Arquivo para Oriente Médio

E se Deus fosse um de nós?

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E se Deus fosse um de nós

Quem cresceu nos anos 90 se lembra daquela música da Joan Osborne, “One of Us”, em que ela fica repetidamente cantarolando enquanto questiona:

– “E se Deus fosse um de nós?/ Apenas um desajeitado como nós?/Apenas um desconhecido em um ônibus tentando chegar a casa?

Pois então, observando esta quantidade de duelos cotidianos sobre Deus, tanto nas mesas de bar quanto no Oriente Médio, a respeito do que Ele quer, quem Ele é, o que precisamos fazer para sermos bem aceitos na eternidade, me veio uma reflexão: será que Ele seria tão humano assim? Digo, será que Ele se importaria com as mesmas minúcias e detalhes com os quais nos preocupamos enquanto Ele expande o Universo e continua onipotente e onipresente?

Será que Deus realmente se importa com as piadas que fazem sobre Ele, ou são as pessoas, em seu fanatismo religioso, que se sentem extremamente ofendidas com o senso de humor mais ácido utilizado para destinatários nem sempre religiosos? E para aqueles que são cristãos: será que acreditam mesmo que Cristo era ranzinza e não ria ou fazia piadas em sua humanidade com seus amigos humildes e de simplicidade explícita? É sério mesmo que Ele nos julgará por nossas criações humorísticas enquanto há tanta guerra e miséria no mundo?

Se Deus fosse um de nós, sentado em um banco de praça, será que Ele sentiria repulsa pelos homossexuais manifestando seu afeto, da mesma forma que muitos dos seus seguidores propagam? Juram mesmo que Deus, com toda a sua sabedoria, ficaria mais horrorizado com um beijo do que com um tapa, ou com vários socos e outras formas de violência cujos alvos são aqueles que por atos não-violentos lutam pela igualdade de manifestação de seus sentimentos?

Se Deus fosse um de nós, será mesmo que estaria tão preocupado assim com o julgamento e avaliação dos métodos contraceptivos da mesma forma com que os sacerdotes estão? Que consideraria mais louvável colocar dez vidas no mundo, independentemente das circunstâncias, a planejar com responsabilidade a maneira como os filhos seriam concebidos?

Se Deus fosse um de nós estaria tão vinculado assim à forma de expressarmos a nossa fé? Ele consideraria como única religião passível de comunicação e exercício da espiritualidade aquela que escolhemos, ou teria tolerância para aceitar quaisquer das intenções manifestadas por católicos, protestantes, espíritas, umbandistas e etc.? O que torna o ser humano tão dono de Deus a ponto de determinar qual a religião certa ou errada? Qual a roupa a ser utilizada? O que as mulheres, unicamente por sua condição de mulheres, podem ou não fazer?

– “Ah, mas tudo em que creio está escrito na Bíblia”, – dirão muitos. Ocorre que, a Bíblia e outros livros sagrados a serem seguidos, são, em regra, documentos que tratam de amor e ódio, perdão e vingança, guerra e paz. É possível manipulá-lo para tudo o que quiser, até para estupros, roubos e assassinatos, basta um pouco de reflexão e maturidade daquele que o lê.

Cabe mencionar, ainda, que não observo nenhum religioso tomando remédios ou fazendo uso de quaisquer outros métodos utilizados na época em que a Bíblia foi escrita – sem amparo da ciência e tecnologia-, mas muitos querem embasar, de forma literal, suas filosofias de vida pelos mesmos critérios sociais retrógrados daquele mesmo período histórico, o que é, no mínimo, paradoxal.

A religião acompanha a humanidade desde seu início como busca de respostas, conforto, desabafo e superação de sofrimentos, o que é muito nobre e, por vezes, necessário. A partir do momento em que se utiliza deste instrumento para propagar o preconceito, a segregação, o julgamento, a intolerância, a humilhação, a fraude e o complexo de inferioridade, ocorre o maior dos contrassensos: a transformação de Deus em um de nós. Tão preconceituoso, intolerante e vingativo quanto um de nós. Tão pequeno, perseguidor e calculista quanto um de nós.

E aí, qual tipo de religioso você é? O reflexivo, maduro e libertário, ou o infantil, ignorante e apropriador?

