Apesar de ser uma cidadã brasileira, tenho consciência de que a Constituição deste país não me abrange, posto que só tenho obrigações, tais como: pagar impostos, tributos, e ser qualificada como “classe média”. Quanto aos direitos, esses são privilégio dos excluídos.
Este país não me deu educação, saúde, segurança – princípios fundamentais consagrados na “Carta Magna”.
Educação? Se estudei foi às custas do trabalho de meus pais que, embora de origem humilde, tiveram o bom senso de limitar o número de filhos ao poder aquisitivo correspondente ao orçamento familiar.
Saúde pública é coisa que conheço apenas de televisão e jornal pois, sempre que necessitei, socorri-me dos planos particulares, também custeados pelo trabalho de meus pais e, posteriormente, pelo meu próprio.
Segurança? Isso é utopia. Direitos humanos só para aqueles que, anteriormente à era “politicamente correta” eram qualificados como marginais. Nós, os pobres mortais, não temos direitos humanos e sim, o dever de permanecer trancafiados em nossas casas e apartamentos, pagando “módicas” taxas de condomínio que incluem portões, câmeras internas e demais sistemas de proteção que nos são impingidos a título da ilusória sensação de segurança.
Tudo o que as autoridades legitimamente constituídas, às quais é constitucionalmente outorgado o chamado “poder de polícia”, fazem por nós é divulgar o procedimento adequado a ser adotado em situações adversas: não reagir quando os “excluídos”nos agridem para apropriar-se de nossas vidas e bens materiais.
Já não tenho mais parâmetro para posicionar-me. Problema social? Como explicar o óbvio diariamente constatado: mulheres universitárias, presumivelmente “informadas”, gerando vários filhos de pais desconhecidos; mulheres “carentes” que moram em cubículos e a cada nove meses dão à luz mais um filho para passar fome e ser custeado pelos impostos dos que, de alguma forma, produzem e geram algum tipo de renda.
Ah, sim … renda, como se salário fosse renda. Paga-se imposto e até hoje não se sabe exatamente o que é esse “ser alienígena” intitulado “gasto público”.
Índio é inimputável, por disposição legal – “silvícula” – mas tem helicóptero, telefone (via satélite), acesso à internet, caminhonete importada, etc., tudo isso às custas de “arrendamento” (para exploração de pedras preciosas) em reserva indígena. E mais, arrendamento devidamente formalizado, objeto de instrumento contratual firmado por pajé! Pajé é o representante legal da tribo? Mas índio não é relativamente incapaz???
“Sem-terra” é profissão de profissionais agenciados por sindicatos organizados e ongs e tem o direito de descumprir a legislação em vigor, sob a argumentação de estarem amparados por “motivo socialmente justificável”. Com isso, inclusive, são autorizados a alienar o imóvel objeto do assentamento e, por incrível que pareça, promover queimadas, destruição de plantações, vegetação, maquinário, etc. Para eles, não há “crime ambiental”.
Quanto a mim, se deixar de pagar IPTU, Taxa de Lixo, Imposto de Transmissão e Afins, o apartamento onde moro com meu filho vai a leilão. Se cortar uma árvore serei condenada como criminosa! Pode???
Fico, então, me indagando: afinal, quais são os meus direitos? Porque, enquanto cidadã brasileira, só tenho obrigações – trabalho mais de 14 horas por dia, vou do trabalho para casa e vice-versa, contando com Deus para chegar com vida de onde saí (pior que isso estão os ateus que nem com Deus podem contar).
Meu direito é pagar, custear quem põe filho no mundo sem qualquer responsabilidade por sua criação e educação; é tentar sobreviver em uma sociedade onde o mais básico de meus direitos – o direito à vida – é totalmente ignorado … isso é justo???
Meu direito é custear estupradores, assassinos, estelionatários, seqüestradores, terroristas e traficantes que destroem famílias, aterrorizam a nossa sociedade e aniquilam quaisquer valores até então preservados (quando as palavras como honestidade e ética estavam embuídas de significado e valor a ser respeitado e preservado).
Meu direito é pagar altos salários a bandidos engravatados que, por legislarem em causa própria, estão acima da lei com suas imunidades parlamentares, suas cuecas recheadas de dinheiro, e a barriga cheia de tanta “pizza” para pelo “contribuinte” (queria saber quem foi o fdp que inventou essa palavra para mascarar os impostos!).
Os que custeio lotam os presídios e ainda rebelam-se por condições de vida melhor … Só pode mesmo ser uma piada. Seria hilário se não fosse a realidade!!!
Por essas e outras, tenho que informar: excluída sou eu!!!!!
By uma cidadã brasileira, “contribuinte”, vítima da exclusão social que assola este país!
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