Arquivo para Maldade

As carícias e o iluminado

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Carícias 1

Chega de viver entre o medo e a raiva! Se não aprendermos a viver de outro modo, poderemos acabar com a nossa espécie.

É preciso começar a trocar carícias, a proporcionar prazer, a fazer com o outro todas as coisas boas que a gente tem vontade de fazer e não faz, porque “não fica bem” mostrar bons sentimentos! No nosso mundo negociante e competitivo, mostrar amor é… um mau negócio! O outro vai aproveitar, explorar, cobrar… Chega de negociar com sentimentos e sensações. Negócio é de coisas e de dinheiro – e pronto!

O pesquisador B. Skinner mostrou por A mais B que só são estáveis os condicionamentos recompensados; aqueles baseado na dor precisam ser reforçados sempre, senão desaparecem. Então, vamos nos reforçar positivamente. É o jeito – o único jeito – de começarmos um novo tipo de convívio social, uma nova estrutura, um mundo melhor.

Freud ajudou a atrapalhar, mostrando o quanto nós escondemos de ruim; mas é fácil ver que nós escondemos também tudo que é bom em nós: a ternura, o encantamento, o agrado em ver, em acariciar, em cooperar, a gentileza, a alegria, o romantismo, a poesia, sobretudo o brincar – com o outro. Tudo tem que ser sério, respeitável, comedido – fúnebre, chato, restritivo, contido…

Carícias 2Há mais pontos sensíveis em nosso corpo do que as estrelas num céu invernal.

“Desejo”, do latim de-sid-erio, provém da raiz “sid”, da língua zenda, significando “estrela”, como se vê em sideral, relativo às estrelas.

Seguir o desejo é seguir a estrela – estar orientado, saber para onde vai, conhecer a direção…

“Gente é para brilhar”, diz o mestre Caetano.

Gente é, demonstravelmente, a maior maravilha, o maior playground e a mais complexa máquina neuromecânica do Universo conhecido. Diz o psicanalista que todos nós sofremos de mania de grandeza, de onipotência. A mim parece que sofremos de mania de pequenez.

Qual o homem que se assume em toda a sua grandeza natural? “Quem sou eu, primo…” Em vez de admirar, nós invejamos – por não termos coragem de fazer o que a nossa estrela determina.

O medo – eis o inimigo.

O medo, principalmente do outro, que observa atentamente tudo o que fazemos – sempre pronto a criticar, a condenar, a por restrições – porque fazemos diferente dele. Só por isso.

Nossa diferença diz para ele que sua mesmice não é necessária. Que ele também pode tentar ser livre – seguindo sua estrela. Que sua prisão não tem paredes de pedra, nem correntes de ferro. Como a de Branca de Neve, sua prisão é de cristal – invisível. Só existe na sua cabeça. Mas sua cabeça contém – é preciso que se diga – todos os outros que, de dentro dele, o observam, criticam, comentam – às vezes até elogiam!

Por que vivemos fazendo isso uns com os outros – vigiando-nos e obrigando-nos, todos contra todos, a ficar bonzinhos dentro das regrinhas do bem-comportado – pequenos, pequenos? Sofremos de megalomania porque no palco social obrigamo-nos a ser, todos, anões. Ai de quem se sobressai, fazendo de repente o que lhe dá na cabeça… Fogueira para ele! Ou você pensa que a fogueira só existiu na Idade Média?

Nós nos obrigamos a ser – todos – pequenos, insignificantes, inaparentes, “normais” – normopatas diz melhor; oligopatas – apesar do grego- melhor ainda. Oligotímicos – sentimentos pequenos – é o ideal..

Na corda bambaQuem é o iluminado?

No seu tempo, é sempre um louco delirante que faz tudo diferente de todos. Ele sofre, principalmente, de um alto senso de dignidade humana – o que o torna insuportável para todos os próximos, que são indignos.

Ele sofre, depois, de uma completa cegueira em relação à “realidade” (convencional), que ele não respeita nem um pouco. Ama desbragadamente – o sem vergonha. Comporta-se como se as pessoas merecessem confiança, como se todos fossem bons, como se toda criatura fosse amável, linda, admirável.

Assim, ele vai deixando um rastro de luz por onde quer que passe. Porque se encanta, porque se apaixona, porque abraça com calor e com amor, porque sorri e é feliz.

Como pode, esse louco?

