Arquivo para Fantástico

Para estar junto é preciso estar só

Posted in Reflexão, Relacionamentos with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 18/02/2015 by Joe

É preciso estar só

Antes de estar com alguém, estamos junto com nós mesmos. E, eventualmente, temos medo do silêncio, acumulamos informação nas paredes, usamos ajuda para relaxar a mente, ficamos desconfortáveis na multidão. Evitamos nossa primeira companhia, buscando a resposta além, ansiando sentirmo-nos completos por uma promessa de felicidade.

Grande influência para nosso comportamento é o Romantismo, que nos visita nas comédias românticas, novelas, brinquedos de crianças e cantigas desde a primeira infância, e catequiza gerações desde Shakespeare a fazer das decisões da vida um drama, viver o presente ou desejar o fim de todo sofrimento. É a arte do sonho e da fantasia. Graças a ele, somos incentivados a ansiar nosso lugar ao sol. Mas, também devemos lembrar dos perigos de viver na terra das fadas, e negar a realidade.

Nascemos sós, com nossa consciência e o céu. E não há nada de estranho em estar no cinema desacompanhado. Precisamos nos compreender, para compreender o outro. Contemplar em silêncio os sons da cidade faz parte de integrar-se com o mundo, e aceitar que somos parte dele: quanto de você está presente na chuva lavando a calçada. Como você sente seus pés. Como sente o coração. Investir tempo para responder honestamente se você é feliz.

O maior estranhamento que podemos causar em alguém é perguntar o quanto ela é feliz. Contudo, poucas coisas são tão absolutas quanto a felicidade. Dizer que ela independe do dinheiro, do trabalho, não é novidade. Mas, vale reforçar que ela depende somente dos nossos olhos.

Dessa forma, não existe nenhum amor que nos torne completos. Porque a resposta não é essa. A resposta somos nós mesmos. Estar com alguém pode ser mais solitário que aceitar o fim. E crer que a felicidade virá junto com um Messias romântico prometido é frustrante.

Entramos inteiros ou partidos numa história, mudamos por próprio mérito para menos ou para mais, e é isso. O romantismo é saudável, mas quanto dele é um desespero por algo grandioso na vida, simplesmente para jogarmos a bola para alguém. O companheirismo de uma vida é, definitivamente, grandioso; que o diga Tarcísio Meira e Gloria Menezes, Jorge Amado e Zélia Gatai. Mas, e quando amamos estar apaixonados mais do que o objeto do nosso afeto. A maior prova está em “amor à primeira vista”, que é o cúmulo do não amor, e cujo sucesso depende inteiramente da sorte. Beleza, caráter, coragem, inteligência não são correlacionados, não é estatística. Insistimos em “riscos” desnecessários ao adotarmos estratégias levianas e depois lamentamos tanto azar. Por desespero de quê? Nutrimos relações destrutivas e sofremos por acabar destruídos.

Amar é estar em paz consigo mesmo. E estar em paz já é um grande desafio. Nenhuma resposta mágica aparece junto com o amor. Pelo contrário. Aparecem mais perguntas e desafios. Então, se você acha que sua rotina demanda muito, deveria evitar mais uma tribulação.

Se não, tornamo-nos vítimas de clichês e nada mais acontece.

Para estar junto é preciso primeiro saber estar só. Estar feliz consigo mesmo. Porque não é mérito de mais ninguém, que não você, como vai a sua vida. Companheiro ou santo nenhum têm poder de salvar nossas peles, podem dar o exemplo. Que tal?

Para estar junto é preciso primeiro respeitar o contorno do próximo. Não se fundir a ele e virar uma massa amorfa, com consciência coletiva. Casais são duas unidades juntas, mas são unidades.

O ser humano é tão rico e misterioso, devemos explorar nosso potencial e melhorar o mundo, e evitar caber numa caixinha etiquetada. Somos únicos e infinitos. Somos sós e completos. Ainda assim, escolhemos voar juntos. E isso é fantástico! Mas, para que a vista seja boa, é preciso criar força nas asas e dar nosso primeiro salto sós.

By Tamara Ferreira.

A marca que você deixa

Posted in Comportamento with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 12/11/2014 by Joe

Telefone antigo

Quando eu era criança, bem novinho, meu pai comprou o primeiro telefone da nossa vizinhança. Eu ainda me lembro daquele aparelho preto e brilhante que ficava na cômoda da sala.

Eu era muito pequeno para alcançar o telefone, mas ficava ouvindo fascinado enquanto minha mãe falava com alguém.

Então, um dia eu descobri que dentro daquele objeto maravilhoso morava uma pessoa legal. O nome dela era “Uma informação, por favor” e não havia nada que ela não soubesse.

