Arquivo para Veneza

Polenta aos dois molhos e frango

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 28/09/2013 by Joe

Polenta aos dois molhos e frango

Polenta é um alimento típico da culinária italiana, com grande aceitação em diversos países, como Argentina e Brasil. Sua base é a farinha de milho.

Antes da chegada de imigrantes italianos, já se consumia no Brasil uma forma de polenta de milho denominada angu, que pode ter a consistência de uma polenta firme ou cremosa.

A polenta tem origem na região norte da Itália. Constituía a base alimentar da população e dos legionários romanos. Era feita de principalmente de aveia, mas podiam ser utilizados outros cereais, como a farinha de trigo.

Pouco depois da chegada dos espanhóis ao Caribe, em 1492, o milho foi introduzido na Europa. Na Itália, o milho passou a ser cultivado, onde as chuvas são abundantes. A partir de então é que a polenta passou a ser feita de milho.

A polenta de milho tornou-se o principal prato nas regiões de Veneza e Friuli, onde passou a ser uma opção ao pão (feito com trigo) e ao macarrão. Inicialmente restrita a essas regiões, em pouco tempo a polenta passou a dominar todos os aspectos da culinária italiana. A polenta sempre foi feita da mesma forma: com bastante esforço e paciência, misturando a pasta de milho com água em caldeirões de cobre, aquecidas sobre o fogo.

Pode ser servida mole, dura, grelhada ou frita. Pode ser recheada com uma imensa quantidade de molhos ou outros ingredientes, acrescentados enquanto ela ainda está quente e mole.

Antigamente considerada “comida de pobres”, a polenta hoje é usada em diversas casas e restaurantes, sem essa conotação.

Recentemente, a indústria alimentícia lançou polentas pré-cozidas, para serem feitas em refeições instantâneas.

A receita de hoje é uma das diversas formas de se preparar esse delicioso prato, desta vez com dois molhos e lascas de frango!

Polenta aos dois molhos e frango

Ingredientes

Polenta

1,5 litros de caldo de legumes
2 dentes de alho amassados
1 cebola pequena picada
2 colheres (sopa) de margarina
2,5 xícaras (chá) de fubá pré-cozido

Molho branco

2 colheres (sopa) de margarina
2 colheres (sopa) de farinha de trigo
500 ml de leite quente
3 colheres (sopa) de queijo parmesão ralado
½ colher (café) de noz moscada ralada

Molho vermelho

500 g de peito de frango temperado, cozido e desfiado
2 colheres (sopa) de óleo
1 cebola pequena picada
2 dentes de alho
2 latas de molho de tomate
½ xícara (chá) de água
½ xícara (chá) de azeitonas verdes picadas
sal e pimenta do reino a gosto
salsa picada a gosto

Modo de preparo

Em uma panela, aqueça o caldo de legumes, junte o alho, a cebola e a margarina. Misture o fubá, dissolvido em um pouco do caldo. Leve ao fogo brando, e vá mexendo até começar a engrossar. Tampe a panela e mexa de vez em quando até a polenta estar cozida. Coloque-a em um refratário. Reserve.

Molho branco

Em uma panela, derreta a margarina, misture a farinha até dissolver totalmente e dourar um pouco. Junte aos poucos, e sem parar de mexer, o leite quente. Junte o sal, o parmesão e a noz-moscada. Mexa até engrossar. Em seguida, espalhe sobre a polenta.

Molho vermelho

Em uma panela, aqueça o óleo, doure a cebola e alho. Junte o molho de tomate, a água, o sal, a pimenta, o frango e deixe apurar por 5 minutos. Desligue o fogo, acrescente as azeitonas e a salsa.

Espalhe sobre o molho branco e sirva em seguida. Se necessário, leve ao forno pré-aquecido a 200°C para dar mais uma aquecida.

Um bom vinho tinto encorpado é um ótimo acompanhamento!

By Joemir Rosa.

O que acontece no meio

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 31/01/2012 by Joe

Vida é o que existe entre o nascimento e a morte. O que acontece no meio é o que importa.

No meio, a gente descobre que sexo sem amor também vale a pena, mas é ginástica, não tem transcendência nenhuma. Que tudo o que faz você voltar pra casa de mãos abanando (sem uma emoção, um conhecimento, uma surpresa, uma paz, uma ideia) foi perda de tempo.