Como pode estar – e viver! – sempre tão fora da realidade, que é sombria, ameaçadora; como ignorar que os outros – sempre os outros! – são desconfiados, desonestos, mesquinhos, exploradores, prepotentes, fingidos, traiçoeiros, hipócritas…

Ah! Os outros… (fossem todos como eu, tão bem-comportados, tão educados, tão finos de sentimentos…) O que não se compreende é como há tanta maldade num mundo feito somente de gente que se considera tão boa. Deveras, não se compreende…

Menos ainda se compreende que de tantas famílias perfeitas – a família de cada um é sempre ótima – acabe acontecendo um mundo tão infernalmente péssimo.

Ah! Os outros… Se eles não fossem tão maus… como seria bom!

Proponho um tema para meditação profunda: é a lição mais fundamental de toda a Psicologia Dinâmica.

Só sabemos fazer o que foi feito conosco.
Só conseguimos tratar bem os demais se fomos bem tratados.
Só sabemos nos tratar bem se fomos bem tratados.
Se só fomos ignorados, só sabemos ignorar.
Se só fomos odiados, só sabemos odiar.
Se fomos maltratados, só sabemos maltratar.

Não há como fugir desta engrenagem de aço: ninguém é feliz sozinho. Ou o mundo melhora para todos ou ele acaba.

Amar o próximo não é mais idealismo “místico”de alguns. Ou aprendemos a nos acariciar ou liquidaremos com a nossa espécie.

Ou aprendemos a nos tratar bem – a nos acariciar – ou nos destruiremos.

Carícias… a própria palavra é bonita.

Carícias… olhar de encantamento descobrindo a divindade do outro – meu espelho!

Carícias.. envolvência (quem não se envolve não se desenvolve!), ondulações, admiração, felicidade, alegria em nós – eu e os outros.

Energia poderosa na ação comum, na co-operação. Na co-munhão.

Só a união faz a força – sinto muito, mas as verdades banais de todos os tempos são verdadeiras – e seria bom se a gente tentasse fazer o que essas verdades nos sugerem, em vez de, críticos e céticos e pessimistas, encolhermos os ombros e deixarmos que a espécie continue, cega, caminhando em velocidade uniformemente acelerada para o Buraco Negro da aniquilação.

Nunca se pôde dizer, como hoje: ou nos salvamos – todos juntos – o nos danamos – todos juntos.

By Dr. José Ângelo Gaiarsa.

Os 7 novos pecados capitais

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Os 7 novos pecados capitais

Quando a igreja decretou os 7 pecados capitais, a intenção era que isso servisse como um manual do comportamento humano. Por séculos a fio, isso tem servido de modelo para enquadrar o ser humano dentro de certos padrões morais e éticos, ditando o que é certo e o que é errado!

Mas o mundo girou muito desde então e esses pecados já não têm o mesmo peso e força sobre os seres humanos, seja porque foram banalizados ou porque os valores foram mudando e o que era fora dos padrões morais há séculos, não o é mais atualmente! Alguns até evoluíram e mudaram de time: a vaidade hoje é vista com bons olhos, onde o indivíduo se cuida para melhorar sua autoestima!

É preciso atualizar!

Pensando um pouco na forma como as pessoas se relacionam atualmente, listei o que poderíamos chamar de “Os novos pecados capitais da era moderna”! São eles: hipocrisia, prepotência, deselegância, inconsciência, mentira, desrespeito e fofoca! Sei que outros poderiam fazer parte desta lista, mas estes sete envolvem aquilo que mais está em mudança ultimamente: valores!

Hipocrisia: este pecado é o que mais se destaca na era moderna e aparece como uma espécie de transição entre os antigos valores e os novos. Muita gente critica os demais por agirem de uma determinada forma, sendo que, sempre que têm oportunidade, agem da mesma forma. Pergunto: você acha que aquelas duas pessoas do mesmo sexo que se amam na novela da noite é mais bizarro do que os crimes mostrados em detalhes na TV?

Prepotência: enquadram-se aqui aqueles indivíduos que, mesmo estando errados, colocam-se como se fossem os donos da verdade, acima da lei! Veja como alguns políticos reagiram perante a mídia quando condenados pelos crimes praticados, com aquele ar de superioridade, dando uma “banana” para o povo! Dúvida: quando alguém mostra que você está errado, mesmo assim você continua insistindo que está certo, que o mundo não te compreende?

Deselegância: hoje em dia é muito comum vermos pessoas arrogantes que, por estarem em posições de hierarquia superior no curral de suas funções, eximem-se de tratarem os hierarquicamente inferiores com educação, ou simplesmente, ignorando-os! Por falar nisso, hoje cedo você deu “bom dia” para o porteiro do edifício onde mora ou trabalha?

