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Escolhas de uma vida

Posted in Inspiração with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 30/04/2014 by Joe

Escolhas de uma vida

A certa altura do filme “Crimes e Pecados”, o personagem interpretado por Woody Allen diz:

“Nós somos a soma das nossas decisões!”

Essa frase acomodou-se na minha massa cinzenta e de lá nunca mais saiu. Compartilho do ceticismo de Allen: a gente é o que a gente escolhe ser, o destino pouco tem a ver com isso.

Desde pequenos aprendemos que, ao fazermos uma opção, estamos descartando outra e, de opção em opção, vamos tecendo essa teia que se convencionou chamar “minha vida”.

Não é tarefa fácil!

No momento em que escolhemos ser médico, estamos abrindo mão de ser piloto de avião. Ao optar pela vida de atriz, será quase impossível conciliar com a arquitetura. Se é a psicologia que se almeja, pouco tempo sobrará para fazer o curso de odontologia.

Não se pode ser tudo!

No amor é a mesma coisa: namora-se um, outro, e mais outro, num excitante vai e vem de romances. Até que chega um momento em que é preciso decidir entre passar o resto da vida sem compromisso formal com alguém, apenas vivenciando amores e deixando-os ir embora quando se findam, ou casar e, através do casamento, fundar uma microempresa, com direito à casa própria, orçamento doméstico e responsabilidades. As duas opções tem seus prós e contras: viver sem laços e viver com laços.

Escolha!

Morar em Londres ou numa chácara? Ter filhos ou não? Posar nua ou ralar atrás de um balcão? Correr de kart ou entrar para um convento? Fumar e beber até cair ou virar vegetariano e budista?

Todas as alternativas são válidas, mas há um preço a pagar por elas.

Quem dera pudéssemos ser uma pessoa diferente a cada 6 meses, ser casados de segunda a sexta e solteiros nos finais de semana, ter filhos quando se está bem disposto e não tê-los quando se está cansado, viver de poesia e dormir em hotel 5 estrelas. No way! Por isso é tão importante o autoconhecimento.

Por isso é necessário ler muito, ouvir os outros, estagiar em várias tribos, prestar atenção ao que acontece em volta e não cultivar preconceitos. Nossas escolhas não podem ser apenas intuitivas, elas têm que refletir o que a gente é.

Lógico que se deve reavaliar decisões e trocar de caminho: ninguém é o mesmo para sempre. Mas que essas mudanças de rota venham para acrescentar, e não para anular a vivência do caminho anteriormente percorrido.

A estrada é longa e o tempo é curto!

By Pedro Bial.

A árvore dos desejos

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 06/03/2014 by Joe

Árvore dos desejos

Era uma vez um homem que estava viajando e, acidentalmente, entrou no Paraíso.

No conceito indiano de Paraíso, existem árvores dos desejos. Você simplesmente senta debaixo delas, deseja qualquer coisa e, imediatamente, seu desejo é realizado – não há intervalo entre o desejo e sua realização.

O homem estava cansado e pegou no sono sob a árvore dos desejos. Quando despertou, estava com muita fome, e então disse:

– “Estou com tanta fome… desejaria conseguir alguma comida de algum lugar.”

Imediatamente apareceu comida vinda do nada – simplesmente uma deliciosa comida flutuando no ar. Ele estava tão faminto que não quis nem saber de onde ela viera. Começou a comer imediatamente e a comida era tão deliciosa…

Depois de ter saciado sua fome, olhou à sua volta. Agora estava satisfeito. Outro pensamento surgiu em sua mente:

– “Se ao menos eu conseguisse algo para beber…”

Como não há proibições no Paraíso, imediatamente apareceu um excelente vinho. Bebendo vinho relaxadamente na brisa fresca do lugar, sob a sombra da árvore, começou a pensar:

– “Mas… o que está acontecendo? O que está havendo? Como essa comida e essa bebida apareceram? Estou sonhando ou existem espíritos ao meu redor zombando de mim?”

E os espíritos apareceram! E eram ferozes, horríveis, nauseantes. Ele começou a tremer e um pensamento surgiu em sua mente:

– “Agora vou ser assassinado, com certeza!”

Conforme seu desejo, foi o que aconteceu…

Esta é uma antiga parábola de imenso significado. Sua mente é a arvore dos desejos – o que você pensa, mais cedo ou mais tarde se realiza. Às vezes, o intervalo é tão grande que você se esquece completamente que, de alguma forma, desejou aquilo; então não faz ligação com a fonte.

Mas se olharmos profundamente, perceberemos que todos os nossos pensamentos, medos e receios estão formando nossas vidas. Eles criam o nosso Inferno ou o nosso Paraíso. Criam nossos tormentos ou criam nossas alegrias. Eles criam o negativo ou criam o positivo. Todos aqui são mágicos. E todos estão fiando e tecendo um mundo mágico ao seu redor… e aí são apanhados! A aranha é pega em sua própria teia!

