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Camarão na moranga

Posted in Receitas with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 29/06/2013 by Joe

Camarão na moranga

O camarão na moranga é um prato típico da culinária litorânea brasileira, servido e preparado com uma abóbora do tipo moranga, recheada com camarão e requeijão.

Para entender a história desse prato, vamos primeiro conhecer um pouco do local que deu origem a essa receita tão especial.

Em Ubatuba fica localizada a Ilha Anchieta, a 2ª maior ilha do Litoral Norte paulista, com 828 hectares de exuberante Mata Atlântica em meio a montanhas e praias de águas cristalinas.

O local abrigou, na década de 1930, um presídio político que foi desativado após uma grande rebelião. As ruínas do presídio que ali funcionou de 1904 a 1955, hoje são um grande atrativo turístico para quem visita a Ilha.

Enquanto esteve em funcionamento, mais especificamente no ano de 1945, o presídio recebeu um grupo de presos políticos japoneses. E como é da cultura oriental, esse grupo era bastante dedicado ao trabalho em atividades agrícolas, e assim deram início ao cultivo de legumes e verduras na Ilha Anchieta.

Acredita-se que, de tanto andarem descalços e comer peixe cru, aliada à falta de higiene que era muito comum nos presídios da época, acabaram adquirindo várias doenças, entre elas a esquistossomose, conhecida como “barriga d’água”, que é uma infecção por parasitas, muito comum entre pessoas que trabalham no campo.

Um médico local sugeriu que tomassem remédios tradicionais, mas o grupo não aceitou e passaram a plantar abóboras, pois de suas sementes era obtido um poderoso vermífugo e o problema acabou sendo resolvido.

A novidade fez tanto sucesso que os moradores do continente começaram a comprar as abóboras plantadas na ilha e torrar as sementes para comer e curar suas moléstias também.

Ocorreu que, durante uma das travessias da ilha para o continente, uma das abóboras caiu no mar e afundou rapidamente pois havia um furo no lugar do talo. Passadas algumas semanas o fruto reapareceu cerca de 5 km de onde havia afundado, e uma senhora que tinha um restaurante na praia da enseada encontrou o fruto e não pensou duas vezes, colocou a abóbora inteira para ser fervida.

Ao abrir a tal abóbora, descobriu que dentro tinha mais de dois quilos de camarão sete-barbas. Vendo aquilo, e como boa cozinheira que era, teve a brilhante ideia de retirar as sementes e adicionar cheiro-verde, folha de coentro, tomate, alho e cebola.

Estava criado mais um prato típico da culinária caiçara: “Camarão na Moranga”, prato este que passou a fazer parte do cardápio de muitos restaurantes litorâneos espalhados pelo Brasil.

Camarão na moranga

Ingredientes

1 moranga média
1 kg de camarão pequeno limpo
3 camarões grandes com rabo para decorar o prato
4 limões
pimenta a gosto
sal a gosto
100 ml de azeite de dendê
azeite comum
3 tomates
1 cebola média
4 dentes de alho
salsinha picada
cebolinha picada
200 g de creme de leite
250 g de requeijão ou catupiry cremoso
100 g de queijo parmesão ralado

Modo de preparo

Esprema os limões e tempere os camarões juntamente com pimenta e sal a gosto, deixando no tempero por aproximadamente 30 minutos. Não jogue fora esse tempero, pois será usado para temperar os 3 camarões grandes.

Abra uma tampa na moranga, retire todas as sementes, pincele com azeite por dentro e por fora, coloque água quente dentro (mais ou menos até a metade), cubra com papel-alumínio e leve ao forno pré-aquecido até que fique macia.

Enquanto a moranga está no forno, refogue a cebola e o alho no azeite de dendê em uma panela grande. Em seguida coloque os tomates e refogue um pouco mais. Acrescente os camarões, o requeijão e cozinhe por 3 minutos no máximo, para que não fiquem duros. Acrescente o creme de leite sem soro, um pouco de salsinha, cebolinha, o requeijão e um pouco de queijo ralado, mexendo até ficar tudo bem misturado e, em seguida, desligue o fogo.

Tempere os 3 camarões grandes no suco de limão que foi reservado anteriormente.

Se a moranga estiver macia, retire do forno, coloque o recheio e cubra com o restante do queijo ralado, da salsinha e da cebolinha. Leve novamente ao forno para gratinar.

Enquanto isso, refogue os camarões grandes no azeite para decorar a borda da moranga. Retire a moranga do forno, decore com os 3 camarões grandes e sirva esta delícia com arroz branco e farofa.