Inconsciência: este é um dos pecados modernos que mais avança entre as pessoas! É aquele pecado que “cega” as pessoas, impedindo-as de ver o que acontece ao seu redor, dentro de sua própria casa, na sua cidade ou no seu país! Diante de tanta coisa errada, mantém-se apáticos, adotando a posição do “isto não é comigo” e do “alguém vai resolver”. Também atinge aqueles que não perguntam os porquês das coisas, perpetuando, assim, crenças e valores ultrapassados! E você? Continua achando que certas coisas “sempre foram assim, meu pai e minha mãe me ensinaram desta forma” ou “eu sempre fui assim, não tem jeito”?

Mentira: o pecado que faz parte do dia-a-dia de muita gente! Mentem porque não são capazes de assumir suas responsabilidades; mentem porque preferem enganar os demais do que mostrar suas fraquezas; mentem porque já se acostumaram a viver uma vida de mentiras… Deixo uma proposta para você pensar: que tal contar ao seu marido (esposa, patrão, amigo, mãe, pai) aquele segredinho que você guarda a sete chaves!

Desrespeito: antigamente, entendíamos nossos pais com apenas um olhar. E os tratávamos com respeito, com educação, não porque os temíamos, mas sim, porque sabíamos que o respeito fazia parte da nossa educação. E, assim, esse respeito era automaticamente mostrado aos nossos professores, a todos com os quais nos relacionávamos. Não queimávamos índios, moradores de rua, nem falávamos palavrões dentro de casa, tratávamos nossos pais usando os pronomes de tratamento “senhor ou senhora” (será que ainda ensinam esses pronomes nas escolas?)! Este é um dos novos pecados que mais colabora para a violência dentro da sociedade!

Fofoca: ahhhh, a fofoca! Como ela pode fazer muito mal às pessoas! Aliás, faz mal a quem fofoca também. Talvez este pecado seja o mais pesado destes todos, pois quem fofoca se mostra, na maioria das vezes, hipócrita, prepotente, deselegante, mentiroso, desrespeitoso… Por que as pessoas tendem a fofocar aquilo que nem sabem se existe um fundo de verdade! Pura maldade!

By Joemir Rosa.

Sonhos não envelhecem…

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Sonhos não envelhecem

A vida é fruto da decisão de cada momento. Talvez seja por isso que a ideia de plantio seja tão reveladora sobre a arte de viver. Viver é plantar. É atitude de constante semeadura, de deixar cair na terra de nossa existência as mais diversas formas de sementes.

Cada escolha, por menor que seja, é uma forma de semente que lançamos sobre o canteiro que somos. Um dia, tudo o que agora silenciosamente plantamos, ou deixamos plantar em nós, será plantação que poderá ser vista de longe. Para cada dia, o seu empenho. A sabedoria bíblica nos confirma isso, quando nos diz que “debaixo do céu há um tempo para cada coisa”!

Hoje, neste tempo que é seu, o futuro está sendo plantado. As escolhas que você procura, os amigos que você cultiva, as leituras que você faz, os valores que você abraça, os amores que você ama, tudo será determinante para a colheita futura.

Felicidade talvez seja isso: alegria de recolher da terra que somos, frutos que sejam agradáveis aos olhos! Infelicidade, talvez seja o contrário. O que não podemos perder de vista é que a vida não é real fora do cultivo. Sempre é tempo de lançar sementes, sempre é tempo de recolher frutos. Tudo ao mesmo tempo. Sementes de ontem, frutos de hoje, Sementes de hoje, frutos de amanhã!

Por isso, não perca de vista o que você anda escolhendo para deixar cair na sua terra. Cuidado com os semeadores que não lhe amam. Eles têm o poder de estragar o resultado de muitas coisas. Cuidado com os semeadores que você não conhece. Há muita maldade escondida em sorrisos sedutores. Cuidado com aqueles que deixam cair qualquer coisa sobre você; afinal, você merece muito mais que qualquer coisa. Cuidado com os amores passageiros. Eles costumam deixar marcas dolorosas que não passam. Cuidado com os invasores do seu corpo. Eles não costumam voltar para ajudar a consertar a desordem. Cuidado com os olhares de quem não sabe lhe amar. Eles costumam lhe fazer esquecer que você vale à pena. Cuidado com as palavras mentirosas que esparramam por aí. Elas costumam estragar o nosso referencial da verdade. Cuidado com as vozes que insistem em lhe recordar os seus defeitos. Elas costumam prejudicar a sua visão sobre si mesmo.

Não tenha medo de se olhar no espelho. É nessa cara safada que você tem, que Deus resolveu expressar, mais uma vez, o amor que Ele tem pelo mundo. Não desanime de você, ainda que a colheita de hoje não seja muito feliz. Não coloque um ponto final nas suas esperanças. Ainda há muito o que fazer, ainda há muito o que plantar e o que amar nessa vida.

