Arquivo para Recordações

Concluindo etapas, encerrando ciclos

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 07/04/2015 by Joe

Concluindo etapas encerrando ciclos

É importante, sempre, saber quando termina uma etapa da vida. Se você insiste em permanecer nela além do tempo necessário perderá a alegria e o sentido de tudo mais.

Encerrando ciclos, fechando portas, ou encerrando capítulos, como queira chamar, o importante é poder encerrá-los, deixando ir momentos da vida que se concluíram.

Terminou o seu trabalho? Acabou a sua relação com o parceiro? Você já não vive mais numa determinada casa? Deve fazer uma viagem? A amizade com alguém terminou?

Roubaram você em sua casa? Morreu um ente querido? Quebrou ou estragou um objeto de estimação? Você descobriu que o mentor espiritual que seguia era uma fraude?

Você pode passar muito tempo do seu presente remoendo os porquês, tentando devolver a cacetada que levou ou mesmo procurando entender porque aconteceu tal fato em sua vida.

O desgaste vai ser infinito pois, na vida, você, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos temos de ir encerrando capítulos, virando a página, concluindo etapas ou momentos da vida e seguir adiante.

Não podemos estar no presente com saudades do passado. Nem sequer perguntando-nos “por quê?” O que passou, passou, e temos que soltar, desprender, não ficar preso ao passado. Não podemos ser crianças eternas, nem adolescentes tardios, nem empregados de empresas que já não existem mais, nem ter vínculos com quem não quer estar vinculado a nós. Não.

Os fatos passam e temos que deixá-los ir! Por isso, às vezes, é importante destruir recordações, livrar-se de presentes, mudar de casa, rasgar papéis velhos, desfazer-se de livros ou de objetos que são desnecessários. As mudanças externas podem simbolizar processos interiores de superação. Deixar ir, soltar, desprender-se. Na vida ninguém joga com cartas marcadas e temos que aprender a perder e a ganhar. Temos que deixar ir, virar a página, viver só o presente. O passado já era. Não espere que lhe devolvam o passado, não espere reconhecimentos, não espere que, em algum momento, se deem conta de quem você é.

Solte o ressentimento, pois, ligar o seu televisor pessoal para retornar ao assunto, só vai causar-lhe dano mental, envenená-lo, amargurá-lo. Apesar do tempo não ser linear, a vida está focada sempre para a frente, nunca para trás. O que passou deve servir apenas para que continue a viver com mais sabedoria. Se você anda pela vida deixando portas abertas, nunca poderá desprender-se nem viver o hoje com satisfação.

Noivados ou amizades que não se fecham, possibilidades de regressar para que? Necessidade de esclarecimentos, palavras que não se disseram, silêncios que o invadiram: se puder enfrentá-los já e agora, faça-o! Se não, deixe-os ir, encerre os capítulos. Diga a você mesmo que não, que não deve voltar. Mas não por orgulho, nem por soberba, mas porque você já não se encaixa aí nesse lugar, nesse coração, nessa habitação, nessa morada, nesse escritório ou nessa profissão. Sua frequência agora é outra. Você já não é o mesmo que foi há dois dias, há três meses, há um ano. Portanto, não há porque voltar. Feche a porta, vire a página, encerre o ciclo. Nem você será o mesmo, nem as circunstâncias seriam as mesmas, porque na vida nada se mantém quieto, nada é estático.

É saudável mentalmente ter amor por você mesmo, desprender-se do que já não está em sua vida. Recorde que nada, nem ninguém, é indispensável. Nem uma pessoa, nem um lugar, nem um trabalho, nada é vital para viver porque, quando você veio a este mundo, chegou sem qualquer adesivo ou etiqueta. Portanto, é apenas costume viver apegado a um adesivo ou etiqueta. E é um trabalho pessoal aprender a viver livre, sem a etiqueta ou o adesivo humano ou físico que hoje lhe dói deixar ir.

