Quando alguém encontrar seu caminho, não pode ter medo.
Precisa ter coragem suficiente para dar passos errados.
As decepções, as derrotas, o desânimo são as ferramentas que Deus utiliza para mostrar a estrada.
By Paulo Coelho.
Hoje levantei cedo pensando no que tenho a fazer antes que o relógio marque meia-noite.
É minha função escolher que tipo de dia vou ter hoje. Posso reclamar porque está chovendo ou agradecer às águas por lavarem a poluição.
Posso ficar triste por não ter dinheiro ou me sentir encorajado para administrar minhas finanças, evitando o desperdício.
Posso reclamar sobre minha saúde ou dar graças por estar vivo.
Posso me queixar dos meus pais por não terem me dado tudo o que eu queria ou posso ser grato por ter nascido.
Posso reclamar por ter que ir trabalhar ou agradecer por ter trabalho.
Posso sentir tédio com o trabalho doméstico ou agradecer a Deus por ter um teto para morar.
Posso lamentar decepções com amigos ou me entusiasmar com a possibilidade de fazer novas amizades.
Se as coisas não saíram como planejei, posso ficar feliz por ter hoje para recomeçar. O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser. E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma.
Tudo depende só de mim.
By Charles Chaplin.
Nosso medo é nosso fardo, embora possa ser também nosso meio de defesa. O medo que gera a prudência é positivo e necessário.
Podemos observar já em bebezinhos o medo de perder a mãe.
Nos animais o medo faz com que se defendam. Nesse ponto prepara-os para um eventual perigo.
O medo é o sinal amarelo que nos diz “atenção”!
Mas esse pode ser também destrutivo, quando deixamos que tome conta da gente. Há pessoas que se deixam levar por esse sentimento de tal forma que são incapazes de tomar qualquer atitude. Elas se bloqueiam, se petrificam diante de situações que temem e ficam sem ação. E fazendo isso, deixam de viver normalmente, são atingidas em pleno peito pelo que tanto receiam.
Muitos morrem do próprio temor. Tanto eles temem que acabam atraindo para si mesmos a infelicidade. É o caso de pessoas que temem acidentes a tal ponto de sentirem-se petrificadas diante de uma situação que poderiam facilmente evitar.
Ou doenças!
Nosso cérebro é algo extraordináio. Ele coordena e comanda todo o nosso corpo e as nossas ações. Exercitá-lo diariamente com nossos medos pode ser muito perigoso. Nossas palavras têm poder e nossos pensamentos também.
Muitos temem amar. Medo de decepções, de sofrimento. Preferem se fechar numa concha e olhar o mundo através de uma janela do que se abrir e se entregar ao inevitável. Amor traz sofrimento, sim. Mas quanta felicidade traz também, quanta agitação no peito, quanto suspiro, quanto brilho nos olhos, quanta beleza!
É a velha história do copo pelo meio: uns vêm meio cheio, outros meio vazio. E isso faz uma grande diferença!
As pessoas otimistas preferirão correr o risco e viverão plenamente todas as coisas. As outras serão apenas passantes da vida, não viventes.
E o medo é algo tão inerente ao ser humano que até mesmo quando se sente feliz, sente medo. Medo que seja bom demais, que isso passe, que isso se perca. E no auge da felicidade, o medo se instala. E, se instalando, estraga tudo, nos impede de viver o momento presente, tão divino.
Como o ciúme, que corrói a alma e relacionamentos e destrói minutos e horas que poderiam ser maravilhosos. Jogamos fora nosso tempo a troco de nada.
Então troque!
Troque uma boa briga por um bom beijo! Troque a indiferença por um pouco de atenção! Troque o medo pela ousadia (só o suficiente!)! O pessimismo por uma gota de otimismo! Um aperto de mão por um gostoso abraço! Um instante de inquietação por um segundo de oração. Uma maldição por uma bênção!
Experimente a vida!!!
By Letícia Thompson.
Nossa vida se desenrola numa série de encruzilhadas diante das quais precisamos fazer opções. Aí é que aparece este impulso de autodeterminação pessoal chamado liberdade. Nele pode estar toda a nossa grandeza – se acertarmos – ou a nossa miséria – se errarmos.
Seus fracassos e decepções estão todos no passado. Eles nada têm a ver com o que você deseja conquistar a partir de hoje.
Só o homem que chegou ao ponto mais alto da árvore da vida é capaz de decidir!
Você começa cada dia como uma folha em branco. Cada momento é uma oportunidade de começar a transformar seus sonhos em realidade.
O que já passou não importa mais. Sim, o passado trouxe você até aqui. Mas agora seu caminho se divide em infinitas direções e você pode escolher qual delas deve seguir.
Aprenda com o passado e deixe-o para trás. Desejar que tivesse sido diferente é perda de tempo e energia.
Continuar convivendo com as limitações do passado é desperdiçar o enorme potencial da sua vida. Seu passado não define quem você é ou o que você pode conquistar.
Quem decide isso é você!
Desconheço a autoria.
Quando se casam, as pessoas mudam sua relação com o mundo. Antes, interagiam com várias pessoas – pais, familiares e amigos; depois, passam a “viver um para o outro”. A dependência cresce e aumentam as cobranças e as expectativas. Com elas, multiplicam-se as decepções, porque ninguém é capaz de resolver todos os nossos sonhos. Muitas das brigas e tensões conjugais surgem do desapontamento. O erro está na crença de que a salvação deverá vir do outro (e ele é apenas mais um mortal tentando sobreviver).
