Arquivo para Preconceito

E se Deus fosse um de nós?

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E se Deus fosse um de nós

Quem cresceu nos anos 90 se lembra daquela música da Joan Osborne, “One of Us”, em que ela fica repetidamente cantarolando enquanto questiona:

– “E se Deus fosse um de nós?/ Apenas um desajeitado como nós?/Apenas um desconhecido em um ônibus tentando chegar a casa?

Pois então, observando esta quantidade de duelos cotidianos sobre Deus, tanto nas mesas de bar quanto no Oriente Médio, a respeito do que Ele quer, quem Ele é, o que precisamos fazer para sermos bem aceitos na eternidade, me veio uma reflexão: será que Ele seria tão humano assim? Digo, será que Ele se importaria com as mesmas minúcias e detalhes com os quais nos preocupamos enquanto Ele expande o Universo e continua onipotente e onipresente?

Será que Deus realmente se importa com as piadas que fazem sobre Ele, ou são as pessoas, em seu fanatismo religioso, que se sentem extremamente ofendidas com o senso de humor mais ácido utilizado para destinatários nem sempre religiosos? E para aqueles que são cristãos: será que acreditam mesmo que Cristo era ranzinza e não ria ou fazia piadas em sua humanidade com seus amigos humildes e de simplicidade explícita? É sério mesmo que Ele nos julgará por nossas criações humorísticas enquanto há tanta guerra e miséria no mundo?

Se Deus fosse um de nós, sentado em um banco de praça, será que Ele sentiria repulsa pelos homossexuais manifestando seu afeto, da mesma forma que muitos dos seus seguidores propagam? Juram mesmo que Deus, com toda a sua sabedoria, ficaria mais horrorizado com um beijo do que com um tapa, ou com vários socos e outras formas de violência cujos alvos são aqueles que por atos não-violentos lutam pela igualdade de manifestação de seus sentimentos?

Se Deus fosse um de nós, será mesmo que estaria tão preocupado assim com o julgamento e avaliação dos métodos contraceptivos da mesma forma com que os sacerdotes estão? Que consideraria mais louvável colocar dez vidas no mundo, independentemente das circunstâncias, a planejar com responsabilidade a maneira como os filhos seriam concebidos?

Se Deus fosse um de nós estaria tão vinculado assim à forma de expressarmos a nossa fé? Ele consideraria como única religião passível de comunicação e exercício da espiritualidade aquela que escolhemos, ou teria tolerância para aceitar quaisquer das intenções manifestadas por católicos, protestantes, espíritas, umbandistas e etc.? O que torna o ser humano tão dono de Deus a ponto de determinar qual a religião certa ou errada? Qual a roupa a ser utilizada? O que as mulheres, unicamente por sua condição de mulheres, podem ou não fazer?

– “Ah, mas tudo em que creio está escrito na Bíblia”, – dirão muitos. Ocorre que, a Bíblia e outros livros sagrados a serem seguidos, são, em regra, documentos que tratam de amor e ódio, perdão e vingança, guerra e paz. É possível manipulá-lo para tudo o que quiser, até para estupros, roubos e assassinatos, basta um pouco de reflexão e maturidade daquele que o lê.

Cabe mencionar, ainda, que não observo nenhum religioso tomando remédios ou fazendo uso de quaisquer outros métodos utilizados na época em que a Bíblia foi escrita – sem amparo da ciência e tecnologia-, mas muitos querem embasar, de forma literal, suas filosofias de vida pelos mesmos critérios sociais retrógrados daquele mesmo período histórico, o que é, no mínimo, paradoxal.

A religião acompanha a humanidade desde seu início como busca de respostas, conforto, desabafo e superação de sofrimentos, o que é muito nobre e, por vezes, necessário. A partir do momento em que se utiliza deste instrumento para propagar o preconceito, a segregação, o julgamento, a intolerância, a humilhação, a fraude e o complexo de inferioridade, ocorre o maior dos contrassensos: a transformação de Deus em um de nós. Tão preconceituoso, intolerante e vingativo quanto um de nós. Tão pequeno, perseguidor e calculista quanto um de nós.