Ao invés de ficar parado no que você fez de errado, olhe para frente e veja o que ainda pode ser feito. A vida ainda não terminou. E já dizia o poeta “que os sonhos não envelhecem…”

Sorriso no rosto e firmeza nas decisões.

By Padre Fábio de Melo.

Esforço individual

Posted in Inspiração with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 09/08/2013 by Joe

Pequena chama

Você já pensou no valor do esforço individual?

Uma demonstração desse valor foi realizada numa noite escura, sem estrelas, durante um comício patriótico no Coliseum Stadium, de Los Ângeles.

Havia cerca de cem mil pessoas reunidas no local, quando o presidente avisou que todas as luzes seriam apagadas. Ele disse que, embora ficassem na mais completa escuridão, não havia motivos para receios.

Quando as luzes se apagaram e as trevas tomaram conta do ambiente, ele riscou um fósforo e perguntou à multidão:

– “Quem estiver vendo esta pequenina luz queira exclamar ‘sim’!”

Um vozerio ensurdecedor partiu da assistência. Todos percebiam aquela minúscula chama.

O silêncio se fez novamente e o homem falou:

– “Assim também fulgura um ato de bondade num mundo cheio de maldade.”

E, insistindo em suas ideias, lançou um desafio:

– “Vejamos agora o que acontece se cada um de nós acender um palito de fósforo.”

Num instante, quase cem mil minúsculas chamas banharam de luz a imensa arena, fruto da colaboração de cem mil indivíduos, cada um fazendo a parte que lhe tocava.

Essa foi a maneira singela que o homem utilizou para despertar nos indivíduos o valor do esforço pessoal!

Desconheço a autoria, mas concordo plenamente: se cada um de nós iluminasse só um pouquinho, não haveria trevas neste planeta!

Fofocas

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 07/12/2012 by Joe

Fofocas

Quem faz intrigas sobre a vida alheia quer ter algo de sua autoria, uma obra que se alastre e cresça, que se torne pública e que seja muito comentada. Algo que lhe dê continuidade.

É por isso que fofocar é uma tentação. Porque nos dá, por poucos minutos, a sensação de ser portador de uma informação valiosa que está sendo gentilmente dividida com os outros. Na verdade, está-se exercitando uma pequena maldade, não prevista no Código Penal.

Fofocas podem provocar lesões emocionais. Por mais inocente ou absurda, sempre deixa um rastro de desconfiança. “Onde há fumaça há fogo”, acreditam todos, o que transforma toda fofoca numa verdade em potencial.

Não há fofoca que compense. Se for mesmo verdade, é uma bala perdida. Se for mentira, é um tiro pelas costas.

By Martha Medeiros.

As carícias e o iluminado

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Chega de viver entre o medo e a raiva! Se não aprendermos a viver de outro modo, poderemos acabar com a nossa espécie.

É preciso começar a trocar carícias, a proporcionar prazer, a fazer com o outro todas as coisas boas que a gente tem vontade de fazer e não faz, porque “não fica bem” mostrar bons sentimentos! No nosso mundo negociante e competitivo, mostrar amor é… um mau negócio. O outro vai aproveitar, explorar, cobrar… Chega de negociar com sentimentos e sensações. Negócio é de coisas e de dinheiro – e pronto!

O pesquisador B. Skinner mostrou por A mais B que só são estáveis os condicionamentos recompensados; aqueles baseado na dor precisam ser reforçados sempre, senão desaparecem. Vamos nos reforçar positivamente. É o jeito – o único jeito – de começarmos um novo tipo de convívio social, uma nova estrutura, um mundo melhor.

Freud ajudou a atrapalhar, mostrando o quanto nós escondemos de ruim; mas é fácil ver que nós escondemos também tudo que é bom em nós: a ternura, o encantamento, o agrado em ver, em acariciar, em cooperar, a gentileza, a alegria, o romantismo, a poesia, sobretudo o brincar – com o outro. Tudo tem que ser sério, respeitável, comedido – fúnebre, chato, restritivo, contido…

Há mais pontos sensíveis em nosso corpo do que as estrelas num céu invernal.

“Desejo”, do latim de-sid-erio, provém da raiz “sid”, da língua zenda, significando “estrela”, como se vê em sideral, relativo às estrelas.

Seguir o desejo é seguir a estrela – estar orientado, saber para onde vai, conhecer a direção…

“Gente é para brilhar”, diz mestre Caetano.

