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Sopa gratinada de cebolas

Posted in Receitas with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 26/04/2014 by Joe

Sopa gratinada de cebolas

Em Paris, depois de alguma sessão cultural, tal como uma boa representação teatral, as pessoas tinham por hábito cear com uma sopa gratinada de cebolas. A mais famosa delas era servida no mercado de Paris, o “Les Halles”. Os franceses costumavam tomar sua “soupe à l’oignon” acompanhada apenas de pão ou torradas e vinho tinto.

No Brasil, ficou famosa a sopa de cebolas do Ceasa, criada para alimentar os pedreiros e construtores do Ceasa na década de 60, servida pelo Restaurante do Gouveia, e que acabou caindo na boca do povo – literalmente! – e passou a ser pedida certa entre os paulistanos de todas as classes sociais.

O caldo, bem quente e gratinado, servia para espantar o frio. Até 1994, quando o restaurante fechou, o prato era programa obrigatório nas noites frias de São Paulo. O Restaurante do Gouveia fechou, o do Ceasa também, mas a fama e a qualidade da sopa de cebola permaneceram.

Hoje a receita original foi patenteada e pertence à Sociedade Pestalozzi de Osasco. A sopa é servida em diversos buffets de sopas em restaurantes de São Paulo e parte das vendas é destinada à Sociedade Pestalozzi.

Aproveito que a temperatura começou a dar sinais de queda e publico uma versão da famosa “Soupe Gratinée à l´Oignon”, de origem francesa, tão saborosa e quente quanto a famosa sopa do Ceasa!

Sopa gratinada de cebolas

Ingredientes

1 kg cebolas médias cortadas em pétalas
4 colheres (sopa) de manteiga
2 colheres (sopa) de açúcar
4 colheres (sopa) de farinha de trigo
2 litros de caldo de carne (3 tabletes)
1/2 colher (chá) de sal
1 pitada de pimenta-do-reino
1/2 xícara (chá) de vinho branco seco
fatias de pão italiano de 1 cm de espessura, tostadas ou croutons
queijo tipo suíço, gruyère ou parmesão a gosto

Modo de preparo

Em uma panela, aqueça a manteiga em fogo médio, coloque as cebolas, o açúcar e refogue bem, mexendo sem parar, até que fiquem com a cor marrom (isto acontece com a adição do açúcar). Junte a farinha de trigo e cozinhe por um minuto.

Acrescente o caldo de carne, o vinho, o sal e a pimenta-do-reino. Aqueça até atingir o ponto de fervura. Abaixe o fogo e cozinhe lentamente em panela parcialmente tampada por meia hora. Aqueça o forno.

Coloque a sopa em 4 cumbucas refratárias e deposite-as em uma assadeira. Coloque uma fatia de pão em cada uma das cumbucas e cubra com o queijo ralado grosso. Leve ao forno bem quente para gratinar. Sirva imediatamente, colocando as cumbucas sobre pratos individuais.

Sopa de cebola no pão italiano 2Sugestão: prepare a sopa como a receita indica e, na hora de servir, coloque a sopa dentro de pães italianos, sem os miolos, previamente lambuzados com requeijão e queijo parmesão ralado grosso. Leve ao forno por alguns minutos para derreter os queijos.

Sirva a sopa acompanhada de um bom vinho tinto!

By Joemir Rosa.

Australian meat pie

Posted in Receitas with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 25/08/2012 by Joe

A “meat pie”, ou “torta de carne”, é considerada um ícone na Austrália e na Nova Zelândia.

A origem da torta de carne é um pouco obscura, com muitos países reivindicando sua criação. Acredita-se que as primeiras versões tenham sido feitas na Grécia Antiga. Eram as chamadas “artocreas“, uma simples massa, na qual se colocava carne cozida.

Os antigos romanos deram um passo adiante, com uma massa inferior e outra superior.

Os franceses acreditam que a torta é o seu bolinho recheado, um prato quase exclusivo da nobreza.

As tortas de carne faziam parte da cozinha inglesa desde os tempos medievais, quando a massa moldada era recheada de carne cozida.

Quase todos os países do mundo têm a sua própria versão da torta de carne. No Brasil temos os empadões, em Chipre tem bourekias e na Polônia tem pierogis.

As primeiras tortas eram preparadas com uma mistura de farinha e água. No entanto, a massa nem sempre era destinada a comer, mas simplesmente um recipiente para molhos e demais alimentos. Mais tarde, o óleo foi adicionado à mistura, para torná-la mais macia, flexível e melhorar seu sabor.

Os primeiros colonizadores levaram a torta para a Austrália que, imediatamente, ganhou popularidade devido à sua base e ingredientes.