Ninguém o está torturando a não ser você mesmo. E, uma vez que isso seja compreendido, mudanças começam a acontecer. Então, você pode dar a volta, pode transformar seu Inferno em Paraíso! É simplesmente uma questão de pintá-lo a partir de um ângulo diferente.

Seu Paraíso depende apenas de você!

By Osho.

O professor

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Professores 2

A tabuada não basta. Como não bastam funções hiperbólicas, variáveis complexas, orações subordinadas. Não bastam Euclides e sua geometria, não bastam as teorias. O professor deve ensinar ao aluno a arte de viver com dignidade, com amor, com liberdade.

Não basta falar das guerras, das batalhas, das conquistas – tem que ensinar o aluno a conquistar primeiro a si próprio. Ensinar-lhe medir distâncias é pouco – é necessário vencê-las. Não basta saber o nome dos rios, temos que fluir. Equações algébricas não resolvem tudo, antes é preciso resolver-se. Em vez das mentiras históricas, o professor deve ensinar as verdades, e o melhor modo de encontrá-las.

Não basta falar de política, o professor tem que ser democrata. Deve olhar nos olhos do aluno e dizer-lhe como a vida é. Aumentar-lhe a coragem de crescer. Ensinar-lhe a lógica das emoções e o amor pelo raciocínio.

O professor transmite sabedoria, incentiva o bom senso e o bom gosto. Mergulha fundo no oceano de dúvidas que o aluno tem no coração, e traz o tesouro pulsante lá submerso. Educa, orienta, aviva a chama na consciência de cada. Ao polir a pedra bruta, consegue intenso brilhante.

Bom professor é aquele que não exige, não cobra – obtém. Não corrige – mostra o porquê. Não hesita quando avalia, não constrange quando examina. E nunca faz da nota uma espada.

O bom professor não só ensina, compreende. Não levanta a voz, amplifica o verbo, convence. É sério – mas ri da própria seriedade. Fala do êxtase, da alegria e da profunda emoção que explode no seu peito quando ensina, como pétalas no riso de quem ama.

O professor mostra ao aluno a diferença entre o silogismo e a serpente. Ensina-o a extrair raiz quadrada com poesia. Demonstra como ser ousado sem ser burro. Jamais abusa da confiança do aluno, não lhe invade o espaço, não procura condicioná-lo. Não cria relações de dependência, nem exerce dominação sádica sobre ele. Infunde-lhe o respeito absoluto pela vida. Prefere o aluno criativo ao bem-comportado. Nunca o explora, é só o conquistador de um novo mundo, que leva o aluno a ver mais – mais alto e mais longe.

Não levanta paredes em torno do aluno, e sim, derruba aquelas que houver. Abre-lhe as portas da vida, com veemência. Não o repreende, não o censura, não o recrimina. Mostra ao aluno a importância da inteligência na determinação do seu futuro. O velho dilema entre a caneta e a vassoura…

Como Sócrates, o bom professor não vê glórias no que sabe, não esconde o que conhece, nem oculta o que possa não saber. Brinca, tem confiança em si, e não faz da escola uma cela.

Moderno, convence o aluno a saltar os muros da tradição, porque a aventura está sempre do outro lado. Lógico, respeita aquele que aprendeu a questionar. Não o sufoca com preconceitos nem com juízos de valor. Nem lhe causa medo algum. Transmite confiança, pega na mão, aplaude, incentiva, suporta, conduz, ampara na travessia.

Não é hipócrita, faz o que diz e diz o que pensa. É um farol que não vela o que descobre. Mostra um caminho. E não apenas mostra – demonstra, comprova, define.

Aranha em teia de luz, o professor não prende – liberta. Carrega o giz como fosse uma flor, com amor. E quando faz a linha tem firmeza, mas não separa. Ora Dali, ora Picasso, vai colocando a tinta, pondo seu traço, amando seu gesto, compondo a canção. Enaltece o risco do sonho, o círculo do fogo, a pureza da alma, o princípio da vida, o anel da esperança.

Considera o aluno obra de arte quase inacabada. Ama-o como se fosse um anjo. E nunca vai matar-lhe no peito a vontade de ser livre.

O professor é o amigo sincero que ajuda o aluno a superar os limites da vida, desbravando com determinação e ousadia essa fantástica região chamada Experiência.

Enfim – o professor é o Mestre.

By Edson Marques, no livro “Solidão a mil”.

Desapego

Posted in Inspiração with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 09/02/2012 by Joe

O maior exemplo de desapego vem das abelhas. Após construírem a colmeia, abandonam-na. E não a deixam morta, em ruínas, mas viva e repleta de alimento. Todo mel que fabricaram além do que necessitavam é deixado sem preocupação com o destino que terá.

