Arquivo para Nova York

O Pintassilgo

Posted in Livros with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 05/10/2014 by Joe

O PintassilgoLivro: O Pintassilgo
By Donna Tartt
Editora Companhia das Letras

Quando Theo Decker, nova-iorquino de treze anos, sobrevive milagrosamente a um acidente que mata sua mãe, o pai o abandona e a família de um amigo rico o adota.

Desnorteado em seu novo e estranho apartamento na Park Avenue, perseguido por colegas de escola com os quais não consegue se comunicar e, acima de tudo, atormentado pela ausência da mãe, Theo se apega a uma lembrança poderosa de seu último momento ao lado dela: uma pequena, misteriosa e cativante pintura que acabará por arrastá-lo ao submundo da arte.

Já adulto, Theo circula com desenvoltura entre os salões nobres e o empoeirado labirinto da loja de antiguidades onde trabalha. Apaixonado, e em transe, ele será lançado ao centro de uma perigosa conspiração.

“O Pintassilgo” é uma hipnotizante história de perda, obsessão e sobrevivência, um triunfo da prosa contemporânea que explora com rara sensibilidade as cruéis maquinações do destino.

Vejam o que dizem os críticos:

“Brilhante… Um romance glorioso, em que todos os talentos narrativos de Tartt convergem numa arrebatadora sinfonia; um livro que nos traz de volta o prazer de se passar a noite inteira lendo.” — Michiko Kakutani, The New York Times.

“Um livro raro, desses que podem aparecer meia dúzia de vezes numa década, um romance literário e inteligente, que fala tanto ao coração quanto à mente. Um extraordinário trabalho de ficção.” – Stephen King, The New York Times Book Review.

“O pintassilgo é um livro sobre a arte em todas as suas formas, e desde o início nos lembra por que gostamos tanto de Donna Tartt: as reviravoltas na trama e a prosa elegante; os personagens que vivem e respiram nas páginas; os cenários perfeitamente capturados. O prazer e a tristeza existem num mesmo fôlego e, ao final, O Pintassilgo conquista nosso coração.” – Vanity Fair.

“Raymond Chandler é uma presença tão grande nessas páginas quanto Dickens ou Dostoiévski. Falar mais sobre a trama seria privar os leitores do imenso prazer de ser arrebatado por O Pintassilgo. Se alguém perdeu o amor pelas histórias, este é o livro que certamente o trará de volta.” – The Guardian.

Romance vencedor do prêmio Pulitzer, com mais de 1 milhão e 500 mil exemplares vendidos só nos Estados Unidos. Mais de 40 semanas na lista de best-sellers do New York Times.

Aproveite e leia um bom trecho do livro aqui:
http://www.companhiadasletras.com.br/trechos/13556.pdf

By Joemir Rosa.

Frozen Hot Chocolate

Posted in Receitas with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 19/07/2014 by Joe

Frozen Hot Chocolate

Em Nova York há um restaurante chamado Serendipity III que, na década de 1950, conquistou muitos fãs, como Marilyn Monroe, Grace Kelly, Tennessee Williams, Jackie Kennedy, Andy Warhol, e mais recentemente, Tom Cruise e Meg Ryan, entre outros. O site do restaurante tem até uma área contando a história e a passagem de celebridades por ali.

Mas a fama do restaurante explodiu mesmo quando ele apareceu, com muito destaque, no programa das “Favorite Things” da Oprah Winfrey. Foi nesse programa que Oprah recomendou o tradicional “Frozen Hot Chocolate” (Chocolate Quente Gelado).

A partir daí, virou uma febre, e cerca de 10 mil turistas e americanos consomem essa deliciosa sobremesa a cada mês!

A partir daí, virou uma febre, turistas e cidadãos americanos consomem milhares de litros dessa deliciosa sobremesa cremosa a cada ano!

Como a receita original é segredo do restaurante, muitos chefs e aventureiros começaram a testar ingredientes em diferentes quantidades até chegar próximo da famosa sobremesa!

Todd Wilbur é um chef que cria clones de receitas famosas americanas e chegou a um ótimo resultado.

Assim, hoje eu trago a receita dessa deliciosa sobremesa cremosa que faz tanto sucesso em Nova York! Espero que gostem!