A massa recheada com carne e molho estava disponível em Sydney em meados da década de 1800, muitas vezes vendida como um pequeno lanche em restaurantes em hotéis.

Nos anos seguintes as tortas começaram a ser vendidas em carrinhos parados perto de locais de entretenimento ou onde havia grandes grupos reunidos. Uma visão comum nas ruas de Sydney e Melbourne era a de um homem vendendo tortas quentes em uma grande caixa de lata, mantida aquecida em um fogão de carvão de pequeno porte.

Atualmente os australianos consomem mais de meio bilhão de tortas a cada ano, uma media de 12 por habitante. Na Nova Zelândia o consumo anual é de 15 tortas por habitante.

Uma torta de carne da Austrália ou da Nova Zelândia tem o tamanho de uma mão e é normalmente consumida como um lanche ou como comida para levar. A carne bovina é ainda o sabor mais popular, embora haja crescente demanda por mais sabores, como as de legumes e de queijo. As tortas vegetarianas podem ainda conter proteína de soja e cogumelos.

Uma torta de carne típica australiana tem massa grossa no fundo e fina na tampa, recheio de carne bovina macia picada, cozida e preparada com molho. Depois de assada acrescenta-se molho de tomate ou ketchup por cima e se come segurando com a mão.

Vamos à receita, que é muito fácil de se preparar e muito saborosa!

Australian meat pie

Ingredientes

Massa

2 xícaras de farinha de trigo
175 g de manteiga amolecida
1 pitada de sal marinho
1 ovo caipira batido
água à temperatura ambiente, conforme o necessário.

Recheio

500 g de carne bovina, macia e magra, picadinha
2 colheres de sopa de óleo
2 colheres de sopa de farinha de trigo
1 xícara de polpa de tomate
3 colheres de sopa de molho inglês
1/2 xícara de água
Sal marinho a gosto
pimenta vermelha a gosto

Modo de preparo

Massa

Peneire a farinha e junte com o sal em uma tigela, misture bem e adicione a manteiga (o ideal é deixá-la em temperatura ambiente para que fique amolecida). Esfregue a mistura suavemente entre os dedos, até a massa se assemelhar à uma farinha de rosca. Adicione uma pequena quantidade de água e misture bem. Não adicione água demais, pois a massa deve ter consistência macia, não grudenta. Caso adicione muita água, acerte o ponto colocando um pouco mais de farinha.

Despeje a mistura sobre uma superfície enfarinhada e amasse delicadamente até ficar homogênea. Embrulhe-a em filme plástico e deixe descansar na geladeira por 30 minutos. Enquanto isso, prepare o recheio.

Recheio

Aqueça o óleo em uma frigideira média. Adicione a carne picada e o sal, mexendo com uma colher de pau até dourar.

Polvilhe a farinha sobre a carne e cozinhe por mais um minuto. Adicione a polpa de tomate, o molho inglês, a pimenta picadinha e a água. Deixe ferver, reduza o fogo para médio, mexendo ocasionalmente para evitar que a carne grude no fundo da panela. Cozinhe por cerca de 10 minutos, ou até que o molho fique espesso. Retire do fogo e deixe esfriar completamente.

Montagem

Pré-aqueça o forno a 200 °C. Corte a massa em duas partes, sendo uma menor que a outra. Em uma superfície enfarinhada, usando um rolo, abra a massa maior com uma espessura não muito fina, que não se rompa ao adicionar o molho. Corte em discos usando um prato como guia. Forre os fundos e laterais de formas de empadas grandes.

Adicione o recheio, evitando o derramamento nas bordas. Umedeça as bordas das tortas com água.

Pegue a parte menor da massa e abra um pouco mais fina. Corte em discos e cubra as formas. Pressione as bordas e corte o excesso de massa com uma faca afiada. Frise as bordas usando as pontas de um garfo. Faça cortes em forma de uma pequena cruz no centro de cada tampa e pincele com ovo batido.

Asse as tortas por 10 minutos, reduza a temperatura do forno para 180 °C e asse por mais 20 minutos, ou até que a massa esteja dourada. Desenforme e sirva passando um pouco de molho tomate (preparado separadamente), no topo de cada torta. Caso prefira, sirva com ketchup.

By Joemir Rosa.

Quiche de frango

Posted in Receitas with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 16/06/2012 by Joe

Apesar de atualmente a quiche ser considerado um prato tradicional francês muito saboroso, prático e fácil de preparar, sua origem é alemã, de uma região medieval chamada Lothringen. A palavra “quiche” vem do alemão “kuchen”, que significa “torta”.

