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Abandonando a negatividade

Posted in Ciência with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 17/09/2015 by Joe

Abandonando a negatividade

Toda resistência interior é vivenciada como uma negatividade. Toda negatividade é uma resistência. Nesse contexto, as duas palavras são quase sinônimas. A negatividade vai de uma irritação ou impaciência a uma raiva furiosa, de um humor deprimido ou um ressentimento a um desespero suicida.

Às vezes, a resistência faz disparar o sofrimento emocional, caso em que mesmo uma situação banal pode produzir uma negatividade intensa, como a raiva, a depressão ou um profundo pesar.

O ego acredita que, através da negatividade, pode manipular a realidade e conseguir o que deseja. Acredita que, através dela, pode atrair uma circunstância desejável ou dissolver uma indesejável. Sempre que estamos infelizes, acreditamos inconscientemente que a infelicidade “compra” para nós o que queremos. Se “você” – a mente – não acreditou que a infelicidade funciona, por que a criaria?

O fato é que essa negatividade não funciona! Em vez de atrair uma circunstância desejável, ela a interrompe ao nascer. Em vez de desfazer uma circunstância indesejável, ela a mantém no lugar. Sua única utilidade é que ela fortalece o ego, e essa é a razão pela qual ele a adora.

Uma vez que você tenha se identificado com alguma forma de negatividade, não vai querer que ela desapareça e, em um nível inconsciente mais profundo, não vai desejar uma mudança positiva. Ela iria ameaçar a sua identidade como uma pessoa depressiva, zangada ou difícil de lidar. Você, então, passa a ignorar, negar ou sabotar aquilo que é positivo em sua vida. É um fenômeno comum. E também doentio.

A negatividade é completamente antinatural. É um poluente psíquico e existe um vínculo profundo entre o envenenamento e a destruição da natureza e a grande negatividade que vem sendo acumulada na psique coletiva humana. Nenhuma outra forma de vida no planeta conhece a negatividade, somente os seres humanos, assim como nenhuma outra forma de vida violenta e envenena a Terra que a sustenta.

Você já viu uma flor infeliz ou um carvalho estressado? Já cruzou com um golfinho deprimido, um sapo com problemas de autoestima, um gato que não consegue relaxar, ou um pássaro com ódio e ressentimento? Os únicos animais que eventualmente vivenciam alguma coisa semelhante à negatividade, ou mostram sinais de comportamento neurótico, são os que vivem em contato íntimo com os seres humanos e assim se ligam à mente humana e à insanidade deles.

Observe as plantas e animais, aprenda com eles a aceitar aquilo que é. Deixe que eles lhe ensinem o que é Ser, o que é integridade – estar em unidade, ser você mesmo, ser verdadeiro. Aprenda como viver e como morrer, e como não fazer do viver e do morrer um problema.

Até mesmo os patos nos ensinam importantes lições espirituais. Observá-los é uma meditação. Como eles flutuam em paz, de bem com eles mesmos, totalmente presentes no agora, dignos e perfeitos, tanto quanto uma criatura sem mente pode ser.

Eventualmente, no entanto, dois patos vão se envolver em uma briga, algumas vezes sem nenhuma razão aparente ou porque um pato penetrou no espaço particular do outro. A briga geralmente dura só alguns segundos e então os patos se separam, nadam em direções opostas e batem suas asas com força, por algumas vezes. Então, continuam a nadar em paz, como se a briga nunca tivesse acontecido.

Ao bater as asas eles estavam soltando a energia acumulada, evitando assim que ela ficasse aprisionada no corpo e se transformado em negatividade. Isso é sabedoria natural. É fácil para eles porque não têm uma mente para manter vivo o passado, sem necessidade, e então construir uma identidade em volta dele.

By Eckhart Tolle.

Mentes perturbadas

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 22/12/2014 by Joe

Mentes perturbadas

O ódio nunca desaparece enquanto pensamentos de mágoa forem alimentados na mente. Ele desaparecerá tão logo esses pensamentos de mágoa forem esquecidos (Siddharta Gautama).

