Arquivo para Holanda

Carmen Monarcha

Posted in Música with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 08/12/2013 by Joe

Carmen Monarcha

Ela é simples no dia a dia, mas, ao mesmo tempo, é sofisticada com a máxima suavidade. Afinal, ela tem o DNA de diva e, porque não assumir, ela é uma delas. Também pudera: filha de Marina Monarcha, uma lenda viva do canto lírico brasileiro e uma das vozes mais respeitadas de sua época. Carmen Monarcha não poderia ser diferente e – obrigado Deus! – ela resolveu ser cantora.

Se você não a conhece pessoalmente, saiba que é ela doce como açúcar, firme como uma rocha e determinada como uma heroína de Puccini. Paraense, cresceu acompanhando a mãe nos teatros mais importantes do Brasil, até se dar conta que era apaixonada por tudo aquilo. Ainda criança quis entender a ciência dos instrumentos e estudou violino, piano, cello e até flertou com o ballet clássico. Mas foi nas aulas de canto com Marina Monarcha que enxergou o motivo pelo qual está nesse mundo e entendeu, com todas as linhas melódicas, o que realmente queria fazer.

Cresceu, teve uma passagem meteórica por São Paulo ao cursar canto na Faculdade de Artes Alcântara Machado, mas logo foi descoberta pela Profa. Mya Besselink e alçou voo para a Holanda, onde está radicada há doze anos. Em terra estrangeira, formou-se em 2002 em “Solo Singing Performance”, no Conservatorium van Hogeschool Maastricht, por meio de bolsa concedida pela Fundação Vitae. Aperfeiçoou sua voz de puro lírico soprano e tem uma carreira consolidada internacionalmente (e você vai saber por quê ao ouví-la), além de ganhar cada vez mais espaço no cenário nacional. Como já estava naquele “miolo cultural europeu”, fez master-classes com Barbara Schlik, Elly Emmeling e com o maestro Ludo Clasen, com quem se apresentou em concerto transmitido pela Radio Nederland.

Na Alemanha, estudou com a Profa. Monika Hausvater. Ganhou prêmios importantes como o “Concurso Nacional de Canto Irmãos Nobre” (1999), “Concurso Jovens Solistas da Orquestra da Petrobras” (2000) e “Concurso Internacional de Canto Bidu Sayão” (2001). Em 1999, ganhou o papel de “Contessa di Boissy”, na produção da ópera “Lo Schiavo”, de Carlos Gomes. A partir daí, virou habituée das temporadas líricas e dos festivais de ópera brasileiros. Teatro Municipal de São Paulo; Theatro da Paz (Belém do Pará); Belas Artes (Belo Horizonte), Amazonas (Manaus) e Sala São Paulo foram alguns dos palcos nos quais interpretou personagens marcantes.

Para ficar nas mais famosas, fez “Nanetta”, em Falstaff, de Verdi, sob direção de José Possi Neto; “Melisande”, em Pelleas et Melisande de Debussy; “Juliette”, em Romeo et Juliette de Gounod, no Teatro Bellas Artes de Bogotá/Colômbia e no Festival Amazonas de Ópera em Manaus, assim como “L’iberdade”, em Ça Ira, de Roger Waters e “Rosalinde”, em O Morcego, de Johann Strauss.

Há 10 anos, paralelamente à carreira de concertista, é solista convidada de “André Rieu & Johann Strauss Orchestra”, fazendo turnês por toda a Europa, América do Norte e América Latina, México, Japão, Coréia, Austrália, Nova Zelândia e África do Sul. Em 2013 foi “Adina”, em O Elixir do Amor de Donizetti, no Festival de Ópera do Theatro da Paz e fez parte das homenagens ao centenário de Vinicius de Moraes, apresentando-se na Sala São Paulo, em um concerto com cinco canções inéditas com textos do poeta, compostas especialmente para sua interpretação, pelo renomado compositor João Guilherme Ripper.

Acha que acaba por aí? Atualmente, está à frente de sua empresa, a Monarcha Produções, produzindo o show Essas Mulheres, com direção musical de Miguel Briamonte. No repertório, torna mais acessível ao público seu repertório lírico, assim como visita e homenageia grandes clássicos da cultura nacional e internacional exaltando referências como Judy Garland, Chaplin, Barbra Streisand, Elis Regina, Elizete Cardoso, Villa-Lobos, Puccini e Gershwin. Seguindo os passos de sua mãe, começa a viajar o Brasil com Workshops, onde pode dividir com outros cantores a experiência adquirida em anos de palco.

Assista aos videos abaixo e veja tudo isso traduzido numa das mais lindas vozes deste planeta!

By Simões Neto, jornalista.

Dunga X Maradona

Posted in Relacionamentos with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 08/07/2010 by Joe

Para todos os que estavam torcendo pelo hexa, a frustração não vem apenas pelo fato da seleção ter perdido para a Holanda, mas principalmente porque tínhamos plenas condições de vencer.