Em qual Deus você acredita? N’Aquele que é superior – Alfa e Ômega – ou n’Aquele que é tão trivial quanto um de nós?

By Lorena Lopes, escritora, pós graduada em Direito Público e Civil.

Tilápia ao molho taratur

Posted in Receitas with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 29/11/2014 by Joe

Tilápia ao molho taratur

“Quo Vadis”, filme de 1951 dirigido pelo grande Mervin LeRoy, é uma das produções mais caras de Hollywood e entrou para a filmografia mundial por trazer o par Robert Taylor e a linda Deborah Kerr como pessoas especiais.

Ela, Lígia, filha adotiva de um general romano; ele Marcus Vinicius, também general romano, que teriam tudo para abraçar o altar cheio de deuses adorados pelos romanos, mas que se convertem à fé cristã, não sem antes passarem pela loucura e desatinos de Nero (Peter Ustinov, sensacional!), o imperador do período que, em sua demência, matou a mãe, o meio-irmão e ateou fogo na capital do império. No filme, o fogaréu entra em cena em uma impressionante sequência, em que nem toda a correria e vaivém movem um único fio de cabelo de Taylor, um galã acima de qualquer suspeita.

O outro personagem que se destaca no filme é Pedro, interpretado pelo escocês Finlay Currie, cuja crucificação (assim como a carnificina em plena arena, de cabeça para baixo) é um dos momentos memoráveis da carreira de um ator que também integrou o elenco de produções bíblicas, como Ben-Hur e A Queda do Império Romano.

Naqueles primeiros anos do cristianismo, após a morte de Jesus, Pedro era ouvido por multidões e usou um símbolo forte para expandir a palavra do homem que falou para cultivar o bem, a paz e a união entre os povos: o peixe!

Este era o sinal inequívoco do então ascendente cristianismo.

É em “Quo Vadis” que vemos, pela primeira vez, uma referência à marca que seria definitiva na vida dos cristãos. Perseguidos com sadismo pelo imperador, ao se encontrarem pelas ruas das cidades os seguidores de Jesus usavam o peixe desenhado na areia para avisar sobre as pregações e os encontros entre os fiéis. Desenhavam na areia para que ficasse mais fácil apagar qualquer vestígio de uma prática que levaria os “rebeldes” para o centro do Coliseu, onde o imperador apreciava ver os leões jantarem os fiéis mais exaltados e convencidos de sua crença.

Hoje, dois milênios depois, as duas linhas que começam juntas e se cruzam no fim estão em toda parte, sobretudo nos carros, colados como adesivos. Um modelo eficaz de simplicidade convincente, que jamais frustra quem de fato acredita.

Em outros posts já falamos sobre peixes e suas qualidades nutritivas, deixando algumas receitas muito saborosas. E o prato de hoje é um peixe com o molho taratur, receita típica da região onde nasceram os apóstolos Pedro e Tiago, às margens do Mar da Galileia. Consumido em todo o Oriente Médio, é especialmente servido como acompanhamento do falafel ou de qualquer outro prato à base de peixe, embora o molho combine também com legumes cozidos, quibe frito e palitos de frango empanados.

Tilápia ao molho taratur

Ingredientes

filés de tilápia
sal e pimenta a gosto
sumo de um limão
2 ovos
farinha de rosca

Molho taratur

1/2 xícara (chá) de pasta de gergelim (tahine)
2 dentes de alho
1 colher (chá) de sal
2 colheres (sopa) de água
suco de meio limão
pimenta síria a gosto (opcional)

Modo de preparo

Corte os filé de tilápia em tiras (a espessura fica ao seu gosto), tempere com sal, pimenta e sumo do limão e deixe marinando por uns 30 minutos.

Em um prato, bata os ovos. Coloque a farinha de rosca em outro prato. Pegue os filés de tilápia e passe nos ovos batidos, depois na farinha e reserve em outra vasilha.

Frite os filés empanados em óleo quente numa quantidade que possa cubrí-los. De prerefência, vá fritando aos poucos para não esfriar o óleo e também para não queimar os filés.

Para o molho, comece preparando o alho, socando-o com o sal até formar uma pasta bem homogênea. Reserve.

