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Tragédia da vida

Posted in Inspiração with tags , , , , , , , , , , on 23/04/2015 by Joe

Tragédia da vida

Uma das grandes tragédias da vida é não ter tempo para vivê-la.

Parar e cheirar as rosas, por exemplo.

Aprecie as pequenas coisas que lhe trazem prazer. E ame com todo o seu coração, pois o amor transforma as pessoas em poetas, escritores e pintores.

Viva a sua vida!

Desconheço a autoria, mas concordo plenamente com o pensamento!

Perdas

Posted in Homenagem with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 04/11/2014 by Joe

Perdas

Primeiro: não queremos perder…

É lógico não querer perder. Não deveríamos ter de perder nada: nem saúde, nem afetos, nem pessoas amadas.

Mas a realidade é outra: experimentamos uma constante alternância de ganhos e perdas!

Segundo: perder dói mesmo…

Não há como não sofrer. É tolice dizer “não sofra”, “não chore”. A dor é importante. O luto também.

Terceiro: precisamos de recursos internos para enfrentar a tragédia e a dor…

A força decisiva terá que vir de nós, de onde foi depositada a nossa bagagem. Lidar com a perda vai depender do que encontrarmos ali.

A tragédia faz emergir forças inimagináveis em algumas pessoas. Por mais devorador que seja, o mesmo sofrimento que derruba faz voltar a crescer.

Quando é hora de sofrer não temos de pedir licença para sentir e esgotar a dor. O luto é necessário, ou a dor ficará soterrada, seu fogo queimando nossas últimas reservas de vitalidade e fechando todas as saídas.

Aprendi que a melhor homenagem que posso fazer a quem se foi é viver como ela gostaria que eu vivesse: bem, integralmente, saudavelmente, com alegrias possíveis e projetos até impossíveis.

By Lya Luft.

Homenagem à minha mãe, que se foi há exatos 5 anos hoje… (Joe).

Com calma tudo se resolve!

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 04/04/2014 by Joe

Mantenha a calma

Nervosismo, ansiedade, estresse. Um grande número de pessoas tem experimentado esses problemas. Se esse é seu caso, é bem provável que você esteja insegura, por enxergar a felicidade do jeito errado. Isso acontece também porque quando você percebe que está perdendo o controle da situação, começa a ficar desesperada. Talvez você tenha planejado um monte de coisas no amor, na carreira, na vida, mas não está dando conta do recado…

Você pode até chorar, desabafar um pouco e aliviar as energias negativas, mas o que funciona mesmo é confrontar a atual realidade. E, para isso, você precisa de calma. Não é com a cabeça maluca que você vai ficar bem. O primeiro passo é respirar fundo… Vamos lá, cabeça fresca! Você não vai ficar aí sofrendo, não é? Você se gosta, lembra?

Diga a si mesma: “Que se dane tudo! Não vou sofrer, porque sou uma pessoa inteligente. Vou encontrar uma solução, sem sofrimento ou confusão”.

Repita essa frase e não deixe as emoções tomarem conta de você. Quando a gente chega ao desespero, geralmente é porque as coisas já nos atormentaram por um bom tempo. Então, relaxe um pouco e se espreguice. Solte os ombros, os braços e as pernas como se estivesse se livrando do tormento. Recuse-se a sofrer.

Eu sei que você ainda não resolveu aquela situação, mas se sente melhor, não? Aliás, já reparou que há sempre uma voz dizendo: “resolva, resolva, resolva”? Essas cobranças insistem em dirigir nossas vidas. Então, dê um berro no seu interior e ordene que elas se calem! Você não é obrigada a fazer nada se não quiser. E nada de se condenar também. Não sei por que a gente tem essa mania…

Você anda se condenando? Por não ser boa o suficiente, por não ser magnífica, uma supermulher? Você só é humana, você é você. E isso é uma tragédia? Pare já com isso, deixe de dar importância a essas bobagens. Mande embora esse juiz que insiste em te condenar. Reforce para si mesma: “Eu sou o que sou. Fiz o que fiz. E o que vier eu banco e encaro”.

Experimente! Encare tudo com o espírito mais leve, sem drama nem culpa. O medo só nos faz sentir pequenos, sem saber por qual caminho seguir. Enfrente a situação, seja qual for. De cabeça fria, você vai fazer o seu melhor. E vai dar a volta por cima!

By Luiz Antonio Gasparetto.

A vida é um jogo

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 21/07/2013 by Joe

A vida é um jogo

A vida é um jogo, belíssimo, onde só podemos ganhar aquilo que arriscamos!

