Arquivo para Perfume de Mulher

Tango

Posted in Música with tags , , , , , , , , , , , , , , on 11/12/2011 by Joe

O tango é a dança da carne, do desejo, dos corpos entrelaçados. É um diálogo novo, a sedução feita movimento, o ir e vir, encontro de dois mundos. É um baile exibicionista, esteticamente belo, e ronda sem temores o universo do lúdico. O casal de baile roça seus sapatos entre sensuais carícias enquanto o atônito espectador ocasional, eterno voyeur, se fascina e deslumbra com o ardor do tácito romance entre os dançarinos.

Originariamente, o tango nasceu no final do século XIX de uma mistura de vários ritmos provenientes dos subúrbios de Buenos Aires. Esteve associado desde o princípio com bordéis e cabarés, âmbito de contenção da população imigrante massivamente masculina. Devido a que só as prostitutas aceitariam esse baile, em seus começos era comum que o tango fosse dançado por um casal de homens.

Mas o tango como dança não se limitou às zonas baixas ou a seus ambientes próximos. Estendeu-se também aos bairros proletários e passou a ser aceito “nas melhores famílias”, principalmente depois que a dança fez sucesso na Europa.

A melodia provinha de flauta, violino e violão, sendo que a flauta foi posteriormente substituída pelo “bandoneón” (espécie de sanfona) por volta de 1900, vindo nas maletas de imigrantes alemães. Os imigrantes acrescentaram ainda todo o seu ar nostálgico e melancólico e desse modo o tango foi se desenvolvendo e adquirindo um sabor único. Dizem que “o tango é um pensamento triste que se pode dançar”.

Carlos Gardel foi o inventor do tango-canção. Falecido em 1935, aos 45 anos, em um acidente aéreo, ele foi o grande divulgador do tango no exterior. Nos anos 60, porém, o gênero foi ignorado fora da Argentina. Ressurgiu renovado por Astor Piazzolla, que lhe deu uma nova perspectiva, rompendo com os esquemas do tango clássico.

Há diferentes tendências em seu estilo: o tango-canção, tango canyengue, o tango milonga, tango romanzae o tango jazz. Hoje em dia é possível até encontrar estilos como tango rock e o eletrotango (tango eletrônico). Este último  pode ser conferido nos trabalhos dos grupos Bajofondo e Gotan Project.

No cinema o tango foi trilha sonora em vários filmes, destacadamente em “Perfume de Mulher”, “Dança comigo” e “Vem dançar”. Nos vídeos abaixo, dois momentos que eu considero inesquecíveis:

“Vem dançar”, com Antonio Banderas no papel de Pierre Dulaine, história real de um dançarino de salão profissional, que se torna voluntário para dar aulas de dança em uma escola pública de Nova York. Pierre tenta apresentar seus métodos clássicos, mas logo enfrenta resistência dos alunos, mais interessados em hip-hop. É quando, deste confronto, nasce um novo estilo de dança, mesclando os dois lados e tendo Pirre como mentor.

“Perfume de Mulher”, com Al Pacino no papel de Frank Slade, um tenente-coronel cego que viaja para Nova York com Charlie Simms (Chris O’Donnell), um jovem acompanhante, com quem resolve ter um final de semana inesquecível antes de morrer. Porém, na viagem, ele começa a se interessar pelos problemas do jovem, esquecendo um pouco sua amarga infelicidade.

Hoje em dia o tango vive, não como o fenômeno de massas que o engendrou, mas sem nenhuma dúvida como elemento identificatório da alma portenha e em permanentes evocações espalhadas por toda Buenos Aires.

By Joemir Rosa.

Slow X Fast

Posted in Saúde with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 26/02/2010 by Joe

Há um grande movimento na Europa hoje, chamado Slow Food. A Slow Food International Association, cujo símbolo é um caracol, tem sua base na Itália (veja os sites: www.slowfood.com ou www.slowfoodbrasil.com).

O que o movimento Slow Food prega é que as pessoas devam comer e beber devagar, saboreando os alimentos, “curtindo” seu preparo, no convívio com a família, com amigos, sem pressa e com qualidade.

A idéia é a de se contrapor ao espírito do Fast Food e o que ele representa como estilo de vida. A surpresa, porém, é que esse movimento do Slow Food está servindo de base para um movimento mais amplo chamado Slow Europe como salientou a revista Business Week em uma edição européia.

A base de tudo está no questionamento da “pressa” e da “loucura” gerada pela globalização, pelo apelo à “quantidade do ter” em contraposição à qualidade de vida ou à “qualidade do ser”. Segundo a Business Week os trabalhadores franceses, embora  trabalhem menos horas, (35 por semana) são mais produtivos que seus colegas americanos ou ingleses. E os alemães, que em muitas empresas instituíram uma semana de 28,8 horas de trabalho, viram sua produtividade crescer nada menos que 20%.

Essa chamada “slow atitude” está chamando a atenção até dos americanos, apologistas do “Fast” (rápido) e do “Do it Now” (faça já). Portanto, essa “atitude sem-pressa” não significa fazer menos, nem menor produtividade. Significa, sim, fazer as coisas e trabalhar com mais “qualidade” e “produtividade” com maior perfeição, atenção aos detalhes e com menos “stress”. Significa retomar os valores da família, dos amigos, do tempo livre, do lazer, das pequenas comunidades, do “local”, presente e concreto em contraposição ao “global” – indefinido e anônimo.