Sugestões: você poderá fazer algumas variações no modo de preparo e ingredientes. Uma opção é cozinhar a moranga em uma panela grande com água, em vez utilizar o forno. Outra variação que pode ser feita é utilizar mussarela junto ao recheio que fica muito bom também. Seja criativo que o resultado sempre poderá surpreender seus convidados, e sua receita terá sua assinatura.

By Joemir Rosa.

Flash mobs

Posted in Videos with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 28/04/2013 by Joe

Flash Mob

Flash Mobs são aglomerações instantâneas de pessoas em certo lugar para realizar determinada ação inusitada, previamente combinada, onde as pessoas se dispersam tão rapidamente quanto se reuniram.

A expressão geralmente se aplica a reuniões organizadas através de e-mails ou de redes sociais.

Mas quem pensa que os flash mobs são uma fato do mundo moderno, está enganado. O termo surgiu em 1844 e era usado para designar um grupo da sociedade, que usava uma “flash language” (língua rápida). Numa prisão de mulheres na Tasmânia (Australia), a revolta de 300 delas culminou numa rebelião na qual, de repente, viraram de costas para o reverendo local, governador e primeira dama, levantaram as roupas, mostrando as partes íntimas simultaneamente, fazendo um barulho muito alto com as mãos. Um escândalo em pleno século XIX!

Atualmente pode-se entender flash mob como uma intervenção urbana que consiste em um numeroso grupo de pessoas que se reúne repentinamente em um local público, realiza um ato inusitado em conjunto combinado previamente e por um curto espaço de tempo, e depois rapidamente se dispersa.

A história está repleta de exemplos de flash mobs, recurso muito utilizado em manifestações políticas. Na França, a Revolução Francesa, onde o povo, para pressionar a monarquia francesa, tomou de assalto a fortaleza-prisão da Bastilha e invadiu o palácio das Tulherias, fazendo a família real refém.

O mesmo aconteceu com os bolcheviques na Rússia, que pretendiam a formação de uma aliança entre operários e camponeses para colocar fim a autocracia czarista.

Contemporaneamente, em meados de 1968, Paris foi palco de uma revolta estudantil, cujas consequências ultrapassaram em muito as fronteiras da França. Convidado para palestrar na Universidade de Paris X (Paris Oeste – Nanterre La Défense), o psicanalista Wilhelm Reich foi vetado pela administração universitária, o que provocou um protesto organizado por estudantes, que acabaram por tomar o controle da universidade em maio daquele ano.

Seguiu-se então uma série de protestos pela cidade, liderados por Daniel Cohn-Bendit, duramente reprimidos pelas forças da ordem. O movimento se propagou, ao ganhar a simpatia de outros setores da sociedade, incorporando reivindicações trabalhistas, de sindicalistas, professores e comerciários, que contestavam o governo De Gaulle.

Entre maio e junho, cerca de nove milhões de franceses declararam greve. Paris tornou-se uma espécie de campo de batalha e no dia 13 de maio cerca de um milhão e meio de pessoas participaram de uma marcha contra o governo.

Afinal, porém, De Gaulle venceu as eleições em junho, e o movimento estudantil viu-se fraco perante a famosa “maioria silenciosa”. O maio de 1968 é considerada uma das maiores mobilizações políticas do século XX, marcando o início de uma série de revoltas em vários países do mundo, cujas consequências são sentidas até os dias atuais.

O movimento ampliou-se, ultrapassando a esfera do movimento estudantil e incorporando reivindicações de outros grupos sociais, e transformando-se simbolicamente em ponto de ruptura dos paradigmas vigentes até então, nas sociedades ocidentais.

Mais atualmente, porém, os flash mobs se transformaram em eventos musicais, onde músicos e artistas se reunem em um local público para apresentar um múmero musical e se dispersam tão rapidamente quanto chegaram ao local ao final da apresentação.

Uma rápida pesquisa pelo termo flash mob no YouTube pode render horas e horas de vídeos interessantes e divertidos, além de culturais!

O video de hoje é um desses exemplos de flash mob onde um músico está parado numa praça, um chapéu colocado à sua frente, como que esperando uma moeda pra dar início à sua apresentação. Aí, surge uma menina que deposita uma moeda e …. bom, melhor assistirem ao video!

A ação se passa na cidade de Sabadell, na Catalúnia, Espanha e é protagonizada pela Orquestra Sinfônica de Vallès que apresenta Ode à Alegria, de Beethoven!

Quem dera tivéssemos, em nossas cidades, flash mobs desse nível, principalmente numa época em que a nossa música está passando por uma fase de nihilismo total!

By Joemir Rosa.

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