Frozen Hot Chocolate

Ingredientes

1/3 de xícara (chá) de açúcar
1/3 de xícara (chá) de leite em pó desnatado
3 colheres (sopa) de cacau em pó
1 pitada de sal
1 xícara (chá) de leite
3 xícaras (chá) de cubos de gelo
chantilly a gosto para decorar
aparas de chocolate meio-amargo

Modo de preparo

Em um recipiente, coloque o açúcar, o leite em pó desnatado, o cacau, o chocolate em pó e a pitada de sal. Misture tudo muito bem.

Coloque o leite no liquidificador, despeje a mistura de ingredientes secos e os cubos de gelo. Bata bem em velocidade alta até que o gelo se desfaça completamente e obtenha uma mistura bem homogênea.

Despeje em taças ou copos altos, decore com o creme chantilly e as aparas de chocolate. Sirva com canudos.

By Joemir Rosa.

Dirigindo em Nova York em 1928

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Harold Lloyd

Um vídeo com as melhores cenas de um filme de 1928, estrelado pelo imortal Harold LLoyd, nos mostra como era dirigir no caótico trânsito de Nova York naqueles tempos!

O enredo gira em torno de Speedy, um rapaz que perdeu seu emprego e, como era apaixonado por sua namorada, Jane, arruma emprego como motorista de taxi. Uma de suas primeiras viagens foi levar Babe Ruth, o maior jogador de baseball de todos os tempos, ao Estádio dos Yankess!

Enfim, a história toda é muito louca, mas o mais louco de tudo são as cenas do filme em que Speedy dirige pela cidade, em meio ao caos e à falta de sinalização da época! A maioria das cenas foram gravadas nas temerosas ruas de Nova York mesmo!

Veja, no vídeo abaixo, os melhores momentos desse filme maluco!

E se você curtiu esse clássico do cinema mudo, basta acessar o YouTube no endereço abaixo onde tem muito mais loucuras com Harold Lloyd!

http://www.youtube.com/results?search_query=harold+lloyd

By Joemir Rosa.

O Ladrão do Tempo

Posted in Livros with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 09/03/2014 by Joe

O Ladrão do TempoLivro: O Ladrão do Tempo
By John Boyne
Editora Companhia das Letras

John Boyne tornou-se um escritor célebre no mundo inteiro depois do estrondoso sucesso de seu romance “O Menino do Pijama Listrado“. Agora o leitor brasileiro tem o privilégio de conhecer “O Ladrão do Tempo”, livro que deu início à brilhante carreira do autor irlandês.

O ano é 1758 e Matthieu Zela resolve abandonar Paris e fugir de barco para a Inglaterra, depois de ter testemunhado o assassinato brutal da mãe pelo padrasto. Apenas um garoto de quinze anos na época, ele foge levando consigo o meio-irmão caçula, Tomas, criança que se vê impelido a proteger.

Começando com uma morte e sempre em busca de redenção, a vida de Zela é marcada por uma característica incomum: antes que o século XVIII acabe, ele irá descobrir que seu corpo parou de envelhecer. Sua aparência é de um homem de cinquenta anos, mas o tempo passa e seu físico continua imutável. Ele simplesmente não morre e não faz ideia de qual seja a razão para que isso ocorra.

Ao final do século XX, ele resolve olhar para o passado e rememorar sua experiência de vida, incomparável à de qualquer outro ser humano. Da Revolução Francesa à Hollywood nos anos 1920, da época das Grandes Exposições à quebra da Bolsa de Valores de Nova York, Zela transitou por inúmeros lugares, exerceu diversas profissões e conheceu pessoas notáveis, além de ter se apaixonado por muitas mulheres.

Mas, mesmo séculos depois, ele continua certo de que seu verdadeiro amor foi Dominique Sauvet, uma jovem que conheceu no barco que tomou com o irmão para escapar da França. O trio se uniu para começar a nova vida na Inglaterra e Matthieu se viu totalmente encantado por Dominique.

Com uma trama absolutamente instigante de amor, morte, traição, oportunidades perdidas e esperança, John Boyne já anunciava neste primeiro romance o seu talento inconfundível de exímio contador de histórias.

Para quem não leu ainda, recomendo também “O Menino do Pijama Listrado“, do mesmo autor!

By Joemir Rosa.

