Arquivo para Japão

Ramen Burger

Posted in Receitas with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 11/10/2014 by Joe

Ramen Burger

Quando o chef Keizo Shimamoto resolveu inovar e preparou um hamburger substituindo o pão por macarrão instantâneo, não imaginou que sua criação iria fazer um grande sucesso em vários países.

O sanduíche, conhecido como Ramen Burger, ou simplesmente hamburger de Miojo, tem sido uma das grandes atrações da feira gastronômica Smorgasburg, em Nova Yorque. Foi lá que o chef Keizo lançou seu novo prato antes de vir a São Paulo para servir sua criação na Feirinha Gastronômica, que acontece aos domingos, no bairro de Pinheiros.

Miojo é sinônimo de alimento prático e rápido, muito popular e barato. O inventor do macarrão instantâneo – também conhecido como “lámen” – foi um japonês chamado Momofuku Ando, presidente da Nissin Products, empresa que fundou.

Quando da sua morte, em 2007, o jornal “The New York Times” publicou o editorial “Mr. Noodle”, em homenagem a Ando, reafirmando que o “lámen” foi uma das maiores invenções japonesas do pós-guerra. No Japão, ele recebeu o título de maior invenção do século 20, seguida pelo karaokê e pelo Walkman.

A ideia nasceu após ver longas filas de gente esperando para conseguir uma sopa de macarrão que era servida aos desafortunados depois da segunda guerra. Era preciso produzir alimentos de baixo custo e fácil acesso a toda a população.

A primeira versão do seu “lámen”, chamada Chicken Ramen, foi criada em 1958 e chegou a causar estranheza e receio entre vendedores e consumidores. Mas, com o tempo, o produto caiu no gosto popular e a fábrica passou rapidamente das 300 para 6.000 porções!

O “lámen” é um macarrão pré-cozido, preparado com pouco óleo. Sua preparação também é muito simples, bastando colocar o macarrão em água fervente e depois acrescentar o tempero que vem junto com a embalagem (ou incrementá-lo com temperos caseiros e até inventar novas formas de preparar).

A receita de hoje é exatamente o hamburger preparado com macarrão instantâneo, esse famoso sanduíche já consagrado em vários países!

Ramen Burger

Ingredientes

1 pacote de macarrão instantâneo (Miojo)
1 ovo
400 gr de carne moída
sal e pimenta do reino a gosto
óleo de gergelim para fritar os hamburgers
molho Teriyaki
cebolinha picada
folhas de rúcula

Modo de preparo

Prepare o macarrão de acordo com as instruções do pacote, sem utilizar o tempero pronto que vem na embalagem. Retire do fogo e deixe assim por uns dois minutos para absorver a água. Em seguida, escorra a água restante e deixe esfriar por uns dez minutos.

Assim que o macarrão estiver frio, quebre o ovo em cima, acrescente o tempero pronto que vem junto no pacote e misture cuidadosamente até que esteja tudo bem homogêneo.

Agora é hora de formarmos os “pães” com o macarrão. Para formá-los, utilize qualquer prato pequeno de fundo redondo forrado com filme plástico (você pode usar qualquer outro utensílio que dê a forma de um pão redondo). Divida em duas partes o macarrão e, depois de colocá-los em dois pratos, feche bem o filme plástico sobre ele.

Ramen Burger - peso sobre o lámenEm seguida, coloque uma lata com algum peso – ou pote de vidro mais pesado – sobre o macarrão para ajudar a comprimir e dar firmeza, e leve à geladeira por uns 30 minutos.

Na hora de preparar o lanche, tempere a carne moída com sal e pimenta e molde-a no formato de dois hamburgers (uns 200 gr cada um). Leve para grelhar em uma frigideira larga ligeiramente untada com óleo de gergelim. Quando virar a carne, pincele um pouco de molho teriyaki.

Paralelamente, dê uma grelhada no “pão” de lámen com um pouco de óleo numa outra frigideira, mantendo o formato do pão (aqui você pode usar um aro para chapas).

Na hora de montar, coloque o “pão” de “lámen” em um prato, as folhas de rúcula, a carne grelhada, uma boa dose de molho teriyaki, a cebolinha picada e termine com o segundo “pão” de “lámen”. Utilize um papel impermeável – ou saquinho para lanches – para degustá-lo, pois o molho escorre bastante!