Gente é, demonstravelmente, a maior maravilha, o maior playground e a mais complexa máquina neuromecânica do Universo conhecido. Diz o psicanalista que todos nós sofremos de mania de grandeza, de onipotência.

A mim parece que sofremos de mania de pequenez.

Qual o homem que se assume em toda a sua grandeza natural? “Quem sou eu, primo…” Em vez de admirar, nós invejamos – por não termos coragem de fazer o que a nossa estrela determina?

O medo – eis o inimigo.

O medo, principalmente do outro, que observa atentamente tudo o que fazemos – sempre pronto a criticar, a condenar, a pôr restrições – porque fazemos diferente dele. Só por isso.

Nossa diferença diz para ele que sua mesmice não é necessária. Que ele também pode tentar ser livre – seguindo sua estrela. Que sua prisão não tem paredes de pedra, nem correntes de ferro. Como a de Branca de Neve, sua prisão é de cristal – invisível. Só existe na sua cabeça. Mas sua cabeça contém – é preciso que se diga – todos os outros que, de dentro dele, o observam, criticam, comentam – às vezes até elogiam!

Por que vivemos fazendo isso uns com os outros – vigiando-nos e obrigando-nos, todos contra todos, a ficar bonzinhos dentro das regrinhas do bem-comportado – pequenos, pequenos? Sofremos de megalomania porque no palco social obrigamo-nos a ser, todos, anões. Ai de quem se sobressai, fazendo de repente o que lhe deu na cabeça… Fogueira para ele! Ou você pensa que a fogueira só existiu na Idade Média?

Nós nos obrigamos a ser – todos – pequenos, insignificantes, inaparentes, “normais” – normopatas diz melhor; oligopatas – apesar do grego- melhor ainda. Oligotímicos – sentimentos pequenos – é o ideal…

Quem é o iluminado?

No seu tempo, é sempre um louco delirante que faz tudo diferente de todos. Ele sofre, principalmente, de um alto senso de dignidade humana – o que o torna insuportável para todos os próximos, que são indignos.

Ele sofre, depois, de uma completa cegueira em relação à “realidade” (convencional), que ele não respeita nem um pouco. Ama desbragadamente – o sem vergonha. Comporta-se como se as pessoas merecessem confiança, como se todos fossem bons, como se toda criatura fosse amável, linda, admirável.

Assim ele vai deixando um rastro de luz por onde quer que passe. Porque se encanta, porque se apaixona, porque abraça com calor e com amor, porque sorri e é feliz.

Como pode, esse louco?

Como pode estar – e viver! – sempre tão fora da realidade, que é sombria, ameaçadora; como ignorar que os outros – sempre os outros! – são desconfiados, desonestos, mesquinhos, exploradores, prepotentes, fingidos, traiçoeiros, hipócritas…

Ah! Os outros… (fossem todos como eu, tão bem-comportados, tão educados, tão finos de sentimentos…) O que não se compreende é como há tanta maldade num mundo feito somente de gente que se considera tão boa. Deveras, não se compreende…

Menos ainda se compreende que de tantas famílias perfeitas – a família de cada um é sempre ótima – acabe acontecendo um mundo tão infernalmente péssimo.

Ah! Os outros… Se eles não fossem tão maus … como seria bom!

Proponho um tema para meditação profunda; é a lição mais fundamental de toda a Psicologia Dinâmica:

Só sabemos fazer o que foi feito conosco.
Só conseguimos tratar bem os demais se fomos bem tratados.
Só sabemos nos tratar bem se fomos bem tratados.
Se só fomos ignorados, só sabemos ignorar.
Se só fomos odiados, só sabemos odiar.
Se fomos maltratados, só sabemos maltratar.

Não há como fugir desta engrenagem de aço: ninguém é feliz sozinho. Ou o mundo melhora para todos ou ele acaba.

Amar o próximo não é mais idealismo “místico”de alguns. Ou aprendemos a nos acariciar ou liquidaremos com a nossa espécie.

Ou aprendemos a nos tratar bem – a nos acariciar – ou nos destruiremos.

Carícias … a própria palavra é bonita.

Carícias … olhar de encantamento descobrindo a divindade do outro – meu espelho!

Carícias … envolvência (quem não se envolve não se desenvolve!), ondulações, admiração, felicidade, alegria em nós – eu e os outros.

Energia poderosa na ação comum, na co-operação. Na co-munhão.

Só a união faz a força – sinto muito, mas as verdades banais de todos os tempos são verdadeiras – e seria bom se a gente tentasse fazer o que essas verdades nos sugerem, em vez de, críticos e céticos e pessimistas, encolhermos os ombros e deixarmos que a espécie continue, cega, caminhando em velocidade uniformemente acelerada para o Buraco Negro da aniquilação.

Nunca se pôde dizer, como hoje: ou nos salvamos – todos juntos – o nos danamos – todos juntos.

By Dr. José Ângelo Gaiarsa.

A moral da hipocrisia humana

Posted in Atualidade with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 28/03/2012 by Joe

Refletindo sobre a moralidade que reina nas sociedades e suas constantes alterações com o tempo, só consigo chegar a uma única conclusão: a sociedade esconde suas hipocrisias atrás da máscara da moralidade!

Quando voltamos em qualquer parte do tempo passado e construímos uma ponte comparativa com os dias atuais, notamos como os conceitos morais foram alterados e como as pessoas passaram a aceitar moralmente o que antes era tido como imoral.

Alguns justificariam tais mudanças dizendo ser isto consequência da evolução humana, outros poderiam dizer que faz parte do amadurecimento da sociedade quebrar determinadas regras, enfim, sempre haveria uma desculpa para justificar tais alterações. Mas será que eu encontraria alguém que dissesse: isto é apenas uma nova maquiagem na velha máscara que cada um de nós carrega?

Poderia aqui selecionar centenas, milhares de fatos que aconteceram no mundo e que, com o tempo, sofreram alterações no padrão do conceito moral de alguma forma. Mas não precisaria fazer tal coisa, uma vez que basta identificar um, percebendo-se, assim, a mesmice da essência em todos os outros.

Você já ouviu falar de uma época em que a palavra de um homem valia mais do que qualquer documento assinado? Desonestidade era imoral. Mas como os tempos mudaram!Perceba o maldito jeitinho brasileiro e contemple as várias ações da nossa política nacional. Hoje não há tanta aversão à desonestidade; o conformismo naturalista se instaurou e a grande maioria das pessoas passaram a assistir a isto como algo normal e não como algo ofensivo, abusivo, ilegal, prejudicial… por fim, imoral!

O catolicismo que, antes, associou-se, corretamente moral, com o nazismo de Hitler, hoje faz discursos para que haja paz entre judeus e palestinos. As regras de conduta moral são estabelecidas através de Concílios, dogmas ou até mesmo um jornalzinho em que, moralmente, alteram a lista dos chamados pecados capitais. Mas e as questões como castidade e pobreza dos padres que contrasta com a riqueza bilionária da Igreja Romana; o homossexualismo e a pedofilia que acontecem atrás das sacristias, nas casas paroquiais ou em pequenas cidades na quais estes líderes religiosos são tidos como deuses?

E por falar em pedofilia, lembra da época em que era moralmente correto colocar crianças nos filmes medíocres das pornochanchadas brasileiros? Pouquíssimo tempo depois uma das atrizes pornô da época e que contracenou em cenas de sexo com um garotinho foi elevada, moralmente, pela sociedade da época como a Rainha dos Baixinhos e se transformou na apresentadora infantil de maior sucesso no país até hoje.

E o que dizer da sociedade atual que, moralmente, não admite que um adulto (ser humano maior que 18 anos) pratique sexo ou atos de atentado ao pudor com menores de idade (ser humano menor que 18 anos)? No entanto, as crianças de 11, 12, 13, 14 anos de idade agarram-se uma às outras com toda a veemência do início da puberdade e ainda são embaladas pelas músicas de funk, moralmente aprovada por seus pais e que só tratam de temas de conteúdo sexual no mais baixo nível.

O protestantismo aceitou a moralidade de transformar seus líderes religiosos em deuses, em milionários, em bilionários, em assumirem a posição de cabeça e não de cauda, utilizando-se de deturpações do Evangelho para se posicionarem como seres moralmente melhores que os demais mortais da Terra.

E bispos vão parar em prisões estrangeiras, deputados-pastores são denunciados por pistolagem, casas de milhões de dólares se erguem em tempo recorde a fim de abrigarem os desejos egocêntricos e tudoisso, e muito mais, é moralmente aceito por pessoas chamadas de ovelhas.

E a imoralidade do homossexualismo de épocas atrás deu lugar a uma moral em forma de passeata, de festa com arco-íris e de toda sorte de desejos que, moralmente falando, vão adentrando TVs, jornais, revistas, propagandas, seriados, filmes e todo tipo de meios de comunicação de massa. O imoral libertino é hoje o moralmente compreendido por uma sociedade que, de tempos em tempos, altera valores.

