Arquivo para Performance

Faça a sua escolha

Posted in Inspiração with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 22/05/2014 by Joe

Bolshoi

Era uma vez uma menina chamada Karina. Desde pequena, ela só tinha uma paixão: dançar e ser uma bailarina do famoso Ballet Bolshoi. Tudo o mais era secundário. Seus pais até desistiram de exigir empenho em qualquer outra atividade: o coração de Karina tinha lugar somente para o ballet.

Um dia, Karina teve sua grande chance: conseguiu um encontro com o diretor do Bolshoi, que estava selecionando aspirantes para a companhia. Nesse dia, Karina dançou como se fosse seu último dia na Terra. Colocou tudo o que sentia e que aprendera em cada movimento, como se uma vida inteira pudesse ser contada em um único passo. Ao final, aproximou-se do renomado diretor e perguntou-lhe:

– “Então, o senhor acha que posso me tornar uma grande bailarina?”

E ela ouviu um sonoro não!

Na longa viagem de volta à sua cidade, Karina, em meio às lágrimas, imaginou que nunca mais aquele “não” deixaria de soar em sua mente…

Meses se passaram até que pudesse novamente calçar uma sapatilha… Dez anos mais tarde, Karina, já uma estimada professora de ballet, criou coragem de ir à performance anual do Bolshoi em sua região. Sentou-se bem à frente e verificou que o diretor do balé ainda era o mesmo!

Após o concerto, ela tomou coragem e foi conversar com ele. Contou o quanto ela queria ter sido bailarina do Bolshoi e quanto tinha sido difícil ter ouvido dele aquele “não”!

– “Mas, minha filha…”, disse o diretor, “eu digo não a todas as aspirantes”.

Com o coração ainda aos saltos, Karina não pode conter a revolta e a surpresa, e disse:

– “Como o senhor pode cometer uma injustiça dessas? Eu poderia ter sido uma grande bailarina se não fosse o descaso com que o senhor me avaliou!”

Ao responder, havia solidariedade e compreensão na voz do diretor:

– “Perdoe-me, minha filha, mas você nunca poderia ter sido grande o suficiente se foi capaz de abandonar o seu sonho pela opinião de outra pessoa!”

Moral da história: quando estabelecemos metas específicas é muito maior a nossa chance de conquistarmos nossos sonhos. Dedicação e empenho também são requisitos indispensáveis nessa dura jornada. No entanto, mais importante do que tudo é acreditarmos efetivamente na nossa própria capacidade porque o que não faltam na vida são os obstáculos! E assim, muitos desistem da luta, por medo, por preguiça ou porque acreditaram nas previsões negativas dos outros.

Faça a sua escolha! E não desista jamais!

Desconheço a autoria.

Técnicas modernas de administração

Posted in Atualidade with tags , , , , , , , , , , , on 05/04/2010 by Joe

Foi tudo muito rápido. A executiva bem-sucedida sentiu uma pontada no peito, vacilou, cambaleou. Deu um gemido e apagou. Quando voltou a abrir os olhos, viu-se diante de um imenso Portal.

Ainda meio zonza, atravessou-o e viu uma miríade de pessoas. Todas vestindo cândidos camisolões e caminhando despreocupadas. Sem entender bem o que estava acontecendo, a executiva bem-sucedida abordou um dos passantes:

– Enfermeiro, eu preciso voltar urgente para o meu escritório porque tenho um meeting importantíssimo. Aliás, acho que fui trazida para cá por engano, porque meu convênio médico é classe A, e isto aqui está me parecendo mais um pronto-socorro. Onde é que nós estamos?

– No céu.

– No céu?

– É.

– Tipo assim… o céu, CÉU? Aquele com querubins voando e coisas do gênero?

– Certamente. Aqui todos vivemos em estado de gozo permanente.

Apesar das óbvias evidências de nenhuma poluição, todo mundo sorrindo, ninguém usando telefone celular, a executiva bem-sucedida custou um pouco a admitir que havia mesmo apitado na curva.

Tentou então o plano B: convencer o interlocutor, por meio das infalíveis técnicas avançadas de negociação, de que aquela situação era inaceitável. “Porque”, ponderou, “dali a uma semana ela iria receber o bônus anual, além de estar fortemente cotada para assumir a posição de presidente do conselho de administração da empresa”…

E foi aí que o interlocutor sugeriu:

– Talvez seja melhor você conversar com Pedro, o síndico.

– É? E como é que eu marco uma audiência? Ele tem secretária?

– Não, não. Basta estalar os dedos e ele aparece.

– Assim? (…)

– Pois não?

A executiva bem-sucedida quase desaba da nuvem. À sua frente, imponente, segurando uma chave que mais parecia um martelo, estava o próprio Pedro.

