Sempre estava de bom humor e as suas palavras eram positivas e animadoras. Motivava aqueles que tinham a sorte de estar ao seu lado. Irradiava otimismo e, por isso, era muito agradável trabalhar com ele. Se alguém tinha alguma dificuldade, animava aquele que padecia a ver o lado positivo da situação.
Certo dia, sem meia tinta, perguntei-lhe abruptamente:
– “Como é possível que esteja sempre otimista? Como consegue ver a realidade constantemente de um modo tão positivo? Onde busca essa alegria que irradia à tua volta?”
A sua resposta, que me ficou gravada na memória e ainda hoje tem influência no meu modo de encarar a vida, foi a seguinte:
– “Todos os dias, quando me levanto de manhã, digo a mim mesmo que tenho duas opções para esse dia: deixar-me levar pelo mau humor ou, pelo contrário, esforçar-me por estar de bom humor. Como sou livre, escolho conscientemente a segunda opção.
“Quando me acontece algo de mal durante o dia, digo a mim mesmo que tenho duas opções: escolher o papel de vítima ou, pelo contrário, esforçar-me por aprender alguma coisa com aquilo que me aconteceu. Como sou livre, escolho conscientemente a segunda opção”.
Quando ouço alguém se queixar da vida, digo a mim mesmo que tenho duas opções: associar-me às suas lamentações ou, pelo contrário, esforçar-me por ver o lado positivo de cada situação. Como sou livre, escolho conscientemente a segunda opção.”
– “Mas isso não é tão fácil assim, é?” – respondi-lhe.
– “Também não é tão difícil como parece” – foi a sua contestação imediata. E continuou:
– “A vida é uma escolha constante. As atitudes que tomamos diante dela também o são. É uma decisão de cada um de nós escolher como viver a sua vida. E também é uma decisão de cada um de nós escolher a atitude que vai ter diante daquilo que nos acontece na nossa vida. Como somos livres, temos de escolher conscientemente a melhor opção.”
É verdade que esta história é demasiadamente fantasiosa. No entanto, é um relato que nos faz pensar que a nossa vida é, de algum modo, uma escolha constante.
Não façamos tragédias por tudo e por nada! A vida não é tão má como, às vezes, gostamos de a pintar!
Se há coisas que não nos correm bem, também há outras que são maravilhosas e que nem nos damos conta disso.
Ao olhar para o mundo que nos rodeia, não nos esqueçamos dessa bondade natural que possui por ter sido criado por Deus. Se a aceitarmos, desaparecerão muitos desânimos no nosso viver quotidiano, mesmo no meio das dificuldades.
E as pessoas à nossa volta nos agradecerão por serem contagiados por essa alegria de viver.
By Pe. Rodrigo Lynce de Faria.