Então, encerre, feche, limpe, jogue fora, oxigene, desprenda-se, sacuda, solte. Existem muitas palavras que significam saúde mental e, qualquer que seja a que você escolher, lhe ajudará definitivamente a seguir adiante com tranquilidade. Esta é a vida.

Adaptação livre de um texto de Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832).

Glória Roubada – O Outro Lado das Copas

Posted in Livros with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 06/07/2014 by Joe

Glória Roubada - O Outro Lado das CopasLivro: A Glória Roubada
O Outro Lado das Copas
By Edgardo Martolio
Editora Figurati

Mais de sete décadas, quase 20 Copas do Mundo, oito campeões, bilhões de dólares. Muitas tristezas e alguns sorrisos (eternos). Fama. Consagração ou estigma. Milhares de craques escrevendo com gols capítulos memoráveis. Vencedores e vencidos.

Uma festa a cada quatro anos, retrato de momentos únicos. É o futebol, alegria do povo. Mas não é apenas futebol, nem só alegria. No último século, atrás da bola e no coração dos Mundiais, correram sangue, suor e lágrimas. Uma centena de ditaduras vigiou de perto os benefícios que o maior evento dos tempos modernos poderia lhes oferecer. E agiu. Futebol e poder, fatalmente, converteram-se, para sempre, em amigos…

Neste livro, o autor esquadrinhou suas memórias e selecionou ocorrências que mostram como lunáticos, déspotas, canalhas e fanáticos misturaram seus regimes totalitários, suas vontades políticas e suas vaidades pessoais com a glória esportiva. E como as Copas foram usadas por governos tiranos para fins estranhos ao futebol. Nem todos mataram ou torturaram. Mas, de um modo ou de outro, quase sempre usufruíram de honras que não conquistaram.

Apropriaram-se de pergaminhos alheios e se iluminaram com resplendores que não lhes pertenciam. Por isso, “Glória Roubada” é o título ideal. Depois de percorrer estas páginas, alguns nomes não deixarão mais as lembranças do leitor – como Matthias Sindelar, Eduard Streltsov, Ernst Jean-Joseph…

No entanto, outros, mais tristemente famosos – como Hitler, Mussolini, Videla e Pinochet – voltarão às recordações que, não obstante, ajudam a desejar, sempre, viver em democracia.

Um livro atual, que nos conta um pouco dos bastidores dessa paixão mundial: o futebol!

By Joemir Rosa.

Ter vida secreta é necessidade

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 11/02/2014 by Joe

Ter vida secreta é uma necessidade

Ter vida secreta é necessidade, dizem psicólogos, mas o conflito entre desejo e sociedade pode causar sérios traumas!

Um recibo de cartão de crédito esquecido no lugar errado ou um e-mail em aberto na caixa postal do computador poderia ter acabado com tudo: com o casamento, com a carreira bem sucedida e com a reputação de decência que ele construiu numa vida inteira.

Acontece que, por mais de 10 anos, ele radicalmente manteve duas identidades paralelas: uma delas era do homem que vivia numa pacata vila do condado de Westchester e que trabalhava num escritório de Nova York, enquanto que o outro funcionava principalmente nos clubes noturnos, bares de aeroporto e bordéis. O primeiro recebia os clientes calorosamente e acenava aos vizinhos, às vezes apenas poucas horas depois de o outro ter voltado de um encontro de “trabalho” com prostitutas ou traficantes de cocaína.

A gota d’água para o fim dessa situação foi um simples aviso em pop-up pelo computador, num anúncio de um software de segurança eletrônica, advertindo que a vida online dele estava sendo “constantemente monitorada”. Foi o bastante para provocar pânico nesse empreendedor imobiliário de Nova York, que em seguida procurou um terapeuta.

A vida dupla desse homem é um exemplo extremo de como a aflição mental pode fragmentar uma identidade, afirma o psiquiatra que atendeu esse paciente, o Dr. Jay S. Kwawer, diretor de educação clínica no Instituto William Alanson White em Nova York. Kwawer discutiu esse caso numa palestra recente.

