Arquivo para Velhice

Um único momento

Posted in Inspiração with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 13/03/2015 by Joe

Um único momento

Um por-do-sol, uma carta que se recebe de um amigo, um único olhar de uma pessoa amada, o abraço de um filho. Houve muitos momentos em minha vida, de tanta beleza, que eu disse para mim mesmo:

– “Valeu a pena eu ter vivido toda a minha vida para viver esse único momento!”

Há momentos efêmeros que justificam toda uma vida. Compreendi, de repente, que a dor da sonata interrompida se deve ao fato de que vivemos sob o feitiço do tempo. Achamos que a vida é uma sonata que começa com o nascimento e deve terminar com a velhice. Mas isso está errado. Vivemos no tempo, é bem verdade. Mas é a eternidade que dá sentido à vida.

Eternidade não é o tempo sem fim. Tempo sem fim é insuportável. Já imaginaram uma música sem fim, um beijo sem fim, um livro sem fim? Tudo que é belo tem de terminar. Tudo o que é belo tem de morrer. Beleza e morte andam sempre de mãos dadas.

Eternidade é o tempo completo, esse tempo do qual a gente diz: “Valeu a pena!” Não é preciso evolução, não é preciso transformação: o tempo é completo e a felicidade é total. É claro que isso, como diz Guimarães Rosa, só acontece em raros momentos de distração.

Não importa. Se aconteceu, fica eterno. Por oposição ao “nunca mais” do tempo cronológico, esse momento está destinado ao “para todo o sempre”.

Compreendi, então, que a vida é uma sonata que, para realizar a sua beleza, tem de ser tocada até o fim. Dei-me conta, ao contrário, de que a vida é um álbum de minissonatas. Cada momento de beleza vivido e amado, por efêmero que seja, é uma experiência completa que está destinada à eternidade.

Um único momento de beleza e amor justifica a vida inteira.

By Rubem Alves.

A raiva é uma bomba-relógio

Posted in Saúde with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 26/08/2014 by Joe

Raiva

Ataques de raiva e de mau humor produzem danos sérios nas células do cérebro, envenenam o sangue, causam insônia, depressão e pânico; suprimem a secreção dos sucos gástricos e da bílis nos canais digestivos, criando gastrites e úlceras, esgotam a energia e vitalidade, causam problemas cardíacos, provocam velhice prematura e encurtam a vida.

Quando você se zanga sua mente fica perturbada e isto reflete em seu corpo, que sente distúrbios. Todo o sistema nervoso se agita e você se enerva, perdendo a harmonia, a eficiência de agir, o vigor e o entusiasmo.

A raiva é uma energia poderosa que precisa ser dissolvida para que você possa ser mais livre e saudável.

Colocar a raiva para fora apenas agrava esta emoção negativa e a faz crescer ainda mais. Se deixarmos isto sem controle, expressando nossa raiva cada vez mais, ela não vai se reduzir e sim aumentar, gerando mais dor e inquietude para nós.

A raiva é uma bomba-relógio!

Portanto, respire fundo, relaxe, acalme-se!

By Emilce Shrividya.

O tempo parou…

Posted in Inspiração with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 24/08/2014 by Joe

O tempo parou pra mim

A impressão que eu tenho é de não ter envelhecido, embora eu esteja instalada na velhice.

O tempo é irrealizável. Provisoriamente, o tempo parou para mim. Provisoriamente. Mas eu não ignoro as ameaças que o futuro encerra, como também não ignoro que é o meu passado que define a minha abertura para o futuro.

O meu passado é a referência que me projeta e que eu devo ultrapassar. Portanto, ao meu passado eu devo o meu saber e a minha ignorância, as minhas necessidades, as minhas relações, a minha cultura e o meu corpo.

Que espaço o meu passado deixa pra minha liberdade hoje? Não sou escrava dele. O que eu sempre quis foi comunicar da maneira mais direta o sabor da minha vida… unicamente o sabor da minha vida. Acho que eu consegui fazê-lo: vivi num mundo de homens guardando em mim o melhor da minha feminilidade. Não desejei e nem desejo nada mais do que viver sem tempos mortos.