Mas você parece que não anda ganhando muito, nem perdendo muito.
Nenhuma derrota acachapante, e nenhuma vitória inesquecível.
Nenhum ato grandioso, nenhum espetáculo…

Nenhuma desgraça horrorosa, mas também nenhuma paixão infinita.
Nenhuma queda profunda, nenhum salto mortal.
Nem pra cima, nem pra baixo.
Nada!
Nem escuridão, nem brilho, nem glória, nem tragédia.

Assim – a tua vida.
Segura, pacata, certinha, e normal.
Tudo em ordem, tudo estável e bem comportado.
Tudo em brancas nuvens.
Tudo meio morno, meio tépido, meio frouxo, meio mole.
Meio apagado.
Meio cinzento e meio sem graça.

Assim – a tua morte.

By Edson Marques.

Conflito

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 31/03/2013 by Joe

Conflitos

Quando existe um conflito entre o caminho da vida que você está percorrendo e aquele que teu coração escolheu como bom, esse conflito básico acaba fatalmente consumindo as tuas energias vitais. Sorrateiramente.

E, ao consumir tuas energias, ele, o conflito, esse monstro horroroso e sem face, também se alimenta da certeza que tem do teu fraco amor por você mesmo. Esse monstro, voraz, horroroso, se alimenta inicialmente das tuas forças, e quando tuas forças se acabarem, ele começa a se alimentar da tua fraqueza. Chegará um tempo em que nem mesmo a fraqueza vai te restar.

Esse conflito é um monstro sem face sorvendo teu mundo interior. Um monstro terrível e sem face, por isso não se deixa abater facilmente. É tão sagaz que tenta, primeiro, comer a tua própria possibilidade de percepção da existência dele.

Ave de rapina, transforma teu peito num campo devastado, tuas veias em coivaras, deixa curva tua espinha dorsal. Avança sem trégua sobre tua alegria. Implacável e seco, arrasa de vez com tua sensibilidade, põe teu entusiasmo em ponto morto, modifica teu conceito de prazer, assassina teu amor à liberdade.

Depois, ele vai comendo as tuas entranhas. Vai comendo teu miolo, teu cerne, vai comendo tua personalidade, teu amor. Ele primeiro comeu o teu subúrbio, tua periferia, tuas redondezas, tua superfície. Mas agora ele quer o teu profundo, o teu centro, teu Eu.

Ele come quase tudo, come teu desejo, e vai comendo tua emoção, comendo aquele restinho de cor e de brilho que você ainda possa ter.

O desgraçado mata tua criatividade. Mata tua poesia, teu sexo, teu romance. Esse conflito é um monstro sem face sorvendo a tua força. Ele primeiro se alimenta do teu ânimo, e depois come o teu cansaço. Come o teu corpo – e depois devora o teu sossego, a tua paz.

Ele te abraça e te sufoca.

Mas nem toda tragédia tem que ser infinita. Há certamente uma saída, há uma solução: a solução é ser feliz. Tornar-se feliz é o único meio de matar esse monstro sem face que te devora.

Acontece que para ser feliz é preciso antes ser livre. E só é livre quem pode dizer e praticar a verdade, a qualquer tempo, em todo lugar, sem medo. E só pode dizer e praticar a verdade, sem medo de represálias, aquele que é independente em todos os sentidos.

E aqui passamos a um novo nível de complicação: porque nem todos amam suficientemente a Liberdade. Nem todos nascem para ser livres. Alguns têm necessidade neurótica de ser dependentes. Dependentes do outro, de fumo, de drogas, de sono, de remédios, de aprovação alheia – e até de companhia.

Alguns, ingênuos, chegam convidar esse monstro horroroso para habitar seu pobre coração. São os dependentes de amor…

Por definição, só quem faz da Lógica o primeiro suporte de todas as suas decisões; só quem reage com senso crítico em todas as circunstâncias consegue escapar das terríveis malhas da dependência.

Portanto, este raciocínio acaba nos levando à seguinte conclusão: só os inteligentes conseguem ser felizes! Só os inteligentes são capazes de matar esse monstro sem face. Só eles podem, querem – e conseguem – ser livres. Só eles podem se salvar.

Só os inteligentes se salvam.

By Edson Marques, em http://mude.blogspot.com.br/

A fonte dos sentimentos

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 13/11/2012 by Joe

Nada carrega felicidade em si mesmo.

Nada.