“Uma informação, por favor” poderia fornecer qualquer número de telefone e até a hora certa. Minha primeira experiência pessoal com esse “gênio fantástico” veio num dia em que minha mãe estava fora, na casa de um vizinho.

Eu estava na garagem mexendo na caixa de ferramentas quando bati em meu dedo com um martelo. A dor era terrível mas não adiantaria chorar, já que não tinha ninguém em casa para me socorrer. Eu andava atônito pela casa, chupando o dedo dolorido, até que pensei:

– “O telefone!”

Rapidamente, fui ate o porão, peguei uma pequena escada que coloquei em frente à cômoda da sala. Subi na escada, tirei o fone do gancho e segurei firmemente junto ao ouvido. Alguém atendeu e eu disse:

“Uma informação, por favor”.

Ouvi uns dois ou três cliques e uma voz suave e nítida falou em meu ouvido:

– “Informações.”

– “Eu machuquei meu dedo…”, disse, e as lágrimas vieram facilmente, agora que eu tinha audiência.

– “A sua mãe não está em casa?”, ela perguntou.

– “Não, não tem ninguém aqui comigo agora…”, eu soluçava.

– “Está sangrando?”

– “Não”, respondi , “Eu machuquei o dedo com o martelo, mas ta doendo…”

– “Você consegue abrir o congelador?”, ela perguntou.

– “Sim”, eu respondi.

– “Então pegue um cubo de gelo e passe suavemente no seu dedo”, disse a voz.

Depois daquele dia, eu ligava para “Uma informação, por favor” por qualquer motivo. Ela me ajudou com as minhas dúvidas de geografia e me ensinou onde ficava a Filadélfia. Ela me ajudou com os exercícios de matemática. Ela me ensinou que o pequeno esquilo que eu trouxe do bosque deveria comer nozes e frutinhas.

Então, um dia, meu canário, morreu. Eu liguei para “Uma informação, por favor” e contei o ocorrido. Ela escutou e começou a falar aquelas coisas que se dizem para uma criança que está crescendo.

Mas eu estava inconsolável. Eu perguntava:

– “Por que é que os passarinhos cantam tão lindamente trazendo tanta alegria pra gente para, no fim, acabar como um monte de penas no fundo de uma gaiola?”

Ela deve ter compreendido a minha preocupação, porque acrescentou, mansamente:

– “Paul, sempre lembre que existem outros mundos onde a gente pode cantar também…”

De alguma maneira, depois disso eu me senti bem melhor. E, no outro dia, lá estava eu de novo. “Informações”, disse a voz já tão familiar.

– “Você sabe como se escreve ‘exceção’?”

Tudo isso aconteceu na minha cidade natal, ao norte do Pacifico. Quando eu tinha 9 anos, nós nos mudamos para Boston. Eu sentia muita falta da minha amiga.

“Uma informação, por favor” pertencia àquele velho aparelho telefônico preto e eu não sentia nenhuma atração pelo nosso novo aparelho telefônico branquinho que ficava na nova cômoda da nova sala.

Conforme eu crescia, as lembranças daquelas conversas infantis nunca saíam da minha memória. Frequentemente, em momentos de dúvida ou perplexidade, eu tentava recuperar o sentimento calmo de segurança que eu tinha naquele tempo.

Hoje eu entendo como ela era paciente, compreensiva e gentil ao perder tempo atendendo as ligações de um menininho.

Alguns anos depois, quando estava indo para a faculdade, meu avião teve uma escala em Seattle. Eu teria mais ou menos uma hora entre os dois vôos. Resolvi telefonar para minha irmã, que havia se mudado para lá há alguns meses. Como não sabia o novo número, resolvi pedir informação.

Então, sem nem mesmo sentir, disquei o número da operadora daquela minha cidade natal e pedi:

“Uma informação, por favor.”

Como num milagre, eu ouvi a mesma voz doce e clara que conhecia tão bem, dizendo:

– “Informações.”

Eu não tinha planejado isso, mas me peguei perguntando:

– “Você sabe como se escreve ‘exceção’?”

Houve uma longa pausa. Então, veio uma resposta suave:

– “Eu acho que o seu dedo já melhorou, Paul.”

Eu ri.

– ” Então, é você mesma!”, eu disse. “Você não imagina como você era importante para mim naquele tempo.”

– “Eu imagino”, ela disse.

– “E você não sabe o quanto significavam para mim aquelas ligações. Eu não tenho filhos e ficava esperando todos os dias para que você ligasse.”