E poderia aqui dizer dos conceitos morais de certos pais dados a seus filhos quanto à drogas, cigarros, bebidas e tantas outras coisas, mas que são realizados moralmente por eles mesmos numa educação ditatorial do tipo faça o que falo, mas não o que faço…

E, assim, como diria Renato Russo, todos vão fingindo viver decentemente.

Enquanto as pessoas carregarem a moral como regra de conduta de vida, as sociedades permanecerão sendo hipócritas e as pessoas continuarão enganando a si próprias.

A conscientização sempre foi o melhor caminho. Valores que se estabelecem na vida e para a vida como lucidez de mente, onde sou sempre quem sou, independente do lugar onde estou. Onde não preciso esconder o que fui porque simplesmente já fui. Onde não é a moda ou algum programa idiota da TV que me passa informações sobre como devo vestir ou como me comportar.

A ignorância é vizinha da maldade, já dizia um provérbio árabe, e assim a coletivização da mente é mais fácil de ser controlada. A inércia mental produz zumbis culturais e seres hipócritas que se escondem atrás da máscara da moralidade, que de tempos em tempos, arrumam a maquiagem com o simples propósito de mostrarem a face asquerosa de perversidades, de egoísmos, de vaidades, de presunções, com uma aparência mais bela e com um poder de persuasão maior.

Sempre temos mais de uma opção para escolher, mas infelizmente a grande maioria escolhe a mais cômoda e não a mais conscientemente correta. Enquanto muitos adotarem a regra de não serem quem realmente são, a moral permanecerá sendo o caminho a ser seguido, o deus a ser adorado e, de quando em quando, um demônio imoral será canonizado em santo moral e muitos vão viver achando ser normal a normalidade moral da hipocrisia mental de cada um de nós.

By Riva Moutinho, no site WebArtigos.com.

O esforço individual

Posted in Inspiração with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 25/08/2011 by Joe

Você já pensou no valor do esforço individual?

Uma demonstração desse valor foi realizada numa noite escura, sem estrelas, durante um comício patriótico no Coliseu de Los Angeles. Havia cerca de cem mil pessoas reunidas no local, quando o presidente avisou que todas as luzes seriam apagadas. Disse que, embora ficassem na mais completa escuridão, não havia motivos para receios.

Quando as luzes se apagaram e as trevas tomaram conta do ambiente, ele riscou um fósforo e perguntou à multidão:

– “Quem estiver vendo esta pequenina luz queira exclamar ‘sim’!”

Um vozerio ensurdecedor partiu da assistência. Todos percebiam aquela minúscula chama. O silêncio se fez novamente e o homem falou:

– “Assim também fulgura um ato de bondade num mundo de maldade.”

E insistindo em suas idéias, lançou um desafio:

– “Vejamos agora o que acontece se cada um de nós acender um palito de fósforo.”

Num instante, quase cem mil minúsculas chamas banharam de luz a imensa arena, fruto da colaboração de cem mil indivíduos, cada um fazendo a parte que lhe tocava. Essa foi a maneira singela que o homem utilizou para despertar nos indivíduos o valor do esforço pessoal.

Geralmente, na busca de soluções para os problemas, imaginamos que somente grandes feitos poderão ter um resultado eficiente. Quando olhamos uma imensa montanha, por exemplo, concluímos que muito trabalho foi preciso para que ela tomasse as dimensões que possui, mas nos esquecemos de que ela é formada de pequenos grãos de areia.

Olhando o mundo sob esse ponto de vista, e fazendo a parte que nos cabe, em pouco tempo teríamos um mundo melhor. Mas se pensarmos que somos incapazes de mudar o mundo, o mundo permanecerá como está por muito tempo. Todos temos valores íntimos a explorar. Todos temos condições de contribuir com uma parcela para a melhoria do mundo em que vivemos.

Como pudemos perceber, um palito de fósforo aceso é capaz de derrotar as trevas. Pode ser uma pequena chama, mas a sua claridade é percebida à grande distância.

Jesus falou das possibilidades individuais de cada um com a recomendação:

– “Brilhe a Vossa Luz!”

Assim, quando a situação se apresentar nublada em derredor podemos acender a nossa pequena chama e romper com a escuridão. Não importa a situação em que estamos colocados, sempre poderemos fazer algo de bom em benefício de todos.

Cada indivíduo é uma engrenagem inteligente agindo no contexto da máquina social. E a máquina somente funcionará em harmonia e atingirá seus objetivos se todas as peças cumprirem a parte que lhes cabe.

By George Bernard Shaw.