Ter vida secreta é necessidade

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Ter vida secreta é uma necessidade

Ter vida secreta é necessidade, dizem psicólogos, mas o conflito entre desejo e sociedade pode causar sérios traumas!

Um recibo de cartão de crédito esquecido no lugar errado ou um e-mail em aberto na caixa postal do computador poderia ter acabado com tudo: com o casamento, com a carreira bem sucedida e com a reputação de decência que ele construiu numa vida inteira.

Acontece que, por mais de 10 anos, ele radicalmente manteve duas identidades paralelas: uma delas era do homem que vivia numa pacata vila do condado de Westchester e que trabalhava num escritório de Nova York, enquanto que o outro funcionava principalmente nos clubes noturnos, bares de aeroporto e bordéis. O primeiro recebia os clientes calorosamente e acenava aos vizinhos, às vezes apenas poucas horas depois de o outro ter voltado de um encontro de “trabalho” com prostitutas ou traficantes de cocaína.

A gota d’água para o fim dessa situação foi um simples aviso em pop-up pelo computador, num anúncio de um software de segurança eletrônica, advertindo que a vida online dele estava sendo “constantemente monitorada”. Foi o bastante para provocar pânico nesse empreendedor imobiliário de Nova York, que em seguida procurou um terapeuta.

A vida dupla desse homem é um exemplo extremo de como a aflição mental pode fragmentar uma identidade, afirma o psiquiatra que atendeu esse paciente, o Dr. Jay S. Kwawer, diretor de educação clínica no Instituto William Alanson White em Nova York. Kwawer discutiu esse caso numa palestra recente.

Os psicólogos dizem que a maioria dos adultos normais está bem preparada para começar uma vida secreta, quem sabe até para mantê-la. E a capacidade de manter um segredo é fundamental para um desenvolvimento social saudável, dizem os especialistas. O desejo de criar outras identidades – e o de se reinventar e o de fingir – podem perfeitamente se prolongar pela vida adulta.

E, nos últimos anos, pesquisadores concluíram que algumas habilidades psicológicas que servem para muitos evitarem colapsos mentais são as mesmas que podem colocar essas pessoas em risco crescente, quando prolongam essas atividades clandestinas.

“Num sentido bem profundo, você não tem um self, uma identidade, a não ser que tenha um segredo. Nós todos temos aqueles momentos em nossas vidas onde sentimos que estamos nos dissolvendo em nosso grupo social, ou no trabalho ou no casamento. Nesse caso é bom, dá prazer buscar uma atividade secreta, ou algum subterfúgio, para reafirmar nossa identidade, como alguém dissociado do grupo”, afirma o Dr. Daniel M. Wegner, professor de psicologia em Harvard. “E agora estamos descobrindo que algumas pessoas fazem isso de maneira mais eficiente que outras”.

As vidas secretas mais conhecidas são as mais espetaculares –o arquiteto Louis Kahn na verdade teve três vidas; Charles Lindbergh assumidamente teve duas. Mas esses são exemplos exagerados de um comportamento que é extremamente comum e variado, dizem os psicólogos.

Algumas pessoas jogam furtivamente, outras experimentam drogas. Tem gente que experimenta aulas de música, enquanto outras seguem um grupo religioso. E elas guardam seus segredos por diversas razões.

Há também milhares de pessoas – homens e mulheres gays que mantêm casamentos heterossexuais, por exemplo – cuja vergonha ou cuja negação a respeito de suas necessidades elementares os encaminham para excursões clandestinas por outros mundos.

Mas se a vida secreta será ou não destrutiva, concluem os especialistas, isso vai depender tanto da natureza do segredo quanto da estrutura psicológica do indivíduo.

Tudo que é secreto dá mais prazer

Há muito tempo os psicólogos vêm considerando a capacidade de guardar segredos como fundamental para um desenvolvimento saudável. Crianças a partir dos 6 ou 7 anos aprendem a fazer segredo sobre o presente que a mãe receberá no aniversário. Na adolescência e na idade adulta, uma certa fluência com as pequenas mentiras sociais é associada à boa saúde mental.

Os pesquisadores já confirmaram que o segredo pode despertar a atração, ou como colocou Oscar Wilde, “O ato mais banal se torna delicioso se é secreto”.

Um estudo feito com homens e mulheres que vivem no Texas relatou que os relacionamentos passados que continuam vindo à lembrança dessas pessoas freqüentemente são esses relacionamentos secretos.