Se o telhado for mal construído, ou estiver em mau estado, a chuva entrará na casa; assim, a cobiça facilmente entra na mente, se ela é mal treinada ou está fora de controle.

Um fabricante de flechas tenta fazê-las retas; um sábio tenta manter correta a sua mente.

Uma mente perturbada está sempre ativa, saltitando daqui para lá, sendo de difícil controle; mas a mente disciplinada é tranquila; portanto, é bom ter sempre a mente sob controle.

Aquele que protege sua mente da cobiça, ira e da estupidez desfruta da verdadeira e duradoura paz.

Proferir palavras agradáveis, sem a prática das boas ações, é como uma linda flor sem a fragrância. A fragrância de uma flor não flutua contra o vento; mas a honra de um homem transparece mesmo nas adversidades do mundo.

Numa viagem, um homem deve andar com um companheiro que tenha a mente igualou superior à sua; é melhor viajar sozinho do que em companhia de um tolo.

Um amigo insincero e mau é mais temível que um animal selvagem; a fera pode ferir-lhe o corpo, mas o mau amigo lhe ferirá a mente.

Ser tolo, e reconhecer que o é, vale mais que ser tolo e imaginar que é um sábio.

O leite fresco demora a coalhar; assim, os maus atos nem sempre trazem resultados imediatos. Estes atos são como brasas ocultas nas cinzas e que, latentes, continuam a arder até causar grandes labaredas.

Desconheço a autoria.

A gardênia branca

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A gardênia branca

Todos os anos, no dia do meu aniversário, desde que completei 12 anos, uma gardênia branca me era entregue anonimamente em casa.

Não havia nunca um cartão ou um bilhete e os telefonemas para o florista eram em vão, pois a compra era sempre feita em dinheiro vivo.

Depois de algum tempo, parei de tentar descobrir a identidade do remetente. Apenas me deleitava com a beleza e o perfume estonteante daquela única flor, mágica e perfeita, aninhada em camadas de papel de seda cor-de-rosa.

Mas nunca parei de imaginar quem poderia ser o remetente…

Alguns de meus momentos mais felizes eram passados sonhando acordada com alguém maravilhoso e excitante, mas tímido ou excêntrico demais para revelar sua identidade.

Durante a adolescência foi divertido especular que o remetente seria um garoto por quem eu estivesse apaixonada, ou mesmo alguém que eu não conhecia e que havia me notado.

Minha mãe frequentemente alimentava as minhas especulações. Ela me perguntava se havia alguém a quem eu tivesse feito uma gentileza especial e que poderia estar demonstrando anonimamente seu apreço. Fez com que eu lembrasse das vezes em que estava andando de bicicleta e nossa vizinha chegara com o carro cheio de compras e crianças.

Eu sempre a ajudava a descarregar o carro e cuidava que as crianças não corressem para a rua.

Ou talvez o misterioso remetente fosse o senhor que morava do outro lado da rua. No inverno, muitas vezes eu lhe levava sua correspondência para que ele não tivesse que se aventurar nos degraus escorregadios.

Minha mãe fez o que pode para estimular minha imaginação a respeito da gardênia. Ela queria que seus filhos fossem criativos. Também queria que nos sentíssemos amados e queridos, não apenas por ela, mas pelo mundo como um todo.

Quando eu estava com 17 anos, um rapaz partiu meu coração. Na noite em que me ligou pela última vez, chorei até pegar no sono. Quando acordei de manhã, havia uma mensagem escrita com batom vermelho no meu espelho:

“Alegre-se, quando semideuses se vão, os deuses vêm.”

Pensei a respeito daquela citação de Emerson durante muito tempo e a deixei onde minha mãe a havia escrito até meu coração sarar. Quando finalmente fui buscar o limpa-vidros, minha mãe soube que estava tudo bem novamente.

Mas houve certas feridas que minha mãe não pode curar.

Um mês antes de minha formatura no segundo grau, meu pai morreu subitamente, de enfarte. Meus sentimentos variavam de dor a abandono, medo, desconfiança e raiva avassaladora por meu pai estar perdendo alguns dos acontecimentos mais importantes da minha vida.