E aí, qual tipo de religioso você é? O reflexivo, maduro e libertário, ou o infantil, ignorante e apropriador?

Em qual Deus você acredita? N’Aquele que é superior – Alfa e Ômega – ou n’Aquele que é tão trivial quanto um de nós?

By Lorena Lopes, escritora, pós graduada em Direito Público e Civil.

Nenhum homem é uma ilha

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 31/07/2014 by Joe

Nenhum homem é uma ilha

Nestes tempos em que a violência impera por todo o planeta, em que mulheres são violentadas na Índia, crianças são bombardeadas dentro de escolas numa guerra estúpida, dezenas de conflitos dizimam populações inteiras na África, lembrei de um texto que li há alguns anos, em um blog, e resolvi republicá-lo aqui. Espero que vocês tenham o mesmo sentimento que eu tive ao ler.

By Joemir Rosa.

“Numa das preguiçosas tardes da minha adolescência, andando por uma rua do bairro de periferia em que vivia, encontrei jogado ao meio fio uma folha amarelada de caderno de desenho… Isso aconteceu há cerca de trinta anos. Mas ainda me lembro, como se fosse hoje, não sei explicar porque o fato jamais me deixou.

Na folha havia um desenho, feito em lápis de cor, com capricho de amador, uma ilha, dois coqueiros, o mar. No verso da folha, um poema de John Donne, poeta inglês do século XVI:

“Nenhum homem é uma ilha, isolado em si mesmo;
todo homem é um pedaço do continente, uma parte da terra firme.
Se um torrão de terra for levado pelo mar, a Europa fica diminuída,
como se fosse um promontório, como se fosse o solar dos teus amigos ou o teu próprio;
a morte de qualquer homem me diminui, porque sou parte do gênero humano,
e por isso não me perguntes por quem os sinos dobram;
eles dobram por ti.”

Segundo o nível de consciência que tinha naquele momento, achei que era uma “cartinha de amor”, uma “prenda”, daquelas que a gente faz para agradar a quem ama. Guardei John Donne comigo pelo resto de minha vida. E quando meu amor-próprio era atingido pela insensibilidade, alheia ou pessoal, eu pensava “os sinos dobram por mim”…

E quando as antigas obras me falaram da “Alma do Mundo” eu pensava: “nenhum homem é uma ilha”… E quando o mestre Jung falava sobre o “inconsciente coletivo” e a física quântica sobre “massa crítica”, eu pensava: “a Europa fica menor se um seixo for levado”… Os anos vão passando e não me canso de encontrar sabedoria neste poema; e hoje penso que, enquanto não entendermos que “a morte de qualquer homem me diminui”, os assassinos continuarão a nascer…

A criança maltratada na Índia é o reflexo da minha criança interior. A mulher violada no Congo é o reflexo da mulher violada por padrões sociais e preconceitos em mim. Todos nos envergonhamos quando ouvimos uma mulher contar que foi violentada, todos nos sentimos envergonhados quando lembramos da fome e dos maltratos às crianças…

Mas a nossa condição privilegiada nos dá oportunidade de transformar preconceito em acolhimento. Por toda a fome do mundo, precisamos deixar de consumir em excesso! Por todas as mulheres do mundo, precisamos parar de destruir nossos corpos com remédios para emagrecer e antidepressivos. Precisamos parar de chamarmos umas às outras de nomes chulos, que reforçam o poder do estuprador, do abusador…

Por todas as crianças do mundo, precisamos educar nossos filhos com ideais humanitários. Por toda a paz no mundo, precisamos nos desapegar de compromissos profissionais ou familiares que nos levam à infelicidade, à mentira e à guerra…

Por toda a humanidade, precisamos fazer do amor e da solidariedade nosso bem maior. Porque dentro de cada um de nós existe um ser que chora por todos nós…

Que a Deusa abençôe a todos!

By Gislaine Carvalho.

Mude sua mente, transforme sua vida.

Posted in Inspiração with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 08/04/2013 by Joe

Mudanças

Cada um de nós tem muitas escolhas, e podemos, a cada momento da vida, fazer novas escolhas. Não precisamos continuar a ser uma vítimas do ambiente em que vivemos. Contudo, para encontrar um outro caminho, precisamos trabalhar muito para não dar respostas reflexas que se baseiam nas nossas experiências e condicionamentos passados.

