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Curau de milho verde

Posted in Receitas with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 29/03/2014 by Joe

Curau

O milho é um dos ingredientes mais usado no Brasil, principalmente nos pratos típicos das festas juninas. Servido como curau, pamonha ou apenas cozido, o grão agrada ao público de todo o país. Mas de onde ele veio e como chegou ao nosso país?

Descoberta em ilhas próximas ao litoral mexicano, há mais de 7 mil anos, a planta silvestre recebeu o nome de “milho”, de origem indígena caribenha, com o significado de “sustento da vida”. Muito usado pelos incas, maias e astecas, o grão foi a base da alimentação das sociedades antigas e todas as atividades em grupo eram feitas em função de seu plantio. Com o período de colonização do continente americano e as grandes navegações, o alimento ganhou o mundo e se tornou um dos primeiros itens de cultura mundial, perdendo apenas para o trigo e o arroz.

A facilidade de cultivo e a variedade de formas de consumo do produto – que pode ser ingerido cru, cozido, seco ou transformado em farinha – garantiram seu sucesso em diferentes regiões do planeta, entre elas o México, que utilizava o farelo para preparar pequenos bolos, chamados de tortillas, e parte do cardápio tradicional nativo até os dias de hoje.

No Brasil, o milho já fazia parte do dia-a-dia dos índios antes mesmo da chegada dos colonizadores, que aproveitavam todas as partes do vegetal. Com a chegada dos portugueses, surgiram novos pratos à base de milho e seu consumo aumentou significativamente.

O milho é uma planta presente em diversos lugares do mundo e usado tanto para a alimentação humana como para a produção de ração animal. Apesar de bastante conhecido na mesa brasileira, o cereal tem apenas 5% de sua produção direcionada para o consumo humano; a maior parte vai para a alimentação de animais criados em grande escala.

Espigas de milhoA cultura do milho – um dos primeiros alimentos domesticados pelo homem – tinha como objetivo aproveitar os grãos e o suco proveniente de seu talo. Alguns povos produziam açúcar e mel a partir do líquido extraído.

Atualmente, existem diversos tipos de milho: o milho verde, o doce, o farinhoso, o pipoca, o duro, o macio e o dentado. Além de servir de base para diversos pratos da culinária, o vegetal também está na raiz da produção de amido, azeite, bebidas alcoólicas, combustíveis e corantes alimentícios.

Não é apenas pelo prazer do paladar que o milho deve aparecer com mais frequência na dieta alimentar. O grão tem fibras e nutrientes que auxiliam no bom funcionamento do organismo. Porém, para um consumo saudável do milho, é recomendado não adicionar muita gordura ou açúcar durante o preparo dos alimentos.

A receita deste sábado tem o milho como ingrediente principal e é bem simples e rápido de se preparar: o curau.

Curau de milho verde

Ingredientes

8 espigas de milho verde
2 xícaras (chá) de leite
1 vidro de leite de coco
1 colher (sopa) de manteiga
1 lata de leite condensado
Canela em pó a gosto para polvilhar

Modo de preparo

Passe o milho em um ralo grosso ou retire os grãos com uma faca. Em seguida, bata os grãos no liquidificador, depois passe em uma peneira para obter somente a polpa, descartando o bagaço.

Coloque a polpa, já peneirada, em uma panela e junte o leite, o leite condensado e a manteiga. Leve ao fogo por cerca de 10 minutos e mexa sem parar até formar um creme grosso.

Coloque em uma tigela e, por cima, polvilhe a canela em pó. Leve à geladeira até que adquira a consistência de um pudim.

By Joemir Rosa.

Tempurá

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , on 17/08/2013 by Joe

Tempurá

O tempurá é uma das receitas mais atraentes da culinária japonesa. Sua massa leve e crocante encanta os mais delicados paladares.

Muitos povos passaram pelo Japão deixando suas marcas na cozinha local. Durante o século XVI, os jesuítas e os comerciantes portugueses montaram uma colônia em Nagasaki. Como todo bom estrangeiro, eles preparavam pratos de sua terra natal.

Durante o “Quatuor Tempora” (Quatro Tempos), celebração católica onde as pessoas deviam comer pouco e abster-se de ingerir carne vermelha, os jesuítas preparavam camarões fritos em uma massa com farinha e ovos. Incomodados com a tentativa de serem catequizados pelos portugueses, os japoneses expulsaram-nos do Japão, ficando apenas com sua herança gastronômica.

O “tempora” virou tempurá e com o passar do tempo os japoneses foram refinando essa técnica, usando um óleo mais leve e acrescentando vegetais, até chegar ao prato que conhecemos hoje em dia.

O tempurá se popularizou na cidade de Tokyo, onde era vendido em barracas assim como o sushi, e os ambulantes passaram a preparar empanados de peixe fresco. Em pouco tempo, o tempurá conquistou todo o arquipélago e hoje existem até casas especializadas no prato (os tempura-ya), chegando a diversos países como um dos pratos mais apreciados da culinária japonesa.

Espero que curtam este prato, assim como eu, que sou fanático por esta e outras iguarias da gastronomia japonesa!

Tempurá

Massa

1 ovo inteiro gelado
200 g de farinha peneirada e gelada
400 ml de água gelada

Ingredientes

12 camarões médios
4 shitakes inteiros (sem o talo)
2 pimentões pequenos
2 cenouras
1 batata-doce em rodelas (mergulhe em água para retirar o amido)
6 unidades de ervilha-torta
4 folhas de sálvia

Tentsuyu (molho para tempurá)

2 xícaras de caldo de peixe
1/2 xícara de shoyu
1/2 xícara de sopa de Mirin (saquê doce)
nabo ralado a gosto
gengibre ralado a gosto

Preparo dos ingredientes

Todos os vegetais devem ser cortados em tiras com espessura e tamanho não muito grandes, para facilitar a fritura. Pique finamente as folhas de sálvia (pode usar cheiro-verde, se preferir). Depois de cortados, misture-os bem.

O camarão deve ser descascado. Deixe o rabo, mas retire a cabeça e o intestino dorsal (retire com um palito, picando no dorso). Faça 3 cortes transversais na barriga do camarão (isso impede que ele se curve).

O camarão e os legumes devem estar bem secos para que a massa os envolva completamente. Uma pitada de sal pode ser colocada. Qualquer peixe de carne branca e firme pode ser utilizado em vez de camarões (ele deve ser limpo e sem espinhas). Tanto o peixe como o camarão devem ser finamente empanados com farinha, antes de serem mergulhados na massa. Na hora de preparar para fritar, misture bem os legumes e os camarões.

Preparo da massa

Misture o ovo com a água gelada numa vasilha gelada sobre banho-maria frio (água com gelo). Peneire por cima dessa mistura a farinha de uma vez só.

Misture levemente com 2 palitinhos longos ou 2 espetos (não use fouet, nem colher de pau), deixando a mistura bem empelotada, com farinha nas superfícies e nas bordas. A massa só deve ser preparada segundos antes de fritar. Antes disso, deixe preparados todos os ingredientes. Esta massa, caso sobre, não pode ser guardada.

Preparo do molho

Tradicionalmente utiliza-se o molho (tentsuyu) para acompanhar o tempurá, mas também fica ótimo passando-se o tempurá, depois de frito, no sal e pimenta.

Para o molho, coloque todos os ingredientes em uma panela e leve ao fogo até começar a ferver. Pronto. Na hora de servir, acrescente o nabo cru ralado fino e gengibre fresco ralado a gosto.

Modo de preparo final

Aqueça o óleo a 180 ºC (para saber se está na temperatura exata, jogue um pouquinho de massa, se ela subir à superfície rapidamente, o óleo está no ponto) e comece a fritar os tempurás. Passe a mistura de legumes e camarões na farinha, retirando bem o excesso, e depois passe na massa – isso permite que a massa fixe bem.

Retire o excesso da massa e, com o auxílio de uma escumadeira, coloque no óleo. Não frite muitos por vez para não diminuir a temperatura do óleo. Quando estiverem ligeiramente dourados, retire e coloque em uma grade (o escorredor de macarrão pode funcionar como grade) para que fiquem sequinhos. Não utilize papel-toalha pois pode deixar os tempurás encharcados.

Sirva com o molho à parte e tigelinhas com sal e pimenta. Cada um tempera a gosto o seu tempurá (suco de limão também combina bem com frutos do mar).

By Joemir Rosa.

Sagu

Posted in Receitas with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 09/02/2013 by Joe

Sagu de vinho

A receita deste sábado faz-nos lembrar das visitas à casa da vovó, onde, entre outras delícias, ela nos servia um doce cheio de bolinhas brancas gelatinizadas, coloridas pela adição de sucos de frutas ou vinho!

Um doce delicioso, muito conhecido e encontrado no cardápio de sobremesas de qualquer restaurante e na culinária Brasileira.

O Sagu é uma fécula extraída de várias espécies de palmeiras conhecidas como saguzeiros, e feito a partir do amido processado que há no interior do tronco dessas plantas.

Os navegadores portugueses que transitavam entre América e Ásia associaram a palavra sagu à goma (amido) que os índios brasileiros extraíam da mandioca, a qual chamam de tapioca. Como a palavra tapioca designa também uma iguaria específica, estabeleceu-se que a fécula da mandioca granulada em formato de pequenas pérolas seria chamada “sagu” no português do Brasil.

Nessas idas e vindas, os exploradores portugueses espalharam o plantio da mandioca na Ásia e Oceania, onde se consome o das palmeiras. No português de Portugal, a expressão sagu designa apenas a fécula das palmeiras.

O sagu que consumimos no Brasil é feito de amido de mandioca e, além de dar um bom mingau com leite, transforma-se em saborosas sobremesas, e também pode ser misturado em outras receitas com peixe. Ou até pode ser utilizado como aromatizantes de ambiente.

A receita deste doce que trazemos hoje é especial e muito deliciosa. Servido com um creme de baunilha, torna-se ainda mais saboroso.

Sagu de vinho

Ingredientes

2 litros de água fervente
3 canelas em pau
12 cravos da índia
2 xícaras de sagu
750 ml de vinho tinto suave
1½ xícara de suco de uva integral
½ xícara de açúcar
2 gemas
12 colheres de sopa de açúcar
2 colheres de chá de essência de baunilha
1 litro de leite
3 colheres de amido de milho

Modo de preparo

Coloque a água para ferver e acrescente a canela e o cravo. Quando estiver fervendo, adicione o sagu e cozinhe por 20 minutos em fogo médio.

Escorra bem o sagu utilizando um escorredor de arroz ou macarrão e lave bem com água fresca para tirar toda a goma.

Coloque, em uma panela, em fogo médio, o vinho, o suco de uva, a ½ xícara de açúcar e o sagu já lavado. Quando levantar fervura, cozinhe por 10 minutos. Vá mexendo sempre para não grudar no fundo.

Retire do fogo, deixe esfriar em temperatura ambiente por uns 30 minutos e leve à geladeira por 4 horas.

Equanto isso, prepare o creme. Bata os ovos com as 12 colheres de açúcar até ficar como uma gemada clara. Acrescente a essência de baunilha e bata mais um pouco.

Em uma panela grande, coloque uns 900 ml do leite e a gemada. À parte, junte o amido de milho aos 100 ml de leite restantes e misture bem. Despeje na panela com o leite e a gemada e mexa até encorpar. Quando estiver mais firme, retire do fogo, deixe esfriar um pouco e leve à geladeira por 3 horas.

Sirva o sagu com o creme de baunilha.

By Joemir Rosa.

Pudim de tapioca

Posted in Receitas with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 19/01/2013 by Joe

Pudim de tapioca

A tapioca é uma iguaria tipicamente brasileira cuja origem vem dos índios tupi-guarani, que produziam uma goma feita com a fécula da mandioca. Ela também é conhecida como goma da mandioca, goma seca, polvilho doce, entre outros nomes.

O nome “tapioca” vem do tupi “tipi’oka” e significa “coágulo”. A palavra se refere ao processo pelo qual o amido é transformado em algo comestível.

Os povos tupi-guaranis, que ocupavam a faixa litorânea leste do território brasileiro desde o sul até o norte, foram os responsáveis pelo domínio comestível da mandioca, que, produzida sob o sistema da agricultura de subsistência, era a base da alimentação do Brasil até a chegada de Pedro Álvares Cabral.

Logo após os primeiros anos do descobrimento, os colonizadores portugueses na Capitania Hereditária de Pernambuco descobriram que a tapioca servia como bom substituto para o pão. A tapioca logo se espalhou pelos demais povos indígenas, como os Cariris no Ceará e os Jês, na Amazônia oriental. Posteriormente se transformou na base da alimentação dos escravos no Brasil. Tudo isso serviu para transformar a tapioca, hoje, num dos mais tradicionais símbolos da culinária por quase todo o nordeste.

Além do jeito tradicional de se preparar a tapioca (espalhando o polvilho doce numa chapa ou frigideira aquecida, onde ele se coagula e vira uma espécie de panqueca que pode ser recheada com coco, queijo e leite condensado), podemos prepará-la de outras formas, como um delicioso pudim!

Como sempre, uma receita fácil de preparar e que tem um ar de pudim de leite condensado! E tão saboroso quanto!!

Pudim de tapioca

Ingredientes:

Pudim

2/3 de xícara (chá) de tapioca
2 xícaras (chá) de leite desnatado
1 garrafa de leite de coco (200 ml)
3 ovos
1 xícara (chá) de leite em pó desnatado
4 colheres (sopa) de açúcar
1/2 coco ralado
1 pitada de sal

Calda

1 colher (sopa) de açúcar
1/3 de xícara (chá) de água

Modo de preparo

Prepare a calda, colocando o açúcar e a água no fundo de uma forma de 20 cm de diâmetro com buraco no meio. Leve ao fogo até virar uma calda caramelizada, espalhe bem e reserve.

Deixe a tapioca de molho no leite desnatado por 15 minutos e reserve.

No liquidificador, em velocidade máxima, bata o leite de coco, 2 gemas, 1 ovo inteiro, o leite em pó, o açúcar, o coco ralado, o sal e a tapioca.

Em uma batedeira, bata as claras com uma pitada de sal até obter picos firmes. Junte à mistura da tapioca hidratada no leite. Aqueça o forno em temperatura alta. Despeje a mistura na forma previamente caramelizada. Leve ao forno em banho-maria por 1 hora, ou até que fique bem firme. Quando esfriar, desenforme e sirva gelado.

By Joemir Rosa.

Cuscuz paulista

Posted in Receitas with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 15/09/2012 by Joe

O kuz-kuz ou alcuzcuz nasceu na África Setentrional. Inicialmente feito pelos mouros com arroz ou sorgo, o prato se espalhou pelo mundo no século XVI, quando passou a ser preparado com milho americano.

No Brasil a iguaria foi trazida pelos portugueses e acabou se popularizando durante a fase colonial. Nessa época estava presente apenas nas mesas das famílias mais pobres e era a base da alimentação dos negros. Preparado pelos escravos, o cuscuz era vendido em tabuleiros pelos mestiços, filhos e netos de cuscuzeiras anônimas.

Aos poucos o prato foi sendo incorporado à cultura brasileira e ganhou versões regionais e mais sofisticadas. Hoje há basicamente dois tipos de cuscuz: do Nordeste e do Centro-Sul, ambos preparados com massa de milho.

Em São Paulo e Minas Gerais o prato se transformou em uma refeição mais substancial. Preparado com farinha de milho e recheado com camarão, peixe ou frango e molho de tomate, nesses Estados o cuscuz é servido como entrada, acompanhamento e até como prato principal.

No Nordeste a massa de milho feita com fubá é temperada com sal, cozida no vapor e umedecida com leite de coco, com ou sem açúcar. Nessa região o prato é servido de manhã, acompanhado com manteiga, ou na ceia da noite, dissolvido em leite, quando se transforma em uma saborosa sopinha.

A receita que escolhi é a versão mais comum aqui em São Paulo, o que lhe confere até o nome de Cuscuz Paulista. Bairrismo à parte, é um prato muito saboroso e nutritivo.

Cuscuz paulista

Ingredientes

6 latas de sardinha em óleo
2 cebolas médias raladas
3 dentes de alho picados
500 ml de purê de tomates
1 vidro de palmito escorridos, fervidos e picados
4 ovos cozidos picados
1 lata de ervilhas
1 lata de milho verde
1 xícara de azeitonas verdes picadas
2½ xícaras (chá) de farinha de milho em flocos
1 xícara (chá) de salsinha picadinha
1 xícara (café) de óleo de milho
250 ml de água
1 tomate cortado em fatias para decorar
2 ovos cozidos cortados em fatias para decorar
1 pitada de açúcar
sal (se necessário)

Modo de preparo

Refogue o alho e a cebola com o óleo de milho (para quem gosta de um sabor um pouco mais forte, pode utilizar também o óleo das latas de sardinha). Acrescente o purê de tomate, a água e uma pitada de açúcar. Deixe apurar um pouco, em fogo baixo.

Enquanto isso, com o auxílio de um garfo, amasse as sardinhas de 5 das 6 latas, reservando o conteúdo de uma lata para decoração. Acrescente ao molho, então, o molho, a sardinha, a azeitona, o milho, a ervilha, a salsinha picada, os ovos e o palmito.

Misture bem e acrescente a farinha de milho lentamente, até obter uma massa não muito dura. Deixe cozinhar um pouco até despregar da panela e, em seguida, passe para uma forma redonda com buraco no meio, já decorada com as sardinhas, os tomates e ovos cozidos em fatias ao redor. Dica: umedeça um pouco a forma para que os ovos, tomates e sardinhas  possam aderir à forma antes da massa ser colocada.

Despeje e pressione a massa contra a forma para ficar bem firme. Espere esfriar e desenforme.

By Joemir Rosa.

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