Num outro estudo, psicólogos em Harvard descobriram que podiam aumentar a atração entre desconhecidos, homens e mulheres, ao estimulá-los a flertar furtivamente, como por debaixo de uma mesa, como parte de um experimento científico.

O impulso de agir como persona inteiramente diferente também é amplamente comum em culturas diferentes, dizem os cientistas sociais, e pode ser motivado tanto pela curiosidade quanto por simples travessura ou então por uma sincera busca espiritual.

Certamente é um conflito familiar para quase todos que já escapuliram temporariamente de seu cotidiano, seja nas férias, a negócios ou quando vai viver num outro país.

“Acontecia frequentemente quando alguém saía de férias no verão e se transformava numa outra pessoa, como quem saía para acampar ou ia para a Europa e se transfigurava, em espírito ou por meio de uma experiência saudável”, diz a dra. Sherry Turkle, socióloga do Instituto de Tecnologia de Massachusetts.

Agora, segundo a especialista, as pessoas frequentemente se transformam em outras pela Internet, sem nem precisar sair da poltrona: um contínuo que fica logo ali, perto de você, pode assinar como fulanodetal@xyz.com.br e navegar por salas de bate-papo como OcaradeArmani, Brisa Suave ou Homem-Trovão.

Recentemente, a dra. Turkle estudou a utilização de jogos interativos online, como o The Sims Online, onde as pessoas estabelecem famílias e comunidades. Após realizar entrevistas detalhadas com 200 jogadores regulares ou eventuais, ela diz que muitas pessoas utilizam os jogos como uma maneira de formar famílias que gostariam de ter tido, ou pelo menos como forma de viver versões alternativas de suas próprias vidas.

Uma jovem de 16 anos que vive com um pai abusivo fez uma simulação de seu relacionamento com ele no jogo The Sims Online. No jogo ela se transfigurava, aleatoriamente, em um rapaz de 16 anos, numa jovem mais velha e mais poderosa e numa outra personalidade, mais assertiva, entre outras identidades. Foi como uma filha mais resoluta, diz a Dra. Turkle, que a jovem percebeu que era possível perdoar o pai dela, caso não conseguisse transformá-lo.

“Acho que o que as pessoas estão fazendo agora pela Internet”, diz a cientista, “tem um significado psicológico profundo, pela forma como elas usam outras identidades para expressar problemas e potencialmente resolvê-los, numa região que é relativamente livre de consequências”.

Bloqueando lembranças desagradáveis

Já no mundo aqui fora, lugar tão cheio de perigos e consequências, estudos indicam que a maioria das pessoas considera ser mentalmente exaustivo manter segredos bombásticos por muito tempo. Vidas secretas então, nem se fala…

O simples ato de tentar suprimir a informação cria uma espécie de efeito-rebote, fazendo com que pensamentos sobre um caso extraconjugal, excursões de fim de noite ou uma dívida secreta inundem a consciência, especialmente quando uma pessoa que poderia ser atingida por uma revelação está por perto.

É como acontece com um aparelho de televisão ligado num bar superlotado – o tal lance secreto permanece ligado na mente, atraindo a atenção apesar de esforços conscientes para mudar o foco. Os pensamentos suprimidos retornam até mesmo nos sonhos, de acordo com um estudo publicado recentemente.

A força desse efeito, não há dúvidas, varia de pessoa para pessoa, de acordo com os psiquiatras. Em casos raros, quando as pessoas estão patologicamente sem remorsos, elas não ligam nem percebem o impacto em potencial de seu segredo sobre outras pessoas, e portanto nem sentem a tensão da manutenção do segredo.

Já os que são pagos para viver vidas secretas, como os agentes da inteligência (espiões), pelo menos sabem qual deve ser seu papel, e têm orientações claras que lhes indicam o quanto podem revelar, e para que pessoas exatamente.

Mas, numa série de experiências realizadas na década passada, os psicólogos identificaram um grupo maior de pessoas, batizado de grupo dos repressores (de informação). São de 10% a 15% da população, adeptos da técnica de ignorar ou suprimir a informação que lhes é embaraçosa – pessoas bem capacitadas para manter segredos.