Coloque a pasta de gergelim em uma vasilha funda e junte a água. Mexa bem com uma colher até que o creme fique mais branco. Acrescente a pimenta síria, a pasta de alho e sal e o limão, mexendo bem até obter uma mistura cremosa e lisa.

Sirva os peixes fritos com o molho. Uma cervejinha gelada é um ótimo acompanhamento que , com certeza, Pedro e Tiago não tiveram oportunidade de experimentar!

By Joemir Rosa.

Ataif

Posted in Receitas with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 13/09/2014 by Joe

Ataif

Os doces árabes, muito elaborados, são geralmente preparados com nozes, amêndoas, frutas secas e mel, e aromatizados com deliciosas essências, como a de rosas e a de flor de laranja, que evocam lembranças às “mil e uma noites”. Em alguns países, ainda são usadas as flores de laranja para aromatizar a água que servirá à preparação de pratos.

Comparados à maioria dos doces ocidentais, a doçaria árabe é bem mais acentuada no açúcar, característica que cai bem no gosto dos brasileiros, pois se assemelham na doçura à confeitaria portuguesa e às nossas compotas regionais e doces de fazenda.

Uma iguaria da doçaria árabe muito conhecida no mundo inteiro é a Baklava, torta de massa folhada de origem turca, e o ataif, servido quente e coberto com calda de flor de laranjeira.

Ataif são pequenas panquecas recheadas de nozes ou queijo e umedecidas com uma calda rala feita de água, açúcar, limão, água de rosas ou de flor de laranjeira. Também é usado o mel no lugar da calda. É uma sobremesa luxuosa, muito usada em casamentos por todo o Oriente Médio e mundo árabe.

E hoje trazemos exatamente essa receita deliciosa, muito ao gosto dos brasileiros!

Ataif de nozes

Ingredientes

Massa

500 ml de leite tipo B
1 ½ colher (sopa) de fermento biológico
2 xícaras (chá) de farinha de trigo
óleo de canola para untar uma chapa (frigideira)

Recheio

500 g de nozes moídas
1 colher (sopa) de açúcar refinado
1 colher (café) de canela em pó

Calda

300 ml de água
½ kg de açúcar
2 colheres de sopa de água de flor de laranjeira
suco de 1 limão

Modo de preparo

Massa

Bata todos os ingredientes da massa no liquidificador. Aqueça bem uma chapa (ou frigideira), e unte-a com o óleo. Em fogo médio, coloque uma concha pequena da massa de ataif e espalhe pela chapa formando discos de mais ou menos uns 10 cm de diâmetro. Asse apenas de um lado. Depois de cozidos, retire-os da chapa com o auxílio de uma espátula.

Entre uma panqueca e outra, limpe a chapa ou frigideira com um guardanapo umedecido em óleo.

Recheio

Misture bem as nozes com o açúcar e a canela.

Montagem

Recheie cada crepe (deixe as massas com o lado mais claro para cima) com 1 colher (de sopa) do recheio de nozes. Feche formando uma meia lua e pressione bem a borda para lacrar o ataif.

Calda

Em uma panela, derreta o açúcar na água, em fogo médio até engrossar. Quando estiver em ponto de fio, acrescente o suco de limão, misture bem e retire do fogo. Acrescente a água de flor de laranjeira, misturando bem, regue as panquecas e sirva imediatamente.

Experimente também preparar a calda com água de rosas, encontrada em lojas de produtos árabes.

By Joemir Rosa.

Homus

Posted in Receitas with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 22/03/2014 by Joe

Homus

Essa tradicional pasta, feita de grão de bico e pasta de gergelim (tahine), é considerada o “prato nacional” de todo o Oriente Médio, região em que chega a ser consumida até cinco vezes por semana.

A primeira menção ao prato foi feita por Platão e Sócrates em 400 a.C, quando enalteciam as qualidades do grão-de-bico para a saúde. Porém, acredita-se que os egípcios apenas misturavam o grão com vinagre, formando uma pasta, que pode ter sido o princípio do que conhecemos hoje como homus.