Eu contei para ela o quanto pensei nela todos esses anos e perguntei se poderia visitá-la quando fosse encontrar a minha irmã.

– “É claro!”, ela respondeu. “Venha até aqui e peça para chamar a Sally.”

Três meses depois eu fui a Seattle visitar minha irmã. Quando liguei, uma voz diferente respondeu :

– “Informações.”

Eu pedi para chamar a Sally.

– “Você é amigo dela?”, a voz perguntou.”

– “Sou, sim, um velho amigo. O meu nome é Paul.”

– “Eu sinto muito, mas a Sally estava trabalhando aqui apenas meio período porque estava doente. Infelizmente, ela morreu há cinco semanas.”

Antes que eu pudesse desligar, a voz perguntou:

– “Espere um pouco… Você disse que o seu nome é Paul?”

– “Sim.”

– “A Sally deixou uma mensagem para você. Ela escreveu e pediu para eu guardar, caso você ligasse. Eu vou ler pra você.”

A mensagem dizia:

– “Diga a ele que eu ainda acredito que existam outros mundos onde a gente pode cantar também. Ele vai entender.”

Eu agradeci e desliguei.

Eu entendi…

Nunca substime a marca que você deixa nas pessoas!

Desconheço a autoria.

Joe Penna

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 27/07/2014 by Joe

Joe Penna

Jônatas de Moura Penna, conhecido como Joe Penna, ou como Mystery Guitar Man é um brasileiro de 27 anos, ainda pouco conhecido por aqui.

Joe mora atualmente em Los Angeles, California, desde os 12 anos onde estudou ingressando depois na Universidade de Massachusetts para estudar Medicina. Foi nessa época que ele descobriu – e se apaixonou – pelo canal de vídeos YouTube e passou a produzir videos on-line nas horas vagas. Não demorou muito para abandonar a Medicina e se dedicar totalmente aos vídeos, realizando videoclipes e alguns comerciais em Boston, onde morava na época.

Quando veio a crise econômica de 2008, Joe viu suas oportunidades ficarem escassas e aí ele começou a produzir vídeos em tempo integral. Um dia, recebeu um telefonema perguntando se ele queria ganhar dinheiro fazendo o que fazia e aí ele pode se dedicar totalmente ao seu hobby!

Guitarrista, Joe estourou no YouTube com um vídeo chamado The Puzzle, sendo destaque na primeira página daquele canal.

Em 2009, foi novamente destaque de primeira página com outro vídeo incrível: Guitar: Impossible. Dali para frente, Joe se transformou em um fenômeno na Internet, ganhando prêmios em vários concursos com seus videos incríveis e super bem produzidos.

Em 2010 foi que ele começou a ficar conhecido por aqui, tendo seu trabalho sido mostrado no Fantástico, da Rede Globo, após ter inserido em um de seus vídeos uma chamada que dizia: “por favor, alguém me ponha no Fantástico”. Deu certo!

Desde 2010, o seu canal MysteryGuitarMan possui mais de 3 milhões de assinantes, o que chamou a atenção de todo o mundo e, principalmente, de anunciantes, que passaram a contratá-lo para divulgar suas marcas na plataforma do YouTube. Agora, Penna anda navegando em outros mares: o MysteryGuitarMan é um dos 14 convidados para o projeto New Form Digital, uma joint-venture entre a Discovery Communications, o produtor de cinema e TV Brian Grazer e o ator Ron Howard que vai bancar a produção de curtas-metragens. O projeto vai custar 5 milhões de dólares.

O YouTube é sua plataforma nº 1, onde ele produz vídeos de publicidade e merchandising no seu canal para segmentos como entretenimento, alimentos e tecnologia. Hoje ele possui uma produtora para comerciais de TV e videoclipes musicais. Com o que fatura ele consegue se dedicar ao seu hobby, que é exatamente a mesma: produzir vídeos, porém sem depender de anunciantes.

Abaixo vocês irão encontrar dois vídeos produzidos pelo Joe Penna: uma orquestra composta por… Joe Penna! É a Clone Orchestra, trabalho muito difícil, onde ele teve de tocar todos os instrumentos e mudar de lugares centenas de vezes, mas cujo resultado final foi muito bom! O outro, é um dos primeiros vídeos produzidos por ele: Guitar: Impossible!

Sugiro, para quem realmente curte esse tipo de trabalho, uma visita ao seu Canal no YouTube e assistir muitos outros trabalhos espetaculares!

By Joemir Rosa.

Vá além dos seus limites

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 02/04/2013 by Joe

Expandindo limites

Você já parou para pensar quais são os seus limites? O que é que você pode ou não realizar na sua vida, independentemente do setor, seja ele profissional, pessoal, financeiro, familiar? Onde aprendemos o que é ou não possível fazer?