Significa a retomada dos valores essenciais do ser humano, dos pequenos prazeres do cotidiano, da simplicidade de viver e conviver e até da religião e da fé. Significa um ambiente de trabalho menos coercitivo, mais alegre, mais “leve” e, portanto, mais produtivo, onde seres humanos, felizes, fazem com prazer o que sabem fazer de melhor.

Nesta semana, gostaria que você pensasse um pouco sobre isso. Será que os velhos ditados “Devagar se vai ao longe”, ou ainda “A pressa é inimiga da perfeição” não merecem novamente nossa atenção nestes tempos de desenfreada loucura? Será que nossas empresas não deveriam também pensar em programas sérios de “qualidade sem-pressa” até para aumentar a produtividade e qualidade de nossos produtos e serviços sem a necessária perda da “qualidade do ser”?

No filme “Perfume de Mulher” há uma cena inesquecível, em que um personagem cego, vivido por Al Pacino, tira uma moça para dançar e ela responde:

– “Não posso! Meu noivo vai chegar em poucos minutos!”

– “Mas em um momento se vive uma vida” – responde ele, conduzindo-a num passo de tango. E esta pequena cena é o momento mais bonito do filme.

Algumas pessoas vivem correndo atrás do tempo, mas parece que só alcançam quando morrem enfartados, ou algo assim. Para outros, o tempo demora a passar, ficam ansiosos com o futuro e se esquecem de viver o presente, que é o único tempo que existe. Tempo todo mundo tem, por igual. Ninguém tem mais nem menos que 24 horas por dia. A diferença é o que cada um faz do seu tempo.

Precisamos saber aproveitar cada momento porque, como disse John Lennon:

“A vida é aquilo que acontece enquanto fazemos planos para o futuro”.

Parabéns por ter lido este texto até o final … muitos não o farão porque não podem “perder” o seu tempo neste mundo globalizado. Pense e reflita até que ponto vale a pena deixar de curtir sua família, de ficar com a pessoa amada, de ir à missa nos domingos de manhã, ir pescar no fim de semana! Espero que não seja tarde demais!!!

Texto atribuído a um brasileiro residente na Europa.

Tango

Posted in Música with tags , , , , , , , , , , , , , , on 07/02/2010 by Joe

O tango é a dança da carne, do desejo, dos corpos entrelaçados. É um diálogo novo, a sedução feita movimento, o ir e vir, encontro de dois mundos. É um baile exibicionista, esteticamente belo, e ronda sem temores o universo do lúdico. O casal de baile roça seus sapatos entre sensuais carícias enquanto o atônito espectador ocasional, eterno voyeur, se fascina e deslumbra com o ardor do tácito romance entre os dançarinos.

Originariamente, o tango nasce no final do século XIX de uma mistura de vários ritmos provenientes dos subúrbios de Buenos Aires. Esteve associado desde o princípio com bordéis e cabarés, âmbito de contenção da população imigrante massivamente masculina. Devido a que só as prostitutas aceitariam esse baile, em seus começos era comum que o tango fosse dançado por um casal de homens.

Mas o tango como dança não se limitou às zonas baixas ou a seus ambientes próximos. Estendeu-se também aos bairros proletários e passou a ser aceito “nas melhores famílias”, principalmente depois que a dança fez sucesso na Europa.

A melodia provinha de flauta, violino e violão, sendo que a flauta foi posteriormente substituída pelo “bandoneón” (espécie de sanfona) por volta de 1900, vindo nas maletas de imigrantes alemães. Os imigrantes acrescentaram ainda todo o seu ar nostálgico e melancólico e desse modo o tango foi se desenvolvendo e adquirindo um sabor único. Dizem que “o tango é um pensamento triste que se pode dançar”.

Carlos Gardel foi o inventor do tango-canção. Falecido em 1935, aos 45 anos, de um acidente aéreo, ele foi o grande divulgador do tango no exterior. Nos anos 60, porém, o gênero foi ignorado fora da Argentina. Ressurgiu renovado por Astor Piazzolla, quem lhe deu uma nova perspectiva, rompendo com os esquemas do tango clássico.

Há diferentes tendências em seu estilo: o tango-canção, tango canyengue, o tango milonga, tango romanzae o tango jazz. Hoje em dia é possível até encontrar estilos como tango rock e o eletrotango (tango eletrônico). Este último  pode ser conferido nos trabalhos dos grupos Bajofondo e Gotan Project.

No cinema o tango foi trilha sonora em vários filmes, destacadamente em “Perfume de Mulher”, “Dança comigo” e “Vem dançar”. Nos vídeos abaixo, dois momentos que eu considero inesquecíveis:

“Vem dançar”, com Antonio Banderas no papel de Pierre Dulaine, um dançarino de salão profissional, que se torna voluntário para dar aulas de dança em uma escola pública de Nova York. Pierre tenta apresentar seus métodos clássicos, mas logo enfrenta resistência dos alunos, mais interessados em hip hop. É quando deste confronto nasce um novo estilo de dança, mesclando os dois lados e tendo Pirre como mentor.

“Perfume de Mulher”, com Al Pacino no papel de Frank Slade, um tenente-coronel cego que viaja para Nova York com Charlie Simms (Chris O’Donnell), um jovem acompanhante, com quem resolve ter um final de semana inesquecível antes de morrer. Porém, na viagem ele começa a se interessar pelos problemas do jovem, esquecendo um pouco sua amarga infelicidade.

Hoje em dia o tango vive, não como o fenômeno de massas que o engendrou, mas sem nenhuma dúvida como elemento identificatório da alma portenha e em permanentes evocações espalhadas por todo Buenos Aires.

By Joe.

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