Se os teus princípios morais te deixam triste, pode estar certo que estão errados.
By Robert Stevenson.
O que pode ser mais leve que o ar, voar mais longe que os pássaros, ser mais intenso que o brilho do sol e mudar mais coisas que a natureza? O que poderia ser esse milagre extraordinário? Nós mesmos, ou melhor, algo que nos faz ter o sentido de que existimos: nossa consciência!
É extraordinário o que o exercício de nossa consciência pode fazer pelo bem de nossa vida. Esse elemento etéreo e fluido é o que, de fato, nos dá concretude, que torna as coisas reais, pois é a consciência que nos permite entender o que os sentidos mostram.
Ver um objeto só ocorre depois que a consciência é acionada. Não podemos ver, sentir, cheirar, tocar, perceber ou pensar sobre qualquer coisa, sem que a consciência seja envolvida. Porém, há vários níveis de consciência e essas diferenças filtram nosso contato com a realidade. Pode-se ter consciência da existência de um belo cachorrinho, contudo a reação de chutá-lo ou afagá-lo está em outro nível de consciência, que não é apenas a da percepção, mas a que está ligada às nossas escolhas.
Assim, há um nível de vento que podemos perceber e um outro nível que está ligado às nossas reações. Percepção e reação, portanto, não estão vinculadas, apenas relacionadas. Podemos perceber algo ruim e reagir bem. Há um nível de escolhas que nos permite navegar pela vida, apesar das dificuldades e dissabores, de uma forma mais harmoniosa.
Vamos investigar melhor essa ideia. Imaginemos a mágoa, que é a reação a uma agressão percebida, porém fruto de uma resistência que habita dentro de nossa consciência. Ou seja, nos magoamos não com o que o outro diz e faz, mas com o que sentimos do que é dito e feito. É necessária uma resistência para que se concretize uma agressão, o ar não pode ser agredido.
A consciência, portanto, é a condição que nos foi dada para fazer escolhas e moldar a vida. Exercitar essa condição, de forma a conseguir melhores resultados na própria existência, é um compromisso que deveria estar em nossa agenda diária.
Perdoar a si mesmo e ao outro é uma função da consciência que permite a liberdade. Quando não perdoamos ficamos presos ao momento do erro, da mágoa, da angústia.
Uma existência humana é infinitamente pequena e infinitamente breve, não importa quanto se viva, a vida é muito curta e passa muito rápido. Estar preso à mágoa é desperdiçar existência. Aliás, há uma ideia fabulosa sobre isso: sentir raiva ou mágoa é como tomar veneno esperando que o outro morra. Ou seja, nós é que definhamos.
Considerando que está na consciência humana a chave para a criação das experiências – porque experiência não é o que acontece, mas o que pensamos sobre o que acontece – não há no mundo uma forma única que sirva para duas pessoas. Cada um de nós vai ter que trilhar o seu próprio caminho e encontrar seu próprio jeito de levar melhor a vida.
Ou seja, não há as oito regras, as quinze maneiras, os dez princípios, receitas, fórmulas, métodos que possam mapear uma existência feliz. Cada um vai ter que desenhar o próprio mapa, porque, como cantou Caetano Veloso, “cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”. A medida é a do indivíduo, porque há uma consciência inteira, universal, que habita em cada um de nós.
Não devemos estar à busca de maneiras, mas à busca de nós mesmos. Reside dentro de nós a condição plena e o dom absoluto para ser e viver o que mais desejamos, porque fomos capacitados e beneficiados com a oportunidade da escolha. Há sempre – mesmo que seja dura e complexa – a condição de desistir, rever, parar, recomeçar, desaprender, reaprender, refazer…
Não podemos controlar o que acontece ao nosso redor, mas somos os únicos capazes de escolher com que emoções vamos reagir ao que acontece. Nossas emoções estão sob nosso absoluto controle e são elas a argila básica onde fomentamos nossas atitudes e atos. A vida é fruto da consciência. Não deixe que os melhores dias de sua vida aconteçam sem você.
A consciência do momento, do exato instante em que nos encontramos agora, essa passagem brevíssima de existência que descansa na eternidade do tempo, é o ápice da vida. Não é a quantidade de tempo que acumulamos, mas a consciência do momento que nos faz vivos.
A questão essencial com a qual temos que lidar não é a consciência, mas seu exercício íntegro e pleno, mesmo em meio à diversidade e aos apegos. Não podemos pensar que o mundo fará silêncio para que possamos meditar. Não podemos desejar que tudo se estabilize, que a violência cesse, que a harmonia se instale, para agirmos com a melhor resposta. Teremos que ser o melhor de nós mesmos em meio ao desequilíbrio, ao medo e à dor.
Contudo, não são as condições que nos determinam, mas nossas escolhas. E assim, viver melhor é a maior decisão que podemos tomar na vida.
By Dulce Magalhães e Nelson Bittencourt.
Frequentemente recebo e-mails de um amigo. O que vem me chamando a atenção é a forma como ele assina seu e-mail. Logo abaixo do seu nome, ele escreve:
– “Não eduque seu filho para ser rico, eduque para ser feliz! Assim ele saberá o valor das coisas, e não o seu preço!”
Sabiamente essa frase tem consumido meu pensamento sobre a importância do valor da coisas. Concordo plenamente e acredito que educar filhos fica mais fácil quando ensinamos valores. E não estou sozinho: essa premissa é defendida por todos os educadores deste país.
Tenho comigo que Deus dá a oportunidade aos pais, durante os primeiros anos de vida de seus filhos, para educar, ensinar, moldar. Se os filhos não são aquilo que os pais sonhavam, o erro não está no filho, mas na forma como foram ensinados. Por isso a importância de se preparar para uma educação através dos princípios básicos, como o da família.
Os pais de hoje estão preocupados em ter, ou seja, um homem em nosso mundo capitalista vale pelo que tem, não pelo que é. E nessa corrida em “ter”, em melhorar seu status, ele trabalha horas e horas a fio, sábados, domingos, feriados e dias santos são atropelados. Mães e pais vão à luta deixando seus filhos em escolas, creches e, na melhor das hipóteses, na casa da sogra ou da mãe, desde os primeiros dias de vida! E o que dizer daqueles que negligenciam a educação de seus filhos apenas porque são péssimos como pais? É qual é a forma de recompensa por essa ausência?
Tem pais que suprem – ou pensam que suprem – essa ausência com presentes; outros deixam os filhos à vontade, sem repreensão, sem querer apoiam um crescimento sem valores, de crianças mal educadas, que a única coisa que enxergam pela frente é a vontade de ter seus desejos realizados. Então, eu pergunto: “e isso é bom?”
Talvez você pense: “que pai horrível deve ser ele!” Pelo contrário, dedicar tempo ao filho não tem presente que pague. Quer um exemplo? Se você tem mais que 30 anos, como eu, deve lembrar-se de algum presente de infância, certo? Acho que não… eu, por exemplo, não me lembro dos presentes que ganhei, mas lembro que quando caía, era meu pai ou minha mãe que me levantava; lembro-me dos momentos em frente o pinheiro de Natal em companhia da família, dos abraços que recebia, dos jantares à luz de vela em família… tempo bom que não volta mais!
Por isso que procuro melhorar a cada dia.
Falando em família, a diferença entre valores e preço é simples: preço cai, sobe e você sabe quanto custou. Valor, simplesmente, não tem preço e é isso mesmo que faz a diferença.
By Douglas Dias.
Para que uma mudança tenha valor, precisa ser duradoura e consistente. Todos nós já experimentamos mudanças por um momento, só para nos sentirmos frustrados e desapontados no fim.
Na verdade, muitas pessoas receiam tentar mudar porque acreditam, inconscientemente, que a mudança será apenas temporária. Um bom exemplo disso é o de quem precisa começar uma dieta, mas vive protelando, principalmente por saber, em seu inconsciente, que seja qual for o sofrimento por que passe para criar a mudança resultará tão-somente numa recompensa de curta duração.
Durante a maior parte de minha vida procurei o que considero serem os princípios organizadores da mudança duradoura. São muitos esses princípios, mas gostaria de partilhar três princípios fundamentais de mudança que podemos usar imediatamente para mudar nossas vidas. Embora sejam simples, são extremamente poderosos quando bem aplicados.
São exatamente as mesmas mudanças que uma pessoa deve fazer para criar sua mudança pessoal, que uma companhia deve fazer para maximizar seu potencial, e que um país tem de fazer para conquistar seu espaço no mundo. Na verdade, são as mudanças que todos nós – como a comunidade que vive neste mundo – devemos fazer para preservar a qualidade de vida no globo terrestre.
1. Eleve seus padrões
Sempre que você quiser sinceramente efetuar uma mudança, a primeira coisa que precisa fazer é elevar seus padrões. Quando me perguntam o que realmente mudou minha vida alguns anos atrás, eu digo que a coisa mais importante foi mudar o que eu exigia de mim mesmo. Fiz uma lista de todas as coisas que não aceitaria mais na vida, de todas as coisas que não ia mais tolerar, e de tudo o que aspirava a ser.
Pense nas consequências a longo prazo desencadeadas por homens e mulheres que elevaram seus padrões, e agiram de acordo, decidindo que não tolerariam menos.
A história conta os exemplos inspiradores de pessoas como Leonardo da Vinci, Abraham Lincoln, Helen Keller, Mahatma Ghandi, Martin Luther King, Albert Einstein, César Chávez, Soichiro Honda e muitos outros, que deram o passo espetacularmente poderoso de elevar seus padrões. O mesmo poder de que eles dispuseram você também pode ter, se tiver coragem. Mudar uma organização, uma companhia, um país – ou o mundo – começa com o simples passo de mudar a si próprio.
2. Mude suas convicções limitadoras
Se você levantar seus padrões, mas não acreditar realmente que poderá atingi-los, é que já sabotou a si próprio. Nem chegará a tentar; estará lhe faltando a convicção que tornaria possível usar a capacidade que está escondida dentro de você, inclusive na hora em que lê estas palavras.
Nossas convicções são como ordens inquestionadas, nos dizendo como são as coisas, o que é possível e o que é impossível, o que podemos fazer e o que não podemos. Modelam cada ação, cada pensamento e cada sentimento que experimentamos. Como resultado, mudar os nossos sistemas de convicções é fundamental para realizar qualquer mudança real e duradoura em nossas vidas. Temos que desenvolver a convicção de que podemos e iremos atingir os novos padrões, antes de tentar fazê-lo.
Sem assumir o controle dos seus sistemas de convicções, você pode elevar seus padrões tanto quanto quiser, mas nunca terá a convicção necessária para atingi-los. Quanto você pensa que Gandhi teria conseguido realizar se não acreditasse com todas as fibras do seu corpo no poder da não-violência? Foi a consistência de suas convicções que lhe deu acesso a seus recursos interiores, e o capacitou a enfrentar desafios que teriam abalado um homem menos engajado. As convicções fortalecedoras – o senso de certeza – constituem a força por trás de qualquer grande sucesso, ao longo da história.
3. Mude sua estratégia
Para manter seu empenho, você precisa das melhores estratégias para alcançar resultados. Uma das minhas convicções básicas é que se você estabelece um padrão mais alto – e pode forçar-se a acreditar – certamente poderá também imaginar as estratégias. Você simplesmente descobrirá um meio.
Estas são algumas estratégias para obter o sucesso, e eu lhe direi desde já que a melhor estratégia, em quase todos os casos, é encontrar um modelo, alguém que já esteja conseguindo os resultados que você almeja, e depois explorar seus conhecimentos. Aprenda o que essa pessoa está fazendo, quais são suas convicções básicas, e como pensa. Isso não só o tornará mais eficaz, como também poupará muito tempo, porque não terá que reinventar a roda. O que você pode fazer é melhorar os detalhes, remoldá-la, e talvez torná-la ainda melhor.
By Anthony Robbins, em seu livro “Desperte o Gigante Interior”.
Livro: O Tempo Entre Costuras
By María Dueñas
Editora Planeta
Em “O Tempo Entre Costuras”, María Duenãs nos conta uma linda história de uma moça nascida na Espanha, Sira Quiroga. O ano é 1930 e já começa a despontar a revolução que colocaria seu país sob o regime de Francisco Franco que, com mão de ferro e princípios fascistas, dominaria a Espanha e derramaria o sangue de tantos cidadãos pelo solo espanhol.
Entre moldes, alinhavos, pregar botões, agulhas, alfinetes, idealizar e confeccionar roupas, María Duenãs nos encanta a cada página. Com seu estilo próprio, leve, direto, ela é uma grande contadora de histórias que vai nos conduzindo pelo mundo de Sira Quiroga.
A história nos coloca como ouvinte, depois faz com que nos tornemos sua amiga até que, finalmente, nos tornamos cúmplices daquela mulher forte, embora aparentemente frágil, corajosa e determinada. Acabamos por compartilhar sonhos, anseios, esperanças e medos com Sira. Vamos ouvindo seu choro, sentindo sua aflição e sua solidão, e vivendo suas esperanças.
Para quem não conhece, conseguimos imaginar Marrocos em nossa mente, andar pelas ruas quentes e ensolaradas e pelas noites frias. Nos tornamos amigos de seus amigos, e nos apaixonamos pelas suas paixões.
Aprendemos como fazer uma resistência em tempos de guerra e como agem os espiões e os riscos que correm. Enfim, vivemos cada página do livro.
Ficção, aventura, imaginação, não importa. O que vale mesmo é a mensagem e como ela é passada em “O Tempo Entre Costuras”, que torna nossas tarefas do dia-a-dia mais agradáveis, mais suportáveis, mais alegres.
Enfim, uma daquelas obras que, quando fechamos o livro após a última página, parece que estávamos conversando com uma grande amiga…
Imperdível.
By Joemir Rosa.
Perguntaram a Mahatma Gandhi quais seriam os fatores que destroem os seres humanos. E ele respondeu:
– a política, sem princípios;
– o prazer, sem compromisso;
– a riqueza, sem trabalho;
– a sabedoria, sem caráter;
– os negócios, sem moral;
– a ciência, sem humanidade;
– a oração, sem caridade.
A vida me ensinou que as pessoas são amigáveis, se eu sou amável; que as pessoas são tristes, se estou triste; que todos me querem, se eu os quero; que todos são ruins, se eu os odeio; que há rostos sorridentes, se eu lhes sorrio; que há faces amargas, se eu sou amargo; que o mundo está feliz, se eu estou feliz; que as pessoas ficam com raiva quando eu estou com raiva; que as pessoas são gratas, se eu sou grato.
A vida é como um espelho: se você sorri para o espelho, ele sorri de volta.
A atitude que eu tomar perante a vida é a mesma que a vida vai tomar perante mim.
“Quem quer ser amado… ame”!
By Mahatma Gandhi.
As pessoas que abrem mão daquilo em que acreditam para alcançar um determinado objetivo terminam frustradas com suas realizações. Se você não mantiver seus princípios éticos, não conseguirá alcançar a satisfação.
Um bom exemplo vem de um estudante da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, que há alguns anos foi expulso da instituição. Influenciado por colegas, ele falsificou todos os documentos de sua proposta da admissão: histórico escolar, cartas de recomendação, suas atividades.
Sua proposta era tão boa que ele foi aceito na universidade. Durante o curso, ele teve um ótimo desempenho mas, quando estava próximo da formatura, simplesmente confessou a fraude.
Esse aluno era uma pessoa bem intencionada, proveniente de uma família que procurava viver de acordo com seus princípios; por isso, a ideia de ter falsificado documentos o atormentava a tal ponto que ele preferiu abrir mão do diploma a obtê-lo com base em uma fraude.
O fato é que suas realizações estariam sempre calcadas em uma mentira, e isso, para ele, transformavam-nas em fracasso.
Estar feliz e ter um comportamento ético são atitudes que se reforçam mutuamente. Pessoas que se sentem antiéticas têm menos chances de se sentirem felizes.
By David Niven, no livro “Os 100 segredos das pessoas felizes”.
Vamos examinar como aquilo que se encontra em sua mente afeta o que acontece em sua vida.
Talvez um dos princípios mais importantes com o qual você sempre vai se deparar a respeito de sua mente seja o de que você sempre gravita na direção daquilo que pensa com mais frequência.
Quantas vezes você não se viu exatamente na situação pela qual você disse que não queria passar? Você disse: “se há uma coisa que eu não quero que aconteça…”, “se há uma pergunta que eu não quero que me façam…”, “se há um erro idiota que eu não quero repetir…” E adivinhe o que aconteceu? Aconteceu exatamente tudo o que você não queria!
O princípio aqui é: “pense muito sobre alguma coisa e você atrairá aquilo para si”. Mesmo que você esteja pensando em algo que não quer. Isso acontece porque sua mente se move em direção às coisas, e nunca para longe delas. Essa consciência de como nossa mente funciona nos leva a considerar melhor aquilo que dizemos a nós mesmos e aos outros, porque nossa mente funciona com imagens.
Quando você diz a si mesmo: “eu não quero esquecer meu livro”, você instala na mente a imagem do objeto sendo esquecido. Já quando você diz: “eu quero me lembrar do livro”, formará uma imagem mental de si mesmo lembrando-se do livro e terá muito mais chance de se lembrar dele.
Sua mente simplesmente não pode e não vai funcionar ao contrário de uma ideia. Assim sendo, quando o treinador de futebol grita para um jogador: “Não erre o penalty!”, ele está pedindo para ter problemas! O jogador de tênis que vence os grandes torneios é o jogador que está sempre pensando “eu quero este ponto, este é meu!”. Já o indivíduo que perde a partida é aquele que pensa: “É melhor eu não perder este ponto”!
Em poucas palavras: o pensamento positivo funciona porque os pensadores positivos lidam com aquilo que querem. Desse modo, eles gravitam necessariamente na direção de seus objetivos.
Pense sempre naquilo que você quer!
By Andrew Matthews, no livro “Seja Feliz”.
Foi dada a partida: uma nova discussão teve seu início com uma sentença acusativa. Quem escuta sente-se agredido e, na maioria das vezes, responde na mesma moeda!
Esse infértil debate de quem está fazendo o que a quem gera apenas mais indignação e desconforto. Desta forma, o que parece uma conversa, na realidade, é apenas uma descarga emocional, quer dizer, uma sequência de monólogos carregados da frustração de emoções não digeridas.
Uma discussão pode se tornar uma boa conversa. Mas para tanto é preciso cultivar um interesse genuíno em melhorar nossos relacionamentos.
Quem quer só acusar não está interessado em ouvir. Sem escuta não há conversa. Então, para que discutir se não se quer chegar a lugar nenhum?
Se a situação já está ruim, uma discussão baseada em acusações pode ainda piorá-la. A base de uma discussão saudável encontra-se na motivação com a qual ela deu início. Queremos discutir para mudar para melhor ou apenas para desabafar nossa indignação? Se a intenção for melhorar, podemos conversar, do contrário, é melhor parar: depois que ambos expuseram suas queixas, é preferível dar um tempo para sentir e refletir sobre o que foi dito.
Quando uma discussão está baseada apenas na indignação, torna-se uma avalanche de reações. Não há tempo para sentir a empatia necessária para gerar um novo entendimento. Não há espaço de escuta quando a prioridade é defender-se. Enquanto o outro fala agressivamente, aquele que escuta só tem tempo para elaborar sua defesa. Como ouvir o outro verdadeiramente se a concentração está voltada para atacá-lo de volta?
Por exemplo, quanto mais tentarmos coagir o outro a mudar, de acordo nosso ponto de vista e necessidades emocionais, mais frieza emocional e distância física desencadearemos entre ele e nós. Pois, ele, intuitivamente, irá se distanciar para poder encontrar clareza em seu posicionamento.
A armadilha da chantagem emocional tem suas consequências: os relacionamentos tornam-se artificiais na medida em que precisam seguir regras impostas por um dos parceiros. Muitas vezes, exigimos do outro o que não foi acordado previamente. Ironicamente, quanto maior a entrega afetiva, maior são as exigências! Sem nos darmos conta, projetamos idealismos e expectativas exageradas nos relacionamentos à medida em que eles se tornam mais íntimos… Nem sempre ouvimos o que queremos ouvir!
Uma coisa é defender-se do outro, outra é buscar por solução. O caminho está em encontrar uma saída em vez de criar uma constante briga de forças, para ver quem tem mais razão.
Se quisermos discutir com a intenção de solucionar um conflito, teremos que rever nosso posicionamento, seja de dominador, seja de dominado (papel de vítima). Pois, ironicamente, o agressor agride porque se sente agredido e a vítima reage de forma agressora. Quando uma discussão está baseada na intenção de controlar o outro, ambos se sentem sufocados. Para superar um atrito é preciso deixar de lutar. Mas isso não quer dizer se deixar abater.
O que desejamos pode estar certo e ser válido, mas ainda assim, não podemos impor aos outros a nossa demanda. Podemos ter clareza sobre nossas necessidades emocionais, mas ao mesmo tempo, se nos colocarmos de modo exigente, impondo ao outro os cuidados sobre nossa vulnerabilidade, desencadearemos mal-estar e em nada ajudará a situação a mudar.
Revelar ao outro nossa vulnerabilidade é saudável; o que não funciona é transferir ao outro a responsabilidade de zelar pelo nosso bem-estar. Quando tentamos repassar os cuidados de nossa vulnerabilidade para outro, este gradualmente perde admiração por nós, pois, inevitavelmente, irá se sentir sobrecarregado ao ter que gerir todas nossas frustrações e incapacidades, mesmo que temporariamente.
Se quisermos ter relacionamentos saudáveis teremos que abandonar a atitude de autopiedade. Ficar no papel de vítima é uma armadilha perigosa, pois nos tornamos facilmente reféns da disponibilidade afetiva do dominador. Transferimos a ele as condições que irão nos gerar tanto tensão como alívio. É sempre a velha história baseada na co-dependência, isto é, quando saberemos o que vamos sentir conforme o outro estiver sentindo. Se ele estiver afetivo e de bom humor estaremos felizes, caso contrário, teremos que aguardar por sua disponibilidade…
É claro que estar ao lado de uma pessoa mal-humorada gera desconforto. Mas, mesmo assim, ainda podemos preservar nosso equilíbrio interno. Nestes momentos, é importante saber gerar um distanciamento saudável. Tal como fazemos ao nos aproximar do fogo: intuitivamente sabemos a distância correta para gerar calor e conforto e quando o seu excesso pode nos queimar!
Toda discussão tem um ponto de partida, mas raramente ele é a causa desencadeadora do conflito. Enquanto não abrirmos o jogo do porquê realmente estamos incomodados, o outro irá se sentir (mesmo que inconscientemente) manipulado. Sem saber o porquê original de toda discussão, ele reagirá contraindo-se, perdendo sua espontaneidade.
Nestes casos, o melhor jeito de terminar com esse tipo de contenda de poder é convidar o parceiro a sair das luzes do palco e vir conosco para os bastidores. Quando duas pessoas permitem uma à outra o acesso ao que se passa nos bastidores, elas começam a elaborar um laço mais profundo e solidário. E é isto que as ajudará a por fim aos socos entre seus egos. Nestes momentos de abertura é importante não tentar consertar ou melhorar nada. Não é preciso concordar nem discutir. Apenas admitir as dificuldades.
Estranhamente, o mesmo ocorre interiormente: nos momentos de maior tensão emocional costumamos nos distanciar de nós mesmos. Ao invés de sentirmos nossas emoções, costumamos rejeitá-las. Como isso ocorre? Quando nos tornamos reativos às nossas próprias emoções. Ainda que desconfortáveis, podemos olhar nos bastidores de nossa dor emocional. Revelar para nós mesmos o que se passa por trás de nossa indignação. Há um momento em que temos que parar de tentar nos consertar, pois quanto mais implicamos conosco mesmos, mais solidez iremos gerar em nossos conflitos.
É preciso superar o hábito de separar-se de si mesmo. Isto ocorre quando vemos nossa falta interna como uma falha ao invés de reconhecê-la como mais uma etapa de percepção natural do caminho do autoconhecimento. Aqui há uma briga interna entre o que sentimos e o que não queremos sentir. É preciso deixar de sermos reativos a nós mesmos para superarmos uma angústia emocional.
A emoção não é uma experiência estática. O que parece nos desequilibrar num certo momento, pode ter um efeito menos dramático em outro. A clareza de que podemos perceber uma mesma emoção de formas diferentes nos ajuda a não antecipar nossas avaliações. Quanto mais reagimos aos nossos pensamentos, mais sólido eles se tornam.
A questão é que aprendemos mais o pensar do que o sentir. Nos tornamos inseguros para lidar com nossas próprias emoções porque desenvolvemos um conhecimento intelectual que não é capaz de tocar nossa experiência interna. Por isso, diante de uma discussão nem tudo o que dizemos ou escutamos é capaz de surtir o efeito almejado. Mas não devemos desistir. Pois só interagindo é que aprendemos a arte de nos comunicar.
É saudável aprender a lutar. Se nos tornarmos passivos diante de um ataque agressivo nos tornaremos cada vez mais fracos e vulneráveis à agressão alheia. Assim como o médico Dr. Rüdiger Dhalke nos lembra em seu livro “A agressão como oportunidade” (Ed. Cultrix) sobre o que ocorre com o câncer: “a defesa do corpo não identifica as células cancerígenas como estranhas ou perigosas e por isso as deixa à vontade…” É saudável nos defender!
Para concluir, podemos guardar um alerta dado por Dr. Rüdiger Dhalke: “Onde recusamos a enfrentar um problema, ele nos será ensinado contra a nossa vontade”. A coragem em lidar com os confrontos e defender nossos projetos, princípios e valores desperta o instinto de força e vida.
By Bel Cesar, psicóloga e psicoterapeuta.
Afinal, o que significa “fracasso”? Talvez algo não saiu da forma que queria ou esperava? A lei da experiência é sempre perfeita. O que pensamos, criamos com perfeição. Você deve ter saltado uma etapa ou tem uma crença interior que lhe disse que você não merecia o sucesso ou o faz se sentir indigno dele.
O mesmo acontece quando trabalhamos no computador. Se algo sai errado, a culpa é só nossa. Fizemos, ou não, alguma coisa que consta das leis do computador. O erro apenas significa que temos mais a aprender.
Existe grande verdade no velho conselho que diz: “Se você não for bem-sucedido no início, tente, tente de novo”. Todavia, isso não significa se maldizer e tentar da mesma forma que não deu certo, mas sim reconhecer o erro e procurar fazer de um outro jeito – até aprender o modo correto.
Creio que temos o direito natural de progredir de sucesso em sucesso, e se isso não está ocorrendo é porque não estamos afinados com nossas capacidades inatas, não acreditamos que isso seja válido para nós ou não tomamos consciência de nossos êxitos.
Quando estabelecemos modelos elevados demais para o ponto em que estamos no momento, que de forma alguma podem ser atingidos agora, sempre fracassamos.
Quando uma criança está aprendendo a andar ou falar, nós a incentivamos e elogiamos a cada pequenina melhora que consegue. Ela reage com alegria e tenta ansiosamente fazer melhor na outra vez. É assim que você se incentiva quando está aprendendo algo de novo? Ou será que torna tudo mais difícil de aprender porque se diz que é burro, desajeitado ou um “fracasso”?
Muitos atores e atrizes acham que têm de desempenhar seus papéis com perfeição desde o primeiro ensaio, esquecendo que o propósito do ensaio é o aprendizado. Ele é o período de tempo em que erros podem ser cometidos, em que se procura aprender e tentar novas maneiras. Somente com a prática podemos aprender o novo e transformá-lo numa parte natural de nós. Quando observamos um exímio profissional atuando numa determinada área, estamos olhando para inúmeras horas de treinamento.
Não faça o que muitos costumam fazer, recusando tentarem qualquer coisa nova por não saber como executá-la, por não quererem parecer tolos. Aprender é cometer erros até que nosso subconsciente junte as peças para formar o quadro correto.
Não importa a quanto tempo você vem se considerando um fracasso. Comece a criar um padrão “sucesso” agora. Seja qual for a área em que você atue, os princípios são os mesmos. Precisamos plantar as “sementes” do sucesso. Elas germinarão e resultarão numa colheita abundante.
By Louise Hay.