– “O que vocês sabem sobre a Atlântida?”
– “A cidade perdida? É um mito, professor. Uma metáfora sobre uma era de ouro. Todo mito tem uma cidade perfeita, como a Shangri-lá ou o Eldorado. Atlântida era a “cidade perfeita” dos gregos, não é?”, disse Yelina.
Um leve sorriso se esboçou no olhar do Mestre.
– “Unicórnios também eram mitos, Yelina. Então, Marco Polo viajou à China e no meio do caminho encontrou vários. Não riam antes de eu terminar a piada! Marco Polo viajou e nos trouxe relatos de unicórnios, cavalos enormes com chifres na frente da face, com a pele invulnerável. Tentou se desculpar por não conseguir trazer nenhum para a Europa, mas perdeu cinco dos seus melhores homens tentando capturar um espécime, mas sua pele “mágica” era invulnerável e eles eram criaturas muito agressivas. Isso não o impediu de trazer chifres de um cadáver deles de volta à Itália!”
Esfregou a mão com raiva pelo rosto e bateu com ela na mesa, com força.
– “Agora vocês riem! Usem suas cabeças! Não é porque Marco Polo não conseguiu trazer um unicórnio para a Europa que rinocerontes não existem! Entenderam agora? As histórias crescem com os anos, mas nem tudo é mentira e às vezes a verdade é mais simples do que se pode imaginar! Usem suas cabeças, pelo amor de Deus!”
– “Repito a pergunta: O que sabem sobre a Atlântida?” –
By Renato Kress, trecho do conto “Escalas, Esferas, Estrelas…”.