Você pode alterar os temperos, a composição do seu hamburger, adicionando queijo, ovo frito, cebolas, etc, de acordo com seu gosto! O que vale é a alquimia que a gastronomia nos proporciona!

By Joemir Rosa.

Respeito ao mais experiente

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Respeito ao mais experiente

A expectativa de vida dos japoneses é uma das mais altas do mundo: 85 anos de idade para mulheres e 78 para homens. Além disto, o Japão é o país onde se concentra o maior número de centenários. São mais de 30 mil pessoas com idade igual ou superior a 100 anos e este número vem crescendo consideravelmente. Em 2003, estimava-se apenas 20 mil deles.

O segredo desta longevidade toda é a alimentação saudável, menos industrializada que a dos países ocidentais. Mas outro fator coopera e muito: a qualidade de vida que o Japão oferece aos seus cidadãos, incluindo respeito e tratamento diferenciado que os idosos recebem dos mais jovens.

O respeito aos mais velhos é parte da tradição milenar japonesa, vem de berço – as crianças aprendem com os pais a reverenciar e respeitar a opinião dos avós. E esta cultura segue para todos os segmentos da sociedade. Nas escolas, o respeito aos mestres é sagrado. Os professores são muito valorizados, tendo sua importância reconhecida como fundamental na formação da criança.

Nas indústrias, a hierarquia é soberana, seguindo a escala superior, o respeito ao líder mais experiente é uma norma rígida nas empresas, que todos seguem ao pé da letra. Alguns ocidentais consideram tais atitudes, submissas, porém elas fazem parte da cultura japonesa de ouvir o mais velho, a voz da experiência.

Após ver o país destruído pela guerra, o povo permaneceu firme, sem desespero, esperando a decisão do seu líder maior, o Imperador, que pediu calma e esforço para reconstruir o país, salientando que, a partir daquele momento, tomando as lições que a guerra trouxe, o Japão tornar-se-ia uma nação pacífica e prosperaria com o esforço de cada cidadão.

A população confiou no seu líder e suas palavras se concretizaram. Hoje, o país é uma grande potência econômica e, acima de tudo, pacífica. Aliás, o respeito e a veneração pela família imperial, são unânimes, desde a criança até o mais velho, do mais humilde cidadão até o Primeiro Ministro. Todos, sem distinção, reverenciam seu líder maior.

A cultura do respeito aos idosos é tão enraizada na sociedade japonesa que foi instituído uma data comemorativa. Na terceira segunda-feira do mês de setembro, é comemorado o Dia de Respeito ao Idoso.

A ideia surgiu em 1947, quando uma pequena aldeia, na província de Hyogo, resolveu oficializar a data como forma de respeito e valorização aos anciãos japoneses, que sempre contribuíram para o país com sua sabedoria e seu trabalho.

O Dia de Respeito ao Idoso é uma data criada exclusivamente no Japão, ao contrário do Dia das Mães, por exemplo, que foi “importada” dos países ocidentais. Neste dia, as famílias se reúnem e celebram junto aos seus entes mais velhos.

Desconheço a autoria.

O Mestre Samurai

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 25/08/2014 by Joe

O Velho Samurai

Há muito tempo, no Japão antigo, viveu um velho Samurai que morava em um pequeno vilarejo. Seu nome era Hatori Hanzo. Foi um grande general do imperador e lutou inúmeras batalhas e guerras.

Já velho, decidiu se aposentar, já que não havia mais guerras e seu país estava em paz. No vilarejo onde vivia, ele ensinava a arte de combate aos jovens e era respeitado e admirado por todos.

Certo dia, chegou ao vilarejo um samurai mais jovem, procurando por Hanzo, sabendo que ele era um lendário samurai. Assim que o encontrou, lançou um desafio:

– “Então você é o lendário Hatori Hanzo! Vejo que não passa de um velho, mas mesmo assim, venho aqui desafiá-lo”.

O velho samurai aceitou o desafio e, ao amanhecer do dia seguinte, foi ao centro do vilarejo onde estava seu desafiante que, arrogantemente, xingou, blasfemou, cuspiu e ofendeu Hanzo.

O velho apenas ficou imóvel, sem dizer qualquer coisa e sem se alterar com as ofensas que o seu desafiante atirava em sua direção…

Logo entardeceu e todos estavam espantados pois o lendário Hatori Hanzo não reagia.

