Arquivo para Rapaz

Uma lição de vida!

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Uma lição de vida

Certa vez, trabalhei em uma pequena empresa de Engenharia. Foi lá que fiquei conhecendo um rapaz chamado Mauro. Ele era grandalhão e gostava de fazer brincadeiras com os outros, sempre pregando pequenas peças.

Havia também o Ernani, que era um pouco mais velho que o resto do grupo. Sempre quieto, inofensivo, à parte, Ernani costumava comer o seu lanche sozinho, num canto da sala.

Ele não participava das brincadeiras que fazíamos após o almoço, sendo que, ao terminar a refeição, sempre sentava sozinho debaixo de uma árvore mais distante lá no jardim da empresa.

Devido a esse seu comportamento, Ernani era o alvo natural das brincadeiras e piadas do grupo. Ora ele encontrava um sapo na mochila, ora um rato morto em sua gaveta. E o que achávamos mais incrível é que ele sempre aceitava tudo aquilo sem ficar bravo.

Em um feriado prolongado, Mauro resolveu ir pescar no Pantanal. Antes nos prometeu que, se conseguisse sucesso, iria repartir um pouco do resultado da pesca para cada um de nós.

No seu retorno, ficamos todos muito animados quando vimos que ele havia pescado alguns dourados enormes. Mauro, entretanto, levou-nos para um canto e nos disse que tinha preparado uma boa peça para aplicar no Ernani. Mauro dividira os dourados, fazendo pacotes com uma boa porção para cada um de nós.

Mas, a ‘peça’ programada era que ele havia separado os restos dos peixes num pacote maior, à parte.

– “Vai ser muito engraçado quando o Ernani desembrulhar esse ‘presente’ e encontrar espinhas, peles e vísceras!” – disse-nos Mauro, que já estava se divertindo com aquilo.

Mauro então distribuiu os pacotes no horário do almoço. Cada um de nós, que ia abrindo o seu pacote contendo uma bela porção de peixe, então dizia:

– “Obrigado, Mauro!”

Mas o maior pacote de todos, ele deixou por último. Era para o Ernani. Todos nós já estávamos quase explodindo de vontade de rir, sendo que Mauro exibia um ar especial, de grande satisfação.

Como sempre, Ernani estava sentado sozinho, no lado mais afastado da grande mesa. Mauro, então, levou o pacote para perto dele, e todos ficamos na expectativa do que estava para acontecer. Ernani não era o tipo de muitas palavras. Ele falava tão pouco que, muitas vezes, nem se percebia que ele estava por perto. Em três anos, ele provavelmente não tinha dito nem cem palavras ao todo.

Por isso, o que aconteceu a seguir nos pegou de surpresa. Ele pegou o pacote firmemente nas mãos e o levantou devagar, com um grande sorriso no rosto. Foi então que notamos que seus olhos estavam brilhando. Por alguns momentos, o seu pomo de Adão se moveu para cima e para baixo, até ele conseguir controlar sua emoção.

– “Eu sabia que você não ia se esquecer de mim”, disse com a voz embargada. “Eu sabia, você é grandalhão e gosta de fazer brincadeiras, mas sempre soube que você tem um bom coração”.

Ele engoliu em seco novamente, e continuou falando, dessa vez para todos nós:

– “Eu sei que não tenho sido muito participativo com vocês, mas nunca foi por má intenção. Sabem… Eu tenho cinco filhos em casa, e uma esposa inválida, que há quatro anos está presa na cama. E estou ciente de que ela nunca mais vai melhorar. Às vezes, quando ela passa mal, eu tenho que ficar a noite inteira acordado, cuidando dela. E a maior parte do meu salário tem sido para os seus médicos e os remédios”.