Os psicólogos dizem que a maioria dos adultos normais está bem preparada para começar uma vida secreta, quem sabe até para mantê-la. E a capacidade de manter um segredo é fundamental para um desenvolvimento social saudável, dizem os especialistas. O desejo de criar outras identidades – e o de se reinventar e o de fingir – podem perfeitamente se prolongar pela vida adulta.

E, nos últimos anos, pesquisadores concluíram que algumas habilidades psicológicas que servem para muitos evitarem colapsos mentais são as mesmas que podem colocar essas pessoas em risco crescente, quando prolongam essas atividades clandestinas.

“Num sentido bem profundo, você não tem um self, uma identidade, a não ser que tenha um segredo. Nós todos temos aqueles momentos em nossas vidas onde sentimos que estamos nos dissolvendo em nosso grupo social, ou no trabalho ou no casamento. Nesse caso é bom, dá prazer buscar uma atividade secreta, ou algum subterfúgio, para reafirmar nossa identidade, como alguém dissociado do grupo”, afirma o Dr. Daniel M. Wegner, professor de psicologia em Harvard. “E agora estamos descobrindo que algumas pessoas fazem isso de maneira mais eficiente que outras”.

As vidas secretas mais conhecidas são as mais espetaculares –o arquiteto Louis Kahn na verdade teve três vidas; Charles Lindbergh assumidamente teve duas. Mas esses são exemplos exagerados de um comportamento que é extremamente comum e variado, dizem os psicólogos.

Algumas pessoas jogam furtivamente, outras experimentam drogas. Tem gente que experimenta aulas de música, enquanto outras seguem um grupo religioso. E elas guardam seus segredos por diversas razões.

Há também milhares de pessoas – homens e mulheres gays que mantêm casamentos heterossexuais, por exemplo – cuja vergonha ou cuja negação a respeito de suas necessidades elementares os encaminham para excursões clandestinas por outros mundos.

Mas se a vida secreta será ou não destrutiva, concluem os especialistas, isso vai depender tanto da natureza do segredo quanto da estrutura psicológica do indivíduo.

Tudo que é secreto dá mais prazer

Há muito tempo os psicólogos vêm considerando a capacidade de guardar segredos como fundamental para um desenvolvimento saudável. Crianças a partir dos 6 ou 7 anos aprendem a fazer segredo sobre o presente que a mãe receberá no aniversário. Na adolescência e na idade adulta, uma certa fluência com as pequenas mentiras sociais é associada à boa saúde mental.

Os pesquisadores já confirmaram que o segredo pode despertar a atração, ou como colocou Oscar Wilde, “O ato mais banal se torna delicioso se é secreto”.

Um estudo feito com homens e mulheres que vivem no Texas relatou que os relacionamentos passados que continuam vindo à lembrança dessas pessoas freqüentemente são esses relacionamentos secretos.

Num outro estudo, psicólogos em Harvard descobriram que podiam aumentar a atração entre desconhecidos, homens e mulheres, ao estimulá-los a flertar furtivamente, como por debaixo de uma mesa, como parte de um experimento científico.

O impulso de agir como persona inteiramente diferente também é amplamente comum em culturas diferentes, dizem os cientistas sociais, e pode ser motivado tanto pela curiosidade quanto por simples travessura ou então por uma sincera busca espiritual.

Certamente é um conflito familiar para quase todos que já escapuliram temporariamente de seu cotidiano, seja nas férias, a negócios ou quando vai viver num outro país.

“Acontecia frequentemente quando alguém saía de férias no verão e se transformava numa outra pessoa, como quem saía para acampar ou ia para a Europa e se transfigurava, em espírito ou por meio de uma experiência saudável”, diz a dra. Sherry Turkle, socióloga do Instituto de Tecnologia de Massachusetts.