By Simone de Beauvoir.

Dos ficantes aos namoridos

Posted in Relacionamentos with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 16/01/2014 by Joe

Dos ficantes aos namoridos

Se você é deste século, já sabe que há duas tribos que definem o que é um relacionamento moderno.

Uma é a tribo dos ficantes. O ficante é o cara que te namora por duas horas numa festa, se não tiver se inscrito no campeonato “Quem pega mais numa única noite”, quando, então, ele será seu ficante por bem menos tempo – dois minutos – e irá à procura de outra para bater o próprio recorde. É natural que garotos e garotas queiram conhecer pessoas, ter uma história, um romance, uma ficada, duas ficadas, três ficadas, quatro ficadas…

Esquece, não acho natural coisa nenhuma! Considero um desperdício de energia.

Pegar sete caras. Pegar nove “mina”. A gente está falando de quê, de catadores de lixo? Pegar, pega-se uma caneta, um táxi, uma gripe. Não pessoas. Pegue-e-leve, pegue-e-largue, pegue-e-use, pegue-e-chute, pegue-e-conte-para-os-amigos.

Pegar, cá pra nós, é um verbo meio cafajeste. Em vez de pegar, poderíamos adotar algum outro verbo menos frio. Porque, quando duas bocas se unem, nada é assim tão frio, na maioria das vezes esse “não estou nem aí” é jogo de cena. Vão todos para a balada fingindo que deixaram o coração em casa, mas deixaram nada. Deixaram a personalidade em casa, isso sim.

No entanto, quem pode contra o avanço (???) dos costumes e contra a vulgarização do vocabulário? Falando nisso, a segunda tribo a que me referia é a dos namoridos, a palavra mais medonha que já inventaram. Trata-se de um homem híbrido, transgênico.

Em tese, ele vale mais do que um namorado e menos que um marido. Assim que a relação começa, juntam-se os trapos e parte-se para um casamento informal, sem papel passado, sem compromisso de estabilidade, sem planos de uma velhice compartilhada – namoridos não foram escolhidos para serem parceiros de artrite, reumatismo e pressão alta, era só o que faltava!

Pois, então. A ideia é boa e prática. Só que o índice de príncipes e princesas virando sapo é alta, não se evita o tédio conjugal (comum a qualquer tipo de acasalamento sob o mesmo teto) e pula-se uma etapa quentíssima, a melhor que há.

Trata-se do namoro – alguns já ouviram falar. É quando cada um mora na sua casa e tem rotinas distintas e poucos horários para se encontrar, e esse pouco ganha a importância de uma celebração.

Namoro é quando não se tem certeza absoluta de nada, a cada dia um segredo é revelado, brotam informações novas de onde menos se espera. De manhã, um silêncio inquietante. À tarde, um mal-entendido. À noite, um torpedo reconciliador e uma declaração de amor.

Namoro é teste, é amostra, é ensaio e, por isso, a dedicação é intensa, a sedução é ininterrupta, os minutos são contados, os meses são comemorados, a vontade de surpreender não cessa – e é a única relação que dá o devido espaço para a saudade, que é fermento e afrodisíaco. Depois de passar os dias se vendo só de vez em quando, viajar para um fim de semana juntos vira o céu na Terra: nunca uma sexta-feira nasce tão aguardada, nunca uma segunda-feira é enfrentada com tanta leveza.

Namoro é como o disco “Sgt. Peppers”, dos Beatles: parece antigo e, no entanto, não há nada mais novo e revolucionário. O poeta Carlos Drummond de Andrade também é de outro tempo e é para sempre. É ele quem encerra esta crônica, dando-nos uma ordem para a vida:

– “Cumpra sua obrigação de namorar, sob pena de viver apenas na aparência. De ser o seu cadáver itinerante”.

By Martha Medeiros.

Causa e efeito

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 04/09/2013 by Joe

Causa e efeito

Quantas vezes bloqueamos a espontaneidade das crianças, esquecendo-nos do quanto isso nos doeu na nossa infância…

Quantas vezes exigimos mais maturidade dos adolescentes sem lembrarmos o que passamos quando nos exigiram isso…

Quantas vezes nos queixamos dos colegas de trabalho e não nos perguntamos se eles também têm queixas sobre nós…

Quantas vezes nos irritamos nas ruas sem perceber que nossa irritação também causa mal aos outros…

Quantas vezes queremos implantar paz na família expressando-nos aos berros…

Quantas vezes esperamos dos nossos parceiros o que não estamos dispostos a dar-lhes…

Quantas vezes esperamos dos nossos filhos o que não demos aos nossos pais…

Quantas vezes esperamos dos nossos pais o que não damos aos nossos filhos…

Quantas vezes perdemos a paciência com idosos, esquecendo que a velhice chega para todos…

Quantas vezes repelimos animais e nos comportamos como seres irracionais…

Quantas vezes pedimos aos amigos coisas que não gostaríamos que eles nos pedissem…

Quantas vezes, na maior parte da vida, deixamos a vida passar sem senti-la no coração…

Afinal, quantas vezes você já pensou em reverter tudo isso?

Uma sugestão: que tal hoje?

Desconheço a autoria.

O relógio do coração

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 30/04/2012 by Joe

Há tempos em nossa vida que contam de forma diferente. Há semanas que duraram anos, como há anos que não contaram um dia.

Há paixões que foram eternas, como há amigos que passaram céleres, apesar do calendário mostrar que eles ficaram por anos em nossas agendas.

Há amores não realizados que deixaram olhares de meses, e beijos não dados que até hoje esperam o desfecho.

Há trabalhos que nos tomaram décadas de nosso tempo na terra, mas que nossa memória insiste em contá-los como semanas.

Há casamentos que, ao olhar para trás, mal preenchem os feriados das folhinhas.

Há tristezas que nos paralisaram por meses, mas que hoje, passados os dias difíceis, mal guardamos lembranças de horas.

Há eventos que marcaram e que duram para sempre: o nascimento do filho, a morte do pai, a viagem inesquecível, o êxtase de um sonho realizado. Estes têm a duração que nos ensina o significado da palavra “eternidade”.

Já viajei para a mesma cidade uma centena de vezes e, na maioria das vezes, o tempo transcorrido foi o mesmo. Mas conforme meu espírito, houve viagem que não teve fim, como há percurso que nem me lembro de ter feito, tão feliz eu estava na ocasião.

O relógio do coração – hoje eu descubro – bate noutra frequência daquele que carrego no pulso. Marca um tempo diferente, de emoções que perduram e que mostram o verdadeiro tempo da gente. Por este relógio, velhice é coisa de quem não conseguiu esticar o tempo que temos no mundo.

É olhar as rugas e não perceber a maturidade.

É pensar antes naquilo que não foi feito, ao invés de se alegrar e sorrir com as lembranças da vida.

Pense nisso. E consulte sempre o relógio do coração: ele lhe mostrará o verdadeiro tempo do mundo.

By Alexandre Pelegi, escritor e radialista.

Envelhecer

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 23/04/2012 by Joe

Alguns de nós envelhecemos de vez porque não amadurecemos.

Envelhecemos quando nos fechamos à novas ideias e nos tornamos radicais.  Envelhecemos quando o novo nos assusta. Envelhecemos quando pensamos demasiadamente em nós próprios e nos esquecemos dos outros.
Envelhecemos quando deixamos de lutar.

Todos nós estamos matriculados na escola da vida, onde o mestre é o tempo. E a vida só pode ser compreendida olhando-se para trás. Mas só pode ser vivida olhando-se para a frente.

Na juventude aprendemos; com a idade, compreendemos.

Os homens são como os vinhos: a idade estraga os ruins, mas aprimora os bons. Envelhecer não é preocupante. Ser visto como um velho é que é.