Outra versão do surgimento do homus afirma que a iguaria foi uma criação do sultão Saladin, que era líder dos muçulmanos nas últimas cruzadas contra os cristãos. Essa lenda afirma que a receita original do sultão é guardada até hoje com seus descendentes e que o homus que conhecemos é apenas uma imitação do que seria de fato a receita do governante.

Apesar de a data de origem do homus ser incerta, o local de surgimento do prato é o Oriente Médio, e lá também existem polêmicas acerca da receita. Vários países da região reivindicam a autoria do homus. Israel e Líbano são os países que levam a disputa mais a sério.

Mas essa briga também tem seus momentos divertidos e os dois países travaram uma “guerra” pelo título do maior homus já produzido na terra. A batalha foi vencida pelos libaneses, que concluíram um prato de patê de grão-de-bico de mais de 10 toneladas! Com esse feito, o Líbano entrou para o Guinness Book e deixou Israel para trás.

Brincadeiras à parte, o homus é tão apreciado que existem restaurantes que são especializados em servir apenas o prato e até competições para premiar a melhor receita da iguaria. Entre na disputa e prepare a sua versão também! Deixe a sua receita nos comentários!

Hoje eu deixo a versão mais tradicional do homus, um prato delicioso que pode ser consumido de várias maneiras!

Homus

Ingredientes

250 gramas de grão de bico
4 colheres de sopa de tahine (pasta de gergelim)
suco de 1 limão grande
5 dentes de alho
1 colher de sobremesa de pimenta síria
sal a gosto

Modo de preparo

Na panela de pressão, coloque o grão de bico, cubra com água e leve para o fogo. Deixe cozinhar – depois que levantar pressão – por uns 30 minutos ou até que fique macio. Depois de cozido, escorra a água (reserve) e passe os grãos pelo processador por, mais ou menos, uns 3 minutos. Caso não tenha processador, use o liquidificador mesmo. Reserve alguns grãos de bico para decorar, se gostar.

Depois de bem processado, misture o tahine, o suco de limão, os dentes de alho e processe novamente. Neste ponto, se você a pasta estiver muito grossa, coloque um pouco da água do cozimento e processe novamente. Repita esta operação até que a pasta fique cremosa, porém encorpada (não pode ficar muito mole).

Tempere com a pimenta síria e acerte o sal.

Coloque sobre uma travessa, decore com os grãos reservados e regue com azeite de ótima qualidade. Se preferir, espalhe mais um pouco de pimenta ou salsinha.

Sirva com fatias de pão sírio levemente grelhados na frigideira só com azeite e sal.

By Joemir Rosa.

Noite feliz…

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Noite Feliz

Chega o Natal e parece que todos nós ficamos mais sensíveis, a emoção toma conta dos nossos corações, enfim, parece que somos tomados pelo espírito natalino e nos voltamos para nossos próprios interiores.

A noite de Natal se torna o momento mais especial de todos os 365 dias do ano. Famílias reunidas, muita alegria, mesa farta (ou, pelo menos, com um algo a mais que, normalmente, não temos durante os meses anteriores), presentes, crianças com olhos brilhantes esperando a chegada de Papai Noel carregado de brinquedos!

Muitas famílias ainda guardam o momento da prece de Natal, aquele instante em que todos silenciam e voltam seus corações para Jesus, momento em que muitos pedem a Deus que atenda suas necessidades, seus desejos, seus sonhos… e outros pedem paz e fraternidade entre os homens de boa vontade na Terra!

O que existe de comum em todos os corações, nessa noite, é a esperança de dias melhores, de uma vida mais fácil e mais plena de amor e alegrias!

Noite feliz…

Mas será que essa noite é feliz para todos os habitantes deste planeta tão judiado, tão explorado e tão conturbado?

Será que a noite é feliz para aqueles povos que vivem o terror de dezenas de guerras civis que assolam a o Oriente Médio e a África?

Destruição pelas chuvasSerá que a noite é feliz para quem vive, neste instante, as implacáveis intempéries do clima aqui mesmo no Brasil, arrasando com suas casas, seus pertences e seus sonhos? E ainda, aqueles que estão vivendo, no hemisfério norte, temperaturas abaixo de zero que castigam tantas nações e que nem sempre têm calefação em seus lares?

Será que a noite é feliz para tantos velhinhos abandonados pelos próprios filhos em asilos nem sempre em condições dignas de vida para um ser humano?