Que a primeira metade da vida é muito boa, mas da metade pro fim pode ser ainda melhor se a gente aprendeu alguma coisa com os tropeços lá do início. Que o pensamento é uma aventura sem igual. Que é preciso abrir a nossa caixa preta de vez em quando, apesar do medo do que vamos encontrar lá dentro. Que maduro é aquele que mata no peito as vertigens e os espantos.

No meio, a gente descobre que sofremos mais com as coisas que imaginamos que estejam acontecendo do que com as que acontecem de fato. Que amar é lapidação, e não destruição. Que certos riscos compensam – o difícil é saber previamente quais. Que subir na vida é algo para se fazer sem pressa.

Que é preciso dar uma colher de chá para o acaso. Que tudo que é muito rápido pode ser bem frustrante. Que Veneza, Mykonos, Bali e Patagônia são lugares excitantes, mas que incrível mesmo é se sentir feliz dentro da própria casa. Que a vontade é quase sempre mais forte que a razão. Quase? Ora, é sempre mais forte.

No meio, a gente descobre que reconhecer um problema é o primeiro passo para resolvê-lo. Que é muito narcisista ficar se consumindo consigo próprio. Que todas as escolhas geram dúvida, todas. Que depois de lutar pelo direito de ser diferente, chega a bendita hora de se permitir a indiferença.

Que adultos se divertem muito mais do que os adolescentes. Que uma perda, qualquer perda, é um aperitivo da morte – mas não é a morte, que essa só acontece no fim, e ainda estamos falando do meio.

No meio, a gente descobre que precisa guardar a senha não apenas do banco e da caixa postal, mas a senha que nos revela a nós mesmos. Que passar pela vida à toa é um desperdício imperdoável. Que as mesmas coisas que nos exibem também nos escondem (escrever, por exemplo).

Que tocar na dor do outro exige delicadeza. Que ser feliz pode ser uma decisão, não apenas uma contingência. Que não é preciso se estressar tanto em busca do orgasmo, há outras coisas que também levam ao clímax: um poema, um gol, um show, um beijo.

No meio, a gente descobre que fazer a coisa certa é sempre um ato revolucionário. Que é mais produtivo agir do que reagir. Que a vida não oferece opção: ou você segue, ou você segue. Que a pior maneira de avaliar a si mesmo é se comparando com os demais. Que a verdadeira paz é aquela que nasce da verdade. E que harmonizar o que pensamos, sentimos e fazemos é um desafio que leva uma vida toda, esse meio todo.

By Martha Medeiros.

Tiramisú

Posted in Receitas with tags , , , , , , , , , , , , , , on 12/03/2011 by Joe

Há muito debate em torno da origem do Tiramisú e nenhuma menção a ele, em documentos, antes de 1983. Em 1998, Fernando e Tina Raris (autores do livro “La Marca Gastronomica”, dedicado à cuisine da cidade de Treviso) disseram que o Tiramisú era uma invenção recente e originário do norte da Itália.

Enquanto revelavam sua origem ao mundo, várias receitas e adaptações começaram a surgir. Na receita original não havia licor, já que destinava-se também às crianças e idosos. E a forma original do Tiramisú era redonda.

Há quem diga que o Tiramisú surgiu no final da Segunda Guerra Mundial, quando as mulheres faziam o doce para seus maridos levarem para o front – já que notadamente ela é uma fonte de energia. Também conta-se que, antigamente, cortesãs de Veneza acreditavam que deveriam consumir o tiramisú antes que os cavalheiros chegassem, para obter energia para entretê-los durante a noite inteira.

E há também uma teoria menos glamourosa explicando que a sobremesa era um modo de reaproveitar um bolo velho e café passado, utilizando um pouco de licor para umedecer o bolo seco.

No fundo, no fundo o Tiramisú é um refrescante clássico pavê italiano, cujo nome significa algo como “me escolha” (Tirami Su). Figurativamente, o nome pode ser traduzido ainda como “faça-me mais feliz” (ou menos triste).

Como já foi dito (e como sempre acontece com quase todos os pratos) variações desta sobremesa existem aos montes, dependendo da região em que é preparado. Até porque tem ingredientes que não são facilmente encontrados em todo lugar. É o caso do queijo cremoso Mascarpone e dos biscoitos ingleses, que podem ser encontrados em alguns supermercados e empórios que trabalham com produtos importados.

Então, vamos à receita original, sempre indicando as possíveis substituições!

Tiramisú

Ingredientes

100 g de café em pó
150 ml de água
50 ml de conhaque
6 gemas peneiradas
250 g de açúcar de confeiteiro
1 kg de mascarpone (na falta dele pode usar cream cheese)
450 g de biscoito inglês (biscoito champagne)
cacau em pó para polvilhar

Modo de preparo

Prepare um café bem forte, acrescente o conhaque e reserve.

Em uma batedeira, batas as gemas peneiradas com o açúcar até obter um creme esbranquiçado. Acrescente o mascarpone gelado e bata até obter a consistência de chantilly.

Antes de começar a montar a sobremesa, molhe os biscoitos, um por um, na mistura de café com conhaque.

Em um refratário retangular, faça uma camada com o creme mascarpone,  batido os biscoitos embebidos no café e cubra com outra camada do creme mascarpone. Faça outra camada de biscoitos e finalize com uma nova camada do creme. Leve à geladeira por umas 4 ou 5 horas e polvilhe com o cacau em pó na hora de servir!

By Joe.

Polenta recheada

Posted in Receitas with tags , , , , , , , , on 15/01/2011 by Joe

Polenta é um alimento típico da culinária italiana, com grande aceitação em diversos países, como Argentina e Brasil. Sua base é a farinha de milho.

Antes da chegada de imigrantes italianos, já se consumia no Brasil uma forma de polenta de milho denominada angu que pode ter a consistência de uma polenta firme ou cremosa.

A polenta tem origem na região norte da Itália. Constituía a base alimentar da população e dos legionários romanos. Era feita de principalmente de aveia, mas podiam ser utilizados outros cereais como a farinha de trigo.

Pouco depois da chegada dos espanhois ao Caribe, em 1492, o milho foi introduzido na Europa. Na Itália, o milho passou a ser cultivado, onde as chuvas são abundantes. A partir de então é que a polenta passou a ser feita de milho.

A polenta de milho tornou-se o principal prato nas regiões de Veneza e Friuli, onde passou a substituir o pão (feito com trigo) e o macarrão. Inicialmente restrita a essas regiões, em pouco tempo a polenta passou a dominar todos os aspectos da culinária italiana. A polenta sempre foi feita da mesma forma: com bastante esforço e paciência, misturando a pasta de milho com água em caldeirões de cobre, aquecidas sobre o fogo.

Pode ser servida mole, dura, grelhada ou frita. Pode ser recheada com uma imensa quantidade de molhos ou outros ingredientes, acrescentados enquanto ela ainda está quente e mole.

Antigamente considerada “comida de pobres”, a polenta hoje é usada em diversas casas e restaurantes, sem essa conotação.

Recentemente, a indústria alimentícia lançou polentas pré-preparadas, para serem feitas em refeições instantâneas.

A receita do post de hoje é uma das diversas formas de se preparar esse delicioso prato, associando-se a famosa dupla frango com polenta!

Polenta recheada com frango

Ingredientes

Para a polenta

1 colher (sopa) de manteiga
4 tabletes de caldo de galinha
2 xícaras (chá) de fubá
azeite ou margarina para untar a forma

Para o molho

1 peito de frango (± 500 g)
1 xícara (chá) de vinagre
2 tabletes de caldo de galinha
1 folha de louro
2 colheres (sopa) de óleo
2 cebolas picadas
meia xícara (chá) de azeitonas verdes picadas
1 xícara (chá) de polpa de tomate
1 colher (chá) de açúcar
1 colher (sopa) de salsa picada

Modo de preparo

Polenta

Coloque para ferver dois litros de água com a manteiga. Dissolva os tabletes de caldo de galinha e adicione à água. Em seguida adicione também o fubá (polvilhando) e misturando bem com uma colher de pau. Cozinhe em fogo baixo, mexendo sempre, até aparecer o fundo da panela (cerca de 25 minutos).

Molho

Cozinhe o frango com duas xícaras (chá) de água, o vinagre, o caldo de galinha e o louro em uma panela de pressão, por cerca de 30 minutos. Espere sair a pressão, destampe a panela, retire e desfie o frango. Reserve.

Em uma panela, aqueça o óleo, refogue a cebola e as azeitonas. Junte a polpa de tomate, o açúcar e meia xícara (chá) de água. Junte o frango desfiado e deixe cozinhar por cerca de 10 minutos ou até apurar o molho.

Montagem

Espalhe metade da polenta em um refratário médio (20 x 30 cm) untado com azeite ou margarina. Espalhe metade do molho e polvilhe a mussarela ralada. Espalhe a outra metade da polenta por cima, a outra parte do molho, o queijo parmesão e leve ao forno por alguns minutos para derreter bem a mussarela.

Um bom vinho Chianti vai bem como acompanhamento.

By Joe.

Carpaccio

Posted in Receitas with tags , , , , , , , , , , on 05/09/2009 by Joe

Carpaccio SaladaDécada de 50, um beco sem saída perto da Piazza San Marco, em Veneza. Endereço: Calle Vallaresso, 1232, Harry´s Bar. O dono, Giuseppe Cipriani, costumava receber gente famosa em seu pequeno bar. Por lá passaram Charles Chaplin, Orson Welles, Ernest Hemingway, Aristóteles Onassis, Somerset Maugham, Truman Capote, Maria Callas, entre outros. Para eles, Cipriani criava drinks exclusivos, os quais fizeram o maior sucesso, como o “Tiziano” ou o “Bellini”.

Nessa época, Cipriani recebeu um pedido inusitado. A Condessa Amália Nani Moncenigo confidenciou-lhe que estava sofrendo de uma severa anemia e que o médico havia recomendado que consumisse pratos preparados com carne crua, por ser rica em ferro.

Porém, nessa época, havia um grande preconceito em relação às carnes cruas, o que tornava a tarefa de Cipriani ainda mais difícil.Mas ele não poderia deixar de atender ao pedido de sua amiga, a Condessa e, assim, acabou preparando um prato que se tornaria um grande sucesso. Havia nascido o Carpaccio, nome escolhido em homenagem ao pintor renascentista Vittore Carpaccio (1460 – 1525), cujos quadros estavam em uma exposição St Augustine in his study, by Vittore Carpaccio, 1511 na cidade. O detalhe que inspirou Cipriani a dar o nome do famoso artista ao seu prato foi o fato dele usar tons vermelhos em todos os seus quadros luminosos. Tons que lembravam a carne crua.

O tempo foi passando, a receita ganhou o mundo e também muitas variações, algumas usando lâminas de peixe, frutos do mar, legumes, etc. E o molho que acompanha o carpaccio também ganhou ares nacionalistas. No Brasil, o mais comum é um molho feito com azeite, mostarda, limão, alcaparras, sal e pimenta, polvilhado com lâminas de queijo parmesão.

Ah, sim … Giuseppe Cipriani morreu em 1980 e seu filho, Arrigo Cipriani assumiu a direção do Harry´s. O bar cresceu, tornou-se restaurante também e tem algumas filiais espalhadas pela Europa, Asia e EUA.  Se quiser conhecer mais, acesse www.cipriani.com.

Servido como entrada ou refeição leve, o carpaccio é sempre uma boa pedida.

No post de hoje apresento a receita que eu considero a mais saborosa. Para aqueles que não tem muito tempo, sugiro comprar o carpaccio já fatiado, congelado, à venda nos supermercados.

Carpaccio

Ingredientes

300 gramas de filé mignon ou lagarto bem limpo
50 gramas de alcaparras enxaguadas
azeite de oliva extra-virgem
4 colheres (chá) de mostarda (Dijon, de preferência)
2 colheres (chá) de suco de limão
sal e pimenta-do-reino moída a gosto
Alface, rúcula ou agrião (salada de folhas) a seu gosto
100 gr queijo parmesão em lâminas
cogumelos em lascas

Modo de preparo

Pincele a carne com azeite, sal e pimenta. Embrulhe em papel filme, o mais apertado possível para dar um formato arredondado. Deixe no congelador por umas 2 horas até que fique com a consistência de um salame.

Corte a carne em lâminas bem finas. Coloque cada fatia entre dois pedaços de papel-manteiga e, com cuidado para não rasgar os pedaços, bata a carne com o batedor ou com a lateral de um rolo de massas. Regue com um pouco de azeite e salpique sal e pimenta-do-reino moída. Deixe na geladeira até a hora de servir.

Enquanto isso, prepare o molho colocando o azeite de oliva, a mostarda e o suco de limão numa tigela pequena (acerte o sal e a pimenta-do-reino a seu gosto) e misture bem até incorporar todos os ingredientes.

Disponha as lâminas de carpaccio em pratos individuais, espalhando as alcaparras, os cogumelos e o queijo parmesão em lâminas. Disponha a salada de folhas (sugiro fatiar bem fininho o alface) e espalhe fartamente o molho sobre tudo. Sirva imediatamente.

Um bom vinho tinto leve (Chianti jovem, Bardolino ou Beaujolais) e torradas completam o cenário.

By Joe.

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