Perdi totalmente o interesse em minha formatura que se aproximava, na peça de teatro da turma dos formandos e no baile de formatura – eventos para os quais eu havia trabalhado e que esperava com ansiedade. Pensei até mesmo em entrar em uma faculdade local, ao invés de ir para outro Estado como havia planejado, pois me sentiria mais segura.

Minha mãe, em meio à sua própria dor, não queria de forma alguma que eu faltasse a nenhuma dessas coisas.

Um dia antes de meu pai morrer, eu e ela tínhamos ido comprar um vestido para o baile e havíamos encontrado um, espetacular – metros e metros de musselina estampada em vermelho, branco e azul. Ao experimentá-lo, me senti como Scarlett O’Hara em “E o Vento Levou…”. Mas não era do tamanho certo e, quando meu pai morreu no dia seguinte, esqueci totalmente o vestido.

Minha mãe, não.

Na véspera do baile, encontrei o vestido esperando por mim – no tamanho certo. Estava estendido majestosamente sobre o sofá da sala, apresentado para mim de maneira artística e amorosa.

Eu podia não me importar em ter um vestido novo, mas minha mãe se importava. Ela estava atenta à imagem que seus filhos tinham de si mesmos. Imbuiu-nos com uma sensação de mágica do mundo e nos deu a habilidade de ver a beleza mesmo em meio à adversidade.

Na verdade, minha mãe queria que seus filhos se vissem como a gardênia – graciosos, fortes, perfeitos, com uma aura de mágica e talvez um pouco de mistério.

Minha mãe morreu quando eu estava com 22 anos, apenas dez dias depois de meu casamento.

Esse foi o ano em que parei de receber gardênias!

Desconheço a autoria.

Ataif

Posted in Receitas with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 13/09/2014 by Joe

Ataif

Os doces árabes, muito elaborados, são geralmente preparados com nozes, amêndoas, frutas secas e mel, e aromatizados com deliciosas essências, como a de rosas e a de flor de laranja, que evocam lembranças às “mil e uma noites”. Em alguns países, ainda são usadas as flores de laranja para aromatizar a água que servirá à preparação de pratos.

Comparados à maioria dos doces ocidentais, a doçaria árabe é bem mais acentuada no açúcar, característica que cai bem no gosto dos brasileiros, pois se assemelham na doçura à confeitaria portuguesa e às nossas compotas regionais e doces de fazenda.

Uma iguaria da doçaria árabe muito conhecida no mundo inteiro é a Baklava, torta de massa folhada de origem turca, e o ataif, servido quente e coberto com calda de flor de laranjeira.

Ataif são pequenas panquecas recheadas de nozes ou queijo e umedecidas com uma calda rala feita de água, açúcar, limão, água de rosas ou de flor de laranjeira. Também é usado o mel no lugar da calda. É uma sobremesa luxuosa, muito usada em casamentos por todo o Oriente Médio e mundo árabe.

E hoje trazemos exatamente essa receita deliciosa, muito ao gosto dos brasileiros!

Ataif de nozes

Ingredientes

Massa

500 ml de leite tipo B
1 ½ colher (sopa) de fermento biológico
2 xícaras (chá) de farinha de trigo
óleo de canola para untar uma chapa (frigideira)

Recheio

500 g de nozes moídas
1 colher (sopa) de açúcar refinado
1 colher (café) de canela em pó

Calda

300 ml de água
½ kg de açúcar
2 colheres de sopa de água de flor de laranjeira
suco de 1 limão

Modo de preparo

Massa

Bata todos os ingredientes da massa no liquidificador. Aqueça bem uma chapa (ou frigideira), e unte-a com o óleo. Em fogo médio, coloque uma concha pequena da massa de ataif e espalhe pela chapa formando discos de mais ou menos uns 10 cm de diâmetro. Asse apenas de um lado. Depois de cozidos, retire-os da chapa com o auxílio de uma espátula.

Entre uma panqueca e outra, limpe a chapa ou frigideira com um guardanapo umedecido em óleo.

Recheio

Misture bem as nozes com o açúcar e a canela.