Agora, segundo a especialista, as pessoas frequentemente se transformam em outras pela Internet, sem nem precisar sair da poltrona: um contínuo que fica logo ali, perto de você, pode assinar como fulanodetal@xyz.com.br e navegar por salas de bate-papo como OcaradeArmani, Brisa Suave ou Homem-Trovão.

Recentemente, a dra. Turkle estudou a utilização de jogos interativos online, como o The Sims Online, onde as pessoas estabelecem famílias e comunidades. Após realizar entrevistas detalhadas com 200 jogadores regulares ou eventuais, ela diz que muitas pessoas utilizam os jogos como uma maneira de formar famílias que gostariam de ter tido, ou pelo menos como forma de viver versões alternativas de suas próprias vidas.

Uma jovem de 16 anos que vive com um pai abusivo fez uma simulação de seu relacionamento com ele no jogo The Sims Online. No jogo ela se transfigurava, aleatoriamente, em um rapaz de 16 anos, numa jovem mais velha e mais poderosa e numa outra personalidade, mais assertiva, entre outras identidades. Foi como uma filha mais resoluta, diz a Dra. Turkle, que a jovem percebeu que era possível perdoar o pai dela, caso não conseguisse transformá-lo.

“Acho que o que as pessoas estão fazendo agora pela Internet”, diz a cientista, “tem um significado psicológico profundo, pela forma como elas usam outras identidades para expressar problemas e potencialmente resolvê-los, numa região que é relativamente livre de consequências”.

Bloqueando lembranças desagradáveis

Já no mundo aqui fora, lugar tão cheio de perigos e consequências, estudos indicam que a maioria das pessoas considera ser mentalmente exaustivo manter segredos bombásticos por muito tempo. Vidas secretas então, nem se fala…

O simples ato de tentar suprimir a informação cria uma espécie de efeito-rebote, fazendo com que pensamentos sobre um caso extraconjugal, excursões de fim de noite ou uma dívida secreta inundem a consciência, especialmente quando uma pessoa que poderia ser atingida por uma revelação está por perto.

É como acontece com um aparelho de televisão ligado num bar superlotado – o tal lance secreto permanece ligado na mente, atraindo a atenção apesar de esforços conscientes para mudar o foco. Os pensamentos suprimidos retornam até mesmo nos sonhos, de acordo com um estudo publicado recentemente.

A força desse efeito, não há dúvidas, varia de pessoa para pessoa, de acordo com os psiquiatras. Em casos raros, quando as pessoas estão patologicamente sem remorsos, elas não ligam nem percebem o impacto em potencial de seu segredo sobre outras pessoas, e portanto nem sentem a tensão da manutenção do segredo.

Já os que são pagos para viver vidas secretas, como os agentes da inteligência (espiões), pelo menos sabem qual deve ser seu papel, e têm orientações claras que lhes indicam o quanto podem revelar, e para que pessoas exatamente.

Mas, numa série de experiências realizadas na década passada, os psicólogos identificaram um grupo maior de pessoas, batizado de grupo dos repressores (de informação). São de 10% a 15% da população, adeptos da técnica de ignorar ou suprimir a informação que lhes é embaraçosa – pessoas bem capacitadas para manter segredos.

Os repressores de informação apresentam índices baixos nos questionários que medem ansiedade e atitudes defensivas – indicando, por exemplo, que essas pessoas raramente são ressentidas, se preocupam com dinheiro, ou se afligem com pesadelos e dores de cabeça. São pessoas que se avaliam positivamente e que não se atormentam por pouco.

Embora pouco seja conhecido sobre o estágio mental de pessoas assim, alguns psicólogos acreditam que elas aprenderam a bloquear pensamentos aflitivos, distraindo-se com boas recordações. Com o passar do tempo – na verdade, com a prática – isso pode se transformar num hábito, bloqueando o acesso deles a memórias e segredos potencialmente humilhantes.

“Esse talento provavelmente lhes será bem útil na luta diária para evitar pensamentos indesejados de todos os tipos, o que inclui os pensamentos indesejados que surgem das tentativas de suprimir seus segredos na presença de outras pessoas”, diz o Dr. Wegner, de Harvard.

É mais fácil silenciar esses pensamentos. E quanto mais tempo dura essa atividade encoberta, mais difícil poderá ser confessá-la em seguida.

Gays dentro do armário

Em alguns casos, forças bem mais poderosas estão em jogo nesse molde das vidas secretas.

Muitos homens gays e algumas lésbicas casam com parceiros heterossexuais antes de definirem sua identidade sexual, ou até mesmo em desafio a essa identidade.

O objetivo é agradar aos pais, cobrir sua própria vergonha ou querer se tornar mais auto-aceitável ou aceitável para a sociedade, diz o Dr. Richard A. Isay, psiquiatra na Universidade de Cornell que já foi terapeuta de muitos homens gays que estão “no armário”.

“Muito frequentemente”, diz o psiquiatra, “esses homens lutam para não atender aos seus próprios desejos, e começam suas vidas secretas em condição desesperada. No final das contas, esse comportamento força decisões dolorosas sobre como viver, ou como se isolar, junto às famílias que eles adoram”.

“Sei que não busquei ser do jeito que eu sou, ter a orientação sexual que eu tenho, e também sei que sempre fui do jeito que eu sou agora”, foi o que um homem escreveu numa carta publicada no livro de Isay, “Tornar-se Gay”: “Sei que está ficando mais difícil viver nessa concha solitária onde estou, mas não encontro saída fora dela”.

Revelando a vida secreta

Quando a revelação de uma vida secreta vier a destruir ou a envenenar para sempre a vida particular de alguém, as pessoas devem ou assumir e escolher, ou então enfrentarem o risco de uma perturbação mental, conforme dizem muitos terapeutas.

O Dr. Seth M. Aronson, professor-assistente de psiquiatria na Escola de Medicina de Monte Sinai, já tratou um pediatra que vivia nessa condição. O paciente tinha uma esposa e uma criança pequena em casa, e escapulia pela noite nos bares, visitando prostitutas e até mesmo brigando com os rufiões das mulheres.

Numa das sessões, o homem estava tão bêbado que desmaiou; numa outra, veio acompanhado de uma prostituta. “Era uma daquelas clássicas divisões de personalidade, onde a esposa era perfeita e maravilhosa, e ele buscava se menosprezar com essas outras mulheres”, sendo que as duas vidas não poderiam coexistir por muito tempo, diz Aronson.

Num famoso texto sobre o assunto das vidas duplas, publicado em 1960, o psicanalista inglês Dr. Donald W. Winnicott argumentava que um falso self emergia em determinadas situações em que as crianças são criadas para serem tão intimamente sintonizadas com expectativas alheias que se tornam surdas aos próprios anseios e necessidades.

“Na verdade, é como se elas imolassem, queimassem vivas, partes delas”, diz o Dr. Kwawer do White Institute.

O pediatra tratado por Aronson, por exemplo, foi criado num ambiente fundamentalista cristão em que a mãe dele várias vezes o menosprezava, utilizando comparações com um tio vagabundo e beberrão. O paciente de Kwawer, o tal empreendedor imobiliário, tinha pais que franziam sobrancelhas a qualquer sinal de excessos, e impingiram no filho um forte sentido da necessidade de preservar a imagem da família. Ele se casou cedo, em parte para agradar aos pais.

Os dois homens ainda se submetem ao tratamento psicoterapêutico, mas agora conseguiram integrar suas vidas, segundo seus terapeutas. O pediatra cortou suas atividades extracurriculares, mentalmente voltou para casa e confessou alguns de seus problemas à esposa.

O construtor de imóveis se separou da mulher, mas vive por perto e ajuda na criação dos filhos. A separação causou um período de depressão para todos os envolvidos, diz Dr. Kwawer, mas o homem agora conseguiu recuperar a energia no trabalho e se reconectou com os amigos e com os filhos. Os encontros secretos acabaram, assim como o uso de drogas, e ele se sente novamente no controle da própria vida.

“Ao contrário do que muitas pessoas poderiam pensar”, afirma Kwawer, “frequentemente uma vida secreta pode fazer sair da escuridão aspectos mais vívidos, íntimos e energizados das pessoas”.

“Que atire a primeira pedra quem não tiver seu lado B!” (Joemir Rosa).

By Benedict Carey.

 

O permanente e o provisório

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 03/01/2014 by Joe

Permanente e provisório

O casamento é permanente, o namoro é provisório.
O amor é permanente, a paixão é provisória.
Uma profissão é permanente, um emprego é provisório.
Um endereço é permanente, uma estada é provisória.
A arte é permanente, a tendência é provisória.

De acordo? Nem eu.

Um casamento que dura 20 anos é provisório. Não somos repetições de nós mesmos; a cada instante somos surpreendidos por novos pensamentos que nos chegam através da leitura, do cinema, da meditação. O que eu fui ontem, anteontem, já é memória. Escada vencida degrau por degrau, mas o que eu sou neste momento é o que conta, minhas decisões valem pra agora, hoje é o meu dia, nenhum outro.

Amor permanente… como a gente se agarra a esta ilusão! Pois se nem o amor pela gente mesmo resiste tanto tempo sem umas reavaliações… Por isso nos transformamos, temos sede de aprender, de nos melhorar, de deixar para trás nossos imensuráveis erros, nossos achaques, nossos preconceitos, tudo o que fizemos achando que era certo e hoje condenamos.

O amor se infiltra dentro de nós, mas seguem todos em movimento: você, o amor da sua vida e o que vocês sentem. Tudo pulsando independentemente, e passíveis de se desgarrar um do outro.

Um endereço não é pra sempre, uma profissão pode ser jogada pela janela, a amizade é fortíssima até encontrar uma desilusão ainda mais forte, a arte passa por ciclos, e se tudo isso é soberano e tem valor supremo, é porque hoje acreditamos nisso, hoje somos superiores ao passado e ao futuro, agora é que nossa crença se estabiliza, a necessidade se manifesta, a vontade se impõe – até que o tempo vire.

Faço menos planos e cultivo menos recordações. Não guardo muitos papéis, nem adianto muito o serviço. Movimento-me num espaço cujo tamanho me serve, alcanço seus limites com as mãos, é nele que me instalo e vivo com a integridade possível. Canso menos, me divirto mais, e não perco a fé por constatar o óbvio: tudo é provisório, inclusive nós.

By Martha Medeiros.

Crise existencial

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Depressão

Existem momentos na vida em que você tem vontade de… nada!

A vida está lá fora acontecendo, você no meio da bagunça do seu refúgio e o pensamento longe… Reflexão. O seu interior tumultuado e você naquela inércia, esperando sabe-se lá o que…

O coração apertado, a alma confusa e vem aquela vontade de viver; não aquela rotina do dia-a-dia, mas emoções intensas, fazer a diferença, respirar a plenitude. Conflitos, caminhos que tomamos ao longo do tempo, escolhas. Decisões. Alguns arrependimentos. Lembranças de instantes felizes…

Recordações de insights, uma lágrima cai e o silêncio… tão cheio de significados! O brilho de um olhar, palavras eternas e a saudade preciosa. O tempo para e a música tão envolvente faz sonhar estrelas… Pequenos diamantes no céu iluminando o amor que mora no coração dos homens.

Despertar a fé. Sempre é tempo de atravessar a fronteira do lugar comum e se permitir a transparência. Deixar aflorar o talento natural e buscar a raiz do autoconhecimento. A imaginação corre leve como a brisa da primavera e a doçura invade o ar.

Acreditar em você mesmo. Buscar soluções no bom senso. Que o sucesso é uma consequência natural somente se temos a intenção de realizar mudanças positivas. Entender que nós somos cem por cento responsáveis pela nossa vida. Transformações de 180º.

Todas as experiências são válidas, o aprendizado é infinito e a força interior desperta a sensibilidade do ser humano. Visões que dias melhores virão. Criatividade em ação. Sintonia de pensamentos e as maravilhosas sincronicidades da vida.

Para que as sensações de felicidade, paz e equilíbrio sejam uma constante em todos os momentos. A mágica acontece, basta você desejar e dar o primeiro passo. Abra as janelas da alma para o amor! Siga a sua intuição…

Bons momentos: ar puro, integração homem-natureza, contraste luz e sombra, simplicidade, harmonia. A paisagem com performance de quadro. Tons terrosos, texturas mil. Minimalismo. Tons de verde e o colorido das flores trazendo equilíbrio à nossa mente. Imagem que remete ao inconsciente. O infinito à nossa espera. Energia fluindo… Essência da Vida!

By Mon Liu.

Concluindo etapas, encerrando ciclos

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 12/11/2012 by Joe

É importante, sempre, saber quando termina uma etapa da vida. Se você insiste em permanecer nela além do tempo necessário perderá a alegria e o sentido de tudo mais.

Encerrando ciclos, fechando portas, ou encerrando capítulos, como queira chamar, o importante é poder encerrá-los, deixando ir momentos da vida que se concluíram.

Terminou o seu trabalho? Acabou a sua relação com o parceiro? Você já não vive mais numa determinada casa? Deve fazer uma viagem? A amizade com alguém terminou?

Roubaram você em sua casa? Morreu um ente querido? Quebrou ou estragou um objeto de estimação? Você descobriu que o mentor espiritual que seguia era uma fraude?

Você pode passar muito tempo do seu presente remoendo os porquês, tentando devolver a cacetada que levou ou mesmo procurando entender porque aconteceu tal fato em sua vida.

O desgaste vai ser infinito pois, na vida, você, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos temos de ir encerrando capítulos, virando a página, concluindo etapas ou momentos da vida e seguir adiante.

Não podemos estar no presente com saudades do passado. Nem sequer perguntando-nos “por quê?” O que passou, passou, e temos que soltar, desprender, não ficar preso ao passado. Não podemos ser crianças eternas, nem adolescentes tardios, nem empregados de empresas que já não existem mais, nem ter vínculos com quem não quer estar vinculado a nós. Não.

Os fatos passam e temos que deixá-los ir! Por isso, às vezes, é importante destruir recordações, livrar-se de presentes, mudar de casa, rasgar papéis velhos, desfazer-se de livros ou de objetos que são desnecessários. As mudanças externas podem simbolizar processos interiores de superação. Deixar ir, soltar, desprender-se. Na vida ninguém joga com cartas marcadas e temos que aprender a perder e a ganhar. Temos que deixar ir, virar a página, viver só o presente. O passado já era. Não espere que lhe devolvam o passado, não espere reconhecimentos, não espere que, em algum momento, se deem conta de quem você é.

Solte o ressentimento, pois, ligar o seu televisor pessoal para retornar ao assunto, só vai causar-lhe dano mental, envenená-lo, amargurá-lo. Apesar do tempo não ser linear, a vida está focada sempre para a frente, nunca para trás. O que passou deve servir apenas para que continue a viver com mais sabedoria. Se você anda pela vida deixando portas abertas, nunca poderá desprender-se nem viver o hoje com satisfação.

Noivados ou amizades que não se fecham, possibilidades de regressar para que? Necessidade de esclarecimentos, palavras que não se disseram, silêncios que o invadiram: se puder enfrentá-los já e agora, faça-o! Se não, deixe-os ir, encerre os capítulos. Diga a você mesmo que não, que não deve voltar. Mas não por orgulho, nem por soberba, mas porque você já não se encaixa aí nesse lugar, nesse coração, nessa habitação, nessa morada, nesse escritório ou nessa profissão. Sua frequência agora é outra. Você já não é o mesmo que foi há dois dias, há três meses, há um ano. Portanto, não há porque voltar. Feche a porta, vire a página, encerre o ciclo. Nem você será o mesmo, nem as circunstâncias seriam as mesmas, porque na vida nada se mantém quieto, nada é estático.

