveland Orchestra, Los Angeles Philharmonic, e London Symphony. Ele também trabalhou com excelentes maestros como Vladimir Ashkenazy, Charles Dutoit, John Eliot Gardiner, John Williams, Esa-Pekka Salonen, Christoph von Dohnanyi, e James Levine.
Joshua Bell faz turnês internacionais e promove cerca de 100 concertos por ano. Quando não está em turnê, Joshua vai para sua casa em Nova York, onde se diverte jogando tênis, golfe, basquete, xadrez e curtindo seu computador. Possui, também, um diploma de Artista da Universidade de Indiana.
Ele toca um violino Stradavarius datado de 1732 que é conhecido como o “Tom Taylor”. Valor estimado de três milhões de reais!
A seu respeito, ele diz: “Eu sou meu mais duro crítico. Eu não sinto a pressão da crítica. Sou exigente comigo mesmo”.
Há algum tempo, numa iniciativa do jornal Washington Post como parte de um experimento social, Joshua Bell tocou durante 45 minutos na estação de metro no centro de Washington, onde foi praticamente ignorado por todos que passavam apressados! A história e o vídeo podem ser vistos aqui.
Trago hoje a performance de Bell apresentando “Ave Maria para violino”, de Franz Schubert. No mínimo, emocionante!
O Lago dos Cisnes é um balé dramático em quatro atos do compositor russo Tchaikovsky cuja estreia ocorreu no Teatro Bolshoi em Moscou, no dia 20 de fevereiro de 1877.
Essa primeira apresentação acabou sendo um tremendo fracasso, não por causa da música, mas sim pela má interpretação da orquestra e dos bailarinos, assim como a coreografia e a cenografia.
A peça é composta de quatro atos, como segue:
Ato I
No castelo o aniversário do príncipe Siegfried é comemorado com toda a pompa A rainha oferece ao filho como presente uma balestra e pede-lhe que, no dia seguinte, escolha uma esposa entre as convidadas da festa. Quando os convidados saem do castelo, um grupo de cisnes brancos passa perto do local. Enfeitiçado pela beleza das aves, o príncipe decide caçá-las.
Ato II
O lago do bosque e as suas margens pertencem ao reino do mago Rothbart, que domina a princesa Odette e todo o seu séquito sob a forma de uma ave de rapina. Rothbart transformou Odette e as suas donzelas em cisnes, e só à noite lhes permite recuperarem a aparência humana. A princesa só poderá ser libertada por um homem que ame apenas a ela. Siegfried, louco de paixão pela princesa das cisnes, jura que será ele a quebrar o feitiço do mago.
Ato III
Na corte da Rainha aparece um nobre cavalheiro e sua filha. O príncipe julga reconhecer que a filha do nobre cavalheiro é a sua amada Odette, mas na realidade, por baixo das figuras do nobre cavalheiro e a sua filha escondem-se o mago Rothbart e a feiticeira Odile. A dança com o cisne negro decide a sorte do príncipe e da sua amada Odette: enfeitiçado por Odile, Siegfried proclama que escolheu Odile como sua bela futura esposa, quebrando assim o juramento feito a Odette.
Ato IV
Os cisnes brancos tentam em vão consolar a sua princesa. Mas Odette, destroçada pela decisão do príncipe, aceita a sua má sorte. Nesse momento, surge o príncipe Siegfried que explica à donzela como o mago Rothbart e a feiticeira Odile o enganaram. Odette perdoa o príncipe e os dois renovam os votos de amor um pelo outro. O mago Rothbart, impotente contra esse amor, decide se vingar dos dois e então inunda as margens do lago. Odette e as suas donzelas logo se transformam em cisnes novamente e o príncipe Siegfried, tomado pelo desespero, se afoga nas profundas e turbulentas águas do lago dos cisnes. O príncipe não sobrevive, e Odette com a dor que sente em perder o amado, morre. Uma trágica morte de amor.
Com o Lago dos Cisnes, Tchaikovsky, através de Odette e Siegfried, nos induz a repensar:
Como é o momento em que vivemos?