Criança de ruaE o que dizer de tantas crianças que, no momento em que estamos comemorando, comendo e bebendo, estão se escondendo em marquises de prédios, debaixo de pontes e viadutos, sem o calor humano de um abraço, sem o carinho de pais e irmãos, sem nem mesmo um pedaço de pão como alimento – e nem pensar num brinquedo, mesmo que velho e quebrado…

Enfim, se começarmos a enumerar todos aqueles que, neste momento, estão precisando de um abraço, um carinho, um lar, um pouco de amor, este post ficaria muito longo…

Prece de agradecimentoNão quero, com esta reflexão, tirar a alegria e nem estragar o momento desta noite de cada um. Quero apenas pedir que, na prece silenciosa no coração de cada um de nós, lembremos de agradecer por tudo que temos, pela família em que nascemos (mesmo que ela não seja “aquela” família que todos desejariam), pelo nosso lar, nossos filhos, parentes e amigos…

Não esquecermos de agradecer pelo emprego que temos, quando tantos procuram um “bico” para tentar ganhar um pouco pro seu sustento; pelo alimento, farto ou justo, que enfeita nossas mesas nesta noite; por estarmos entre aqueles que amamos e nos amam…

E, nessa prece de mais agradecimentos do que pedidos, não deixarmos de incluir a intenção de alguma ação futura que possa ajudar tanta gente que precisa de uma mão amiga, de uma palavra de consolo, de um abraço sincero e de um pouco de amor incondicional…

Acho que cada um sabe o que fazer e como fazer, né? Afinal, bem pertinho da gente, tem muita gente precisando de tudo isso. Basta querer, basta deixar que toda essa emoção desta noite feliz preencha nossos corações pelos outros 364 dias do ano!

Desejo, então, a todos os meus amigos, leitores e eventuais visitantes deste blog, um Natal pleno de paz, fraternidade, esperança, respeito, saúde e muito amor incondicional!

“Jesus … que eu seja capaz de estender este estado de espírito agradecido, fraterno e amoroso por todos os demais dias da minha vida!”

By Joemir Rosa.

Pastitsio

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Pastitsio 1

O nome lembra um prato italiano. Aliás, a origem do nome é bem italiana, pois deriva da palavra “pasticcio” que significa “bagunça, mistura”.

Porém, a receita é da culinária tradicional da Grécia, de caraterísticas mediterrâneas, e como tal, partilha diversas características com as culinárias da Itália, dos Balcãs, da Turquia e do Oriente Médio.

O pastitsio (o makaronia me kima, macarrão com carne) é parecido com uma lasanha, preparado com massa grossa, com carne moída e molho branco, e sofreu influência da culinária Veneziana. Hoje é muito comum na Anatólia e na Ásia Menor, regiões de influência grega.

A receita que trago neste sábado é uma variação muito próxima da original, tendo em vista alguns condimentos e queijos serem mais difíceis de serem encontrados em todas as partes do Brasil.

Porém, o prato é tão saboroso quanto o original, bem ao gosto do nosso povo.

Pastitsio

Ingredientes

Macarrão

500 g de macarrão penne ou rigatoni
2 colheres (sopa) de azeite
4 colheres (sopa) de manteiga
8 colheres (sopa) de queijo parmesão ralado
1 pitada noz-moscada moída
sal e pimenta a gosto
3 ovos ligeiramente batidos

Molho de carne

2 colheres (sopa) de manteiga
1 cebola grande picada
1 dente de alho amassado
700 g de carne moída
4 colheres (sopa) de extrato de tomate
1/2 xícara (120 ml) de vinho tinto seco
1/2 xícara (120 ml) de caldo de legumes
2 colheres (sopa) de salsinha picada
sal e pimenta a gosto

Molho branco

125 g de manteiga
1/2 xícara de farinha de trigo
3 xícaras (720 ml) de leite
1/4 colher (chá) de noz-moscada
1 ovo ligeiramente batido
Sal e pimenta a gosto

Modo de preparo

Leve ao fogo uma panela com água e sal para ferver. Cozinhe o penne na água fervente durante 8 a 10 minutos ou até que esteja al dente. Escorra e ponha de volta na panela.