– “Estaria ele com medo?!”, todos se perguntavam.

Depois de horas, frustrado, o jovem e arrogante samurai deu as costas ao velho Hanzo, e foi embora se vangloriando de uma vitória que não existia.

Um dos jovens alunos de Hanzo se aproximou e perguntou:

– “Mestre, o senhor poderia tê-lo vencido com apenas um golpe e ter calado aquele verme! Por que ficou calado, imóvel, sem revidar?”

Com um olhar paciente e um sorriso no rosto, Hatori Hanzo respondeu ao seu aluno:

– “Se alguém lhe oferecer um presente e você não aceitar, a quem pertence o presente?”

O aluno respondeu:

– “Ele pertencerá a quem me ofereceu”.

– “Exato” – respondeu Hanzo – “O mesmo acontece com alguém que te insulta, blasfema, xinga… se você não aceitar, tudo isso retorna a quem lhe ofereceu”.

“A honra não está em vencer seu oponente com apenas um golpe, mas sim em ensinar-lhe a disciplina e o respeito através de superioridade moral. A maior batalha é aquela que não acontece”.

Desconheço a autoria.

Pão de queijo

Posted in Receitas with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 14/06/2014 by Joe

Pão de queijo

Muitas são as histórias sobre a possível origem do pão de queijo. Uma delas conta que seu início teria sido no interior de Minas Gerais, por volta do século XVIII. Outros contam que a receita já era preparada há mais tempo com a goma da mandioca no lugar do polvilho doce.

O que acontecia era que na época dos escravos, nas fazendas de Minas Gerais, era costume servirem café e pão para os senhores. Porém, a qualidade da farinha que chegava às fazendas naquela época era de péssima qualidade e as cozinheiras começaram a substituí-la pelo polvilho.

Como havia fartura de queijo nesse período – acabava até endurecendo e jogado fora – as cozinheiras começaram a ralar e utilizar na receita dos pães feitos com polvilho. Nasciam, então, os primeiros pães de queijo mineiros, conhecidos até os dias de hoje.

Todos os ingredientes utilizados para preparar a receita eram produzidos nas fazendas de Minas Gerais e os pães de queijo eram assados em fogão a lenha, servidos sempre quentinhos, já que, quando frio, eles endureciam como o queijo.

Com o tempo, essa delícia passou a fazer parte da rotina dos mineiros e criou-se o hábito de comê-lo sempre após as refeições, além de saboreá-lo com café. Daí para frente, a receita se espalhou para Goiás, depois por todo o país e, finalmente, ganharam o mundo.

Atualmente o pão de queijo é exportado para outros países como Estados Unidos, Portugal, Itália e Japão onde são muito apreciados.

A receita deste sábado é a mais tradicional possível, sendo que existem pequenas variações, dependendo da região ou de quem prepare!

Pão de queijo

Ingredientes

500 g de polvilho doce
5 ovos grandes
50 g de queijo parmesão ralado
50 g de queijo minas ralado
1 copo de leite
1 copo de água
3/4 copo de óleo
1 colher (sopa) rasa de sal

Modo de preparo

Coloque o leite, o sal, a água e o óleo para ferver. Quando levantar fervura, despeje lentamente sobre o polvilho, previamente colocado em um recipiente. Misture muito bem e deixe esfriar.

Quando a massa estiver fria, vá adicionando os ovos, um a um. Vá sovando bem a cada adição. A massa irá grudar nas mãos mesmo. Junte o queijo ralado e misture bem.

Faça bolinhas com as mãos untadas com óleo e vá colocando sobre uma assadeira forrada com papel manteiga. Deixe as bolinhas bem separadas uma das outras porque crescem bastante.

Leve ao forno quente pré-aquecido até corarem levemente. As bolinhas podem ser congeladas cruas e assadas congeladas mesmo!

Sugestão: em vez do queijo parmesão, use queijo Canastra ou Araxá.

By Joemir Rosa.

Passeio socrático

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Imbecilização

Ao viajar pelo Oriente mantive contatos com monges do Tibete, da Mongólia, do Japão e da China. Eram homens serenos, comedidos, recolhidos em paz em seus mantos cor de açafrão.

Um dia destes, eu observava o movimento no aeroporto: a sala de espera cheia de executivos com telefones celulares, preocupados, ansiosos, geralmente comendo mais do que deviam. Com certeza, já haviam tomado café da manhã em casa, mas como a companhia aérea oferecia um outro café, todos comiam vorazmente. Aquilo me fez refletir:

– “Qual dos dois modelos produz felicidade?”

Num outro dia, encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei:

– “Não foi à aula?”

E ela respondeu:

– “Não… só tenho aulas à tarde”.

Comemorei:

– “Que bom! Então, de manhã você pode brincar ou dormir até mais tarde!”

– “Não”, retrucou ela, “tenho tanta coisa de manhã…”

– “Que tanta coisa?”, perguntei.

– “Aulas de inglês, de balé, de pintura, natação…”, e começou a elencar seu programa de garota robotizada. Fiquei pensando:

– “Que pena… a Daniela não disse ‘tenho aula de meditação’!”

Estamos construindo super-homens e super-mulheres, totalmente equipados, mas emocionalmente infantilizados. Por isso as empresas consideram agora que, mais importante que o QI, é a IE, a Inteligência Emocional. Não adianta ser um super-executivo se não consegue se relacionar com as pessoas. Ora, como seria importante os currículos escolares incluírem aulas de meditação!

Uma progressista cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias! Não tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a desproporção em relação à malhação do espírito. Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos:

– “Como estava o defunto?”.

– “Olha, uma maravilha, não tinha uma celulite!”

Mas como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa?

Outrora falava-se em realidade: análise da realidade, inserir-se na realidade, conhecer a realidade. Hoje a palavra é virtualidade. Tudo é virtual. Pode-se fazer sexo virtual pela internet: não se pega AIDS , não há envolvimento emocional, controla-se no mouse.

Trancado em seu quarto, em Brasília, um homem pode ter uma amiga íntima em Tóquio, sem nenhuma preocupação de conhecer o seu vizinho de prédio ou de quadra! Tudo é virtual, entramos na virtualidade de todos os valores, não há compromisso com o real! É muito grave esse processo de abstração da linguagem, de sentimentos: somos místicos virtuais, religiosos virtuais, cidadãos virtuais. Enquanto isso, a realidade vai por outro lado, pois somos também eticamente virtuais.

A cultura começa onde a natureza termina. Cultura é o refinamento do espírito. Televisão, no Brasil – com raras e honrosas exceções – é um problema: a cada semana que passa, temos a sensação de que ficamos um pouco menos cultos.

A palavra hoje é ‘entretenimento’! Domingo, então, é o dia nacional da imbecilização coletiva. Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá e se apresenta no palco, imbecil quem perde a tarde diante da tela. Como a publicidade não consegue vender felicidade, passa a ilusão de que felicidade é o resultado da soma de prazeres:

– “Se tomar este refrigerante, vestir este tênis, usar esta camisa, comprar este carro, você chega lá!”

O problema é que, em geral, não se chega! Quem cede, desenvolve de tal maneira o desejo, que acaba precisando de um analista. Ou de remédios. Quem resiste, aumenta a neurose.

Os psicanalistas tentam descobrir o que fazer com o desejo dos seus pacientes. Colocá-los onde? Eu, que não sou da área, posso me dar o direito de apresentar uma sugestão. Acho que só há uma saída: virar o desejo para dentro. Porque para fora ele não tem aonde ir! O grande desafio é virar o desejo para dentro, gostar de si mesmo, começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento globalizante, neoliberal, consumista. Assim, pode-se viver melhor. Aliás, para uma boa saúde mental três requisitos são indispensáveis: amizades, autoestima e ausência de estresse.

Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno. Se alguém vai à Europa e visita uma pequena cidade onde há uma catedral, deve procurar saber a história daquela cidade – a catedral é o sinal de que ela tem história. Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, constrói-se um shopping center.

É curioso: a maioria dos shopping centers têm linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de missa de domingos. E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas…

Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode comprar à vista sente-se no reino dos céus. Se deve passar cheque pré-datado, pagar a crédito, entrar no cheque especial, sente-se no purgatório. Mas, se não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno!

Felizmente terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo hambúrguer do McDonald’s…

Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas:

– “Estou apenas fazendo um passeio socrático.”

Diante de seus olhares espantados, explico:

– “Sócrates, filósofo grego, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia:

– “Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz.”

By Frei Betto.

Sayaka Shoji

Posted in Videos with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 27/10/2013 by Joe

Sayaka Shoji

Nascida em Janeiro de 1983, Sayaka Shoji vem de uma família de artistas – sua mãe é pintora e a avó é poeta – e passou a infância em Siena, Itália. Estudou música e se formou em 2004 e a partir daí foi morar na Europa.

Ela é a primeira japonesa e a mais jovem ganhadora do Paganini Competition em Gênova, em 1999.

Zubin Mehta foi sempre um dos maiores torcedores pela carreira de Sayaka. Quando ela participou das audições em que ele era o condutor, Zubin imediatamente alterou sua agenda para que ela gravasse com a Orquestra Filarmônica de Israel logo no mês seguinte e depois convidou-a para se apresentar com a Bavarian State Opera e a Orquestra Filarmônica de Los Angeles.

Desde então, ela se apresentou com as maiores orquestra do mundo, conduzida por grandes maestros como Vladimir Ashkenazy, Semyon Bychkov, Sir Colin Davis, Charles Dutoit, Mariss Jansons, Lorin Maazel, Zubin Mehta, Sir Roger Norrington e Antonio Pappano, Yuri Temirkanov.

Durante a temporada 2010-2011, Sayaka Shoji apresentou-se em turnês pela Europa e Japão, com recitais focados em Beethoven. Posteriormente, apresentou-se com a Sinfônica de Sidney, uma volta ao Japão com a Filarmônica da Tchecoslováquia e a Sinfônica Metropolitana de Tokyo.

Sayaka Shoji grava para a Deutsche Grammophon e se apresenta com um violino Recamier Stradivarius de 1729.

No video abaixo, com quase 2.500.000 de visualizações, Sayaka apresenta Concerto em Ré Maior Op. 35 para violino, de Tchaikovsky, numa performance sensacional!

By Joemir Rosa.

Gamarjobat – uma comédia muda!

Posted in Diversão, Videos with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 13/10/2013 by Joe

Gamarjobat

Em primeiro lugar, uma definição bem conhecida: “mime” é a nossa famosa mímica, onde atores utilizam o corpo e gestos para nos passar uma mensagem ou contar uma história, sem quase nenhuma palavra falada!

Esta dupla, Ketch e Hiro-Pon, conhecida como “Gamarjobat”, chegou ao Reino Unido há mais ou menos dez anos, totalmente desconhecida dentro e fora do Japão. Depois de meia dúzia de shows em Edimburgo, o duo se tornou líder mundial da comédia muda! Ketch (Keisuke Uchida), 42 anos, nasceu em Shizuoka, perto do Monte Fuji e Hiro-Pon (Hiroshi Yoshimi), 46 anos, nasceu em um subúrbio perto de Tóquio.

Seus shows são apreciados por pessoas dos 3 aos 93 anos, como eles mesmos costumam dizer, tanto em shows mais intimistas quanto apresentações nas ruas e palcos de clubes especializados em comédia.

Além de uma turnê mundial, o Gamarjobat se apresentou na Broadway e, sem sequência, teve um retorno triunfante ao Japão, onde fizeram um grande sucesso com shows ao vivo e apresentações regulares.

Melhor do que tentar explicar, é assistir ao video abaixo e se divertir!

No YouTube podemos encontrar mais vídeos desta dupla divertidíssima!

By Joemir Rosa.

Tempurá

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , on 17/08/2013 by Joe

Tempurá

O tempurá é uma das receitas mais atraentes da culinária japonesa. Sua massa leve e crocante encanta os mais delicados paladares.

Muitos povos passaram pelo Japão deixando suas marcas na cozinha local. Durante o século XVI, os jesuítas e os comerciantes portugueses montaram uma colônia em Nagasaki. Como todo bom estrangeiro, eles preparavam pratos de sua terra natal.

Durante o “Quatuor Tempora” (Quatro Tempos), celebração católica onde as pessoas deviam comer pouco e abster-se de ingerir carne vermelha, os jesuítas preparavam camarões fritos em uma massa com farinha e ovos. Incomodados com a tentativa de serem catequizados pelos portugueses, os japoneses expulsaram-nos do Japão, ficando apenas com sua herança gastronômica.

O “tempora” virou tempurá e com o passar do tempo os japoneses foram refinando essa técnica, usando um óleo mais leve e acrescentando vegetais, até chegar ao prato que conhecemos hoje em dia.