Quais as nossas prisões?
A solidão de Odette pode representar a solidão da alma humana?
Quais são as Odettes nos dias de hoje? E quais são os Siegfrieds?
Em “O Lago dos Cisnes” temos dois seres “aprisionados” – Siegfried e Odette. Um, pela mesmice da realeza aristocrática que forjou um príncipe de personalidade fraca e insegura. O outro, a total submissão muito bem camuflada na “capa” de um cisne, escondendo a real capacidade de um ser pensante, com as ideias próprias e os sentimentos nobres de um ser humano. No mundo atual, a identificação maior é com Odette ou com Siegfried?
A que se está aprisionado? Aos contra-valores? Aos direitos da pessoa humana?
Tchaikovsky em “O Lago dos Cisnes” como grande romântico, cria uma expressão musical que introduz o espectador na temática principal deste drama, na imagem do cisne. A dualidade de Odette – Odille (aprisionada submissa – humana sedutora), contrapondo-se à irreverência maligna de Rothbart. Um duelo entre o bem e o mal.
E vem-nos a sensação de tédio como Siegfried e de solidão como Odette. Sem esquecer a figura do feiticeiro Rothbart, o todo poderoso manipulador que deseja “deter” o destino de ambos.
Posteriormente, amor e sedução se completam na contribuição dada pela orquestra em que a essência de Odette, representada pelo solo do violino caracteriza a imagem do cisne, e a essência do príncipe Siegfried, representado pelo solo do cello, incorporam a tristeza de Odette, envolvendo a fragilidade humana de Siegfried.
O universo metafórico, proposto por Tchaikovsky, pode ser um grande auxílio para refletirmos na capacidade individual de transformar “aprisionamento” em sentido de vida.
Não será verdade que voamos como pássaros, mas não decolamos das insatisfações pessoais?
Mergulhar no Lago de Tchaikovsky é mergulhar no nosso lago pessoal.
O video a seguir é de uma produção realizada pelo Ballet Kirov, do Lago dos Cisnes, onde a dançarina Yulia Makhalina nos traz as belíssimas e desafiadoras performances de Odette/Odile, enquanto o papel do Príncipe Siegfried fica a cargo de Igor Zelensky.
Esta produção do Ballet Kirov inclui o final feliz familiar no ato final onde Siegfried luta e vence o mago do mal Von Rothbart e, ao amanhecer, está junto de Odette.
David Garrett, nascido com o nome de David Bongartz em 4 de Setembro de 1980, é filho de mãe americana e pai alemão. Já aos 4 anos de idade, se interessou pelo violino ao ver que o pai havia presenteado seu irmão com um instrumento. Logo começou a aprender e, um ano depois, já participava de uma competição, ganhando o primeiro lugar. E, aos sete anos, já se apresentava publicamente!
Aos doze anos, Garrett começou a trabalhar com a violonista polaco-britânica Ida Haendel, viajando frequentemente a Londres e outras cidades européias para acompanhá-la.
Aos treze, firmou seu primeiro contrato com a gravadora Grammophon Gesellschaft, com quem tem exclusividade. Foi nesse período, também, que mudou seu nome artístico e começou a usar o sobrenome da mãe.
Em 1999, entrou para a Juilliard School, de Nova York (uma escola de música e artes cênicas, reconhecida como um dos mais conceituados conservatórios e escolas de dramaturgia do mundo), onde aprofundou seus conhecimentos do violino.
A título de curiosidade, Garrett trabalhou como modelo para aumentar sua renda durante seus estudos na Juilliard School. Alguns críticos de moda o descrevem como o David Beckham da cena clássica!
Formou-se em 2004 para ganhar o mundo como um dos mais aclamados artistas. Garrett toca, alternativamente, um violino Stradivari de 1718 e um Giovanni Battista Guadagnini de 1772, ambos avaliados em milhões de dólares!
Os vídeos abaixo são apenas uma mostra das qualidades musicais desse fabuloso artista, onde ele navega do clássico ao pop, sempre com grande maestria! Basta uma pesquisa na Internet para assistir mais apresentações!