É saudável mentalmente ter amor por você mesmo, desprender-se do que já não está em sua vida. Recorde que nada, nem ninguém, é indispensável. Nem uma pessoa, nem um lugar, nem um trabalho, nada é vital para viver porque, quando você veio a este mundo, chegou sem qualquer adesivo ou etiqueta. Portanto, é apenas costume viver apegado a um adesivo ou etiqueta. E é um trabalho pessoal aprender a viver livre, sem a etiqueta ou o adesivo humano ou físico que hoje lhe dói deixar ir.

Então, encerre, feche, limpe, jogue fora, oxigene, desprenda-se, sacuda, solte. Existem muitas palavras que significam saúde mental e, qualquer que seja a que você escolher, lhe ajudará definitivamente a seguir adiante com tranquilidade. Esta é a vida.

Adaptação livre de um texto de Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832).

Finados

Posted in Homenagem with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 02/11/2012 by Joe

Nada jamais substituirá um companheiro perdido!

Ninguém pode recriar velhos companheiros. Nada vale o tesouro de tantas recordações comuns, de tantas horas más vividas juntos, de tantas desavenças, de tantas reconciliações, de tantos impulsos afetivos…

Não se reconstroem essas amizades.

Seria inútil plantar um carvalho, na esperança de ter, em breve, o abrigo de suas folhas.

Assim vai a vida…

A princípio enriquecemos. Plantamos durante anos, mas os anos chegam em que o tempo destrói esse trabalho, arranca essas árvores.

Um a um, os companheiros nos tiram suas sombras. E aos nossos lutos mistura-se, então, a mágoa secreta de envelhecer…

By Antoine de Saint-Exupéry.

O que nos pertence

Posted in Inspiração, Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 05/08/2012 by Joe

Um homem morreu de repente.

Ao dar-se conta, viu que se aproximava um ser muito especial que não se parecia com nenhum ser humano. Levava uma maleta consigo e lhe disse:

– Bem, amigo, é hora de irmos. Sou a morte.

O homem, assombrado, perguntou à morte:

– Já? Tinha muitos planos para breve.

– Sinto muito, amigo. Mas é o momento da tua partida.

– Que trazes nessa maleta?

E a morte lhe respondeu:

– Os teus pertences.

– Os meus pertences? São as minhas coisas, as minhas roupas, o meu dinheiro?

– Não, amigo, as coisas materiais que tinhas, nunca te pertenceram. Eram da terra.

– Trazes as minhas recordações?

– Não, amigo, essas já não vêm contigo. Nunca te pertenceram. Eram do tempo.

– Trazes os meus talentos?

– Não, amigo, esses nunca te pertenceram. Eram das circunstâncias.

– Trazes os meus amigos, os meus  familiares?

– Não, amigo, eles nunca te pertenceram. Eram do caminho.

– Trazes a minha mulher e os meus filhos?

– Não, amigo, eles nunca te pertenceram. Eram do coração.

– Trazes o meu corpo?

– Não, amigo, esse nunca te pertenceu. Ele é propriedade da terra.

– Então, trazes a minha alma?

– Não, amigo, ela nunca te pertenceu. Era do Universo.

Então o homem, cheio de medo, arrebatou à morte a maleta, abriu-a e deu-se conta de que estava vazia. Com uma lágrima de desamparo a brotar dos seus olhos, o homem disse à morte:

– Nunca tive nada?

– Tivestes sim, meu amigo, os momentos que vivestes foram teus!

A vida é só um momento… Um momento todo teu. Desfruta-o na totalidade. Vive agora, seja um homem bom pra todos e não te esqueças de ser feliz!

Desconheço a autoria.

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