Montagem

Recheie cada crepe (deixe as massas com o lado mais claro para cima) com 1 colher (de sopa) do recheio de nozes. Feche formando uma meia lua e pressione bem a borda para lacrar o ataif.

Calda

Em uma panela, derreta o açúcar na água, em fogo médio até engrossar. Quando estiver em ponto de fio, acrescente o suco de limão, misture bem e retire do fogo. Acrescente a água de flor de laranjeira, misturando bem, regue as panquecas e sirva imediatamente.

Experimente também preparar a calda com água de rosas, encontrada em lojas de produtos árabes.

By Joemir Rosa.

A mais bela flor

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 24/06/2014 by Joe

A mais bela flor

O estacionamento estava deserto quando me sentei para ler, embaixo dos longos ramos de um velho carvalho. Desiludido da vida, com boas razões para chorar, pois o mundo estava tentando me afundar.

E, se não fosse razão suficiente para arruinar o dia, um garoto ofegante se chegou, cansado de brincar. Ele parou na minha frente, cabeça pendente, e disse, cheio de alegria:

– “Veja o que encontrei”.

Na sua mão uma flor – e que visão lamentável – pétalas caídas, pouca água ou luz. Querendo me ver livre do garoto com sua flor, fingi pálido sorriso e me virei. Mas ao invés de recuar ele se sentou ao meu lado, levou a flor ao nariz e declarou com estranha surpresa:

– “O cheiro é ótimo, e é bonita também… Por isso a peguei. Tome, é sua!”

A flor à minha frente estava morta ou morrendo, nada de cores vibrantes como laranja, amarelo ou vermelho, mas eu sabia que tinha que pegá-la, ou ele jamais sairia de lá. Então, estendi a mão para pegá-la e respondi:

– “Era o que eu precisava…”

Mas, ao invés de colocá-la na minha mão, ele a segurou no ar sem qualquer razão. Nessa hora notei, pela primeira vez, que o garoto era cego, que não podia ver o que tinha nas mãos. Senti minha voz sumir, lágrimas despontaram ao sol enquanto lhe agradecia por escolher a melhor flor daquele jardim.

– “De nada!”, ele sorriu, entregando-me a flor.

E, então, voltou a brincar sem perceber o impacto que teve em meu dia. Me sentei e pus-me a pensar como ele conseguiu enxergar um homem autopiedoso sob um velho carvalho. Como ele sabia do meu sofrimento autoindulgente? Talvez no seu coração ele tenha sido abençoado com a verdadeira visão.

Através dos olhos de uma criança cega, finalmente entendi que o problema não era o mundo, e sim eu. E por todos os momentos em que eu mesmo fui cego, agradeci por ver a beleza da vida e apreciei cada segundo que é só meu.

E, então, levei aquela feia flor ao meu nariz e senti a fragrância de uma bela rosa, e sorri enquanto olhava aquele garoto, com outra flor em suas mãos, prestes a mudar a vida de um insuspeito senhor de idade.

Desconheço a autoria.

Modos de amar

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Modos de amar

Uma das frases que estamos acostumados a ouvir é: “Eu amo a meu modo”.

É claro que isso é dito em consequência das queixas e insatisfações do companheiro, que se sente pouco atendido em suas pretensões de carinho e atenção.

Será mesmo que existem vários modos de amar? Ou será que a hipótese é usada de má-fé para encobrir a falta da capacidade de amar?

Há pessoas que gostam – e necessitam – de relações afetivas próximas e intensas, ao passo que outras preferem relações mais frouxas. Quando duas pessoas com expectativas amorosas diferentes se unem, é claro que aquela que espera um relacionamento mais intenso fica insatisfeita, mesmo quando o parceiro se dedica a ela da forma mais leal e honesta. Acho que talvez seja mais adequado pensar em diferentes graus de intensidade amorosa, em vez de pensar em diferentes formas de amar.

Sim, porque esta última forma de raciocinar abre as portas para muitos tipos de comportamento claramente egoístas em que se podem usar palavras de natureza amorosa sem que elas venham acompanhadas de comportamentos compatíveis. Dizer “eu te amo” não custa nenhum tipo de esforço ou sacrifício. Se expressões desse tipo não vêm acompanhadas de atitudes próprias desta emoção, elas são pura demagogia.