Envelhecer com sabedoria não é envelhecer. Nos olhos do jovem arde a chama, nos olhos do velho brilha a luz.

Sendo assim, não existe idade. Somos nós que a criamos. Se você não se importa com a idade, não envelhecerá até o dia da sua morte.

Pessoalmente, eu não tenho idade: tenho vida!

Não deixe que a tristeza do passado e o medo do futuro te estraguem a alegria do presente. A vida não é curta e são as pessoas que permanecem mortas durante o decorrer do tempo.

Faça da passagem do tempo uma conquista e não uma perda, afinal, a velhice não está na idade e sim dentro do coração daqueles que não sonham mais.

A passagem do tempo deve ser uma conquista e não uma perda.

Desconheço a autoria.

Medo, o grande inimigo

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 08/06/2011 by Joe

Afirma-se que o medo é o maior inimigo do homem. O medo está por trás do fracasso, da doença e das relações humanas desagradáveis. Milhões de pessoas têm medo do passado, do futuro, da velhice, da loucura e da morte. O medo é um pensamento em sua mente e você tem medo dos seus próprios pensamentos.

Um menino pode ficar paralisado pelo medo quando lhes dizem que há um homem mau debaixo de sua cama e que vai levá-lo. Quando o pai acende a luz e mostra-lhe que não há ninguém, ele se liberta do medo. O medo na mente do menino foi tão real como se houvesse de fato um homem debaixo de sua cama. Ele se curou de um pensamento falso em sua mente. A coisa que temia, na verdade, não existia. Da mesma forma, a maioria dos seus medos não têm base na realidade. Constitui apenas um conglomerado de sombras sinistras e as sombras não têm realidade.

Ralph Waldo Emerson, filósofo e poeta, disse:
“Faça aquilo que você receia e a morte do medo será certa”.

Quando você afirma positivamente que vai dominar seus receios e chega a uma decisão definitiva em sua mente consciente, liberta o poder do subconsciente, que flui em resposta à natureza do seu pensamento.

Vou descrever agora um processo e uma técnica que ensino há muitos anos. Funciona como um encantamento. Tente-o!

Suponha que você tem medo da água, de montanhas, de uma entrevista, do público ou de lugares fechados.

Se você tem medo de nadar, comece agora a sentar-se tranquilamente durante uns cinco a dez minutos, três a quatro vezes por dia, e imagine que está nadando. É uma experiência subjetiva. Mentalmente você está se projetando como se estivesse dentro d’água. Você sente a friagem da água e o movimento de seus braços e pernas. É tudo tão real e vívido, constituindo uma alegre atividade da mente. Não é um devaneio inútil, pois você sabe que está experimentando em sua imaginação o que depois se desenvolverá em sua mente consciente. Você será compelido a expressar a imagem da representação do quadro que imprimiu em sua mente mais profunda. Essa é a lei do subconsciente.

Você pode aplicar a mesma técnica se tem medo de montanhas ou de lugares altos. Imagine que está escalando uma montanha, sinta a realidade desse ato, aprecie o cenário, sabendo que, fazendo-o mentalmente, o fará depois fisicamente com facilidade e segurança.

Você nasceu apenas com dois medos: o medo de cair e o medo do barulho. Todos os seus outros medos são adquiridos. Livre-se deles.

O medo normal é bom, o medo anormal é mau e destrutivo. Permitir constantemente os pensamentos de medo acarreta o medo anormal, obsessões e complexos. Temer alguma coisa persistentemente provoca um sentimento de pânico e terror. Você pode superar o medo anormal quando sabe que o poder do seu subconsciente pode mudar os condicionamentos e realizar os desejos acalentados por seu coração.

Dedique sua atenção e devote-se, imediatamente, ao seu desejo, que é o oposto do seu medo. Este é o amor que expulsa o medo. Enfrente seus temores, traga-os à luz da razão. Aprenda a sorrir dos seus temores. Esse é o melhor remédio.

By Dr. Joseph Murphy, extraído do livro “O Poder do Subconsciente”.

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