Pense no cenário ideal, no objetivo que mais te estimula, naquilo que você mais quer. Ainda que pense na pessoa amada, nos desejos mais legítimos, na companhia ideal, entre cenários, projetamos na vida aquilo que vive em nós. Pensamos que ela nos deixa felizes, mas não é. Pensamos: “este lugar lindo tem o poder de me deixar feliz”! Engano.

O que lugares, pessoas, acontecimentos fazem é servir de mídia para extrairmos o que mora em nós e são imantados pelo que sai da gente.

O mesmo vale para cenários de tristeza. Você pode conviver anos sem sentir a perda, sem perceber a dor, sem sequer intuir a tragédia que só nasce quando vira informação.
Pronto. Materializa-se a mídia que recebe sua projeção da dor.

Quando a gente descobre que é assim, aprende a “sacar” de dentro o que antes precisava do imã. Continuamos a curtir as coisas, mas sabemos que aquilo só reflete o bem que antes viveu em mim.

Quem se alegra com algo, ainda que não saiba, enxerga a alegria própria, peculiar, absolutamente vinculada ao que é. Esse alegra-se em si mesmo.

Quem chora diz as razões. Chora a perda, o luto, a doença a dor ou seja o que for, mas só chora porque alegria e tristeza, vida e luta, festa e pranto são elementos de nossa natureza, vivos em nossos corações refletindo o tempo todo naquilo que nos cerca.

Olhar pra si mesmo ilumina a fonte dos sentimentos e nos ensina que, antes de tudo, sou eu que projeto na vida aquilo que sou.

Quem puder, enxergue-se.

By Flavio Siqueira.

As trevas do subconsciente

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , on 13/06/2012 by Joe

“Quando se quer uma coisa, o Universo inteiro conspira a favor”.

Estamos acostumados a olhar esta frase apenas do ponto de vista positivo. Nossos verdadeiros desejos sempre se transformam em realidade.

Entretanto, é preciso ficar atento para as trevas do subconsciente. Ali, escondidos debaixo de uma porção de boas intenções, estão desejos que não ousamos sequer confessar a nós mesmos: a vingança, as auto-punições, as auto-sabotagens, a alegria macabra da tragédia pessoal.

O Universo não julga: conspira a favor do que desejamos.

Olhemos com coragem as sombras de nossa alma – por mais doloroso que isto possa ser. Iluminemos estas trevas com a luz do perdão, da misericórdia, e do respeito por nós mesmos.

O Universo sempre conspira para realizar o que queremos; portanto, é preciso muito cuidado!

By Paulo Coelho.

Mousse Romeu e Julieta

Posted in Receitas with tags , , , , , , , , on 17/12/2011 by Joe

Duas histórias de amor envolvendo os mesmos personagens: Romeu e Julieta!

A primeira delas:

Romeu e Julieta eram dois jovens de famílias rivais, os Montecchios e os Capuletos. Perdidamente apaixonados, decidem fugir para viver esse grande amor.

O texto desenrola-se numa sequência de atos trágicos que culminam com a morte fatídica do casal. A história é uma peça teatral, uma das mais importantes obras de William Shakespeare, lançada por volta de 1595.

Contudo, ao contrário do que a maioria acredita, a peça não foi escrita pelo dramaturgo inglês. O texto é uma adaptação do poema “A Trágica História de Romeu e Julieta” (1564) de Arthur Brooke, que por sua vez descende da história escrita por Masuccio Salernitano, “Mariotto e Gianozza” (1476).

Ou seja, um copiando do outro e inventando.

A segunda história:

A goiabada é um doce típico da gastronomia caipira brasileira e consumido em quase todo o mundo. Ela surgiu no Brasil quando a goiaba foi usada pelos colonos portugueses como substituto para produzir a marmelada. O costume de conservar frutas em forma de doce data aos tempos dos romanos.

Sua consistência é bastante firme, composto por goiaba, água e açúcar. A forma artesanal é normalmente apresentada em caixas de madeira e possui o formato de um tijolo. A forma industrializada vem em latas redondas.

Acompanhada de queijo, em especial o queijo minas, forma o “Romeu e Julieta”, tradicional sobremesa brasileira. A combinação de “goiabada e queijo” deriva de influência búlgara. A receita do queijo cremoso que faz parceria com a goiaba em calda chegou às ilhas do Caribe na bagagem de imigrantes vindos da Bulgária.

De novo, um copiando do outro e inventando.