Como a executiva havia feito um curso intensivo de approach para situações inesperadas, reagiu rapidinho:

– Bom dia. Muito prazer. Belas sandálias. Eu sou uma executiva bem-sucedida e…

– Executiva… Que palavra estranha. De que século você veio?

– Do 21. O distinto vai me dizer que não conhece o termo ‘executiva’?

– Já ouvi falar. Mas não é do meu tempo.

Foi então que a executiva bem-sucedida teve um insight. A máxima autoridade ali no paraíso aparentava ser um zero à esquerda em modernas técnicas de gestão empresarial. Logo, com seu brilhante currículo tecnocrático, a executiva poderia rapidamente assumir uma posição hierárquica, por assim dizer, celestial ali na organização.

– Sabe, meu caro Pedro. Se você me permite, eu gostaria de lhe fazer uma proposta. Basta olhar para esse povo todo aí, só batendo papo e andando à toa, para perceber que aqui no Paraíso há enormes oportunidades para dar um upgrade na produtividade sistêmica.

– É mesmo?

– Pode acreditar, porque tenho PHD em reengenharia. Por exemplo, não vejo ninguém usando crachá. Como é que a gente sabe quem é quem aqui, e quem faz o quê?

– Ah, não sabemos.

– Entendeu o meu ponto? Sem controle, há dispersão. E dispersão gera desmotivação. Com o tempo isto aqui vai acabar virando uma anarquia. Mas nós dois podemos consertar tudo isso rapidinho implementando um simples programa de targets individuais e avaliação de performance.

– Que interessante…

– É claro que, antes de tudo, precisaríamos de uma hierarquização e um organograma funcional, nada que dinâmicas de grupo e avaliações de perfis psicológicos não consigam resolver.

– !!!…???…!!!…???…!!!

– Aí, contrataríamos uma consultoria especializada para nos ajudar a definir as estratégias operacionais e estabeleceríamos algumas metas factíveis de leverage, maximizando, dessa forma, o retorno do investimento do Grande Acionista… Ele existe, certo?

– Sobre todas as coisas.

– Ótimo. O passo seguinte seria partir para um downsizing progressivo, encontrar sinergias high-tech, redigir manuais de procedimento, definir o marketing mix e investir no desenvolvimento de produtos alternativos de alto valor agregado. O mercado telestérico, por exemplo, me parece extremamente atrativo.

– Incrível!

– É óbvio que, para conseguir tudo isso, nós dois teremos que nomear um board de altíssimo nível. Com um pacote de remuneração atraente, é claro. Coisa assim de salário de seis dígitos e todos os fringe benefits e mordomias de praxe. Porque, agora falando de colega para colega, tenho certeza de que você vai concordar comigo, Pedro. O desafio que temos pela frente vai resultar em um turnaround radical.

– Impressionante!

– Isso significa que podemos partir para a implementação?

– Não. Significa que você terá um futuro brilhante… se for trabalhar com o nosso concorrente. Porque você acaba de descrever, exatamente, como funciona o Inferno!

By Max Gehringer, para a Revista Exame.

Seleção por Incompetências

Posted in Relacionamentos with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , on 07/01/2010 by Joe

“Responda-me o que eu quero ouvir, e eu te contratarei!”

Como você se imagina daqui a dez anos?
Cite 3 defeitos e 3 qualidades?
Como é a relação com sua família?

Quantas vezes você já ouviu em sua vida estas perguntas?

Opa, opa! Se você é ingênuo a ponto de acreditar que este é um texto direcionado somente ao pessoal de recursos humanos das empresas, recomendo que desça urgentemente do barco de Cabral e atualize a sua cena!

Estas perguntas ineficazes hoje em dia são usadas em todo e qualquer processo seletivo: emprego, trabalhos em geral e até escolha de namorado em programas de TV e Internet.

Na sociedade da imagem, onde o conteúdo e a possibilidade da verdade vir à baila valem cada vez menos, a performance verbal e até mentirosa de alguns candidatos é que tem sido usada como critérios seletivo.

Hoje, mesmo que você tenha um conteúdo danado, seja doutor em astrofísica pela maior universidade do planeta, tenha estudado anos a fio, ou seja um autodidata, isto tudo vale pouco se não souber projetar de forma adequada a sua imagem.

Ser, nos tempos da sociedade do espetáculo, não é nada se você não parecer ser!

Puristas que me perdoem, mas se você analisar as três perguntinhas absolutamente inócuas lá de cima, e responder com a verdade, tenho dúvidas que você seja contratado em qualquer lugar!

Em primeiro lugar, eu disse que elas são absolutamente inócuas. Vamos analisar:

Como você se imagina daqui a dez anos?

A tal pergunta só serve pra avaliar o poder de imaginação de um candidato a qualquer coisa, mais nada. Do futuro alguém sabe? Pode ser que se tenha uma resposta assertiva se o candidato for um “expert” em tarô ou qualquer outra técnica advinhatória, por exemplo.