Derreta a manteiga até ficar dourada e jogue por cima do macarrão. Acrescente 4 colheres de queijo parmesão, a noz-moscada, o sal, a pimenta. Mexa bem e deixe esfriar. Adicione os ovos e novamente misture bem. Reserve.

Para fazer o molho de carne, em uma panela refogue a cebola e o alho em fogo médio, até a cebola ficar macia. Aumente o fogo e acrescente a carne moída. Cozinhe até a carne começar a ficar corada. Adicione o extrato de tomate, o vinho, o caldo de legumes, a salsa, o sal e a pimenta. Tampe a panela e deixe a carne cozinhar em fogo baixo por 20 minutos.

Para fazer o molho branco, em uma panela derreta a manteiga. Acrescente a farinha de trigo e misture durante 2 minutos. Ponha o leite de uma só vez, mexa sem parar. Ferva por 1 minuto. Adicione a noz-moscada, o sal, a pimenta. Misture e espere esfriar um pouco. Em seguida, adicione o ovo batido. Ponha meia xícara deste molho junto com o molho de carne.

Para a montagem, unte uma forma refratária de 22×33 cm. Ponha a metade do penne na forma, cobrindo todo o fundo. Por cima do macarrão coloque o molho de carne. Ponha mais uma camada de penne. Espalhe o molho branco sobre todo o penne. Polvilhe com o restante do queijo.

Leve ao forno pré-aquecido por 50 minutos ou até ficar dourado. Deixe esfriar durante 10 minutos antes de servir. Corte em pedaços quadrados e sirva.

By Joemir Rosa.

Falafel

Posted in Receitas with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 16/02/2013 by Joe

Falafel

Sabe-se que o paladar, muitas vezes, é o último a perder a referência da cultura original. A comida tem o poder de aliar inimigos, diminuir tensões e desentendimentos.

Mas os conflitos também existem, por exemplo, quanto à propriedade da origem de alguns pratos ou bebidas. Como exemplo, temos turcos e gregos brigando pelo café.
Irlandeses católicos e protestantes discutem sobre o whisky. Judeus e árabes discutem a origem do falafel.

Há quem diga que Israel “roubou” o falafel dos árabes. Outros dizem que grupo algum tem o direito de ser proprietário de um bolinho de legumes frito. Dizem que o falafel é uma comida do Oriente Médio, originária do Egito e que se espalhou por Marrocos e Arábia Saudita.

Nessa guerra de milhares de anos, encontramos também o nosso falafel tupiniquim correndo por fora, de origem africana, chamado de akara, que significa “bola de fogo”, e que é também um ícone da nossa cozinha baiana: o acarajé!

O falafel, um prato tradicional e histórico, é um bolinho preparado com grão-de-bico ou feijão-fava. Os pedaços de falafel são geralmente servidos com salada, um molho quente e legumes em conserva. Em seguida, são regados com um pouco de molho à base de tahine para um dar um sabor extra.

Em função dos ingredientes em seu preparo, o falafel é um tipo saudável de alimento, fonte de proteína, aminoácidos, baixo teor de gordura saturada e elevado teor de
fibras.

Bom… depois de tantas informações sobre origem e benefícios desse bolinho, o que resta é darmos a receita e esperar que todos apreciem essa iguaria deliciosa!

Falafel

Ingredientes

Modelador de falafel

Modelador de falafel

Massa

1 kg de grão-de-bico seco
1 maço de salsinha picado
1 maço de coentro picado
2 dentes de alho picados
2 cebolas grandes picadas
2 colheres (sopa) de farinha
4 colheres de água morna
½ colher (chá) de bicarbonato de sódio

Temperos

1 colher (chá) de pimenta do reino
1 colher (chá) de canela
1 colher (chá) de cominho
1 colher (chá) de páprica doce
1 colher (chá) de coentro seco
sal a gosto

1 litro de óleo vegetal para fritar

Molho

1/2 xícara de iogurte natural
3 colheres (sopa) de molho tahine
1 dente de alho amassado
2 colheres (sopa) de suco de limão
1/4 de xícara de água fria
sal e pimenta do reino

Guarnição

pepino
cebola
tomates
salsinha

Modo de preparo

Lave bem os grãos-de-bico e coloque-os de molho por 12 horas em água fria. Escorra bem e coloque em um processador. Junte os demais ingredientes para a massa, exceto o bicarbonato. Dissolva o bicarbonato de sódio na água morna e acrescente aos demais ingredientes no processador. Processe bem até obter uma massa firme e homogênea.