Normalmente aprendemos isso na nossa educação familiar, escolar e profissional. Além disso, no decorrer da nossa vida isso também acontece em relação às pessoas com as quais convivemos, respeitamos e admiramos. Isso, com certeza, ajuda a cada um de nós a melhorar nossa capacidade de interação com as pessoas em geral, pois a grande maioria continua definindo seus limites baseados nisso.

Porém, você já parou para pensar que só existe uma pessoa como você? Podem existir pessoas parecidas, talvez assustadoramente iguais, mas não são iguais. A sua existência é única. Você é único. A estrada da sua vida é sua e de mais ninguém. É resultado de suas escolhas, experiências e aprendizagem e daquilo em que você acredita ou não.

Acontece exatamente dessa forma, como você percebe e se relaciona com mundo em que vive é fruto de como você vê o mundo e você vê o mundo baseado naquilo que acredita sobre ele. Imagine a seguinte situação: você foi apresentado a um problema no seu trabalho. Se você pensar que não é capaz de resolvê-lo, não será capaz de resolvê-lo realmente. Vou explicar: quando você determina um comando para a sua mente, ela naturalmente busca como realizar a tarefa. Se a primeira informação que ela recebe é de que você não é capaz de fazer isso, sua criatividade se fecha pois, afinal, não vai adiantar nada, não dá pra fazer mesmo e suas sensações físicas tendem a ser de desconforto, irritação e até de mau humor.

Emoções limitadoras são ativadas reforçando sua incapacidade de realizar aquela atividade, projeto ou mesmo uma meta de produção. E com todo o seu corpo e mente jogando contra, vai ser muito difícil ganhar esse jogo. Dessa forma, utilizamos todo o grande potencial humano para não realizar as tarefas, ou resolver problemas e, assim, passamos a ter mais um problema, pois começamos a acreditar que não somos bons o suficiente.

Nesse ponto, a sua autoestima começa a ser comprometida, seu grau de certeza em relação à vida fica abalado. Você pode se perguntar se acontece tudo isso apenas por causa de um problema que pensou não ser capaz de realizar. Sim, em segundos isso ocorre, e cada vez mais você vai ter menor capacidade de resolver problemas, atingir objetivos e realizar metas.

Olhe ao seu lado, entre as pessoas com quem você convive. Quanto mais problemas essa pessoa é capaz de resolver, normalmente ela é mais bem remunerada, seu trabalho é necessário, seu poder de decisão tende a crescer. Isso ocorre porque essa pessoa acredita que é capaz de fazer aquilo a que se propõe. Cada vez mais coisas que antes pareciam ser improváveis, de serem realizadas, serão realizadas. Situações adversas serão resolvidas por quem acredita ser capaz de realizar e busca os recursos necessários para isso.

Talvez você seja assim, talvez não, mas o fantástico é que você pode mudar isso se quiser. Se você acreditar que pode, da mesma forma sua mente começará a trabalhar para viabilizar aquilo que você deseja. Opções começarão a aparecer, você perceberá mais claramente o que tem de aprender para realizar aquilo que deseja, pois o alicerce já foi formado. Você acreditou no seu poder de superação e realização.

Henry Ford, o criador da Ford e das linhas de produção, no início do século passado já nos dizia: “se você pensa que pode, ou se você pensa que não pode, não importa. De qualquer forma você está certo”.

Agora, neste exato momento que você está lendo este artigo, você pode ir além dos seus limites. Convido você a tomar uma decisão: vou fazer deste dia um grande dia! Vou escolher emoções positivas que me permitam aprimorar as minhas habilidades empresariais, comerciais, de relacionamento com clientes e colegas de trabalho para que eu seja capaz de realizar mais do que estou normalmente acostumado a realizar.

Desta forma, você começa a expandir o seu padrão de comportamento. Que emoções são essas? Alegria, entusiasmo, bom humor, positividade (otimismo) são alguns exemplos. Associe a isso determinação, coragem, comprometimento, amor e a disposição de continuar crescendo e se superando e descobrirá como você é capaz de ir além dos seus limites.

By Jô Furlan.

Motivação é a gente que faz

Posted in Inspiração with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 05/10/2012 by Joe

Em recente conversa com um amigo, um assunto bem familiar chamou a nossa atenção: sabemos que, muitas vezes, não agimos, não fazemos algo que é relevante, por algum sentimento aparentemente impeditivo, ou por pura falta de motivação. Em ambos os casos, esperamos sentir algo que nos estimule à ação.