Uma das capacidades de um mentiroso é a de imaginar situações!

Se o candidato for esperto e estiver concorrendo a um cargo numa empresa, por exemplo, basta ele ter em mente a palavra carreira. Esta resposta é a esperada na maioria dos casos.

Cite 3 defeitos e 3 qualidades

Caro leitor, pense agora, sinceramente, tal como Ana Karênina, aquela personagem de Leon Tolstói, apenas de si para consigo, e diga apenas a verdade, nada mais que a verdade: quais são seus defeitos?

Vamos fazer de conta aqui!

Você sabe que é meio galinha, odeia acordar cedo e faz um esforço enorme para cumprir prazos. Sinceramente, você diria isto num processo seletivo?

Quantas pessoas você conhece que foram aprovadas por falar a verdade, nada mais do que a verdade para esta pergunta?

E, no fundo, usando os nossos neurônios, qual a finalidade dela?

Será que a incompetência que toma conta de alguns selecionadores é tamanha e eles não tem outros métodos para descobrir defeitos e qualidades a não ser perguntando?

Será que estes mesmos despreparados selecionadores não imaginam que tem gente escolada e de novo esperta no mercado a ponto de responder um defeito mas que lá no fundo vira qualidade?

Quer ver como?

Nos cursos de entrevistas que já ministrei, eu vi nas dramatizações (sou psicodramatista) gente respondendo a esta pergunta assim:

– “Sou um pouco teimoso, não abro mão até chegar ao final do trabalho”.

Enfim, esta aparente teimosia acaba por se tornar uma virtude: a persistência!

Fora aquelas palavras manjadas para definir qualidades: gosto por desafios, criatividade, etc. Enfim, um verdadeiro jogo de “me engana que eu gosto”!

Como é a relação com sua família?

Ai, ai, ai, ai … Esta, no campo pessoal, é “braba”. Até porque eu não conheço ninguém que, mesmo sendo filho ou marido de uma alcoólatra, vá dizer isto no momento da entrevista, por exemplo. E, se acabou de brigar com o marido intransigente, vá contar pra selecionadora.

E pra que saber desta informação de forma tão direta?

Será que não há – de novo ele – método para saber se as relações familiares poderão interferir ou não no campo profissional?

Existem selecionadores que estão mais interessados na vida pessoal do candidato do que propriamente na sua capacidade profissional.

Uma garota que fizer este tipo de pergunta ao seu potencial namorado também dará com os burros n’água. Se o cara for esperto responderá somente aquilo que ela quer ouvir.

Posso dizer com certeza que, pela falta de método em seleção, os candidatos estão se tornando a cada dia mais espertos! Tanto que alguns já chegam a uma entrevista com um roteiro pronto de respostas. Tão pronto que alguns selecionadores sem método nem sequer percebem.

Sem contar as palhaçadas que caracterizam algumas dinâmicas de grupo! Alvos de piadas e chacotas em vários “sites” na internet.

Os métodos seletivos também são temas do filme  como “O que você faria?” e da peça “ O Método Grönholm”. Os artistas, por seu modo peculiar de ler a vida, já perceberam que os métodos de seleção atual são absolutamente incompetentes. Ao passo que os selecionadores das empresas usam apenas o termo-imagem “Seleção por Competências”. Sem saber o que este termo significa e sem fazer nenhuma leitura da empresa em que trabalham para saber se este método é aplicável ou não ao contexto em que trabalham . Escrevo isto de “cadeira”, já que ministrei diversos cursos deste tema e fiquei pasma com o desconhecimento sobre o que é “Competência”.

Seleção em qualquer esfera é de responsabilidade de especialistas em métodos competentes para prognosticar desempenho futuro. Existem vários, basta estudar e se aperfeiçoar. E deixar de repetir perguntas que outros fazem. É preciso botar a cabeça pra funcionar e, vez por outra, se perguntar:

–  Pra quê servem estas perguntas?

–  Que resultados irei obter?

Enfim, é o resultado no futuro cargo que deverá ser  avaliado. Quem desfoca na entrevista apenas quer ser enganado. Caso aplique dinâmicas de grupo que não espelhem o resultado esperado para o cargo, também se auto-enganam.

Para tudo porém é preciso estar consciente – e muito! – do que se quer tanto de um cargo como de um futuro namorado. É preciso visualizá-lo. O resto é bobagem!

Quem não sabe o que quer se deixa enganar. Se for um profissional de seleção atua por Incompetência, mesmo que profira aos quatro cantos que faz Seleção por Competências!

Dá vontade é de rir!

By Suely Pavan, criadora dos seguintes cursos: Técnicas de Entrevista; Seleção por Competências; Laudos Estratégicos em Seleção; Oficina de Criação de Jogos para Seleção, Treinamento e Avaliação de Potencial, entre outros. Criação, Roteiro e Direção da palestra-espetáculo “in company”: Você dá resultados?

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