Posteriomente, os franceses a batizaram de Lorraine, cuja origem remonta ao século XVI e era uma torta aberta recheada com creme feito de leite e ovos, acrescido de bacon defumado. Somente tempos depois foi acrescentado queijo à quiche Lorraine. Adicionando cebolas obtém-se a quiche Alsaciana.

A quiche se tornou popular na Inglaterra logo após a Segunda Guerra Mundial e nos Estados Unidos na década de 1950. Hoje pode-se encontrar uma grande variedade de quiches, desde a original quiche Lorraine, até aquelas com frango, alho-poró, champignon, espinafre e mesmo peixes, como o salmão.

A preparação de uma boa quiche é relativamente fácil, porém alguns segredos podem fazer toda a diferença no resultado final. Antes de passarmos à receita, vamos detalhar esses segredos:

1. Após a preparação e abertura da massa em forma própria (sim, ela é tão chique que tem uma forma especial!), a quiche deve ser toda furada no fundo para evitar bolhas e também deverá permanecer na geladeira por meia hora  antes de ir ao forno. Isso fará com que sua massa amanteigada não diminua nas laterais da forma.

2. A manteiga usada na preparação da massa deve ser sem sal e estar gelada.

3. De preferência use forma de fundo removível, pois isso impedirá que a quiche quebre. E asse em fogo pré-aquecido em torno de 180º C.

Segredos aprendidos, vamos à receita, lembrando que existem inúmeras variações nos recheios! A receita a seguir é uma dessas variações.

Quiche de frango

Ingredientes

Massa

300 g de farinha de trigo
1/2 colher (café) de fermento em pó
1 pitada de sal
180 g de manteiga gelada cortada em pedaços grandes
1 gema (reserve a clara)
1 ovo inteiro

Recheio

1/2 xícara (chá) de azeite extra-virgem
1 cebola picada
2 dentes de alho
1 peito de frango cozido e desfiado
2 colheres (sopa) de extrato de tomate
1 lata de ervilhas
1 lata de milho verde
1 copo de requeijão light
salsa picada a gosto
sal a gosto
farinha de rosca para polvilhar

Modo de preparo

Coloque no processador a farinha de trigo, o fermento, o sal e a manteiga e bata até virar uma farofa grossa. Junte o ovo inteiro e a gema e bata até que vire uma grande bola dentro do processador. Caso a massa esteja muito seca, vá pingando gotas de água gelada até a massa se unir e virar uma grande bola dentro do processador.

Retire e abra a massa na forma de quiche, sem untar. Fure toda a massa com a ponta de um garfo, pincele a clara batida na massa e leve à geladeira por 30 minutos.

Enquanto isso, em uma panela, adicione o azeite, refogue a cebola, o alho e adicione o peito de frango desfiado. Refogue, sempre mexendo bem, e adicione o extrato de tomate. Continue mexendo e, em seguida, adicione as ervilhas e o milho verde. Assim que a mistura ficar bem homogênea, desligue o fogo, misture o requeijão e finalize com a salsa picada. Corrija o sal, se necessário, e reserve.

Cubra toda a forma da quiche com este recheio e polvilhe ligeiramente com farinha de rosca, o que deixará um aspecto crocante e com menos gordura. Leve ao forno por 30 ou 40 minutos e sirva em seguida.

Deixo aqui mais um segredo: se o recheio que você for usar for mais molhado, que contenha molhos, é conveniente pré-assar sua quiche por, pelo menos, 25 minutos antes de colocar o recheio. Caso o recheio seja mais seco, não é necessário que asse a quiche previamente; neste caso você pode assar junto com o recheio por 40 minutos.

By Joemir Rosa.

A não-dieta dos franceses

Posted in Saúde with tags , , , , , , , , , , on 28/10/2009 by Joe

EmagrecerVocê sabia que, mesmo com a cultura gastronômica dos franceses, à base de croissants, queijos e vinhos, eles tem baixos índices de obesidade?

Pois bem, eis o segredo!

Primeiro eles vão contra tudo o que o país dos fast foods oferecem; os franceses sentem prazer em comer e, portanto, gostam de gastar tempo comendo; assim o alimento é bem mastigado e melhor digerido.

Dispensam todo tipo de conservantes e alimentos diet e ligth; os alimentos frescos oferecem fibras, pectina e vitaminas que, além de causar maior saciedade, compensa nosso vício ao açúcar e ajuda o intestino a funcionar melhor.

O livro “A não dieta dos franceses”, lançado pela editora Campus, é do fisiologista americano Will Clower. O médico neurofisiologista desenvolveu, durante sua estada de dois anos no Institute of Cognitive Science, em Lyon, na França, um plano de 10 etapas para nunca mais fazer dieta e, ainda assim, emagrecer com saúde, como os franceses.