Quando me disseram que eu tinha que dançar conforme a música, tomei providências: entrei numa escola de dança e aprendi a ler partituras.
Transformei em violino a palma da minha mão.
Abracei a clave do Sol, envolvi-me em semifusas e colcheias, deliciei-me nos braços de Beethoven.
Comecei tocando os instrumentos principais, com determinação, e fui me aprimorando. Depois, tornei-me compositor, maestro, e agora sou o dono da própria orquestra.
Aquela poderia ser mais uma manhã como outra qualquer. Eis que um sujeito desce na estação do metrô vestindo jeans, camiseta e boné, encosta-se próximo à entrada, tira o violino da caixa e começa a tocar com entusiasmo para a multidão que passa por ali, bem na hora do rush matinal.
Durante os 45 minutos que tocou, ele foi praticamente ignorado pelos passantes. Ninguém sabia, mas o músico era Joshua Bell, um dos maiores violinistas do mundo, executando peças musicais consagradas num instrumento raríssimo, um Stradivarius de 1713, estimado em mais de 3 milhões de dólares.
Alguns dias antes Bell havia tocado no Symphony Hall de Boston, onde os melhores lugares custam a bagatela de 1.000 dólares. A experiência, gravada em vídeo, mostra homens e mulheres de andar ligeiro, copo de café na mão, celular no ouvido, crachá balançando no pescoço, indiferentes ao som do violino. A iniciativa realizada pelo jornal “The Washington Post” era a de lançar um debate sobre valor, contexto e arte.
Uma conclusão tirada da experiência: estamos acostumados a dar valor às coisas quando estão num contexto. Bell era uma obra de arte sem moldura. Um artefato de luxo sem etiqueta de grife. Esse é um exemplo daquelas tantas situações que acontecem em nossas vidas que são únicas, singulares, e a que não damos a menor bola porque não vêem com a etiqueta de seu preço.
O que tem valor real para nós, independentemente de marcas, preços e grifes? É o que o mercado diz que você deve ter, sentir, vestir ou ser?
Essa experiência mostra como na sociedade em que vivemos os nossos sentimentos e a nossa apreciação de beleza são manipulados pelo mercado, pela mídia, e pelas instituições que detém o poder financeiro. Mostra-nos como estamos condicionados a nos mover quando estamos no meio do rebanho.
Pense nisso antes de julgar ou avaliar!
Nota do blog:
Devido à baixa qualidade do video que mostra a experiência gravada no metrô, eu preferi postar um outro, onde Joshua Bell executa Ave Maria, com suavidade e emoção. Quem quiser ver o video citado no texto acima, acesse:
Sarah Chang, nascida em 10 de Dezembro de 1980, na Filadelfia, é uma jovem artista americana, de ascendência coreana. Mundialmente conhecida, esta menina prodígio começou a aprender música aos 3 anos de idade quando pediu a seus pais que lhe dessem um violino de presente. Aos 5 ela já dava seu primeiro concerto na Juilliard School, em Nova York.
Reconhecida como uma criança prodígio, aos 8 anos teve a oportunidade de tocar sob a regência de maestros conhecidos, como Zubin Mehta e Riccardo Muti, que trabalhavam, respectivamente, com a Orquestra Filarmônica de Nova York e a Orquestra de Filadelfia. Ambos ficaram fascinados com o dom da pequena Sarah e deram-lhe oportunidade imediatamente. Aos 9 anos ela gravava seu primeiro album.
Yehudi Menuhin, um dos maiores violinistas e maestros que já existiram, chamou-a de ” a mais maravilhosa, a mais perfeita, a melhor violinista que eu já ouvi”.
“Ária na corda Sol (G)” é uma adaptação para violino e piano do segundo movimento da Suíte nº 3 para orquestra, uma das mais belas melodias feita pelo maior compositor de todos os tempos, Johann Sebastian Bach. De genial beleza, se transforma, no violino de Sarah, na mais pura jóia rara.
Assistam e deixem-se levar pela mais pura melodia … um momento de eternidade!