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Wi-Fi: fidelidade sem fio

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Wi-fi - fidelidade sem fio

Acho que foi em 1993. Numa entrevista histórica para a MTV, Renato Russo disse a Zeca Camargo que achava lealdade mais importante que fidelidade. Eu era menina, mas lembro que gravei a entrevista numa fita VHS e revi inúmeras vezes, me intrigando sempre nessa parte.

Eu entendia pouco acerca do amor, dos afetos, da durabilidade das relações. Mas Renato Russo me influenciava numa época em que meu pensamento ainda estava sendo moldado e eu tentava, imaturamente, entender aquela declaração.

Isso foi há vinte anos. De lá pra cá, relações se construíram e desconstruíram na minha frente. E, vivendo minha própria experiência, finalmente consigo entender, e de certa forma concordar, com Renato Russo.

A fidelidade é permeada por regras, obrigações, compromisso. É conexão com fio, em que te dou uma ponta e fico com a outra. Assim, ficamos ligados, mas temos que manter a vigília para o fio não escapar e nosso aparelho não desligar.

Já a lealdade permeada pelo vínculo, vontade e emoção é o pacto que se firma não por valores morais, e sim emocionais. É conexão “wi-fi: fidelidade sem fio”, que faz com que eu permaneça unida a você, independente da existência de condutores ou contratos. Permaneço em pleno funcionamento por convicções permanentes e duradouras, invisíveis aos olhos.

Amor nenhum se atualiza sozinho. O tempo passa, a gente muda, o amor modifica. E, nessa evolução toda, a única tecla capaz de atualizar e permitir a duração do amor, é a tecla da lealdade. É ela que conta ao outro que estou mudando, que não gosto mais daquele apelido, ou que aquela mania de encostar os pés gelados em mim embaixo do cobertor ficou chata. É ela que diz que eu gosto tanto do seu cabelo jogado na testa, por que é que não deixa sempre assim?

Ou que traduz que tenho medo de te perder, mas ainda assim preciso lhe contar que na época da faculdade usei drogas, pratiquei magia ou fiz um aborto. É ela que permite que coisas ruins ou não tão bonitas encontrem um refúgio, um lugar seguro onde possam descansar em paz. É ela que faz o amor se atualizar e durar!

Lealdade é não precisar solicitar conexão. É conectar-se sem demora, reservas ou desconfianças. É compartilhar a senha da própria vida, com tudo de bom e ruim que lhe coube até aqui.

Leal é quem conhece as fraquezas, revezes, tombos e dificuldades do outro e não usa isso como álibi na hora da desavença; ao contrário, suporta sua imperfeição e o ajuda a se levantar.

Leal é quem lhe defende na sua ausência. É quem prepara seu terreno, se preocupa com sua dor, antecipa a cura.

Leal é aquele que é fiel por opção, atento ao amor que possui, zeloso com o próprio coração; é quem não omite o próprio descontentamento, mas aponta o que pode ser feito pra não se perder.

Então, sim, eu concordo com Renato Russo e acho que deslealdade separa mais que infidelidade. Pois não adianta não trair por fora, se traio o amor por dentro; se tenho medo de arriscar e polpo meu afeto de se conhecer por inteiro; se não tolero meu caos e vivo uma mentira imaculada; se não absolvo minha história nem perdoo meu enredo, desejando fazer dele uma fábula fantasiosa aos olhos de quem amo; se contrario minha vontade e disposição e omito minhas intolerâncias pra não ferir, me afastando silenciosa e gradativamente até a ruptura; se me apresento por partes – as melhores ficam aparentes, as nem tanto eu omito e não permito ser conhecido.

Finalmente, se não confio a ponto de compartilhar a poltrona do carona ao meu lado reservando apenas o banco de trás (e olhe lá!) à minha companhia nessa viagem!

By Fabíola Simões, do blog “A Soma de Todos Afetos“.

A Fábula da Corrupção

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A Fábula da Corrupção

A Fábula da Corrupção é um curta-metragem de 8 minutos que nasceu de um edital lançado pela Controladoria Geral da União e UNODC, que tinha como tema a luta contra a corrupção, um assunto difícil de ser abordado, principalmente tentando atingir um publico abrangente e sem restrição de faixa etária. Criar um roteiro a partir de uma temática pré-definida pode ser um grande estímulo ou causar um completo bloqueio criativo. Ainda bem que a inspiração veio na hora certa.

Usando a estrutura de uma fábula de fundo moral onde os animais servem de metáfora para as atitudes humanas, a história conta, através de uma narrativa rimada e simples, como a corrupção pode se originar de pequenas atitudes e tomar grandes proporções, prejudicando não só instituições públicas ou privadas, como também a própria vida dos corruptos e corruptores. O mais legal desse trabalho foi bolar uma animação voltada para as crianças, já que os curtas sempre foram mais focados para o público adulto.

O enredo é simples: em um armazém de beira de estrada, um homem vive em paz com seus animais de estimação: o cão que vigia a casa, o gato que caça os ratos e o jumento que é o meio de transporte. No porão da casa habitam vários ratos que vivem roubando comida em quantidades tão pequenas que não chegam a prejudicar o negócio. Porém, com a chegada de um rato estranho, toda a harmonia do mercadinho se acaba.

Em tempos de corrupção tão em foco, é importante educar nossos filhos e mostrar a eles como começa esse ato revoltante. Importante também é mostrar que a corrupção não está apenas no governo, mas em pequenas atitudes que quase já são consideradas “normais” desde cedo. Para perceber como a corrupção está bem próxima da gente, vejam alguns exemplos:

O filho que mente para os pais ou para os professores… é corrupto!
O aluno que cola na prova é… corrupto!
A empresa que sonega imposto… é corrupta!
O motorista que fura o sinal… é corrupto!
O operário que pega um atestado sem estar doente… é corrupto!
O motorista que oferece uma “cervejinha” ao guarda para não ser multado… é corrupto!
O cidadão que “fura a fila” em bancos, cinemas, teatros, repartições… é corrupto!
O eleitor que vende seu voto é… corrupto!

As consequências desses diferentes tipos de corrupção se apresentam com intensidades diferentes. Porém, em todos eles há prejuízo para alguma parte envolvida. Vamos ensinar nossos filhos que pequenos corruptos podem se transformar em grandes bandidos, ou pior, em políticos que irão roubar e prejudicar milhões de cidadãos!

Este ano temos eleições e essa é a oportunidade para mudarmos muitas coisas. Cuidado, pois há muito lobo em pele de cordeiro se aclamando como salvador da pátria! Procure saber quem é o seu candidato, o que ele já fez, conheça o seu passado e veja se tem ficha limpa mesmo! E, principalmente, a qual partido ele está afiliado.

“O que me preocupa não é o grito dos maus… é o silêncio dos bons” (Martin Luther King).

Assistam ao vídeo e mostrem para seus filhos, alunos, netos!

A Fábula da Corrupção:

Direção, Roteiro e Direção de Arte; Lisandro Santos
Animação e Edição: Guto Bozzetti
Cenários: Maumau
Locução: Carlos Cunha
Desenho de Som e Trilha Original: Fabrício Licks
Produção Executiva: Paola Rodrigues
Assistência de Produção: Gisa Aquino

By Joemir Rosa.

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