Batem asas para a próxima morada sem olhar para trás.

A abelhas nos ensinam uma grande lição. Em geral o homem constrói para si, pensa no valor da propriedade, tem ambição de conseguir mais bens, sofre e briga quando na iminência de perder o que “lutou” para adquirir.

“Onde estiver nosso coração, ali estarão nossos tesouros”. Assim não pode haver paz, uma vez que pensamentos e sentimentos formam uma teia prendendo o ser ao que ele julga ser sua propriedade. Essa teia não o deixa alçar vôo para novas moradas. E tal  impedimento ocorre em vida, ou mesmo após a morte, quando um simples pensamento como “Para quem vai ficar a minha casa?” é capaz de retê-lo em uma etapa que já podia estar superada. Ele fica aprisionado a um plano denso e perde oportunidades de experiências superiores.

Para o homem, tirar a vida de animais e usá-los como alimento é normal. Derrubar árvores para fazer conservas de seu miolo, também. Costuma comprar o que está pronto e adquirir mais do que necessita. Já as abelhas fabricam o próprio alimento sem nada destruir e ainda doam a maior parte dele.

A lição das abelhas vem do seu espírito de doação. Num ato incomum de desapego, abandonam tudo o que levaram uma vida para construir. Simplesmente abandonam tudo, sem preocupação se vai para um ou para outro. Deixam o melhor que têm, seja para quem for – o que é muito diferente de doar o que não tem valor ou de dirigir a doação para alguém da nossa preferência.

Se queremos ser livres, se queremos parar de sofrer pelo que temos e pelo que não temos, devemos abrigar em nós um único desejo: o de nos transformar. O exercício é ter sempre em mente que nada nem ninguém nos pertence, que não viemos ao mundo para possuir coisas ou pessoas, e que devemos soltá-las. Assim, quando alguém ou algo tem de sair de nossa vida, não alimentamos a ilusão da perda. Adquirimos uma visão mais ampla.

O sofrimento vem quando nos fixamos a algo ou a alguém. O apego embaça o que deveria estar claro: por trás de uma pretensa perda está o ensinamento de que algo melhor para nosso crescimento precisa entrar. E se não abrimos mão do velho, como pode haver espaço para o novo?

Desconheço a autoria.

Desapego

Posted in Inspiração with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 07/06/2011 by Joe

O maior exemplo de desapego vem das abelhas. Após construírem a colmeia, abandonam-na. E não a deixam morta, em ruínas, mas viva e repleta de alimento. Todo mel que fabricaram além do que necessitavam é deixado sem preocupação com o destino que terá.

Batem asas para a próxima morada sem olhar para trás.

A abelhas nos ensinam uma grande lição. Em geral o homem constrói para si, pensa no valor da propriedade, tem ambição de conseguir mais bens, sofre e briga quando na iminência de perder o que “lutou” para adquirir.

“Onde estiver nosso coração, ali estarão nossos tesouros”. Assim não pode haver paz, uma vez que pensamentos e sentimentos formam uma teia prendendo o ser ao que ele julga ser sua propriedade. Essa teia não o deixa alçar vôo para novas moradas. E tal  impedimento ocorre em vida, ou mesmo após a morte, quando um simples pensamento como “Para quem vai ficar a minha casa?” é capaz de retê-lo em uma etapa que já podia estar superada. Ele fica aprisionado a um plano denso e perde oportunidades de experiências superiores.

Para o homem, tirar a vida de animais e usá-los como alimento é normal. Derrubar árvores para fazer conservas de seu miolo, também. Costuma comprar o que está pronto e adquirir mais do que necessita. Mas as abelhas fabricam o próprio alimento sem nada destruir e, ainda, doam a maior parte dele.

A lição das abelhas vem do seu espírito de doação. Num ato incomum de desapego, abandonam tudo o que levaram uma vida para construir. Simplesmente abandonam tudo, sem preocupação se vai para um ou para outro. Deixam o melhor que têm, seja para quem for – o que é muito diferente de doar o que não tem valor ou de dirigir a doação para alguém da nossa preferência.

Se queremos ser livres, se queremos parar de sofrer pelo que temos e pelo que não temos, devemos abrigar em nós um único desejo: o de nos transformar. O exercício é ter sempre em mente que nada nem ninguém nos pertence, que não viemos ao mundo para possuir coisas ou pessoas, e que devemos soltá-las. Assim, quando alguém ou algo tem de sair de nossa vida, não alimentamos a ilusão da perda. Adquirimos uma visão mais ampla.

O sofrimento vem quando nos fixamos a algo ou a alguém. O apego embaça o que deveria estar claro: por trás de uma pretensa perda está o ensinamento de que algo melhor para nosso crescimento precisa entrar. E se não abrimos mão do velho, como pode haver espaço para o novo?

Desconheço a autoria.

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