Os repressores de informação apresentam índices baixos nos questionários que medem ansiedade e atitudes defensivas – indicando, por exemplo, que essas pessoas raramente são ressentidas, se preocupam com dinheiro, ou se afligem com pesadelos e dores de cabeça. São pessoas que se avaliam positivamente e que não se atormentam por pouco.

Embora pouco seja conhecido sobre o estágio mental de pessoas assim, alguns psicólogos acreditam que elas aprenderam a bloquear pensamentos aflitivos, distraindo-se com boas recordações. Com o passar do tempo – na verdade, com a prática – isso pode se transformar num hábito, bloqueando o acesso deles a memórias e segredos potencialmente humilhantes.

“Esse talento provavelmente lhes será bem útil na luta diária para evitar pensamentos indesejados de todos os tipos, o que inclui os pensamentos indesejados que surgem das tentativas de suprimir seus segredos na presença de outras pessoas”, diz o Dr. Wegner, de Harvard.

É mais fácil silenciar esses pensamentos. E quanto mais tempo dura essa atividade encoberta, mais difícil poderá ser confessá-la em seguida.

Gays dentro do armário

Em alguns casos, forças bem mais poderosas estão em jogo nesse molde das vidas secretas.

Muitos homens gays e algumas lésbicas casam com parceiros heterossexuais antes de definirem sua identidade sexual, ou até mesmo em desafio a essa identidade.

O objetivo é agradar aos pais, cobrir sua própria vergonha ou querer se tornar mais auto-aceitável ou aceitável para a sociedade, diz o Dr. Richard A. Isay, psiquiatra na Universidade de Cornell que já foi terapeuta de muitos homens gays que estão “no armário”.

“Muito frequentemente”, diz o psiquiatra, “esses homens lutam para não atender aos seus próprios desejos, e começam suas vidas secretas em condição desesperada. No final das contas, esse comportamento força decisões dolorosas sobre como viver, ou como se isolar, junto às famílias que eles adoram”.

“Sei que não busquei ser do jeito que eu sou, ter a orientação sexual que eu tenho, e também sei que sempre fui do jeito que eu sou agora”, foi o que um homem escreveu numa carta publicada no livro de Isay, “Tornar-se Gay”: “Sei que está ficando mais difícil viver nessa concha solitária onde estou, mas não encontro saída fora dela”.

Revelando a vida secreta

Quando a revelação de uma vida secreta vier a destruir ou a envenenar para sempre a vida particular de alguém, as pessoas devem ou assumir e escolher, ou então enfrentarem o risco de uma perturbação mental, conforme dizem muitos terapeutas.

O Dr. Seth M. Aronson, professor-assistente de psiquiatria na Escola de Medicina de Monte Sinai, já tratou um pediatra que vivia nessa condição. O paciente tinha uma esposa e uma criança pequena em casa, e escapulia pela noite nos bares, visitando prostitutas e até mesmo brigando com os rufiões das mulheres.

Numa das sessões, o homem estava tão bêbado que desmaiou; numa outra, veio acompanhado de uma prostituta. “Era uma daquelas clássicas divisões de personalidade, onde a esposa era perfeita e maravilhosa, e ele buscava se menosprezar com essas outras mulheres”, sendo que as duas vidas não poderiam coexistir por muito tempo, diz Aronson.

Num famoso texto sobre o assunto das vidas duplas, publicado em 1960, o psicanalista inglês Dr. Donald W. Winnicott argumentava que um falso self emergia em determinadas situações em que as crianças são criadas para serem tão intimamente sintonizadas com expectativas alheias que se tornam surdas aos próprios anseios e necessidades.

“Na verdade, é como se elas imolassem, queimassem vivas, partes delas”, diz o Dr. Kwawer do White Institute.

O pediatra tratado por Aronson, por exemplo, foi criado num ambiente fundamentalista cristão em que a mãe dele várias vezes o menosprezava, utilizando comparações com um tio vagabundo e beberrão. O paciente de Kwawer, o tal empreendedor imobiliário, tinha pais que franziam sobrancelhas a qualquer sinal de excessos, e impingiram no filho um forte sentido da necessidade de preservar a imagem da família. Ele se casou cedo, em parte para agradar aos pais.

Os dois homens ainda se submetem ao tratamento psicoterapêutico, mas agora conseguiram integrar suas vidas, segundo seus terapeutas. O pediatra cortou suas atividades extracurriculares, mentalmente voltou para casa e confessou alguns de seus problemas à esposa.