Desta forma, acredito que muita gente tem a sua história de amor, seja romântica ou culinária. E a combinação goiabada com queijo é uma das que têm um grande número de variações, até porque a combinação doce-salgado agrada grande parte dos paladares.

A receita da sobremesa de hoje é uma dessas histórias, uma variação do famoso Romeu e Julieta que, tenho certeza, vai agradar muito até os os paladares mais exigentes.

Mousse Romeu e Julieta

Ingredientes

1 lata de leite condensado
1 copo de requeijão cremoso
2 latas de creme de leite com o soro
300 gr de ricota
2 pacotes de gelatina incolor
1 xícara de água
1 pacote de goiabada (500 gr)

Modo de preparo

Bata no liquidificador o leite condensado, o requeijão, o creme de leite e a ricota. Hidrate a gelatina na água fria e leve ao microondas por 20 segundos até que ela se dissolva bem. Junte ao creme no liquidificador e bata até obter um creme bem liso.

Despeje a mistura em uma taça de vidro grande ou em uma compoteira e leve à geladeira por 4 horas.

Corte a goiabada em pedaços e leve ao fogo, juntando uma xícara de água. Aqueça a goiabada até virar uma geléia rala e depois gele por umas 4 horas. Sirva a goiabada sobre a mousse ou em uma compoteira separada.

By Joemir Rosa.

Rotina

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , on 02/09/2011 by Joe

– “No fundo, as pessoas reclamam, mas adoram a rotina”, eu disse.

– “Claro!”, respondeu o Mestre. “E a razão é muito simples: a rotina lhes dá a falsa sensação de que estão seguras. Assim, o dia de hoje será exatamente igual ao dia de ontem, e o amanhã não trará surpresas.

Quando a noite chega, parte da alma reclama que nada de diferente foi vivido, mas a outra parte fica contente, paradoxalmente, pela mesma razão. Evidente que esta segurança é totalmente falsa; ninguém pode controlar nada, e uma mudança aparece justamente no momento mais inesperado, pegando a pessoa sem condições de reagir ou lutar”.

– “Se somos livres para decidir que queremos uma vida igual, porque Deus nos força a mudá-la?”

– “O que é a realidade? É a maneira como a imaginamos que seja. Se muita gente ‘pensa’ que o mundo é de tal e qual maneira, as coisas à nossa volta se cristalizam, e nada muda por algum tempo. Entretanto, a vida é uma evolução constante – social, política, espiritual, seja lá em que nível for. Para que as coisas evoluam, é necessário que as pessoas mudem. Como estamos todos interligados, às vezes o Universo dá um empurrão naqueles que estão impedindo a evolução”.

– “Geralmente sob a forma de tragédia …”

– “A tragédia depende do modo como você a ve. Se escolheu ser uma vítima do mundo, qualquer coisa que lhe acontecer vai alimentar aquele lado negro de sua alma, onde você se considera injustiçado, sofredor, culpado e merecedor de castigo. Se escolher ser um aventureiro, as mudanças – mesmo as perdas inevitáveis, já que tudo neste mundo se transforma – podem causar alguma dor, mas logo vão lhe empurrar adiante, obrigando-o a reagir.

Em muitas das tradições orais, a sabedoria é representada por um templo com duas colunas na porta: estas duas colunas sempre têm nomes de coisas opostas entre si, mas para exemplificar o que quero dizer, chamaremos uma de Medo e outra de Desejo.

Quando o homem está diante desta porta, ele olha para a coluna do Medo e pensa: “Meu Deus, o que vou encontrar adiante?”. Em seguida, olha para a coluna do Desejo e pensa: “Meu Deus, já estou tão acostumado com o que tenho, desejo continuar vivendo como sempre vivi”. E fica ali parado; a isso chamamos de tédio”.

– “Então, o tédio é …”

– “O movimento que cessa. Instintivamente, sabemos que está errado e nos revoltamos. Nos queixamos com nossas esposas, maridos, filhos, vizinhos. Mas, por outro lado, sabemos que o tédio e a rotina são portos seguros”.

– “Uma pessoa pode passar a vida inteira nesta situação?”

– “Ela pode levar o empurrão da vida, mas resistir e continuar ali, sempre reclamando – e seu sofrimento foi inútil, não lhe ensinou nada. Sim, uma pessoa pode continuar o resto dos seus dias diante de uma das muitas portas que deve ultrapassar, mas ela precisa entender que só viveu mesmo até aquele ponto. Pode continuar respirando, andando, dormindo, comendo, mas cada vez com menos prazer, porque já está morta espiritualmente e não sabe.