Junte os temperos e misture bem com a mão, ou com a ajuda de uma colher, e deixe descansar por uns 30 minutos.

Unte as mãos com um pouco de óleo e faça bolinhas da massa um pouco menores do que uma bolinha de ping-pong. O ideal é usar o aparelho para modelar os disquinhos (encontrado em casas de especialidades árabes), mas se não tiver, faça pequenas almôndegas com as mãos, amassando-as para formar um disco espesso com a massa bem prensada.

Aqueça o óleo em uma panela funda. Frite os bolinhos aos poucos no óleo quente até que estejam dourados e crocantes. Escorra em papel absorvente e sirva quente.

Para o molho, basta misturar bem todos os ingredientes.

Prepare uma salada com pepinos, tomates e cebolas cortados em cubos de 1 centímetro, salpique a salsinha, coloque os falafel sobre a salada e regue com o molho.

By Joemir Rosa.

Escondidinho de berinjelas

Posted in Receitas with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 26/01/2013 by Joe

Escondidinho de berinjelas

Já contei aqui no Demodelando, em outras ocasiões, um pouco da história da berinjela e apresentei alguns pratos que considero básicos, como o antepasto de berinjelas, berinjelas de forno, lasanha de berinjelas e a moussaka.

Pesquisando um pouco mais, descobri mais informações sobre ela.

Em 1575, o botânico Leonhard Rauwolf fez a descoberta da berinjela em Aleppo, quando ele estava em uma missão e notou que essa planta era chamada “melongena” e ‘bedenigian’. Essa berinjela era do tamanho de um ovo de ganso e de cor violeta.

A berinjela é originária da Índia e sua origem deve ser bem mais longínqua, pois existem muitos nomes em sânscrito e numerosos em Bengali, em Hindi e em outras línguas da Índia. Na Índia mesmo, ela é chamada “brinjal”.

Ela também é cultivada há muito tempo na China, no Oriente Médio e na África. É possível que a China seja um centro secundário de origem, com o desenvolvimento de variedades a pequenos frutos muito distintos das variedades originárias do centro principal de origem que foi a Índia.

Um dos documentos mais antigos que nós encontramos sobre a berinjela se encontra num livro chinês datado do século 5. No século 13 ela foi mencionada pelo médico árabe Ibn El Beïthar assim como por Albert de Cologne no norte da Europa.

No Ocidente ela é mencionada pela primeira vez, e sob o nome de “melonge”, no livro “Simples Médecines de Platéarius” e a passagem que lhe diz respeito é inspirada no “Traité des Simples” do judeu-egípcio Ysaac. Parece que ela já esteve cultivada em algumas regiões da Itália por volta do final do século 14.

Uma das primeiras variedades a atingir a Inglaterra, por volta dos anos 1500, foi uma variedade cujos frutos eram brancos e do tamanho de um ovo de galinha, daí seu nome em inglês “eggplant”, que encontramos às vezes em francês “plante à oeufs”, “pondeuse”, “oeuf végétal”. Essa variedade é ainda cultivada hoje em dia.

Existem inúmeras variedades de todas as formas e cores: verde, rosa, branca, amarela, violeta, salpicada. Em terras brasileiras, a variedade mais encontrada é a violeta escura, cuja versatilidade na gastronomia nos permite criar um grande número de receeitas variadas e saborosas.

O prato de hoje é mais uma dessas receitas, muito fácil de preparar, cujo sabor final agrada a todos, com certeza!

aubergineEscondidinho de berinjelas

Ingredientes

Cobertura

4 batatas médias
2 colheres (sopa) de manteiga
1 xícara (chá) de leite quente
sal e noz-moscada ralada a gosto
queijo parmesão ralado a gosto

Berinjelas

2 berinjelas médias cortadas em pequenos cubos
1 colher (sopa) de azeite
1 cebola média cortada em tiras
2 tomates sem sementes em cubos
1 xícara (chá) de azeitona preta picada
sal e pimenta a gosto
2 colheres (sopa) de salsa e manjericão picados

Modo de preparo

Cozinhe as batatas e depois esprema como se fosse fazer purê. Junte a manteiga, o leite e misture bem. Tempere com sal, a noz-moscada e reserve.