Podemos preferir olhar para dentro de nós mesmos a cada dia para ver se há resíduos de medo, julgamento, raiva ou ódio. Se os encontrarmos, podemos preferir ver o valor de mudar nossa mente, deixando de lado os pensamentos negativos e os julgamentos. Essas novas escolhas é que irão mudar a nossa vida. Podemos resolver, a qualquer momento, criar um presente que não seja determinado pelas sombras do temido e doloroso passado. Podemos escolher um presente que se baseie no amor e no perdão.

Podemos nos lembrar que a paz de espírito só se tornará uma realidade quando neutralizarmos os julgamentos negativos que fazemos uns dos outros, e acreditarmos, de todo coração, na igualdade. Não conquistaremos a paz de espírito até que tenhamos pelos outros o mesmo interesse que temos por nós mesmos.

Quando enxergarmos a luz dos outros, o poder milagroso do amor virá fazer parte de nossa vida. Quando isso acontecer, quando começarmos a mudar nossa mente, nossa vida também irá mudar e o preconceito e a discriminação começarão a desaparecer da face da Terra.

Afirmações:

1. Hoje verei todas as pessoas como iguais.
2. Se eu perceber que estou julgando os outros, devo lembrar de que isso acontece porque, de um modo ou de outro, estou julgando a mim mesmo.
3. Quando odeio os outros, é porque, de algum modo, odeio a mim mesmo.
4. Quando sou mesquinho com os outros, talvez seja porque não curei os momentos do meu passado em que os outros foram mesquinhos comigo.
5. Se eu me sinto o “dono da verdade” com relação aos outros, talvez seja porque quero mostrar que eles estão errados só para provar que eu estou certo.

By Gerald Jampolsky.

Vá e faça!

Posted in Inspiração with tags , , , , , , , , , , , , , , on 07/04/2013 by Joe

Vá e faça

Charles Darwin demorou vinte anos para publicar “A Origem das Espécies”, por causa da esposa, que era religiosa e não aceitava a teoria da evolução.

Charles, então, somatizou angústias, ficou triste, ficou doente. Quando enfim deixou de respeitar os preconceitos da esposa e publicou sua obra – sarou completamente.

Moral da história: se você tiver que fazer algo que considera justo, verdadeiro e necessário, não espere autorização de ninguém.

Vá e faça!

By Edson Marques.

Sexualidade sem culpa

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Sexualidade sem culpa

Quando tratamos de sexualidade, todo cuidado é pouco, pois a delicadeza do tema exige isso.

Trabalho com o ser humano e, por isso mesmo, abstraio-me de ter qualquer tipo de preconceito contra qualquer tipo de raça, religião e, principalmente, orientação sexual. Talvez por isso meus clientes se sintam tão à vontade de me contarem seus “piores” dilemas.

Não raro, recebo em meu consultório pessoas cujo desafio de vida é a própria sexualidade e suas vastas opções. Escuto-as dizer assim:

– “Você sabe que estou há anos na terapia e minha psicóloga ainda não tinha pensado nisso?”

Vejo-as sofrendo e insatisfeitas com a opção alternativa que fizeram, às vezes acanhadas, às vezes ansiosas, às vezes confusas, às vezes perdidas. Mas todas elas procurando por respostas que não a confinem a um lugar comum ou a rotulem disso ou daquilo, ou destilem teorias mirabolantes para explicar que, no final das contas, não há nada de errado com elas.

Porque rótulos é o que não falta: gay, lésbica, travesti, transexual, bissexual, homossexual, simpatizante, heterossexual, etc… Mas antes de serem algo que as rotulem como tal, são seres humanos com um desafio de vida, que é entenderem a si próprias através de sua orientação sexual.

Parto do princípio que sexo não é pecado, e nem com pessoas do mesmo sexo, ainda que a droga de meu DNA carimbado com a persuasão milenar da igreja grite no meu ouvido “É sim!”. “É sujo!”. “É errado!”.

Ainda bem que essa briga cessa completamente quando trato de deixar minha intuição fluir e falar o que meu coração quer dizer para cada pessoa que está ali para ouvir a si mesma; cada caso é um caso, não há receita de bolo. Mas a partir do momento em que não nos sentimos completos em relação às nossas escolhas, sejam elas quais forem, então é porque há um desafio a ser superado, a ser integrado e compreendido no nível da alma. Devemos sempre encarar os desafios como presentes que são adicionados como uma ferramenta da alma à medida em que são assimilados.

Mas a verdade é que o desafio no nível sexual não é pior ou melhor do que nenhum outro; é encarado com preconceito por muitos porque mexe com o que há de mais profundo, mais inconsciente em nós, movimenta nossas próprias inadequações que surgem a partir da mais tenra infância. E, claro, isso se reflete na forma como damos e recebemos afeto, não só em relação aos outros, mas em relação a nós mesmos.

Quem não quer se sentir completo com o par que mais lhe faça se sentir bem, independentemente se é uma pessoa do sexo oposto ou do mesmo sexo? Quem não quer se amar e se aceitar porque teve coragem de ser responsável pelas próprias preferências? O que seria melhor para a alma: realizar-se como ser humano em todos os aspectos ou seguir regras impostas externamente por religiões ou quem quer que seja e viver frustrado e se auto-sabotando pelo resto da vida?

Sob o ponto de vista de Deus, vamos lá, que é Misericórdia pura e Amor puro, será que Ele quer que soframos, nos torturando por algo que faz parte da natureza e da vicissitude humana? Sim, porque a culpa nada mais é do que uma forma de autopunição; e aprendemos que Deus faz isso quando fazemos a “coisa errada”. Mas para quem ainda acredita nisso, eu digo: “Deus não pune ninguém” (como haveria de ser se Deus é Amor???). Nós nos punimos! E isso nada tem de saudável, não.

Se observarmos que atualmente milhões de pessoas no mundo estão podendo sair de um estado de mentira e negação de si mesmas em sua sexualidade (com medo de serem hostilizadas e renegadas e rejeitadas) para um estado em que a liberdade do “ser quem se é” pode ser reconhecida como algo saudável, sustentável e louvável, isso pode nos dar a exata noção de que isto é um avanço e não um retrocesso.

Pensemos que efeito poderoso isso tem no inconsciente coletivo de, no mínimo, uma melhora no relacionamento entre os seres humanos. Isso nos faz repensar nossos “pré-conceitos” e atitudes em relação àqueles que optaram (por razões extremamente complexas em sua história de vida, imagino) por algo diferente do que o convencionado pela sociedade. E neste barco pegam carona também as questões raciais e de crença (essa última que vem avançando desde o fim da Inquisição, minha bruxa interior quer acreditar…).

A expressão da sexualidade é o que temos de mais poderoso dentro de nós; não há diferença entre energia sexual e energia criativa, por exemplo, já que tudo é energia. Sentir-se à vontade dentro do próprio corpo, o Templo da Alma, é o início e o fim de uma autoexpressão mais íntegra, honesta e verdadeira de si mesmo.

A mente pode viajar entre o passado, o presente e o futuro; o corpo é o que nos coloca no aqui e agora, no momento presente, com a consciência focada. Uma expressão sexual sem culpa (ainda que para muitos isso possa ser imoral ou mesmo amoral) é preferível do que o confinamento do ser que pode levar à depressão e a todos os sentimentos de inadequação e suas consequências psicológicas mórbidas, incluindo a perversão.

Sem querer colocar toda a culpa na Igreja – instituição que respeito bastante -, a verdade é que ela nos impôs a crença na desvalorização do que é um dos atributos mais importantes do ser humano: seu corpo físico. Sem ele, como estaríamos encarnados? Cuidemos bem dele e sejamos generosos com suas necessidades. Lembrando de que na medida em que a Consciência avança, suas demandas são sublimadas e sutilizadas automaticamente. Um passo de cada vez, mas sem culpa.

Ah, sim, e em relação à minha própria opção sexual? Sem rótulos, por favor. Digam isto pra si mesmos e sintam o quão libertadora é essa sensação!

Daniele Alvim, terapeuta e escritora.

Liberdade

Posted in Inspiração with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 15/11/2012 by Joe

Liberdade vai além de uma lei…

Liberdade é um sentimento de espírito que ultrapassa o direito de ir e vir.

Ser livre implica em escolhas, no livre arbítrio. Escolha de não julgar, tampouco uma raça subjugar outra.

Liberdade é não viver com medo. É ser livre da violência, da fome, da dor, do trabalho escravo, da miséria.

Ser libertos das mais diversas formas de despotismo: do preconceito, das imposições religiosas, do fanatismo, das superstições arraigadas de geração em geração.

Ser alforriados dos opressores políticos que existem em qualquer parte do planeta.

Liberdade é dizer “não” para os ditadores de todos os tempos. Eles estão indo, um a um…

Ser livre é abraçar o irmão, sem nos preocuparmos com etnias. Sem nos importarmos com a cor da pele. Que venham todos para o abraço: amarelos, brancos, negros, índios, pardos… Todos nós fazemos parte de uma única raça: a Humana.

Livre-arbítrio não é apenas para o cidadão de um determinado país ou hemisfério; ser livre é um direito de todos os cidadãos do mundo.

Mesmo que rompamos a barreira do tempo e espaço e nos conectemos com “Criaturas Estelares”, ainda assim, não poderíamos ser subjugados porque somos “Seres Universais”.

Cantemos, hoje e sempre, a liberdade do ser, da alma…

Utopia? Talvez, mas não queremos, não podemos deixar o sonho morrer, jamais!

“Liberdade! Liberdade! Abre as asas sobre nós…”

Sem esquecer, porém, da advertência de Tobias Barreto: “A liberdade é como o vinho simbólico do Sangue Redentor que, embora sacro-santo, não deixa de poder embriagar …”

By Simone Anjos.

A vida passa…

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 04/09/2012 by Joe

Se pudéssemos ter consciência de quanto nossa vida é passageira, talvez pensássemos duas vezes antes de jogar fora as oportunidades de felicidade. Para nós e para os outros. No jardim, algumas flores são colhidas cedo demais. Algumas mesmo em botões. Há sementes que nunca brotam, assim como há flores que vivem a vida inteira até que, pétala por pétala, tranquilas, vividas, se entregam ao vento.

Muitos de nós, cegos pela pressa, pela busca de duvidosos status e pelos tantos “compromissos” não sabem adivinhar a duração da beleza de todas as flores que foram plantadas ao nosso redor. E cuidamos mal. Descuidamos de nós e dos outros. Vivemos tristes e preocupados com coisas pequenas. Nos afligimos demais com horários e perdemos tempo, jogamos fora horas e minutos preciosos. Perdemos dia, às vezes anos, quando não, a vida toda.

Na maioria das vezes, calamos quando deveríamos falar; falamos demais quando é hora de contemplar o silêncio. Deixamos de dar o beijo, o abraço ou o aperto de mão que tanto nossa alma pede, porque algum orgulho bobo ou um preconceito inócuo impede essa aproximação. Não confessamos amar uma pessoa do mesmo sexo porque “pode pegar mal”. Não declaramos nosso afeto porque imaginamos que o outro conhece nossos sentimentos.

Assim corre o tempo, passa a vida e nós continuamos os mesmos, fechados em nós, circunspectos, arrogantes, embrutecidos. Reclamamos aquilo que nos falta e deixamos de reconhecer e agradecer tudo o que possuímos, sempre achando que temos de menos. De outro lado, compramos, gastamos, consumimos e esbanjamos, sempre comparando nossa vida com a daqueles que julgamos serem mais felizes que nós. E se nos comparássemos com aqueles que têm menos?

Nesses pensamentos pequenos a vida passa. O tempo passa. Passamos pela vida em geral esquecidos de viver. Apenas sobrevivemos. E, justamente porque não sabemos fazer coisa melhor, não aprendemos a tirar da vida o que ela tem de melhor. Um dia, inesperadamente, acordamos, olhamos para trás e constatamos a inutilidade de tudo quanto se fez nesta vida. E perguntamos:

– “E agora?”

Pode ser tarde demais. Hoje ainda se pode, quem sabe, reconstruir alguma coisa, dar um abraço, perdoar, pedir perdão, agradecer, dizer “eu te amo”.

O ser humano nunca é velho ou jovem demais para amar e ser amado, e assim encontrar um sentido para sua existência. O coração do afeto não tem idade. Não vamos perder tempo olhando para trás. Vamos viver hoje, curtindo o presente com olhos fitos no amanhã. Ainda há tempo de apreciar as flores, colocar os pés no riacho, assistir um por do sol. Há tempo para nos voltarmos para Deus e para os outros. A vida, ainda que passageira, está em nós. É preciso viver bem pois só se vive uma vez.

Pior que perder a vida diante da morte é desaproveitá-la no decorrer da existência.

By Antônio Mesquita Galvão.

 

 

 

A força das crenças e valores

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 24/05/2012 by Joe

Cada cultura tem seu conjunto de crenças e valores que foram criados e praticamente impostos há séculos e séculos, e foram sendo repassados de geração pra geração até chegar aos dias de hoje, em pleno século XXI.

Basta um passeio pelos noticiários de TV ou um bom bate papo na mesa de um barzinho com amigos para confirmarmos essa ideia.

Vemos povos que ainda castigam suas mulheres impondo-lhes uma posição inferior na sociedade, onde nada é permitido a elas; povos que mutilam suas meninas para que não sintam prazer sexual na idade mais adulta; vemos maridos achando que são os donos de suas esposas; homens que acabam tendo ataques cardíacos porque não conseguem exprimir suas emoções porque lhes ensinaram que eles não choram; gente que ainda acha que tudo que lhes acontece na vida é obra do destino ou – pior! – porque Deus quis assim; etc, etc, etc …

A força que essas crenças têm é imensa e faz com que a maioria dos seres humanos seja fraca, doente e medrosa perante a vida. A culpa não é exatamente deles, mas de seus pais e antepassados ao lhes imporem aqueles conjuntos de crenças e valores que falei acima.

Quando somos crianças, a nossa mente ainda não tem a capacidade de discernir sobre o que tem uma lógica fundamentada ou não. Nosso cérebro, naquela idade, funciona como uma esponja que absorve tudo que lhe é dito e não tem ainda a capacidade de distinguir o óbvio do absurdo.

E é exatamente nesse período de vida que as crenças começam a fazer o maior estrago. É aí que somos moldados para acreditar em um monte de coisas sem sentido, num conjunto de valores, muitas vezes hipócritos e sem a menor lógica. São as crenças sociais, religiosas, educacionais e até as mais manipuladoras, como a mídia, que tenta nos impor a ideia de que determinados produtos nos fazem ser melhores e mais desejados!

Vejam, no exemplo a seguir, como uma crença imposta na infância pode fazer pequeno estrago na idade adulta: se eu colocar uma tábua bem forte, de 2 metros de comprimento e 40 centímetros de largura, no chão e pedir a você que caminhe sobre ela de uma ponta à outra, você o fará tranquilamente. Ao colocar a mesma tábua apoiada nos topos de dois edifícios e solicitar que caminhe novamente sobre ela, você, com certeza, dirá que não dá pra passar, que tem medo de cair e se espatifar lá embaixo! Mas … a tábua não é a mesma? Você não havia passado por ela sem o menor problema quando ela estava no chão? Por que o medo agora?

A resposta é simples: quando criança, alguém – provavelmente seus pais – encheu sua cabeça com uma série de crenças sobre os “perigos” desta vida. “Desça dessa cadeira que você vai cair, menino!” … E aí você absorveu essa informação sobre altura e  acabou guardando-a em algum arquivo desse porão escuro chamado inconsciente. E toda vez que você se depara com uma situação semelhante àquela, a luz de um spot se acende sobre o arquivo onde aquela crença está guardada e ela se revela abertamente pra você! E aí vem o medo novamente!

Outro exemplo de crença sem fundamento é a tal história de que manga com leite faz mal à saúde, que passa de pai pra filho e não tem nenhuma comprovação científica. A afirmação nasceu na época dos escravos, em alguma fazenda cujo cultivo de mangas era uma das maiores fontes de riquezas juntamente com a produção de leite. Então, para que os escravos não fizessem uso desses dois alimentos, os senhores donos das terras inventaram essa história de que manga com leite faz mal!

Estes são apenas dois pequenos e bobos exemplos sobre o poder das crenças em nossas vidas. E olha que elas existem aos montes nos arquivos que mencionei acima!

Da mesma forma, os valores sociais, emocionais, religiosos nos foram impostos igualmente, gerando muitos conflitos, preconceitos e traumas. Aliás, prestem atenção à palavra preconceito: pré (antes) + conceito (ideia) = ideia anterior, ou seja, uma “alucinação”, um script que vem antes de um fato! Você acha, alucina que uma coisa funciona de uma determinada forma e passa a acreditar fortemente naquilo, sem nem mesmo ter tido o trabalho de testar. E – o pior – passa até a marginalizar e agredir quem pensa diferente de você! Não respeita aquela pessoa que tem uma visão diferente da sua ou do seu meio social.

É preciso ter um pouco mais de consciência, é preciso questionar mais, é preciso duvidar de certos valores e crenças que não trazem, em si, nenhuma comprovação prática!

Toda vez que você se deparar com alguma crença ou valor que, de certa forma, lhe tire o poder de decisão pessoal, pare um pouco e reflita, duvide, questione! De onde vem essa ideia? Quem criou? Qual a real intenção por trás disso?

Tenho certeza que, livres de muitas dessas correntes e amarras, seremos muito mais felizes e livres para vivermos a nossa vida … e não a vida que os outros tentam nos impor! Vamos sair do piloto automático e ter mais consciência existencial!

Afinal, quem usa cabresto não pode olhar para os lados, só para a frente! E perde a maior parte da linda paisagem que a vida nos oferece!!

By Joemir Rosa.

Pontos de vista

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 22/03/2012 by Joe

Certa vez, cinco alunos foram submetidos a uma experiência curiosa. Todos, de olhos vendados, foram conduzidos para perto de um elefante em um circo a fim de identificarem suas características.

O primeiro passou vagarosamente as mãos nas orelhas do bicho e falou, convicto:

– “É algo espalhado, como um tapete.”

O segundo aproximou-se, esticou o braço, pegou na tromba e exclamou:

– “É uma coisa comprida e redonda, deve ser uma jibóia.”

Tocando demoradamente uma das pernas do animal, o terceiro falou, um tanto exaltado:

– “Isto não é um animal, é um tronco de árvore.”

O quarto aluno apalpou por várias vezes uma das presas e disse:

– “Ah! Isto não é um tronco, mas sim uma lança muito pontiaguda.”

O quinto e último, por sua vez, exclamou com segurança tocando o rabo do animal:

– “Definitivamente isto é apenas uma corda muito fina!”

E por não entrarem num acordo, os alunos começaram uma discussão acalorada. Afinal, todos eles haviam tocado o animal com as próprias mãos e, por esse motivo, cada um tinha seu próprio ponto de vista.

Para acalmar os ânimos, o professor falou com firmeza:

– “Cada um de vocês está certo, mas cada um está errado também. Todos querem defender o seu ponto de vista, mas não querem admitir que o outro possa estar com uma parcela da verdade.”

Ato contínuo, tirou as vendas dos jovens e todos puderam contemplar o enorme elefante e perceber que todas as opiniões tinham seus fundamentos.

Grande parte dos desentendimentos entre as pessoas, na vivência diária, é resultado de cada um defender o seu ponto de vista sem se permitir ver as coisas sob o ponto de vista do outro. Todos querem ter razão, sem abrir mão da sua “verdade”.

No entanto, tudo seria mais fácil se admitíssemos a possibilidade de o outro estar certo. As pessoas são individualidades que trazem consigo possibilidades muito próprias no entendimento de coisas e situações.

Por essa razão não podemos exigir que os outros vejam com os nossos olhos, nem que pensem com a nossa mente.

Se todos compreendêssemos esses detalhes importantes nos relacionamentos, certamente evitaríamos grande parcela de dissabores e discussões inúteis!

Todas as flores são flores, mas o gerânio não tem as características do cravo e nem a rosa as da violeta.

Todos os frutos são frutos, mas a laranja não guarda semelhança com a pera.

Além disso, cada flor tem o seu perfume original, tanto quanto cada fruto não amadurece fora da época prevista.

Assim também é com as criaturas. Cada pessoa respira em faixa diversa de evolução. É justo que nos detenhamos na companhia daqueles que sentem e pensam como nós, entretanto, é caridade não violentar a cabeça daqueles que não comungam das nossas ideias.

Pensemos nisso!

Desconheço a autoria, mas seria ótimo se cada um de nós entendesse, praticasse e respeitasse (principalmente!) a diversidade humana, em todos os aspectos! Haveria muito menos preconceitos, discussões e violência! O mundo precisa de respeito! Só isso já resolveria metade de todos os problemas do ser humano!

Nenhum homem é uma ilha …

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 03/09/2010 by Joe

Navegando por alguns blogs na internet eu me deparei com o post abaixo e me senti no dever de divulgá-lo, pela sensibilidade e consciência de sua autora! Espero que tenham o mesmo sentimento que me tocou …

“Numa das preguiçosas tardes da minha adolescência, andando por uma rua do bairro de periferia em que vivia, encontrei jogado ao meio fio uma folha amarelada de caderno de desenho… Isso aconteceu há cerca de trinta anos. Mas ainda me lembro, como se fosse hoje, não sei explicar porque o fato jamais me deixou.

Na folha havia um desenho, feito em lápis de cor, com capricho de amador, uma ilha, dois coqueiro, o mar. No verso da folha, um poema de John Donne, poeta inglês do século XVI:

“Nenhum homem é uma ilha, sozinho em si mesmo; cada homem é parte do continente, parte do todo; se um seixo for levado pelo mar, a Europa fica menor, como se fosse um promontório, assim como se fosse uma parte de seus amigos ou mesmo sua; a morte de qualquer homem me diminui, porque eu sou parte da humanidade; e por isso, não me pergunte por quem os sinos dobram, eles dobram por ti”

Segundo o nível de consciência que tinha no momento, achei que era uma “cartinha de amor”, uma “prenda”, daquelas que a gente faz para agradar a quem ama. Guardei John Donne comigo pelo resto de minha vida. E quando meu amor próprio era atingido pela insensibilidade, alheia ou pessoal, eu pensava “os sinos dobram por mim”…

E quando as antigas obras me falaram da “Alma do Mundo” eu pensava “nenhum homem é uma ilha” … e quando o mestre Jung falava sobre o “inconsciente coletivo” e a física quântica sobre “massa crítica”, eu pensava “a Europa fica menor se um seixo for levado”. Os anos vão passando e não me canso de encontrar sabedoria neste poema; e hoje penso que, enquanto não entendermos que “a morte de qualquer homem me diminui, os assassinos continuarão a nascer”…

A criança maltratada na Índia é o reflexo da minha criança interior. A mulher violada no Congo é o reflexo da mulher violada por padrões sociais e preconceitos em mim. Todos nos envergonhamos quando ouvimos uma mulher contar que foi violentada, todos nos sentimos envergonhados quando lembramos da fome e dos maltratos às crianças…

Mas a nossa condição privilegiada nos dá oportunidade de transformar preconceito em acolhimento. Por toda a fome do mundo precisamos deixar de consumir em excesso! Por todas as mulheres do mundo precisamos parar de destruir nossos corpos com remédios para emagrecer e antidepressivos. Precisamos parar de chamarmos umas as outras de nomes chulos, que reforçam o poder do estuprador, do abusador…

Por todas as crianças do mundo precisamos educar nossos filhos com ideais humanitários. Por toda a paz no mundo, precisamos nos desapegar de compromissos profissionais ou familiares que nos levam à infelicidade, à mentira e à guerra…

Por toda a humanidade precisamos fazer do amor e da solidariedade nosso bem maior. Porque dentro de cada um de nós existe um ser que chora por todos nós…

Que a Deusa abençôe a todos!

By Gislaine Carvalho, autora do blog www.eraumaoutravez.blogspot.com.

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