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O valioso tempo dos maduros

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O valioso tempo dos maduros

Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquela menina que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ela chupou displicente, mas percebendo que faltavam poucas, roía até o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.

Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos. Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para reverter a miséria do mundo. Não quero que me convidem para eventos de um fim de semana com a proposta de abalar o milênio.

Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos, normas, procedimentos e regimentos internos.

Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturas.

Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de “confrontação”, onde “tiramos fatos a limpo”. Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.

Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: “as pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos”.

Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos; quero a essência, minha alma tem pressa!

Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja tão somente andar ao lado do que é justo.

Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse amor absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo.

O essencial faz a vida valer a pena. E, para mim, basta o essencial!

“By Ricardo Gondim, texto que consta em seu livro “Creio, Mas Tenho Dúvidas”, publicado pela Editora Ultimato.

A idiotice é vital para a felicidade

Posted in Comportamento with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 17/12/2014 by Joe

A idiotice é vital para a felicidade

A idiotice é vital para a felicidade! Gente chata essa que quer ser séria, profunda e visceral sempre. Putz!

A vida já é um caos, então, por que fazermos dela, ainda por cima, um tratado? Deixe a seriedade para as horas em que ela é inevitável: mortes, separações, dores e afins.

No dia-a-dia, pelo amor de Deus, seja idiota! Ria dos próprios defeitos. E de quem acha defeitos em você. Ignore o que o boçal do seu chefe disse. Pense assim: quem tem que carregar aquela cara feia, todos os dias, inseparavelmente, é ele. Pobre dele.

Milhares de casamentos acabaram-se não pela falta de amor, dinheiro, sexo, sincronia, mas pela ausência de idiotice. Trate seu amor como seu melhor amigo, e pronto. Quem disse que é bom dividirmos a vida com alguém que tem conselho pra tudo, soluções sensatas, mas não consegue rir quando tropeça. Alguém que sabe resolver uma crise familiar, mas não tem a menor ideia de como preencher as horas livres de um fim de semana?

Quanto tempo faz que você não vai ao cinema? É bem comum gente que fica perdida quando se acabam os problemas. E daí, o que elas farão se já não têm por que se desesperar? Desaprenderam a brincar. Eu não quero alguém assim comigo. Você quer? Espero que não.

Tudo que é mais difícil é mais gostoso, mas… a realidade já é dura; piora se for densa. Dura, densa, e bem ruim. Brincar é legal. Entendeu?

Esqueça o que te falaram sobre ser adulto, tudo aquilo de não brincar com comida, não falar besteira, não ser imaturo, não chorar, não andar descalço, não tomar chuva. Pule corda!

Adultos podem (e devem) contar piadas, passear no parque, rir alto e lamber a tampa do iogurte. Ser adulto não é perder os prazeres da vida – e esse é o único “não” realmente aceitável. Teste a teoria. Uma semaninha, para começar.

Veja e sinta as coisas como se elas fossem o que realmente são: passageiras. Acorde de manhã e decida entre duas coisas: ficar de mau humor e transmitir isso adiante… ou sorrir!

Bom mesmo é ter problema na cabeça, sorriso na boca e paz no coração! Aliás, entregue os problemas nas mãos de Deus… e que tal um cafezinho gostoso agora?

“A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso cante, chore, dance e viva intensamente antes que a cortina se feche”.

Seja um idiota!

Desconheço a autoria, apesar de ser amplamente atribuído a Arnaldo Jabor.

Pré-julgamentos

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 06/05/2014 by Joe

Pré-julgamentos

Eram dois vizinhos. Um deles comprou um coelho para os filhos. Os filhos do outro vizinho também quiseram um animal de estimação. E os pais desta família compraram um filhote de pastor alemão.

Então começa uma conversa entre os dois vizinhos:

– “Ele vai comer o coelho dos meus filhos!”

– “De jeito nenhum. O meu pastor é filhote. Vão crescer juntos “pegar” amizade!”

E, parece que o dono do cão tinha razão. Juntos cresceram e se tornaram amigos. Era normal ver o coelho no quintal do cachorro e vice-versa. As crianças, felizes com os dois animais.

Eis que o dono do coelho foi viajar no fim de semana com a família e o coelho ficou sozinho.

No domingo, à tarde, o dono do cachorro e a família tomavam um lanche tranquilamente, quando, de repente, entra o pastor alemão com o coelho entre os dentes, imundo, sujo de terra e morto. Quase mataram o cachorro de tanto agredi-lo, o cão levou uma tremenda surra!

Dizia o homem:

– “O vizinho estava certo, e agora? Só podia dar nisso! Mais algumas horas e os vizinhos vão chegar… E agora?!?”

Todos se olhavam. O cachorro, coitado, chorando lá fora, lambendo os seus ferimentos.