Funciona mais ou menos assim: o demagogo diz que ama a seu modo e que isto não significa ter atitudes de dedicação e agrado em relação ao seu par. Por outro lado, ele espera do parceiro a renúncia e a generosidade próprias do modo de amar do outro. O processo envolve, pois, dois pesos e duas medidas, uma vez que as pessoas que amam a seu modo nunca se relacionam intimamente com outras pessoas que amam do mesmo modo que elas, preferindo pessoas que amam de um modo mais convencional.

Temos todas as razões do mundo para desconfiar das palavras, especialmente daquelas que não vêm acompanhadas de atitudes coerentes com elas. Acho melhor encontrarmos uma só forma de descrever o amor e definitivamente só considerarmos como capazes de amar aqueles que se comportam de acordo com o descrito. Ou seja, penso que a melhor forma de conceituar o amor seja considerar que aquele que ama se sente muito bem em agradar e paparicar a pessoa amada.

Uns farão sacrifícios maiores para isso do que outros, mas todos aqueles que amam de verdade sentem-se felizes interiormente quando são capazes de proporcionar alegria e felicidade ao amado. Amar é, então, gostar de agradar a pessoa amada, ficar feliz com sua felicidade, querer ver a pessoa prosperar. É fazer todo o possível para que estas coisas se realizem.

Agradar a pessoa amada significa fazer as coisas que a deixam satisfeita e, principalmente, que a fazem sentir-se amada. E o que agrada a outra pessoa não é, obrigatoriamente, o que nós achamos que vai agradar. É importante observar quem se ama, conhecer seus gostos e vontades. Não tem cabimento um homem dar uma jóia de presente a uma mulher que não gosta de jóias! Às vezes vale mais uma flor do que um anel de brilhantes.

Quando não existe esse tipo de troca num relacionamento, penso que não deveríamos usar a palavra amor para descrever o elo que une duas pessoas. Não é raro que um dos indivíduos seja do tipo que sempre gosta de paparicar o parceiro, ao passo que o outro é displicente, só gosta de receber agrados, “ama a seu modo”. Nesse caso, o que agrada ama, mas não está sendo amado, está sendo explorado. É co-autor de uma história de amor unilateral.

Não posso esconder as reservas que tenho em relação a esses tipos de relacionamento. Eles não fazem parte das verdadeiras histórias de amor, que são sempre trocas ricas e gratificantes para ambos os envolvidos. As verdadeiras histórias de amor acontecem quando duas pessoas amam do mesmo modo, e o sentimento provoca sempre uma enorme vontade de cuidar do amado.

By Flávio Gikovate, médico psiquiatra, psicoterapeuta e escritor.

Plantar e colher

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 18/10/2013 by Joe

Plantar e colher

Construir um futuro brilhante e harmonioso depende muito das ações determinadas no presente, no hoje e no agora.

O presente é como um grande espelho da vida: tudo o que você constrói se reflete em gênero, grau e intensidade no seu futuro.

É por isso que muitas vezes não entendemos como certas coisas inesperadas surgem em nossa frente. E é nessas horas que aparece aquela famosa pergunta:

– “Por que isto só acontece comigo?”

Você já parou, alguma vez, para observar uma gota d’água? Sim, uma pequena gota d’água se equilibrando na ponta de um frágil raminho… Creio que ainda não, mas o faça daqui por diante.

Com graciosidade, a gotícula desafia a lei da gravidade, balança-se nas bordas das folhas ou nas pétalas de uma flor.

O que é uma gota d’água perto de um oceano? Nada, mas sem ela o oceano seria menor. Um aperto de mão, em meio à correria do dia-a-dia? Um minuto de atenção a alguém que precisa de ouvidos atentos, para que não caia nas malhas do desespero? A tolerância com quem perdeu o equilíbrio? Um olhar de ternura para quem pena na amargura…

Tenha certeza que coisas grandiosas são compostas de minúsculas partículas. Sem a sua quota de honestidade, o oceano da nobreza seria menor. Sem as gotas de sua sinceridade, o mar das virtudes seria menor. Sem sua caridade, o universo do amor fraternal seria bem menor. Jamais acredite naqueles que desconhecem a importância de um pequeno tijolo na construção de um edifício.

Não esqueça dessas pequenas e frágeis gotas d’água que, com insistência e perseverança, conseguem esculpir a mais sólida rocha.

Plantar bem no presente é colher bem no futuro!

Um adágio popular ilustra bem a tese: “Quem planta vento colhe tempestade”.

Pense bem nisso e uma boa viagem ao seu futuro!

Desconheço a autoria.

O professor

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Professores 2

A tabuada não basta. Como não bastam funções hiperbólicas, variáveis complexas, orações subordinadas. Não bastam Euclides e sua geometria, não bastam as teorias. O professor deve ensinar ao aluno a arte de viver com dignidade, com amor, com liberdade.

Não basta falar das guerras, das batalhas, das conquistas – tem que ensinar o aluno a conquistar primeiro a si próprio. Ensinar-lhe medir distâncias é pouco – é necessário vencê-las. Não basta saber o nome dos rios, temos que fluir. Equações algébricas não resolvem tudo, antes é preciso resolver-se. Em vez das mentiras históricas, o professor deve ensinar as verdades, e o melhor modo de encontrá-las.

Não basta falar de política, o professor tem que ser democrata. Deve olhar nos olhos do aluno e dizer-lhe como a vida é. Aumentar-lhe a coragem de crescer. Ensinar-lhe a lógica das emoções e o amor pelo raciocínio.

O professor transmite sabedoria, incentiva o bom senso e o bom gosto. Mergulha fundo no oceano de dúvidas que o aluno tem no coração, e traz o tesouro pulsante lá submerso. Educa, orienta, aviva a chama na consciência de cada. Ao polir a pedra bruta, consegue intenso brilhante.

Bom professor é aquele que não exige, não cobra – obtém. Não corrige – mostra o porquê. Não hesita quando avalia, não constrange quando examina. E nunca faz da nota uma espada.

O bom professor não só ensina, compreende. Não levanta a voz, amplifica o verbo, convence. É sério – mas ri da própria seriedade. Fala do êxtase, da alegria e da profunda emoção que explode no seu peito quando ensina, como pétalas no riso de quem ama.

O professor mostra ao aluno a diferença entre o silogismo e a serpente. Ensina-o a extrair raiz quadrada com poesia. Demonstra como ser ousado sem ser burro. Jamais abusa da confiança do aluno, não lhe invade o espaço, não procura condicioná-lo. Não cria relações de dependência, nem exerce dominação sádica sobre ele. Infunde-lhe o respeito absoluto pela vida. Prefere o aluno criativo ao bem-comportado. Nunca o explora, é só o conquistador de um novo mundo, que leva o aluno a ver mais – mais alto e mais longe.

Não levanta paredes em torno do aluno, e sim, derruba aquelas que houver. Abre-lhe as portas da vida, com veemência. Não o repreende, não o censura, não o recrimina. Mostra ao aluno a importância da inteligência na determinação do seu futuro. O velho dilema entre a caneta e a vassoura…

Como Sócrates, o bom professor não vê glórias no que sabe, não esconde o que conhece, nem oculta o que possa não saber. Brinca, tem confiança em si, e não faz da escola uma cela.

Moderno, convence o aluno a saltar os muros da tradição, porque a aventura está sempre do outro lado. Lógico, respeita aquele que aprendeu a questionar. Não o sufoca com preconceitos nem com juízos de valor. Nem lhe causa medo algum. Transmite confiança, pega na mão, aplaude, incentiva, suporta, conduz, ampara na travessia.

Não é hipócrita, faz o que diz e diz o que pensa. É um farol que não vela o que descobre. Mostra um caminho. E não apenas mostra – demonstra, comprova, define.

Aranha em teia de luz, o professor não prende – liberta. Carrega o giz como fosse uma flor, com amor. E quando faz a linha tem firmeza, mas não separa. Ora Dali, ora Picasso, vai colocando a tinta, pondo seu traço, amando seu gesto, compondo a canção. Enaltece o risco do sonho, o círculo do fogo, a pureza da alma, o princípio da vida, o anel da esperança.

Considera o aluno obra de arte quase inacabada. Ama-o como se fosse um anjo. E nunca vai matar-lhe no peito a vontade de ser livre.

O professor é o amigo sincero que ajuda o aluno a superar os limites da vida, desbravando com determinação e ousadia essa fantástica região chamada Experiência.

Enfim – o professor é o Mestre.

By Edson Marques, no livro “Solidão a mil”.

Prioridades

Posted in Inspiração with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 09/09/2013 by Joe

Flor rara

Havia uma jovem que tinha tudo: um marido maravilhoso, filhos perfeitos, um emprego que lhe rendia um bom salário e uma família unida. O problema é que ela não conseguia conciliar tudo isso.

O trabalho e os afazeres lhe ocupavam quase todo o tempo e ela estava sempre em débito em alguma área. Se o trabalho lhe consumia tempo demais, ela tirava dos filhos; se surgiam imprevistos, ela deixava de lado o marido.

E assim, as pessoas que ela amava eram deixadas para depois, até que um dia, seu pai, um homem muito sábio, lhe deu um presente: uma flor muito rara, da qual só havia um exemplar em todo o mundo. A jovem ficou muito emocionada, afinal a flor era de uma beleza sem igual.

Mas o tempo foi passando, os problemas surgindo, o trabalho consumindo todo o seu tempo, e a sua vida, que continuava confusa, não lhe permitia cuidar da flor rara. Ela chegava em casa, e a flor ainda estava lá, não mostrava sinal de fraqueza ou morte; apenas estava lá, linda, perfumada. Então, ela passava direto.

Até que um dia, sem mais nem menos, a flor morreu.

Nas nossas vidas ocorre algo parecido: sabemos que as coisas boas que conquistamos, todos os nossos sonhos já realizados, estão lá, já garantidos! Mas se não estabelecermos prioridades, se não dirigirmos um grau de atenção a elas, um dia morrerão, bem debaixo de nossos narizes!

É preciso saber priorizar!

Desconheço a autoria.

A Maior Flor do Mundo

Posted in Livros, Videos with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 01/09/2013 by Joe

A Maior Flor do Mundo

Livro: A Maior Flor do Mundo
By José Saramago
Editora Companhia das Letras

“A Maior Flor do Mundo” é uma magnífica história para crianças, mas, antes de tudo, é um legítimo Saramago. Transformando-se em personagem, o autor nos conta que uma vez teve uma ideia para um livro infantil, inventou uma história sobre um menino que faz nascer a maior flor do mundo. Não se julgava capaz de escrever para crianças, mas chegou a imaginar que, se tivesse as qualidades necessárias para colocar a ideia no papel, ela resultaria verdadeiramente extraordinária: “seria a mais linda de todas as que se escreveram desde o tempo dos contos de fadas e princesas encantadas…”

É dessa fantasia de grandiosidade que nasceu o livro. Os leitores são chamados para uma divertida brincadeira, pois Saramago narra-lhes a história do menino e da flor não como se ela fosse a história de verdade, mas como se fosse apenas o esboço do que ele teria contado se tivesse o poder de fazer o impossível: escrever a melhor história de todos os tempos.

Entrando no jogo com o autor, os pequenos leitores vão saber que ninguém nunca teve nem terá esse poder. Vão saber também que a literatura é o lugar do impossível: o menino desta história faz uma simples flor dar sombra como se fosse um carvalho. Depois, quando ele “passava pelas ruas, as pessoas diziam que ele saíra da aldeia para ir fazer uma coisa que era muito maior do que o seu tamanho e do que todos os tamanhos”.

Como nos velhos livros de literatura infantil, Saramago conclui:

– “E é essa a moral da história”.

O curta-metragem abaixo é uma animação baseada no livro “A Maior Flor do Mundo”, de José Saramago.
De Juan Pablo Etcheverry, com música de Emilio Aragón.
Produção da Continental Animación.

By Joemir Rosa.

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