– “As crianças fazem o que podem para ajudar, mas tem sido difícil colocar comida para todos na mesa. Vocês talvez achem esquisito que eu vá comer o meu almoço sozinho, num canto… Bem, é que eu fico meio envergonhado, porque na maioria das vezes eu não tenho nada para pôr no meu sanduíche. Ou, como hoje, eu tinha somente uma batata na minha marmita. Mas eu quero que saibam que essa porção de peixe representa, realmente, muito para mim. Provavelmente muito mais do que para qualquer um de vocês, porque hoje à noite os meus filhos…”, ele limpou as lágrimas dos olhos com as costas das mãos.

– “Hoje à noite os meus filhos vão ter, realmente, depois de alguns anos…” – e ele começou a abrir o pacote… Nós estávamos prestando tanta atenção no Ernani, enquanto ele falava, que nem havíamos notado a reação do Mauro. Mas agora, todos percebemos a sua aflição quando ele saltou e tentou pegar o pacote das mãos do Ernani. Mas era tarde demais. Ernani já tinha aberto o pacote e estava, agora, examinando cada pedaço de espinha, cada porção de pele e de vísceras, levantando cada rabo de peixe…

Era para ter sido muito engraçado… mas ninguém riu. Todos nós ficamos olhando para baixo. E a pior parte foi quando Ernani, tentando sorrir, falou a mesma coisa que todos nós havíamos dito anteriormente:

– “Obrigado, Mauro!”

Em silêncio, um a um, cada um dos colegas pegou o seu pacote e o colocou na frente do Ernani, porque depois de muitos anos nós havíamos, de repente, entendido quem era realmente o Ernani.

Uma semana depois, a esposa de Ernani faleceu. Cada um de nós, daquele grupo, passou, então, a ajudar as cinco crianças. Graças ao grande espírito de luta que elas possuíam, todas progrediram muito. Carlinhos, o mais novo, tornou-se um importante médico. Fernanda, Paula e Luisa montaram o seu próprio e bem-sucedido negócio: elas produzem e vendem doces e salgados para padarias e supermercados. O mais velho, Ernani Júnior, formou-se em Engenharia, sendo hoje o Diretor Geral da mesma empresa em que eu, Ernani e os nossos colegas trabalhávamos.

Mauro, hoje aposentado, continua fazendo brincadeiras; entretanto, são de um tipo muito diferente. Ele organizou nove grupos de voluntários que distribuem brinquedos para crianças hospitalizadas e as entretêm com jogos, estórias e outros divertimentos.

Às vezes, convivemos por muitos anos com uma pessoa, para só então percebermos que mal a conhecemos. Nunca lhe demos a devida atenção; não demonstramos qualquer interesse pelas coisas dela; ignoramos as suas ansiedades ou os seus problemas…

Desconheço a autoria.

A gardênia branca

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A gardênia branca

Todos os anos, no dia do meu aniversário, desde que completei 12 anos, uma gardênia branca me era entregue anonimamente em casa.

Não havia nunca um cartão ou um bilhete e os telefonemas para o florista eram em vão, pois a compra era sempre feita em dinheiro vivo.

Depois de algum tempo, parei de tentar descobrir a identidade do remetente. Apenas me deleitava com a beleza e o perfume estonteante daquela única flor, mágica e perfeita, aninhada em camadas de papel de seda cor-de-rosa.

Mas nunca parei de imaginar quem poderia ser o remetente…

Alguns de meus momentos mais felizes eram passados sonhando acordada com alguém maravilhoso e excitante, mas tímido ou excêntrico demais para revelar sua identidade.

Durante a adolescência foi divertido especular que o remetente seria um garoto por quem eu estivesse apaixonada, ou mesmo alguém que eu não conhecia e que havia me notado.

Minha mãe frequentemente alimentava as minhas especulações. Ela me perguntava se havia alguém a quem eu tivesse feito uma gentileza especial e que poderia estar demonstrando anonimamente seu apreço. Fez com que eu lembrasse das vezes em que estava andando de bicicleta e nossa vizinha chegara com o carro cheio de compras e crianças.

Eu sempre a ajudava a descarregar o carro e cuidava que as crianças não corressem para a rua.

Ou talvez o misterioso remetente fosse o senhor que morava do outro lado da rua. No inverno, muitas vezes eu lhe levava sua correspondência para que ele não tivesse que se aventurar nos degraus escorregadios.

Minha mãe fez o que pode para estimular minha imaginação a respeito da gardênia. Ela queria que seus filhos fossem criativos. Também queria que nos sentíssemos amados e queridos, não apenas por ela, mas pelo mundo como um todo.

Quando eu estava com 17 anos, um rapaz partiu meu coração. Na noite em que me ligou pela última vez, chorei até pegar no sono. Quando acordei de manhã, havia uma mensagem escrita com batom vermelho no meu espelho:

“Alegre-se, quando semideuses se vão, os deuses vêm.”

Pensei a respeito daquela citação de Emerson durante muito tempo e a deixei onde minha mãe a havia escrito até meu coração sarar. Quando finalmente fui buscar o limpa-vidros, minha mãe soube que estava tudo bem novamente.

Mas houve certas feridas que minha mãe não pode curar.

Um mês antes de minha formatura no segundo grau, meu pai morreu subitamente, de enfarte. Meus sentimentos variavam de dor a abandono, medo, desconfiança e raiva avassaladora por meu pai estar perdendo alguns dos acontecimentos mais importantes da minha vida.

Perdi totalmente o interesse em minha formatura que se aproximava, na peça de teatro da turma dos formandos e no baile de formatura – eventos para os quais eu havia trabalhado e que esperava com ansiedade. Pensei até mesmo em entrar em uma faculdade local, ao invés de ir para outro Estado como havia planejado, pois me sentiria mais segura.

Minha mãe, em meio à sua própria dor, não queria de forma alguma que eu faltasse a nenhuma dessas coisas.

Um dia antes de meu pai morrer, eu e ela tínhamos ido comprar um vestido para o baile e havíamos encontrado um, espetacular – metros e metros de musselina estampada em vermelho, branco e azul. Ao experimentá-lo, me senti como Scarlett O’Hara em “E o Vento Levou…”. Mas não era do tamanho certo e, quando meu pai morreu no dia seguinte, esqueci totalmente o vestido.

Minha mãe, não.

Na véspera do baile, encontrei o vestido esperando por mim – no tamanho certo. Estava estendido majestosamente sobre o sofá da sala, apresentado para mim de maneira artística e amorosa.

Eu podia não me importar em ter um vestido novo, mas minha mãe se importava. Ela estava atenta à imagem que seus filhos tinham de si mesmos. Imbuiu-nos com uma sensação de mágica do mundo e nos deu a habilidade de ver a beleza mesmo em meio à adversidade.

Na verdade, minha mãe queria que seus filhos se vissem como a gardênia – graciosos, fortes, perfeitos, com uma aura de mágica e talvez um pouco de mistério.

Minha mãe morreu quando eu estava com 22 anos, apenas dez dias depois de meu casamento.

Esse foi o ano em que parei de receber gardênias!

Desconheço a autoria.

Escrevendo o presente

Posted in Inspiração with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 11/03/2014 by Joe

Escrevendo o presente

Conta-se uma lenda do Oriente que um rapaz chegou à beira de um oásis, junto a um povoado e, aproximando-se de um ancião, perguntou-lhe:

– “Que tipo de pessoas vivem neste lugar?”

– “Que tipo de pessoa vive no lugar de onde você vem?”, perguntou o ancião.

– “Bem… Um grupo de egoístas e malvados!”, replicou o rapaz, “estou satisfeito de haver saído de lá.”

Então, o velho replicou:

– “A mesma coisa você haverá de encontrar por aqui.”

No mesmo dia, um outro jovem se acercou do oásis para beber água e, vendo o ancião, perguntou-lhe:

– “Que tipo de pessoas vive por aqui?”

O velho respondeu com a mesma pergunta:

– “Que tipo de pessoas vive no lugar de onde você vem?”

O rapaz respondeu:

– “Um magnífico grupo de pessoas, amigas, honestas, hospitaleiras. Fiquei muito triste por ter de deixá-las.”

– “O mesmo encontrará por aqui”, respondeu o ancião.

Um homem que havia escutado as duas conversas perguntou ao velho:

– “Como é possível dar respostas tão diferentes à mesma pergunta?”

Então, o velho respondeu:

– “Cada um carrega no seu coração o meio ambiente em que vive. Aquele que nada encontrou de bom nos lugares por onde passou, não poderá encontrar outra coisa por aqui. Aquele que encontrou amigos ali, também os encontrará aqui. Somos todos viajantes no tempo e o futuro de cada um de nós está escrito no passado. Ou seja, cada um encontra na vida exatamente aquilo que traz dentro de si mesmo. O ambiente, o presente e o futuro somos nós que criamos e isso só depende de nós mesmos.”

E você, como tem escrito seu presente?

Desconheço a autoria.

Ajuda ao próximo

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 27/06/2013 by Joe

Ajuda ao próximo

Numa noite muito chuvosa, uma senhora negra, americana, estava parada no acostamento de uma estrada no estado do Alabama enfrentando um tremendo temporal.

O carro dela tinha enguiçado e ela precisava, desesperadamente, de uma carona.

Completamente molhada, ela começou a acenar para os carros que passavam. Um jovem branco, sem muito conhecimento dos acontecimentos e conflitos raciais dos anos 60, parou para ajudá-la.

O rapaz deixou-a em um lugar protegido, procurou ajuda mecânica e chamou um táxi para ela.

Ela parecia estar realmente com muita pressa, mas conseguiu anotar o endereço dele e agradecê-lo.

Sete dias se passaram quando bateram à porta da casa do rapaz. Para sua surpresa, uma enorme TV colorida estava sendo entregue na casa dele com um bilhete que dizia:

– “Muito obrigada por me ajudar na estrada naquela noite. A chuva não só tinha encharcado minhas roupas como também meu espírito. Aí, você apareceu. Por sua causa eu consegui chegar ao leito de morte do meu marido antes que ele falecesse. Deus o abençoe por ter me ajudado. Sinceramente, Mrs. Nat King Cole”.

Desconheço a autoria.

Não julguemos

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 12/02/2013 by Joe

O mundo pela janela do trem

Um jovem de 24 anos, olhando pela janela de um trem, gritou:

– “Pai, olhe as arvores andando para trás!”

O pai sorriu e um casal que estava sentado próximo a eles olhou para o comportamento infantil do rapaz de 24 anos com piedade.

De repente, o rapaz novamente exclamou empolgadíssimo:

– “Pai, veja as nuvens correndo com a gente!”

O casal não resistiu e, pensando que o rapaz era mentalmente deficiente, viraram para o velho homem, pai do rapaz, e disseram:

– “Por que você não o leva a um bom médico?”

O velho sorriu, olhou para o filho que estava olhando pela janela do trem e, ao voltar o olhar para o casal, respondeu:

– “Eu fiz isso… e acabamos de sair do hospital! Meu filho era cego de nascença e acabou de ganhar estes olhos hoje!”

Moral da história:

Cada pessoa no planeta tem uma história, a sua verdade. Não julguemos as pessoas antes de realmente conhece-las. A verdade pode nos surpreender!!!

Desconheço a autoria.

Quando perder é ganhar

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 24/01/2013 by Joe

Desprender-se

Um dia um homem já de certa idade foi pegar um ônibus. Enquanto subia, um de seus sapatos escorregou do seu pé e caiu para o lado de fora. A porta se fechou e o ônibus partiu.

Ao ver que seria impossível recuperar o pé de sapato perdido, o homem tranquilamente retirou o seu outro sapato e jogou-o pela janela.

Um rapaz que estava no ônibus, vendo o que aconteceu, perguntou:

– “Notei que o senhor fez. Porque jogou fora o seu outro sapato?”

O homem prontamente respondeu:

– “Para que quem encontrá-los seja capaz de usá-los. Provavelmente apenas alguém necessitado dará importância a um par de sapatos usados encontrados na rua. E de nada adiantará apenas um pé de sapato.”

O homem mostrou ao jovem que não vale a pena agarrar-se a algo, simplesmente por possuí-lo e nem porque você não deseja que outro o tenha.

Como o homem da história, nós temos que aprender a desprender. Alguma força decidiu que era hora daquele homem perder seu sapato. Perdemos coisas o tempo todo, inicialmente pode parecer injusto, mas essa perda acontece de modo que mudanças possam acontecer em nossas vidas, na maioria das vezes positivas.

Acumular posses não nos faz melhor e nem faz o mundo melhor. Todos têm que decidir constantemente se algumas coisas devem manter seu curso em nossa vida ou se estariam melhor com outros.

Desconheço a autoria.

Por que príncipes viram sapos

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Para entender por que nos decepcionamos com o ser amado, é preciso conhecer o processo de namoro: saber o que leva a nos encantarmos sentimentalmente com alguém.

O que faz uma pessoa até há pouco tempo desconhecida se tornar tão indispensável para nós que não imaginamos mais a vida sem ela? Não há como responder integralmente a esta pergunta, mas algumas conclusões parciais podem ser úteis para cometermos menos erros.

Em primeiro lugar, as pessoas se envolvem porque se acham incompletas. Se todos nós nos sentíssemos “inteiros” em vez de “metades”, não amaríamos, pois o amor é o sentimento que desenvolvemos por quem nos provoca aquelas sensações de aconchego e de algo completo que não conseguimos ter sozinhos. A escolha do parceiro envolve variáveis intrigantes, que vão do desejo de nos sabermos protegidos à necessidade de sermos úteis ou mesmo explorados.

A aparência física ocupa um papel importante nesta fase, sobretudo nos homens, que são mais sensíveis aos estímulos visuais. Muitos registram na memória figuras que os impressionaram e que servem de base para criar modelos ideais, com os quais cada mulher é confrontada. Pode ser a cor dos olhos, dos cabelos, o tipo de seio ou de quadril. São elementos que lembram desde suas mães até uma estrela de cinema. As mulheres também selecionam indicadores do homem ideal: deve ser esbelto ou musculoso, executivo ou intelectualizado, voltado para as artes e assim por diante. Todos esses ingredientes incluem elementos eróticos e se transformam, na nossa imaginação, em símbolos de parceiros ideais. De repente, julgamos ter encontrado uma quantidade significativa de tais símbolos naquela pessoa que passou pela nossa vida. E nos apaixonamos.

A fase de encantamento, no entanto, se fundamenta não só em aspectos ligados à aparência, mas também no que há por dentro. No entanto, uma outra situação pode ocorrer: conversamos com quem nos chamou a atenção e, devido à atração inicial e ao nosso enorme desejo de amar, tendemos a ver no seu interior as afinidades que sempre quisemos que existissem naquele que nos arrebata o coração.

Por exemplo: um rapaz franzino e intelectualizado é visto como emotivo, romântico, delicado, respeitoso e pouco ciumento. A moça se encanta com ele e espera que ele seja portador dessas qualidades. A isso chamamos idealização: acreditar que o outro tem características que lhe atribuímos. Sonhamos com um príncipe encantado – ou com uma princesa ideal – e projetamos todos os nossos desejos sobre aquela pessoa. E, quando passamos a conviver com ela, esperamos as reações próprias do ser que idealizamos.

Mas o que ocorre? É o indivíduo real que vai reagir e se comportar conforme suas peculiaridades. E é muito provável que nos decepcionemos – não exatamente por causa de suas características, mas porque havíamos despejado sobre ele fantasias de perfeição.

O erro nem sempre está no parceiro, e sim no fato de termos sonhado com ele mais do que prestado atenção no que ele realmente é. Eis aí um bom exemplo dos perigos derivados da sofisticação da mente, capaz de usar a imaginação de uma forma tão livre que a realidade jamais conseguirá alcançá-la.

By Dr. Flavio Gikovate.

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