– “Já pensaram como vão ficar as crianças?”

Não se sabe exatamente quem teve a ideia, mas parecia infalível:

– “Vamos lavar o coelho, deixá-lo limpinho, depois a gente seca com o secador e o colocamos na sua casinha”.

E assim fizeram. Até perfume colocaram no animalzinho. Ficou lindo, parecia vivo, diziam as crianças.

Horas depois ouvem os vizinhos chegarem. Notam os gritos das crianças.

– “Descobriram!”

Não passaram cinco minutos e o dono do coelho veio bater à porta, assustado. Parecia que tinha visto um fantasma.

– “O que foi? Que cara é essa?” – pergunta o dono do cachorro.

– “O coelho, o coelho…”

– “O que tem o coelho?”

– “Morreu!” – responde o dono do coelho.

– “Morreu? Como? Ainda hoje à tarde parecia tão bem…”

– “Morreu na sexta-feira!”

– “Na sexta?”

– “Foi. Antes de viajarmos, as crianças o enterraram no fundo do quintal e agora reapareceu…” – disse o dono do coelho.

A história termina aqui. O que aconteceu depois fica para a imaginação de cada um de nós.

Mas o grande personagem desta história, sem dúvida alguma, é o cachorro. Imagine o coitado, desde sexta-feira procurando em vão pelo seu amigo de infância. Depois de muito farejar, descobre seu amigo coelho morto e enterrado. O que faz ele? Provavelmente, com o coração partido, desenterra o amigo e vai mostrar para seus donos, imaginando que pudessem ressuscitá-lo.

Porém, o mais triste é que o ser humano continua julgando os outros…

Outra lição que podemos tirar desta história é que o homem tem a tendência de julgar os fatos sem antes verificar o que de fato aconteceu. Quantas vezes tiramos conclusões erradas das situações e nos achamos donos da verdade?

Histórias como essa são para pensarmos bem nas atitudes que tomamos. Às vezes, fazemos o mesmo…

Desconheço a autoria.

Caldinho de feijão especial

Posted in Receitas with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 03/05/2014 by Joe

Caldinho de feijão

Mais um final de semana de frio e aquela ideia de reunir os amigos para jogar Tranca e curtir um bom papo pode ser a melhor pedida!

A primeira coisa que nos vem à mente é pedir umas pizzas, ou então, preparar alguns salgadinhos que caem bem com qualquer tempo.

Mas, por que não variar um pouco esse cardápio e experimentar um delicioso caldinho de feijão, bem quentinho e nutritivo?

Todos sabemos que os feijão é um alimento bem rico em nutrientes (potássio, fósforo e cálcio), proteínas vegetais e, principalmente, em ferro. Possui uma grande quantidade de fibras (para cada 100 gr de feijão temos, em média, 19 gramas de fibras) e sua produção está presente o ano inteiro.

Sua origem remonta a milhares de anos, cultivado pelo homem, por volta de 7.000 a.C. na região da Mesopotâmia. Achados arqueológicos que remontam a 10.000 a.C. nos dão conta que a origem da planta e domesticação seria na América do Sul, mas especificamente, no Peru. Dali teria sua cultura sido disseminada para o norte do continente. Algumas variedades secundárias também foram encontradas na Ásia, África e Europa.

A importância do feijão na alimentação humana é comprovada em relatos que remontam aos primeiros registros históricos de que se tem notícia. O feijoeiro era cultivado no Antigo Egito e na Grécia, onde recebiam cultos em sua homenagem, por serem considerados símbolo da vida. Já os antigos romanos usavam o feijão em suas festas e até mesmo como forma de pagamento para apostas.

Grande número de estudiosos atribui a disseminação dos feijoeiros pelo mundo às grandes guerras, pois o feijão era de fundamental importância na dieta dos guerreiros. As grandes explorações ajudaram a disseminar estes hábitos alimentares, levando a cultura do feijoeiro para as mais diversas partes do mundo.

A título de informação, o Brasil é o maior produtor de feijão do mundo, sendo o estado de Minas Gerais responsável por 15% da produção total.

Conhecidas a origem e história dessa semente, vamos à receita deste sábado!

Caldinho de feijão especial

Ingredientes

1 kg de feijão carioquinha
4 folhas de louro
1 cebola grande picada
1 cabeça pequena de alho amassado
azeite a gosto
500 gr de bacon
1 queijo minas (mais ou menos 500 gr)
1 lata de molho de tomate
1 maço de cheiro verde
pimenta calabresa a gosto
sal a gosto

Modo de preparo

Lave bem os feijões e deixe de molho em água filtrada por umas duas horas. Depois desse período, cozinhe o feijão com as folhas de louro na panela de pressão por uns 30 minutos.