Em um pirex, coloque as berinjelas cortadas, cubra com água, adicione 1 colher (sopa) de sal e deixe de molho por uns 30 minutos. Em seguida, escorra bem, apertando para eliminar o máximo de água possível.

Aqueça o azeite em uma panela ou frigideira funda, junte a cebola e vá mexendo até que fique dourada. Adicione a berinjela e refogue até murchar um pouco. Acrescente os tomates, as azeitonas, tempere a gosto com sal e pimenta. Caso forme muito caldo, escorra um pouco. Adicione a salsa, o manjericão e misture bem. Retire do fogo e espere esfriar.

Em um refratário, coloque a berinjela e cubra com o purê. Polvilhe queijo parmesão ralado e leve ao forno, preaquecido a 220 ºC por uns 15 minutos para gratinar. Retire do forno e sirva.

By Joemir Rosa.

Arroz doce

Posted in Receitas with tags , , , , , , , , , , on 23/07/2011 by Joe

Apesar da origem ser atribuída aos nossos patrícios, o arroz cozido em leite e açúcar tem registros que datam do século VI a.C. A chegada da cana-da-índia ao Oriente Médio, onde já se cultivava o arroz, marca a origem desta deliciosa sobremesa que resiste ao tempo e chega até nossos dias.

Em Portugal essa sobremesa é obrigatória nos dias de festas de todos os tipos, há muito tempo. Por ser conhecido como “arroz-de-festa”, deu origem à referência que se faz às pessoas que estão em todos os eventos possíveis.

Presente nas mesas de todo o mundo, por aqui não foi diferente e marca a lembrança da infância de muita gente como uma das merendas mais comuns nas escolas de todo o Brasil, ou preparado pelas nossas avós!

Uma rápida pesquisa e encontraremos as mais diversas variações de receitas: com calda de chocolate, coco ralado, vinho, doce de leite, amendoim torrado, cachaça, queijo minas, etc, etc, etc., o que nos faz chegar à conclusão que cada um encontrou uma fórmula diferente de prepará-lo, de acordo com seu gosto e talento.

Até em New York essas variações todas foram compiladas em um lugar exótico chamado Rice to Riches (www.ricetoriches.com), onde a especialidade é, exatamente, o Rice Pudding, como é chamado na língua inglesa. Por lá é possível experimentar diversas combinações com frutas da estação, sem conservantes ou corantes artificiais, desde as mais simples (coco, baunilha, framboesa) até as mais sofisticadas, em porções que podem ser servidas quentes ou geladas.

Tradicionalmente, o arroz doce português – que é o mais popular no Brasil – tem preparo bem simples, à base de arroz, açúcar e leite, aromatizado com canela e raspas de limão.

Entre as várias receitas que conheço, destaco a que segue, por sua facilidade e cremosidade final.

Arroz doce

Ingredientes

2 xícaras (chá) de arroz
4 xícaras (chá) de água
1 pitada de sal
2 gemas de ovos
2 litros de leite
aparas de casca de limão
cravos da Índia a gosto
canela em pau
1 lata de leite condensado
1 lata de creme de leite
açúcar a gosto
canela em pó

Modo de preparo

Em uma panela coloque o arroz com a água, a pitade de sal e cozinhe em fogo baixo até a água secar. Misture as gemas no arroz, deixando impregnar bem. Leve ao fogo baixo com quatro xícaras de leite, as aparas de casca de limão, os cravos e a canela em pau.

Vá acrescentando o leite aos poucos, deixando o arroz cozinhar bem até ficar cremoso. Nesse ponto, acrescente o leite condensado, o creme de leite e acerte o açúcar ao seu gosto, misturando bem.

Coloque em vasilhas pequenas, salpicando com canela em pó.

Dica: o açúcar deve ser colocado por último para que a química do doce fique perfeita e no ponto certo.

By Joemir Rosa.

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