Até que um dia, além da morte espiritual, aparece a morte física; neste momento, Deus perguntará: “o que você fez com a sua vida?”. Todos nós teremos que responder a esta pergunta …

E ai de quem disser:

– “Fiquei parado diante de uma porta …”

By Paulo Coelho, da série “Diálogos com o Mestre”.

Eu acuso!!!

Posted in Atualidade with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 29/12/2010 by Joe

Tributo ao professor Kássio Vinícius Castro Gomes, assassinado por um aluno em Belo Horizonte.

Meu dever é falar, não quero ser cúmplice (Émile Zola).

Foi uma tragédia fartamente anunciada. Em milhares de casos, desrespeito. Em outros tantos, escárnio. Em Belo Horizonte, um estudante processa a escola e o professor que lhe deu notas baixas, alegando que teve danos morais ao ter que virar noites estudando para a prova subsequente (notem bem: o alegado “dano moral” do estudante foi ter que … estudar!).

A coisa não fica apenas por aí. Pelo Brasil afora, ameaças constantes. Ainda neste ano, uma professora brutalmente espancada por um aluno. O ápice desta escalada macabra não poderia ser outro.

O professor Kássio Vinícius Castro Gomes pagou com sua vida, com seu futuro, com o futuro de sua esposa e filhas, com as lágrimas eternas de sua mãe, pela irresponsabilidade que há muito vem tomando conta dos ambientes escolares.

Há uma lógica perversa por trás dessa asquerosa escalada. A promoção do desrespeito aos valores, ao bom senso, às regras de bem viver e à autoridade foi elevada a método de ensino e imperativo de  convivência supostamente democrática.

No início foi o maio de 68, em Paris: gritava-se nas ruas que “era proibido proibir”. Depois, a geração do “não bate que traumatiza”. A coisa continuou: “Não reprove que atrapalha”. Não dê provas difíceis, pois “temos que respeitar o perfil dos nossos alunos”. Aliás, “prova não prova nada”. Deixe o aluno “construir seu conhecimento”. Não vamos avaliar o aluno. Pensando bem, “é o aluno que vai avaliar o professor”. Afinal de contas, ele está pagando…

E como a estupidez humana não tem limite, a avacalhação geral epidêmica, travestida de “novo paradigma” (Irc!), prosseguiu a todo vapor, em vários setores: “o bandido é vítima da sociedade”, “temos que mudar ‘tudo isso que está aí’; “mais importante que ter conhecimento é ser ‘crítico’.”

Claro que a intelectualidade rasa de pedagogos de panfleto e burocratas carreiristas ganhou um imenso impulso com a mercantilização desabrida do ensino: agora, o discurso anti-disciplina é anabolizado pela lógica doentia e desonesta da paparicação ao aluno–cliente…

Estamos criando gerações em que uma parcela considerável de nossos cidadãos é composta de adultos mimados, despreparados para os problemas, decepções e desafios da vida, incapazes de lidar com conflitos e, pior, dotados de uma delirante certeza de que “o mundo lhes deve algo”.

Um desses jovens, revoltado com suas notas baixas, cravou uma faca com dezoito centímetros de lâmina, bem no coração de um professor. Tirou-lhe tudo o que tinha e tudo o que poderia vir a ter, sentir, amar.

Ao assassino, corretamente, deverão ser concedidos todos os direitos que a lei prevê: o direito ao tratamento humano, o direito à ampla defesa, o direito de não ser condenado em pena maior do que a prevista em lei. Tudo isso, e muito mais, fará parte do devido processo legal, que se iniciará com a denúncia, a ser apresentada pelo Ministério Público. A acusação penal ao autor do homicídio covarde virá do promotor de justiça. Mas, com a licença devida ao célebre texto de Emile Zola, EU ACUSO tantos outros que estão por trás do cabo da faca:

EU ACUSO a pedagogia ideologizada, que pretende relativizar tudo e todos, equiparando certo ao errado e vice-versa;

EU ACUSO os pseudo-intelectuais de panfleto, que romantizam a “revolta dos oprimidos” e justificam a violência por parte daqueles que se sentem vítimas;

EU ACUSO os burocratas da educação e suas cartilhas do politicamente correto, que impedem a escola de constar faltas graves no histórico escolar, mesmo de alunos criminosos, deixando-os livres para tumultuar e cometer crimes em outras escolas;

EU ACUSO a hipocrisia de exigir professores com mestrado e doutorado, muitos dos quais, no dia a dia, serão pressionados a dar provas bem tranquilas, provas de mentirinha, para “adequar a avaliação ao perfil dos alunos”;