Numa panela grande, refogue a cebola e o alho no azeite e, em seguida, o feijão. Acrescente o molho de tomate e misture bem. Em seguida, bata tudo no liquidificador e volte ao fogo para engrossar. Coloque a pimenta calabresa e acerte o sal, com cuidado para não salgar. Lembre-se que ainda faltam o bacon e o queijo minas.

Separadamente, pique o cheiro verde, o bacon e o queijo em cubinhos. Frite bem o bacon em uma panela em separado e depois coloque em um prato forrado com papel-toalha para que fique bem sequinho.

Coloque o queijo em cubinhos, juntamente com o bacon frito, em cumbuquinhas individuais. Jogue o caldo quente por cima. Por último, o cheiro verde. Sirva em seguida. O queijo irá derreter um pouco e o caldo ficará muito saboroso!

Sirva com torradas preparadas com azeite e alho (esfregue dentes de alho e pincele azeite de oliva antes de levar ao forno).

By Joemir Rosa.

Dos ficantes aos namoridos

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Dos ficantes aos namoridos

Se você é deste século, já sabe que há duas tribos que definem o que é um relacionamento moderno.

Uma é a tribo dos ficantes. O ficante é o cara que te namora por duas horas numa festa, se não tiver se inscrito no campeonato “Quem pega mais numa única noite”, quando, então, ele será seu ficante por bem menos tempo – dois minutos – e irá à procura de outra para bater o próprio recorde. É natural que garotos e garotas queiram conhecer pessoas, ter uma história, um romance, uma ficada, duas ficadas, três ficadas, quatro ficadas…

Esquece, não acho natural coisa nenhuma! Considero um desperdício de energia.

Pegar sete caras. Pegar nove “mina”. A gente está falando de quê, de catadores de lixo? Pegar, pega-se uma caneta, um táxi, uma gripe. Não pessoas. Pegue-e-leve, pegue-e-largue, pegue-e-use, pegue-e-chute, pegue-e-conte-para-os-amigos.

Pegar, cá pra nós, é um verbo meio cafajeste. Em vez de pegar, poderíamos adotar algum outro verbo menos frio. Porque, quando duas bocas se unem, nada é assim tão frio, na maioria das vezes esse “não estou nem aí” é jogo de cena. Vão todos para a balada fingindo que deixaram o coração em casa, mas deixaram nada. Deixaram a personalidade em casa, isso sim.

No entanto, quem pode contra o avanço (???) dos costumes e contra a vulgarização do vocabulário? Falando nisso, a segunda tribo a que me referia é a dos namoridos, a palavra mais medonha que já inventaram. Trata-se de um homem híbrido, transgênico.

Em tese, ele vale mais do que um namorado e menos que um marido. Assim que a relação começa, juntam-se os trapos e parte-se para um casamento informal, sem papel passado, sem compromisso de estabilidade, sem planos de uma velhice compartilhada – namoridos não foram escolhidos para serem parceiros de artrite, reumatismo e pressão alta, era só o que faltava!

Pois, então. A ideia é boa e prática. Só que o índice de príncipes e princesas virando sapo é alta, não se evita o tédio conjugal (comum a qualquer tipo de acasalamento sob o mesmo teto) e pula-se uma etapa quentíssima, a melhor que há.

Trata-se do namoro – alguns já ouviram falar. É quando cada um mora na sua casa e tem rotinas distintas e poucos horários para se encontrar, e esse pouco ganha a importância de uma celebração.

Namoro é quando não se tem certeza absoluta de nada, a cada dia um segredo é revelado, brotam informações novas de onde menos se espera. De manhã, um silêncio inquietante. À tarde, um mal-entendido. À noite, um torpedo reconciliador e uma declaração de amor.

Namoro é teste, é amostra, é ensaio e, por isso, a dedicação é intensa, a sedução é ininterrupta, os minutos são contados, os meses são comemorados, a vontade de surpreender não cessa – e é a única relação que dá o devido espaço para a saudade, que é fermento e afrodisíaco. Depois de passar os dias se vendo só de vez em quando, viajar para um fim de semana juntos vira o céu na Terra: nunca uma sexta-feira nasce tão aguardada, nunca uma segunda-feira é enfrentada com tanta leveza.

Namoro é como o disco “Sgt. Peppers”, dos Beatles: parece antigo e, no entanto, não há nada mais novo e revolucionário. O poeta Carlos Drummond de Andrade também é de outro tempo e é para sempre. É ele quem encerra esta crônica, dando-nos uma ordem para a vida:

– “Cumpra sua obrigação de namorar, sob pena de viver apenas na aparência. De ser o seu cadáver itinerante”.

By Martha Medeiros.

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