Terráqueos (Earthlings)

Posted in Videos with tags , , , , , , , , , , , , , on 19/06/2011 by Joe

Terráqueos (Earthlings) é um premiado filme-documentário sobre o sofrimento dos animais e a absoluta dependência da humanidade em relação a eles para alimentação, vestuário, estimação, diversão e pesquisas científicas). Considerado o mais persuasivo documentário já produzido, Terráqueos também ilustra nosso completo desrespeito para com os assim chamados “provedores não-humanos”.

Este filme é narrado por Joaquin Phoenix (Gladiador) e possui trilha sonora composta pelo artista Moby. Com um profundo estudo dentro das pet-shops, criatórios de filhotes e abrigos de animais, bem como em fazendas industriais, no comércio de couro e peles, indústria de esporte e entretenimento e, finalmente, nas pesquisas médicas e científicas, Terráqueos usa câmeras escondidas e filmagens inéditas para narrar as práticas diárias de algumas das maiores indústrias do mundo, as quais dependem de animais para lucrar.

Inicialmente ignorado pelos distribuidores, hoje Terráqueos é considerado o mais completo documentário jamais produzido sobre sobre os direitos dos animais, pelas organizações ao redor do planeta!

“De todos os filmes que eu já fiz, este é aquele que as pessoas mais comentam”, disse Phoenix. “Cada pessoa que assiste, recomenda para mais três”.

Impactante, informativo e provocando reflexões, recomendo a todos que assistam, apesar das cenas cruéis.

From: www.earthlings.com

Cisne Negro

Posted in Filmes with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 20/02/2011 by Joe

Em Cisne Negro, o diretor Darren Aronofsky retorna com uma obra que aborda a fragilidade da mente humana e a perturbadora ambição que a move em busca de um sonho. “Cisne Negro”, que já acumula mais de 20 prêmios ao redor do mundo, além de concorrer em cinco categorias no Oscar 2011, é um misto de sonho e realidade que surpreende, assusta e seduz.

Desde o início é possível deduzir no que o filme se tornará no decorrer de sua trama: um pesadelo. Ambientado nos bastidores do prestigiado New York City Ballet, a trama gira em torno de Nina (Natalie Portman, aposta certa para o Oscar de Melhor Atriz), uma bailarina que se vê diante da chance de interpretar o papel principal em uma montagem de “O Lago dos Cisnes”, de Piotr Ilitch Tchaikovsky.

Insegura e sem amigos, Nina vive exclusivamente para a dança, sempre limitada à superproteção de sua mãe (a sumida Barbara Hershey, de “A Última Tentação De Cristo”). Pressionada por seu mentor e coreógrafo Thomas (Vincent Cassel, de “À Deriva”), Nina terá sua competência posta em xeque: sua fragilidade comprometeria a interpretação do papel que almeja, a Rainha dos Cisnes, visto que teria que interpretar simultaneamente o cisne branco (símbolo da pureza e ingenuidade) e o cisne negro (metáfora para a malícia, sensualidade e maldade).

O pesadelo da bailarina toma forma na figura de duas colegas de profissão: a veterana Beth (competente aparição de Winona Ryder), que foi forçada a abandonar a equipe por conta da idade, e a novata sedutora Lily (impressionante atuação de Mila Kunis, da série “That 70′s Show”). Enquanto Beth ilustra passado e futuro, Lily personifica o inimigo interno de Nina no presente.

Na busca pela perfeição e na tentativa de provar a Thomas que é capaz de expor seu lado mais selvagem, Nina é conduzida de tal forma pelo papel que interpreta que não consegue perceber os limites entre sonho e realidade, que começam a definir sua vida.

Natalie Portman, a alma do filme, brilha grandiosamente neste papel que lhe exigiu esforço intenso em conhecimento, aprimoração e domínio das técnicas de dança. Foram quase 12 meses de preparo para que a atriz conseguisse expor, de maneira plausível, o retrato de uma bailarina devorada pela ambição.

Aronofsky arquiteta uma trama de padrões narrativos complexos, cujo ritmo é determinado pela constante mudança entre sonho e realidade, que tornam o filme uma experiência sensorial inebriante.

É possível sentir na pele cada arranhão, cada sangramento, cada ferida a cicatrizar no corpo da personagem. À medida em que cresce a paranóia de Nina, cresce o interesse do espectador pelo desfecho da trama.

Seja pelo impacto do desfecho, seja pela pressão psicológica compartilhada com os personagens, o lado branco ou o lado negro do cisne interior que cada um carrega em si será convidado a se manifestar.

Enfim, um filme imperdível, que vai mexer com cada espectador de alguma forma. É a tal história do “ame-o ou deteste-o”. Só assistindo e mergulhando na trama para definir uma posição.

Fonte: Pipoca Moderna.

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