O construtor de imóveis se separou da mulher, mas vive por perto e ajuda na criação dos filhos. A separação causou um período de depressão para todos os envolvidos, diz Dr. Kwawer, mas o homem agora conseguiu recuperar a energia no trabalho e se reconectou com os amigos e com os filhos. Os encontros secretos acabaram, assim como o uso de drogas, e ele se sente novamente no controle da própria vida.

“Ao contrário do que muitas pessoas poderiam pensar”, afirma Kwawer, “frequentemente uma vida secreta pode fazer sair da escuridão aspectos mais vívidos, íntimos e energizados das pessoas”.

“Que atire a primeira pedra quem não tiver seu lado B!” (Joemir Rosa).

By Benedict Carey.

 

Eu Sou Malala

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Eu Sou MalalaLivro: Eu Sou Malala
By Malala Yousafzai
Editora Companhia das Letras

Quando o Talibã tomou controle do vale do Swat, uma menina levantou a voz. Malala Yousafzai, paquistanesa de nascença, recusou-se a permanecer em silêncio e lutou pelo seu direito à educação.

Mas em 9 de outubro de 2012, uma terça-feira, ela quase pagou o preço com a vida. Malala foi atingida na cabeça por um tiro à queima-roupa dentro do ônibus no qual voltava da escola. A alegação do atentado foi a de que ela estava “promovendo a cultura ocidental em áreas pashuns”. Poucos acreditaram que ela sobreviveria…

Mas a recuperação milagrosa de Malala a levou em uma viagem extraordinária de um vale remoto no norte do Paquistão para as salas das Nações Unidas em Nova York. Graças a uma campanha em prol do direito à educação das meninas e contra o fundamentalismo religioso, Malala ganhou a simpatia do mundo. Aos dezesseis anos, ela se tornou um símbolo global de protesto pacífico e a candidata mais jovem da história a receber o Prêmio Nobel da Paz.

Para termos uma ideia, só no Paquistão, mais de 3,5 milhões de meninas estão fora das escolas!

“Eu sou Malala” é a história de uma família exilada pelo terrorismo global, da luta pelo direito à educação feminina e dos obstáculos à valorização da mulher em uma sociedade que valoriza filhos homens.

O livro acompanha a infância da garota no Paquistão, os primeiros anos de vida escolar, as asperezas da vida numa região marcada pela desigualdade social, as belezas do deserto e as trevas da vida sob o Talibã.

Escrito em parceria com a jornalista britânica Christina Lamb, este livro é uma janela para a singularidade poderosa de uma menina cheia de brio e talento, mas também para um universo religioso e cultural cheio de interdições e particularidades, muitas vezes incompreendido pelo Ocidente.

“Sentar numa cadeira, ler meus livros rodeada pelos meus amigos é um direito meu”, ela diz numa das últimas passagens do livro. A história de Malala renova a crença na capacidade de uma pessoa de inspirar e modificar o mundo.

Hoje Malala vive na Inglaterra com sua família, mas é jurada de morte pelo Talibã que promete que Malala é o alvo tanto no Reino Unido como nos Estados Unidos!

Leia o primeiro capítulo aqui.

By Joemir Rosa.

Muito Longe de Casa

Posted in Livros with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 10/02/2013 by Joe

Muito longe de casaLivro: Muito Longe de Casa
Memórias de um menino-soldado
By Ishmael Beah
Editora Ediouro

Uma obra autobiográfica que conta a história de um menino que, ainda criança, perde toda sua família na guerra civil de Serra Leoa. Uma guerra que iniciou antes mesmo dele nascer, onde dois partidos brigavam pelo poder e assassinavam uns aos outros, mesmo sabendo que todos eram de uma mesma nação.

Ishmael Beah, aos 12 anos de idade, foi obrigado a lutar pela vida, mas não sabia que recompensa teria, porque não havia mais expectativas de viver feliz sem sua família. No início ele lutava somente por comida, mas a cada tentativa de sobrevivência, mesmo se mantendo vivo, Ishmael sentia que um pedaço de si morria também.