EU ACUSO os últimos tantos Ministros da Educação, que em nome de estatísticas hipócritas e interesses privados, permitiram a proliferação de cursos superiores completamente sem condições, freqüentados por alunos igualmente sem condições de ali estar;

EU ACUSO a mercantilização cretina do ensino, a venda de diplomas e títulos sem o mínimo de interesse e de responsabilidade com o conteúdo e formação dos alunos, bem como de suas futuras missões na sociedade;

EU ACUSO a lógica doentia e hipócrita do aluno-cliente, cada vez menos exigido e cada vez mais paparicado e enganado, o qual finge que não sabe que, para a escola que lhe paparica, seu boleto hoje vale muito mais do que seu sucesso e sua felicidade amanhã;

EU ACUSO a hipocrisia das escolas que jamais reprovam seus alunos, as quais formam analfabetos funcionais só para maquiar estatísticas do IDH e dizer ao mundo que o número de alunos com segundo grau completo cresceu “tantos por cento”;

EU ACUSO os que aplaudem tais escolas e ainda trabalham pela massificação do ensino superior, sem entender que o aluno que ali chega deve ter o mínimo de preparo civilizacional, intelectual e moral, pois estamos chegando ao tempo no qual o aluno “terá direito” de se tornar médico ou advogado sem sequer saber escrever, tudo para o desespero de seus futuros clientes-cobaias;

EU ACUSO os que agora falam em promover um “novo paradigma”, uma “ nova cultura de paz”, pois o que se deve promover é a boa e velha cultura da “vergonha na cara”, do respeito às normas, à autoridade e do respeito ao ambiente universitário como um ambiente de busca do conhecimento;

EU ACUSO os  “cabeça–boa” que acham e ensinam que disciplina é “careta”, que respeito às normas é coisa de velho decrépito,

EU ACUSO os métodos de avaliação de professores, que se tornaram templos de vendilhões, nos quais votos são comprados e vendidos em troca de piadinhas, sorrisos e notas fáceis;

EU ACUSO os alunos que protestam contra a impunidade dos políticos, mas gabam-se de colar nas provas, assim como ACUSO os professores que, vendo tais alunos colarem, não têm coragem de aplicar a devida punição.

EU VEEMENTEMENTE ACUSO os diretores e coordenadores que impedem os professores de punir os alunos que colam, ou pretendem que os professores sejam “promoters” de seus cursos;

EU ACUSO os diretores e coordenadores que toleram condutas desrespeitosas de alunos contra professores e funcionários, pois sua omissão quanto aos pequenos incidentes é diretamente responsável pela ocorrência dos incidentes maiores;

Uma multidão de filhos tiranos que se tornam alunos-clientes serão despejados na vida como adultos eternamente infantilizados e totalmente despreparados, tanto tecnicamente para o exercício da profissão, quanto pessoalmente para os conflitos, desafios e decepções do dia a dia.

Ensimesmados em seus delírios de perseguição ou de grandeza, estes jovens mostram cada vez menos preparo na delicada e essencial arte que é lidar com aquele ser complexo e imprevisível que podemos chamar de “o outro”.

A infantilização eterna cria a seguinte e horrenda lógica, hoje na cabeça de muitas crianças em corpo de adulto: “Se eu tiro nota baixa, a culpa é do professor. Se não tenho dinheiro, a culpa é do patrão. Se me drogo, a culpa é dos meus pais. Se furto, roubo, mato, a culpa é do sistema. Eu sou apenas uma vítima. Uma eterna vítima. O opressor é você, que trabalha, paga suas contas em dia e vive sua vida. Minhas coisas não saíram como eu queria. Estou com muita raiva. Quando eu era criança, eu batia os pés no chão. Mas agora, fisicamente, eu cresci. Portanto, você pode ser o próximo.”

Qualquer um de nós pode ser o próximo, por qualquer motivo. Em qualquer lugar, dentro ou fora das escolas. A facada ignóbil no professor Kássio dói no peito de todos nós. Que a sua morte não seja em vão. É hora de repensarmos a educação brasileira e abrirmos mão dos modismos e invencionices. A melhor “nova cultura de paz” que podemos adotar nas escolas e universidades é fazermos as pazes com os bons e velhos conceitos de seriedade, responsabilidade, disciplina e estudo de verdade.

By Igor Pantuzza Wildmann, advogado, doutor em Direito e professor universitário.

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