O tempurá se popularizou na cidade de Tokyo, onde era vendido em barracas assim como o sushi, e os ambulantes passaram a preparar empanados de peixe fresco. Em pouco tempo, o tempurá conquistou todo o arquipélago e hoje existem até casas especializadas no prato (os tempura-ya), chegando a diversos países como um dos pratos mais apreciados da culinária japonesa.

Espero que curtam este prato, assim como eu, que sou fanático por esta e outras iguarias da gastronomia japonesa!

Tempurá

Massa

1 ovo inteiro gelado
200 g de farinha peneirada e gelada
400 ml de água gelada

Ingredientes

12 camarões médios
4 shitakes inteiros (sem o talo)
2 pimentões pequenos
2 cenouras
1 batata-doce em rodelas (mergulhe em água para retirar o amido)
6 unidades de ervilha-torta
4 folhas de sálvia

Tentsuyu (molho para tempurá)

2 xícaras de caldo de peixe
1/2 xícara de shoyu
1/2 xícara de sopa de Mirin (saquê doce)
nabo ralado a gosto
gengibre ralado a gosto

Preparo dos ingredientes

Todos os vegetais devem ser cortados em tiras com espessura e tamanho não muito grandes, para facilitar a fritura. Pique finamente as folhas de sálvia (pode usar cheiro-verde, se preferir). Depois de cortados, misture-os bem.

O camarão deve ser descascado. Deixe o rabo, mas retire a cabeça e o intestino dorsal (retire com um palito, picando no dorso). Faça 3 cortes transversais na barriga do camarão (isso impede que ele se curve).

O camarão e os legumes devem estar bem secos para que a massa os envolva completamente. Uma pitada de sal pode ser colocada. Qualquer peixe de carne branca e firme pode ser utilizado em vez de camarões (ele deve ser limpo e sem espinhas). Tanto o peixe como o camarão devem ser finamente empanados com farinha, antes de serem mergulhados na massa. Na hora de preparar para fritar, misture bem os legumes e os camarões.

Preparo da massa

Misture o ovo com a água gelada numa vasilha gelada sobre banho-maria frio (água com gelo). Peneire por cima dessa mistura a farinha de uma vez só.

Misture levemente com 2 palitinhos longos ou 2 espetos (não use fouet, nem colher de pau), deixando a mistura bem empelotada, com farinha nas superfícies e nas bordas. A massa só deve ser preparada segundos antes de fritar. Antes disso, deixe preparados todos os ingredientes. Esta massa, caso sobre, não pode ser guardada.

Preparo do molho

Tradicionalmente utiliza-se o molho (tentsuyu) para acompanhar o tempurá, mas também fica ótimo passando-se o tempurá, depois de frito, no sal e pimenta.

Para o molho, coloque todos os ingredientes em uma panela e leve ao fogo até começar a ferver. Pronto. Na hora de servir, acrescente o nabo cru ralado fino e gengibre fresco ralado a gosto.

Modo de preparo final

Aqueça o óleo a 180 ºC (para saber se está na temperatura exata, jogue um pouquinho de massa, se ela subir à superfície rapidamente, o óleo está no ponto) e comece a fritar os tempurás. Passe a mistura de legumes e camarões na farinha, retirando bem o excesso, e depois passe na massa – isso permite que a massa fixe bem.

Retire o excesso da massa e, com o auxílio de uma escumadeira, coloque no óleo. Não frite muitos por vez para não diminuir a temperatura do óleo. Quando estiverem ligeiramente dourados, retire e coloque em uma grade (o escorredor de macarrão pode funcionar como grade) para que fiquem sequinhos. Não utilize papel-toalha pois pode deixar os tempurás encharcados.

Sirva com o molho à parte e tigelinhas com sal e pimenta. Cada um tempera a gosto o seu tempurá (suco de limão também combina bem com frutos do mar).

By Joemir Rosa.

Yakisoba Express

Posted in Receitas with tags , , , , , , , on 30/06/2012 by Joe

Yakisoba é um prato de origem chinesa, muito popular também na culinária japonesa, que significa literalmente “macarrão sobá frito”.

O prato, conhecido internacionalmente, é composto por legumes e verduras que podem ou não ser fritos juntamente com o macarrão e aos quais se agrega algum tipo de carne.

Comumente, o yakisoba japonês é feito com macarrão do tipo lámen e consumido em diversos lugares, desde restaurantes, passando por fast-foods e feiras populares, no Japão ou fora dele. É prato indispensável nas festas tradicionais japonesas.

No Brasil o prato caiu no gosto popular, talvez pela concentração de ingredientes muito fáceis de encontrar e pela rapidez no preparo. Em questão de minutos um prato completo (massa com carne e legumes) está pronto.

A receita de hoje é uma versão que pode ser preparada muito rapidamente (express), além de ser deliciosa!

O pacote de mix de legumes é facilmente encontrado em supermercados e feiras-livres. Porém, caso deseje, pode usar os legumes comprados separadamente, na medida de uma xícara (chá) de cada ingrediente (cenouras, couve-flor, brócolis, acelga, vagem, repolho) picados. Outros tipos de carnes podem ser usados também: carne de porco, camarões.

Yakisoba Express

Ingredientes

500 gr de espaguete para yakisoba
1 pacote grande de mix de legumes (cenoura, couve-flor, brócolis, acelga, vagem)
200 gr de carne vermelha
200 gr de frango (peito)
1 cebola picada
2 dentes de alho picadinhos
3 colheres de azeite
1/3 xícara (chá) de molho de soja
1 colher (chá) de amido de milho dissolvido em água
água e sal para a fervura dos legumes e verduras

Modo de preparo

Em uma panela com água e sal, de uma boa fervida no mix de legumes e verduras e escorra. Reserve. Enquanto isso coloque o espaguete para cozinhar em água fervente até que fique al dente (não deixe amolecer demais).

Em uma frigideira bem larga (de preferência em um wok), doure a cebola e o alho no azeite. Em seguida frite a carne vermelha e de frango. Coloque o shoyu e misture os legumes cozidos até que estejam bem úmidos pelo shoyu (se ficar seco, coloque mais um pouco de shoyu). Junte uma colher de amido de milho dissolvido em um pouco de água e misture tudo até engrossar um pouco.

Adicione o espaguete e misture bem. Se preferir, salpique cebolinha picada. Sirva em seguida.

By Joemir Rosa.

Japão canta Beethoven

Posted in Videos with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 24/06/2012 by Joe

Dezembro no Japão também é uma época festiva, cheia de trocas de presentes, orações para o novo ano, ramos de bambu e pinho em frente das casas, festas nos escritórios e a Nona de Beethoven.

Nona de Beethoven?

Ninguém sabe ao certo como isso começou, mas na verdade o Coral da Sinfonia de Ludwig van Beethoven é o destaque da temporada, de tempo seco e dias irritantemente curtos. A sinfonia é realizada centenas de vezes nesse mês, por grupos profissionais e amadores de todo o país.

Algumas orquestras executam-na sem parar, uma atrás da outra. Na última temporada, a NHK Symphony Orchestra executou o que os japoneses chamam de Daiku, ou Big Nine, cinco vezes nesse mês; a Tokyo Symphony Orchestra 13 vezes e a Japan Philharmonic Symphony Orchestra 11 vezes.

“Para o japonês, ouvir a Nona Sinfonia de Beethoven no final do ano é uma experiência quase religiosa”, conta Naoyuki Miura, diretor artístico da “Música do Japão”, que patrocina shows no exterior. “As pessoas sentem que não concluíram o ano espiritualmente até ouví-la.”

Da mesma forma que o Ocidente canta “Messiah”, de Handel, na época do Natal, a Nona de Beethoven também chama o público para cantar junto, em performances em que o público participa nos coros de “Ode à Alegria”, de Schiller, cantando palavras em alemão, que mal compreende.

Os concertos são como versões mais elaboradas de bares de karaokê japonês, botecos noturnos favoritos dos japoneses que gostam de beber e cantar canções populares como “My Way”, usando microfones para um fundo musical gravado. Mas nada supera a Nona de Beethoven, um karaoke transcendental!

“Quando a música termina, as luzes da sala ficam borradas pelas lágrimas”, disse Izumi Yoshida, uma dona de casa de 40 anos descrevendo uma recente performance.

Assistam o video abaixo e curtam a emoção de 10.000 pessoas cantando junto a Nona Sinfonia de Beethoven, em uma performance gravada em Osaka em Dezembro de 2011, especialmente dedicada às vítimas do desastre ecológico ocorrido em Março daquele ano!

By Joemir Rosa.

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