Mas bem sabemos que não é eficiente seguir essa ordem, e sim o contrário: ao agir o sentimento aparece. Precisamos nos lançar à ação, àquilo que precisamos realizar, sentindo ou não motivação. O curioso é que depois que começamos a agir, tudo fica mais fácil e sentimentos nutritivos nos inundam o ser. Sabe a força que você aplica com as mãos em um objeto para movê-lo de lugar? Pense em um objeto mais pesado e considere que será necessária mais energia para realizar este trabalho, afinal, você usará mais força. Os músculos mais treinados realizam uma tarefa como essas com mais facilidade do que os músculos preguiçosos, que estão destreinados. A energia dos combustíveis orgânicos, basicamente obtidos por meio da alimentação, possibilitará esse movimento, essa ação. Até aqui nenhum mistério, concorda?

Sabemos bem como mover um sofá de lugar, e de que modo empregamos a força para realizar este movimento. Há simplicidade quando observamos com clareza a natureza das mudanças que pretendemos realizar. Temos conhecimentos sobre como as fontes de energia gerarão a força solicitada, e sabemos sobre esses combustíveis o suficiente para os escolhermos bem, certo? É o que fazemos quando escolhemos alimentos nutritivos e saudáveis e, ao menos eventualmente, dispensamos aqueles alimentos deliciosamente nocivos.

Mas e para mover nossa realidade interior? Como geramos o movimento de modo a alterar a inércia de um estado psíquico como a melancolia e a depressão? Que força empregamos para realizar tal intento? Qual a fonte de energia? Que combustível usamos?

Não é difícil de perceber que mudar um objeto de lugar é mais fácil do que mudar um estado psíquico. A mudança de estados psíquicos é mais trabalhosa, inicialmente porque tendemos a conservar um estado emocional em seu movimento mecanizado, em inércia, ou seja, inalterado. Basta conservar o padrão mental que o estado emocional permanece, e para conservar um padrão mental constante, ainda mais se for de natureza negativa, como a rejeição da realidade, basta não fazer nada. E, convenhamos, não fazer nada é muito fácil, não é? Basta deixar como está.

Além disso, para mudar um estado psíquico é preciso escolher um novo movimento, decidir empregar a força necessária e – que rufem os tambores! – agir de acordo com a decisão. Merece um destaque, pela importância que tem, o “agir de acordo com a decisão”, e por ser o tal “pulo do gato” em nossas mais importantes realizações.

Mas não fazer nada é mais fácil que fazer alguma coisa, mesmo quando não fazer nada conserva o sofrimento. Por exemplo: para continuar triste, basta conservar os mesmos pensamentos tristes, e isso é bem fácil. Não fazer nada pode ser contraproducente e até machucar nossas emoções, mas parece ser tão cômodo, que dispensamos qualquer mudança, qualquer alteração ou ação. Desse modo, se o objeto a ser mudado de lugar for a tristeza, logo de início a aparente dificuldade para fazer algum movimento já desencoraja a ação.

O que fazer, então? Comece assim:

Queira!

É como um desejar profundo e intenso, por meio do qual você sente todas as suas fibras vibrarem intensamente. Então queira, e queira com todo o seu ser. Você conhecerá uma fonte de energia interior ilimitada e que revelará o quanto você pode realizar. É fantástico utilizar o querer, mesmo nas pequenas ações.

A força aplicada para mudar o padrão mental – basicamente o que passa na sua mente, os pensamentos – é produzida pelo “Poder da Vontade”. A energia para realizar este trabalho resulta de sua disposição em alterar sua realidade interior e sua relação com a realidade exterior. O combustível são valores, crenças, pensamentos.

À medida que você age de acordo, ou seja, substitui padrões mentais que estimulam a melancolia por pensamentos que estimulam a coragem, a confiança, a vitalidade e o entusiasmo, os músculos do Poder de Vontade são exercitados, produzindo cada vez mais força. Isso quer dizer que você ficará cada vez mais hábil.

Por isso, se estiver sentindo melancolia, tristeza, preste atenção nos pensamentos. Mova-os de lugar. Como não dá para engessar a mente e esperar curar, tratamos com carinho dela para que a saúde psíquica seja um caminho, não um fim.

Então, mexa-se, movimente-se em todas as suas instâncias, em todos os níveis energéticos que você sentir. Mova os pensamentos, substituindo-os. Escolha e realize. Isso é “agir para que o sentimento apareça, ao invés de esperar sentir para agir”.

Afinal, motivação é a gente que faz!

By Marcelo Hindi, psicoterapeuta holístico.

%d blogueiros gostam disto: