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O mal da rotina

Posted in Inspiração with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 03/04/2015 by Joe

O mal da rotina

Seu Jorge já cantarolava, abençoado por uma melodia de Chico Buarque: “Todo dia ela faz tudo sempre igual/ me sacode às seis horas da manhã/ me sorri um sorriso pontual/ e me beija com a boca de hortelã”. Ambos os amantes não pareciam incomodados com a rotina que o casal compartilhava, e a composição não deixa transparecer qualquer desconforto com o cotidiano previsível. Mas e se ela o acordasse um pouco antes para cobrir-lhe de beijos com gosto de… maçã? Se não sorrisse ao acordá-lo, mas o pegasse desprevenido com cócegas que o fizesse perder o ar de tanto rir? E se ele faltasse ao trabalho, um dia que seja, para brindar a vida na companhia da amada?

Gostar de rotina não é algo ruim. Precisamos dela para nortear nossas vidas, dar linearidade ao nosso cotidiano, nos tirando do caos e auxiliando-nos a dar foco às metas. A rotina é a nossa cura da ressaca, nosso mais do mesmo que precisa existir, nossa obediência às regras, nossa submissão ao tempo, nossa dose de normalidade diária.

Sair da rotina, do óbvio, é um tanto doloroso para algumas pessoas. Arriscar-se numa atividade nova, atrasar-se mais que cinco minutos, um feriado no meio da semana (acredite: há quem não goste nem um pouco de feriado que tire da mesmice de uma semana de trabalho) nem sempre é fácil de encarar. Ainda mais pra quem trabalha com o método da agenda: acordar às seis, ler as notícias acompanhado de uma xícara de café – nem muito quente, nem frio, nem morno: acertar o ponto todas as vezes é crucial e rotineiro, por assim dizer – tomar um banho rápido, vestir-se e chegar no trabalho às oito. Nem sete e cinquenta e dois, nem sete e cinquenta e nove, muito menos oito e um. Oito. Trabalhar incessantemente, voltar pra casa (pelo mesmo caminho de sempre), assistir qualquer porcaria na televisão, dormir. Fim de semana é almoçar na mãe, ir ao cinema, voltar antes que escureça, dormir.

Pessoas assim não se permitem experimentar algo novo e ousado, por mais simples que seja. Por mais que a mídia tenha explorado e criticado positivamente aquela peça que está em cartaz todas as quartas, não é digno se dar ao luxo de fazer um programa cultural em plena quarta-feira. Amanhã é quinta, dia de labutar. Às oito em ponto.

Por mais que delivery de pizza seja prático, rápido e barato, não custa nada explorar os demais restaurantes da cidade, levar a garota ou o garoto para degustar sushi, comida chinesa, tailandesa, ou churrasco gaúcho, que seja. Algo que não venha engordurado dentro de uma caixa de papelão.

Há quem não goste de acampar na praia, mas que nunca sequer dormiu dentro de uma barraca e protege-se dos pés à cabeça do sol, da areia e da água salgada que resseca e quebra o cabelo. Tem gente que detesta balada, porque sempre frequentou a mesma casa noturna, que conta sempre com a presença dos mesmos DJ’s, sempre com as mesmas pessoas.

Há quem não goste de beber, mas que nunca bebeu, que não goste de redes sociais e que sempre conservou a velha conta de e-mail no BOL, que não goste de chuva, mas que nunca sentiu a deliciosa sensação da água refrescando o corpo num dia de calor infernal, que não gosta de música brasileira, mas que nunca se arriscou a ouvir os mestres da MPB – e que, inclusive, critica ferozmente o nosso funk, mas que dança de forma frenética ao som do pop e do hip hop americano que faz apologia às drogas e ao sexo, com letras tão “proibidonas” quanto as do ritmo carioca.

De que vale a vida, penso eu, se não arriscarmos, nos entregarmos ao novo? Ter o coração partido e se fechar para um novo amor; permanecer num emprego que te causa infelicidade, mas que garante estabilidade; dormir cedo sempre; nunca se atrasar; ir ao mesmo cinema; frequentar as mesmas praias; estranhar novas amizades… que perda de tempo!

Durante muito tempo fui um pouco assim, e confesso que ainda sou paranóica com horários e rotina, mas estou tentando mudar. Reconhecer que a minha bolha é limitada e que a zona de conforto não nos oferece nada mais que conforto é o primeiro passo.

Toda revolução sofre um pouco de resistência no ínicio – mesmo que a revolução seja mudar de cafeteria ou de marca de sabão em pó – mas pequenas ações podem resultar em mudanças positivas na nossa vida.

Se o café está bem quente, eu acho bom. Se está morno, me incomodo um pouco, mas engulo feliz. Se tem suco, agradeço: mais um dia sem cafeína. Viver metodicamente é não viver, ou viver pela metade.

Você por acaso sabe se existe vida após esta aqui? Melhor não desperdiçar. Hortelã pode ser bom, mas há uma infinidade de sabores por aí.

By Jennifer Severo.

The Swingle Singers

Posted in Música with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 27/04/2014 by Joe

The Swingle Singers

O grupo Swingle Singers foi formado, originalmente, em 1962, em Paris. Possui, como identidade, o fato de se apresentar à capela, isto é, sem o uso de instrumentos musicais!

Seu fundador, Ward Swingle, chamou Anne Germain, Jeanette Baucomont e Jean Cussac, além de Christiane Legrand, irmã do compositor Michel Legrand, como soprano líder no grupo original francês. No grupo, havia dois sopranos, dois contraltos, dois tenores e dois baixos.

Em 1973, o grupo original francês se dissolveu e Ward Swingle se mudou para Londres. Lá, ele formou um outro grupo com novos membros ao qual deu o nome de Swingle II. Mais tarde, se apresentaram e gravaram com os nomes de The Swingles, New Swingles até voltarem ao nome original: The Swingle Singers. Desta vez, o grupo nunca se desfez, embora o tempo obrigasse que membros entrassem e saíssem.

Nesta temporada 2013-2014, estão comemorando seu 50º aniversário, com um extenso repertório que abrange pop, rock, jazz, clássicos, todos tendo apenas suas vozes como instrumentos! Durante cinco décadas, o grupo demonstra agilidade vocal e inova em suas apresentações, mesmo com seus membros atuais, mais jovens e tão talentosos quanto o grupo original da década de 1960.

As performances do Swingle Singers levou-os aos mais tradicionais teatros ao redor do mundo, e também à participarem das trilhas sonoras de “Sex and the City” e “Glee”. Os Swingle Singers já ganharam cinco prêmios Grammy e já lançaram mais de 50 trabalhos, dos quais “Ferris Wheels”, um dos mais recentes, inclui arranjos originais de canções de Björk, Joni Mitchell, Annie Lennox , Sting, e os Beach Boys.

No video abaixo, uma linda e talentosa apresentação à capela do não menos maravilhoso “Bolero”, de Ravel!

By Joemir Rosa.

Bond

Posted in Música with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 11/11/2012 by Joe

Bond é um quarteto australiano/inglês formado por quatro garotas que tocam “classical crossover music” (mistura de gêneros).

Elas têm sido consideradas como o melhor quarteto de cordas de todos os tempos, com vendas recordes de álbuns por todo o mundo.

O quarteto é composto por Haylie Ecker (primeiro violino, nascida em Perth, Austrália), Eos Chater (segundo violino, nascida em Cardiff, no País de Gales), Tania Davis (Viola, de Sydney) e Gay-Yee Westerhoff (violoncelo, de Hull, Inglaterra).

O seu álbum de estréia, “Born”, foi considerado no Reino Unido um clássico gráfico, aparentemente devido à sua “música pop”. Em pouco tempo passou para a 1ª posição em 21 diferentes países de todo o mundo.

“Shine”, o seu segundo álbum, ganhou Disco de Ouro em seis países.

“Remixed”, que veio em seguida, é caracterizado por remixes de seus dois primeiros trabalhos, trazendo três novas músicas.

Seu terceiro álbum-estúdio, “Classified” foi um lançamento bem popular e bem sucedido. Ganhou o disco duplo de platina na Austrália.

“Explosive: The Best Of Bond”, o seu mais recente lançamento, é um “The Best of” da coleção que inclui, ainda, três canções inéditas.

Em tempos de “classical crossover” (mistura de gêneros de música clássica), Bond causou muita controvérsia no mundo da música quando, seu primeiro trabalho, as meninas trouxeram uma nova roupagem aos clássicos. Sexies, glamurosas, provocativas, elas quebraram todos os paradigmas daquela visão tradicional que a música clássica envolvia.

Em uma semana de lançamento do seu primeiro trabalho, elas foram classificadas como “não clássicas o suficiente”! Os críticos mais contumazes chegaram a dizer que elas não tocam quase nada em suas apresentações e que a maioria dos arranjos são pré-gravados. As meninas admitiram que alguns arranjos são, sim, pré-gravados para que o clima de espetáculo seja possível em apresentações ao vivo!

Melhor que tentar descrevê-las é assistir aos videos desse quarteto fantástico! Hoje eu trago apenas dois de seus mais bem produzidos videos, a peça “Inverno”, de Vivaldi e “Victory” com Andre Rieu. No YouTube vocês poderão encontrar muitos outros!

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By Joemir Rosa.

David Garrett

Posted in Música with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 23/09/2012 by Joe

David Garrett, nascido com o nome de David Bongartz em 4 de Setembro de 1980, é filho de mãe americana e pai alemão. Já aos 4 anos de idade, se interessou pelo violino ao ver que o pai havia presenteado seu irmão com um instrumento. Logo começou a aprender e, um ano depois, já participava de uma competição, ganhando o primeiro lugar. E, aos sete anos, já se apresentava publicamente!

Aos doze anos, Garrett começou a trabalhar com a violonista polaco-britânica Ida Haendel, viajando frequentemente a Londres e outras cidades européias para acompanhá-la.

Aos treze, firmou seu primeiro contrato com a gravadora Grammophon Gesellschaft, com quem tem exclusividade. Foi nesse período, também, que mudou seu nome artístico e começou a usar o sobrenome da mãe.

Em 1999, entrou para a Juilliard School, de Nova York (uma escola de música e artes cênicas, reconhecida como um dos mais conceituados conservatórios e escolas de dramaturgia do mundo), onde aprofundou seus conhecimentos do violino.

A título de curiosidade, Garrett trabalhou como modelo para aumentar sua renda durante seus estudos na Juilliard School. Alguns críticos de moda o descrevem como o David Beckham da cena clássica!

Formou-se em 2004 para ganhar o mundo como um dos mais aclamados artistas. Garrett toca, alternativamente, um violino Stradivari de 1718 e um Giovanni Battista Guadagnini de 1772, ambos avaliados em milhões de dólares!

Os vídeos abaixo são apenas uma mostra das qualidades musicais desse fabuloso artista, onde ele navega do clássico ao pop, sempre com grande maestria! Basta uma pesquisa na Internet para assistir mais apresentações!

David Garrett – das Quatro Estações, de Vivaldi

David Garrett – November Rain, de Kurt Cobain

By Joemir Rosa.

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