O desequilíbrio emocional do time do Brasil ficou evidente na reação individual de alguns jogadores, e na incapacidade de reação de toda a equipe.

Uma das perguntas que não quer calar é:

“Por que a seleção brasileira demonstrou tamanho desequilíbrio emocional?”.

Bem, existem várias respostas para esta pergunta, e algumas delas nunca iremos descobrir. Por isso permita-me ater àquela que ficou evidente para todos nós: a grande diferença entre poder e autoridade. De um lado o poder, representado pelo zangado Dunga, e de outro a autoridade, exemplificada por nosso “hermanito” Diego Maradona, um dos grandes personagens desta copa.

Imagine dois meninos participando de um campeonato de futebol na escola. Do lado de fora o pai de um deles dá bronca, xinga, grita, briga e não aceita qualquer erro do filho. No intervalo, descontrolado, aponta tudo o que o filho fez de errado e exige que ele melhore o seu desempenho, porque se não o fizer, a bronca vai ser ainda maior. Já o pai do outro menino, apesar de alguns erros do filho, o incentiva o tempo todo, sinaliza que acredita nele, grita palavras de apoio e, no intervalo, enfatiza o que ele está fazendo bem, ajuda-o a enxergar o que pode melhorar, reitera o quanto acredita em seu potencial e que, independente do resultado, ele sempre terá o seu apoio.

O primeiro pai adota a postura “Dunga” de liderança, onde manda quem pode e obedece quem tem juízo, enquanto o segundo pai prefere o estilo “Maradona”, permitindo que as pessoas façam o que precisa ser feito por que assim o desejam. Esta é a diferença entre poder e autoridade.

Segundo Max Weber, autoridade é a habilidade de levar as pessoas a fazerem sua vontade de bom grado por causa de sua influência pessoal; e poder é a capacidade de obrigar ou coagir as pessoas a fazerem sua vontade, por causa de sua posição ou força, mesmo que elas preferissem não fazê-lo.

O poder pode ser comprado, vendido, negociado, subornado, dado e retirado. Preferências pessoais, amizades, laços familiares e interesses escusos podem colocar uma pessoa em posição de poder, mas não podem dar-lhe autoridade. Poder é o que você faz, autoridade é o que você é. Voltando ao exemplo dos meninos, qual dos dois meninos você preferiria ser? Qual dos pais você preferiria ter ao seu lado num jogo de futebol? Certamente, o segundo.

Não importa o tipo de sua organização: indústria, comércio, serviços, família, igreja, clube, ONG, condomínio ou esportes, ela opera no ramo dos relacionamentos; elas só existem e acontecem por causa das pessoas, e aí é que mora o perigo do abuso de poder; com o tempo, ele compromete o principal negócio das organizações: os relacionamentos.

É por isso que modelos “Henry Ford” de liderança não têm mais espaço nos dias de hoje. Pensamentos como: “Pode ser de qualquer cor, desde que seja preto” ou “Por que ouvir as pessoas e suas ideias se eu apenas preciso delas do pescoço para baixo?” já não fazem tanto sucesso em nossos dias. Esta cultura teve sua aplicação ao longo da História, mas o seu tempo já passou. É por isso que o modelo “Dunga” de liderança não funciona, e não funcionou.

Você pode estar pensando: “Mas a Argentina também perdeu, portanto, o modelo de Maradona tampouco funciona”. A verdade é que as derrotas também fazem parte do caminho do aprendizado. A derrota não invalida uma boa liderança. Se você notou, quando terminou o jogo do Brasil com a Holanda, Dunga abaixou a cabeça e foi direto para o vestiário sem conversar com seus jogadores, enquanto Maradona, após ser atropelado pela Alemanha, ao final da partida caminhou em direção a cada jogador, agradecendo, beijando e consolando um a um.

A autoridade é legitimada pela equipe, estabelecendo a conexão entre líder e liderados, já o poder distancia o líder de sua equipe. A autoridade reforça a confiança, enquanto o poder aumenta o controle. A autoridade permite que as pessoas arrisquem mais porque sabem que um possível erro será usado como aprendizado; já o poder inibe a criatividade porque as pessoas sabem que serão punidas por seus erros. A autoridade traz maior  confiança, controle e estabilidade emocional à equipe, enquanto o poder desestabiliza e fragiliza as pessoas, e foi justamente isso que aconteceu com nossa seleção.

O verdadeiro líder conhece a si mesmo e está tão seguro de sua identidade que nada, nem ninguém, podem impedí-lo de identificar e atender as legítimas necessidades de seus liderados, conquistando, assim, a autoridade necessária para aumentar a confiança e diminuir o controle sobre as pessoas. Portanto, como líder, priorize a autoridade.

By Marco Fabossi, conferencista, escritor, consultor, coach executivo e coach de equipe, com foco em liderança.
Site: www.marcofabossi.com.br.

%d blogueiros gostam disto: