Arquivo para Galo

Reaja!

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 03/06/2013 by Joe

A gente se acostuma...

Eu sei que a gente se acostuma, mas não devia…

A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor.

E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E à medida que se acostuma, esquece o sol, o ar, e esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar café correndo porque está atrasado. A comer sanduíche porque não dá tempo para almoçar.

A sair do trabalho porque já é noite. A deitar cedo e dormir sem ter vivido a vida.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre as guerras. E aceitando as guerras, aceita os mortos e que haja número para os mortos. E, aceitando os números, não acredita nas negociações de paz.

E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ter, todo dia, o dia-a-dia da guerra, dos números de longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: “hoje não posso ir!”. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisa tanto ser visto…

A gente se acostuma a pagar por tudo o que se deseja e que se necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E saber que cada vez pagará mais.

E a procurar mais trabalho para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma à poluição. À sala fechada de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios…

A gente se acostuma a não ouvir passarinhos, a não ter galo na madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.

A gente se acostuma a coisas demais para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor daqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá.

Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo, conformado. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no final de semana. E, se no fim da semana não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e fica satisfeito, porque, afinal, está sempre com o sono atrasado.

A gente se acostuma a não ter que se ralar na aspereza, para preservar a pele. A gente se acostuma a evitar feridas, sangramentos, para se esquivar da faca e da baioneta, para poupar o peito.

A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que gasta de tanto se acostumar, se perde em si mesma!!

Não acha que está na hora de reagir?

Marina Colassanti.

Coq au vin

Posted in Receitas with tags , , , , , , , , , on 11/12/2010 by Joe

Contam que este prato teria surgido nas imediações da cidade de Clermont-Ferrand (Puy-de-Dôme) onde, durante uma batalha entre o exército romano de Júlio César e o exército celta liderado pelo comandante Vercingertórix.

Nessa batalha o herói francês foi acuado e, para simbolizar a rendição, Vercingertórix enviou um velho galo ao inimigo, com uma mensagem amarrada ao pescoço, onde se lia “Bon appetit! “. César prontamente convidou os chefes das tribos gaulesas para jantar e, nessa oportunidade, mandou servir o velho galo, cozido de forma perfeita em vinho produzido em Auvergne e ervas raras. E mais: ele ainda teria prometido que, se os gauleses se rendessem, ele não só lhes daria a receita daquele prato, como também asseguraria que os seus descendentes viveriam bem e comeriam ainda melhor para todo o sempre!

Bom … esta versão da história desse prato é recheada de controvérsias. Não se sabe  se é verídica ou não.

O que realmente importa é o sabor e o requinte desta receita! Tenho certeza que todos irão saborear com muito prazer!

Coq au vin

Ingredientes

50 ml de azeite
coxas e sobrecoxas de frango marinados
1 colher (sopa) de manteiga
1 colher (sopa) de farinha de trigo
150 g de cebolinhas pequenas
150 g de champignon (paris) em conserva
Sal e pimenta-do-reino a gosto

Para a marinada

1 cebola picada
2 cenouras picadas
1 bouquet de ervas feito com tomilho, louro e 3 dentes de alho
1 garrafa de vinho tinto de boa qualidade
Sal e pimenta-do-reino a gosto
1 kg coxas e sobrecoxas de frango

Modo de preparo

Prepare a marinada colocando num saco plástico de cozinha a cebola e as  cenouras picadas, o bouquet de ervas com tomilho, louro e os dentes de alho, o vinho tinto, sal e pimenta-do-reino a gosto. Acrescente as coxas e sobrecoxas de frango nesta marinada, feche o saco plástico e deixe apurar por 24 horas na geladeira.

Retire as coxas e sobrecoxas de frango do saco plástico. Coe e reserve o caldo da marinada. Numa panela, aqueça 50 ml de azeite e doure as coxas e sobrecoxas de frango. Junte, nesta panela, o caldo reservado da marinada e cozinhe, em fogo médio, por cerca de 40 minutos ou até as coxas e sobrecoxas de frango ficarem macias.

Numa frigideira, em fogo baixo, derreta uma colher (sopa) de manteiga e incorpore uma colher (sopa) de farinha de trigo. Mexa bem e acrescente ao cozimento das coxas e sobrecoxas do frango. Junte as cebolinhas pequenas e o champignon em conserva. Acerte o sal e pimenta-do-reino a gosto.

Sugestão de acompanhamento: fettuccine na manteiga e fatias de bacon fritas. Ou, se preferir, arroz branco e salada verde.

Bon appetit!

By Joe.

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