Depois de certo tempo sozinho, foi absorvido pela guerra, e começou a matar, pois era matar ou morrer naquele lugar onde leis não existiam mais. Com o passar do tempo, matava de uma forma cada vez mais cruel, muitas vezes na tentativa de superar seus próprios medos.

Sua mente agora só pensava em morte, guerra, e sofrimento. Ás vezes, o único alimento que tinha eram drogas, que ele misturava: cocaína, maconha e pólvora, uma mistura explosiva que o deixava anestesiado de suas próprias atrocidades.

Depois de 2 anos envolvido com a guerra, a vida lhe proporciona uma surpresa: foi escolhido pela UNICEF, dentro do seu batalhão de guerrilha, para ser reabilitado e voltar a ter uma vida normal de um garoto de 15 anos.

Mesmo depois de reabilitado, ele fugiu e continuou sua saga de matança e convivendo com seus muitos fantasmas.

Hoje, com 25 anos, Ishmael relata sua incrível experiência, que qualquer um de nós jamais imaginou que uma criança pudesse passar! Ele reside nos Estados Unidos, em Nova York, e é formado pelo Oberlin College com Bacharelado em Ciências Políticas, é membro do comitê dos direitos da criança da ONG Human Rights Watch, partcipa de diversos congressos sobre crianças afetadas pelas guerras, e não imaginaria que estaria vivo até hoje nem mesmo em escrever um livro.

Esta é uma lição de força e vida.

By Joemir Rosa.

A vida não é uma corrida

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 20/12/2012 by Joe

A vida não é uma corrida

Está chegando o fim do ano e é momento de reflexão de como foi este e como será o que ano que chega. É tempo de estratégia pessoal. O que quero para mim e para minha família? Qual são meus sonhos? Estou realizando-os ou postergando-os? Ou nem tive tempo para pensar sobre eles?

A tecnologia trouxe facilidades técnicas, mas trouxe também dificuldades de lidar com o tempo. Tudo é muito rápido, tudo é para ontem, e assim o ano passa veloz e nem “sentimos”.

Para aprofundar um pouco o tema, trago uma carta de uma menina com uma doença terminal, internada em um hospital em Nova York. Não tenho notícias atuais dela. Mas o que ela diz é profundo e cada frase merece uma parada para meditação.

“Alguma vez você já viu crianças brincando de roda? Ou ouviu o som da chuva batendo no chão? Já seguiu o voo errático de uma borboleta? Ou olhou para o sol dando lugar à noite?

É melhor desacelerar… não dance tão rápido. O tempo é curto e a música acaba…

Você passa batido por cada dia? Quando você pergunta “como vai você?” ouve a resposta? Quando acaba o dia, você se deita em sua cama com a próxima centena de tarefas percorrendo sua cabeça?

É melhor desacelerar… não dance tão rápido. O tempo é curto e a música acaba…

Alguma vez disse a seu filho “pode ser amanhã?” e, na sua pressa, percebeu a tristeza em seu rosto? Já perdeu contato e deixou morrer um amigo porque nunca teve tempo de ligar e dizer “oi”?

É melhor desacelerar… não dance tão rápido. O tempo é curto e a música acaba…

Quando você corre para chegar a algum lugar, perde metade da graça em chegar lá. Quando se preocupa e atropela seu dia é como um presente que vai para o lixo sem ser aberto.

A vida não é uma corrida, vá devagar. Ouça a música antes que ela acabe.”

Desconheço a autoria.

David Garrett

Posted in Música with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 23/09/2012 by Joe

David Garrett, nascido com o nome de David Bongartz em 4 de Setembro de 1980, é filho de mãe americana e pai alemão. Já aos 4 anos de idade, se interessou pelo violino ao ver que o pai havia presenteado seu irmão com um instrumento. Logo começou a aprender e, um ano depois, já participava de uma competição, ganhando o primeiro lugar. E, aos sete anos, já se apresentava publicamente!

Aos doze anos, Garrett começou a trabalhar com a violonista polaco-britânica Ida Haendel, viajando frequentemente a Londres e outras cidades européias para acompanhá-la.

Aos treze, firmou seu primeiro contrato com a gravadora Grammophon Gesellschaft, com quem tem exclusividade. Foi nesse período, também, que mudou seu nome artístico e começou a usar o sobrenome da mãe.

Em 1999, entrou para a Juilliard School, de Nova York (uma escola de música e artes cênicas, reconhecida como um dos mais conceituados conservatórios e escolas de dramaturgia do mundo), onde aprofundou seus conhecimentos do violino.

A título de curiosidade, Garrett trabalhou como modelo para aumentar sua renda durante seus estudos na Juilliard School. Alguns críticos de moda o descrevem como o David Beckham da cena clássica!

Formou-se em 2004 para ganhar o mundo como um dos mais aclamados artistas. Garrett toca, alternativamente, um violino Stradivari de 1718 e um Giovanni Battista Guadagnini de 1772, ambos avaliados em milhões de dólares!

Os vídeos abaixo são apenas uma mostra das qualidades musicais desse fabuloso artista, onde ele navega do clássico ao pop, sempre com grande maestria! Basta uma pesquisa na Internet para assistir mais apresentações!

David Garrett – das Quatro Estações, de Vivaldi

David Garrett – November Rain, de Kurt Cobain

By Joemir Rosa.

A Visita Cruel do Tempo

Posted in Livros with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 22/04/2012 by Joe

Livro: A Visita Cruel do Tempo
By Jennifer Egan
Editora Intrinseca

Jennifer Egan faz de A Visita Cruel do Tempo um daqueles livros desconfortavelmente envolventes. Um livro sobre crescer e envelhecer e, fatalmente, frustrar-se.

Com uma estrutura engenhosa, repleta de vaivéns no tempo, o romance, em 13 capítulos que bem poderiam ser histórias independentes, acompanha os percalços de personagens à primeira impressão desconexos que estão, todos, entrelaçados de alguma forma, em diferentes estágios da vida.

O título justifica o desfecho da maioria das tramas: no intervalo de algumas décadas, quase todas apresentam os protagonistas lamentando decisões passadas ou sofrendo as consequências de aventuras irresponsáveis. A Visita Cruel do Tempo é um tratado sobre existências tristes, equivocadas, decadentes, ressentidas.

A ordem dos eventos não é cronológica e, por vezes, leva tempo para identificar o período e o narrador. A autora compõe uma representação da sociedade americana entre o final dos anos 70, em São Francisco, e as duas primeiras décadas do século 21 – adivinhando os traços futuristas do cenário que encerra a obra, a Nova York de 2020.

Bennie Salazar, que polvilha ouro no café tentando recuperar a potência sexual, e Sasha, sua assistente cleptomaníaca – o leitor compartilha com ela a tensão e o êxtase que transpiram a cada objeto insignificante ou de valor que subtrai de bolsas e lojas – são personagens centrais. Deles partem todas as outras conexões – Sasha é assistente de Bennie, que é casado com Stephanie, que é irmã de Jules, que foi preso  por tentativa de estupro contra Kitty, que é contratada por Dolly para um trabalho pouco lisonjeiro quando sua carreira outrora ascendente de bonitona em Hollywood tropeça prematuramente.

E assim vai. Personagens ressurgem, num emaranhado de histórias que sempre vincula uns aos outros. Coadjuvantes ou meros figurantes de capítulos iniciais são elevados a protagonistas mais adiante, oferecendo novas perspectivas e informações sobre crianças, jovens ou adultos aos quais o leitor já havia sido apresentado.

Além do ziguezague entre passado, presente e futuro, o romance é envolvente também pelas vozes narrativas. Uma das histórias se sustenta, eficaz, na segunda pessoa – “você ouve a fumaça crepitar em seu peito”, “você entra no apartamento pela janela”,” evidente para todos, menos você”.

Em outra, o diário de uma pré-adolescente, surge inteiramente na forma de esquemas e gráficos de uma apresentação de PowerPoint, estendendo-se por 75 páginas. Não é enfadonho, pelo contrário – o capítulo guarda um dos desenlaces mais tocantes do livro.

A autora vasculha uma das angústias mais inquietantes de qualquer existência: como conviver com os erros que o tempo não encobre e os acertos que tardam, talvez para sempre, a se materializar? É um retrato melancólico de uma época, e talvez excessivamente melancólico, mas plausível.

A Visita Cruel do Tempo rendeu a Jennifer Egan, em 2011, o Prêmio Pulitzer, a mais alta distinção da imprensa dos Estados Unidos, na categoria ficção.

By Joemir Rosa, from Zero Hora (Larissa Roso).

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