“Descobri que os franceses violam todas as regras alimentares que estipulamos para nós. E, apesar de seus cremes, queijos, manteigas e pães, a taxa de obesidade na França é de apenas 11,3% da população, segundo pesquisa realizada em 2005 pela International Obesity Task Force. O programa de emagrecimento saudável é baseado em quatro grandes princípios básicos: comer alimentos de verdade; aprender a comer; reduzir a quantidade de comida; e ser ativo, sem necessariamente se exercitar”, explica no livro.

Segundo o médico, estamos inundados de alimentos artificiais – açúcares sintéticos, gorduras sintéticas e produtos alimentícios artificiais. Falta-nos reaprender o que é comida de verdade, já que é a ingestão dela que proporciona ao corpo a nutrição na forma de que ele necessita. Clower afirma que, em vez de estimular a ingestão de novas substâncias químicas para enganar o organismo, o programa mostra porque alimentos de verdade funcionam a favor do corpo.

“Temos que reaprender o que é comida de verdade. Alimentos de verdade são os produtos naturais que podem ser encontrados em um texto de biologia e que, normalmente, fazem parte da cadeia alimentar. Refrigerantes não dão em árvore, margarina é uma invenção, e os corantes, conservantes e estabilizantes que aumentam a vida do produto não foram feitos para o nosso corpo”, defende. Em sua observação dos costumes alimentares franceses, o médico descobriu que os franceses não comem alimentos processados, não evitam gorduras, chocolates e nem carboidratos, não tomam suplementos alimentares, não se abstém do vinho no almoço e no jantar e não comem com pressa. Ao adotar os hábitos franceses, ele e a mulher emagreceram onze e cinco quilos, respectivamente.

Em uma volta pelo supermercado fiquei impressionado com os laticínios – fileiras e fileiras de queijos, uma geladeira inteira só pra iogurtes e queijos frescos… mas, onde estavam os produtos lights?

Entre outras dicas, Clower prescreve uma limpa na despensa e na geladeira, com o auxílio de  que se deve ter em casa, fala sobre os benefícios da cerveja e do vinho, com moderação, é claro, da importância de se passar mais tempo à mesa, usufruindo do sabor da comida e de como isso auxilia a diminuir o tamanho das porções, e da necessidade de se manter ativo. Os resultados, garante ele, surgem em seguida.

Plano de 10 etapas para nunca mais fazer dieta:

1 – Comer devagar. Comer muito rápido faz comer mais. O estômago demora cerca de 20 minutos para mandar um sinal para o cérebro. Comendo devagar, o cérebro tem tempo de receber a mensagem de que seu corpo está satisfeito.

2 – Garfadas menores. O paladar está na superfície da língua. Se a sua boca está cheia de comida, você nem sente o gosto.

3 – Concentre-se na comida. Comer em frente à TV ou no carro faz o momento se tornar irrelevante. A falta de atenção faz com que se coma demais.

4 – Apoie o garfo no prato. Se ainda tem comida na sua boca, coloque o garfo no prato. Não o encha novamente até que tenha engolido.

5 – Sirva a comida em pratos pequenos. Isso resolve dois problemas de uma só vez: o de lavar a louça e o fato de você comer com os olhos.

6 – Comida sem gordura engorda. Comidas sem gordura não satisfazem e contém mais açúcares.

7 – Se não for comida, não coma. Nosso corpo sabe o que  é comida de verdade: carnes, frutas, verduras. Invenções como refrigerantes causam problemas de saúde e de sobrepeso.

8 – Coma em etapas. Coma a salada primeiro. Isso ajuda a ganhar tempo à mesa e previne que você coma rápido e em grande quantidade.

9 – Gordura é necessária na dieta. Seu corpo e cérebro necessitam de gordura para serem saudáveis. Você come uma quantia normal de gordura quando come alimentos de verdade, como manteiga, azeite, ovos, castanhas e queijos.

10 – Alta qualidade da comida leva a comer menos quantidade.

Alimentos que se deve ter em casa:

– Peixes (salmão, sardinha, atum)
– Grãos (granola, aveia, arroz)
– Hortaliças (feijões, cebola, batata, abóbora, tomate)
– Óleos e vinagres (azeite de oliva, óleo 100% vegetal, vinagre)
– Produtos de padaria (farinha, ervas, temperos, açúcar branco ou mascavo, pimenta, sal)
– Lanches (frutas desidratadas, biscoitos não-hidrogenados, nozes, azeitona)
– Condimentos (mostarda, maionese de verdade)
– Lacticínios (manteiga, queijo, ovos, leite, iogurte)
– Bebidas (café, cerveja, suco de fruta, chá, água, vinho).

Matéria publicada em vários jornais e revistas.

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