Pessoas com maior consciência de sua individualidade tendem a construir elos afetivos de melhor qualidade. Por serem mais independentes, esperam menos dos demais. E, em geral, conseguem manter a vida sexual no mesmo nível de frequência e de satisfação que experimentaram no namoro.
O fato do cônjuge ser outra pessoa – e não uma parte de nós – faz com que o desejemos mais. Platão já disse, há 25 séculos, que não se pode desejar o que se possui. Talvez por isso o ciúme funcione como estimulante sexual: a ameaça da perda fortalece a ideia de que o parceiro nos pertence.
O erotismo resulta de uma atmosfera impregnada de sensualidade. Devemos deixar claro que o clima erótico não é o romântico. Amor e sexo são coisas diferentes e merecem ser estimuladas separadamente se quisermos obter uma intensidade maior das duas. Para criar a atmosfera romântica, os casais deveriam passear de mãos dadas em belos bosques, andar por ruelas antigas e singelas, jantar à luz de velas e ouvir música clássica. Nesse tipo de programa, surgem a ternura e a vontade de dormir abraçadinhos. Já um ambiente praiano, onde as pessoas se exercitam, tomam sol, banham seus corpos suados no mar e ouvem canções que sugerem danças ritmadas é altamente estimulante para a nossa sexualidade.
O cotidiano da maioria dos casais não é nem romântico nem erótico. Por isso, as pessoas tendem a buscar atividades mais prazerosas fora do casamento. Acredito que nada disso é necessário. A mulher casada não precisa se descuidar, nem o homem tem de engordar. Ele pode, sem prejuízo das finanças, lembrar que a mulher gosta muito de um determinado cantor e chegar em casa com o novo CD dele. Ou preparar o prato predileto dela. Ela pode levar o café na cama para os dois no domingo e por lá ficar!
As situações eróticas devem se alternar com as românticas e, assim, ocupar um espaço respeitável no cotidiano dos casais, roubando tempo das cobranças e brigas. Mas, para isso, é essencial entender que a ternura e o erotismo não se estabelecem apenas porque duas pessoas se amam. O parceiro fixo precisa buscar uma renovação constante, tanto nos detalhes de sua postura e de sua aparência quanto na invenção de cenários e de figurinos interessantes. Podemos construir a vida cotidiana sobre dependências e decepções ou sobre o desejo de agradar e surpreender o ser amado.
Do ponto de vista sexual, tudo o que é novo provoca impacto imenso. Tudo o que for feito para enriquecer a vida romântica e erótica será sempre bem-vindo. Não creio que seja necessário detalhar mais. Seria subestimar a intuição e o poder criativo dos leitores.
By Flávio Gikovate, médico psicoterapeuta, escritor e conferencista.
A Lenda Pessoal não é tão simples como parece. Pelo contrário, pode ser uma atividade perigosa. Quando queremos algo, colocamos em marcha energias poderosas, e já não podemos esconder de nós mesmos o verdadeiro sentido de nossa vida. Quando queremos algo, fazemos uma escolha do preço a pagar.
Seguir um sonho tem um preço. Pode exigir que abandonemos velhos hábitos, pode nos fazer passar dificuldades, ter decepções, etc.
Mas, por mais alto que seja este preço, nunca é tão alto como o que é pago por quem não viveu sua Lenda Pessoal. Porque estes um dia vão olhar para trás, ver tudo o que fizeram, e escutar o próprio coração dizer:
– “Desperdicei minha vida…”
Acreditem, esta é uma das piores frases que alguém pode ouvir.
By Paulo Coelho.
Não são poucos os que estão na corda bamba entre o desejo de amar e o medo de se ferir. E conseguir amar é justamente não se deixar engolir por esse medo. Desilusões, frustrações, decepções amorosas acontecem. O importante é compreende-las.
Uma busca de diversão, uma série de jogadas ao mesmo tempo tentadoras e ameaçadoras é que leva as pessoas a um número bastante grande de encontros, desencontros e reencontros. Os “namorantes” vem de muitos cantos e convergem em alguns pontos da cidade. Todos partilham as mesmas crenças, ou seja, acreditam que estão em busca de alguém que vai tornar sua vida mais rica, diferente, excitante. Buscam se encontrar para abrir novas portas. Querem dar às suas vidas uma nova dimensão.
A maioria das pessoas que está procurando um possível companheiro íntimo nunca se encontrou antes, mas como estranhos num navio, rapidamente se abre, confessa sua ilusão, sua esperança, como também o medo e a desilusão. Todos estão em busca de amantes mas, uma vez por outra, encontram “odiantes”. Isso cria muitas dúvidas. Todos já fomos decepcionados, frustrados e rejeitados de alguma maneira, todos já fomos menos amados do que queríamos.
Na terra do desejo somos livres – “eu quero, eu posso” – , mas, quando voltamos à realidade, olhamos nossa vontade cara a cara e vemos que é limitada. Quando ocorre um encontro, todos queremos evitar sermos machucados, nos sentirmos presos numa armadilha ou sermos abandonados.
Há momentos em que temos a impressão de que a vida e as relações são uma sucessão de experiências sem significado. Saímos de uma relação para outra com necessidade de esconder os próprios sentimentos ou as próprias dúvidas.
Muitas mulheres que se transformaram em “gatas escaldadas” pelas suas perdas juram pelo fundo de sua caixa de lenços de papel nunca confiar novamente. Por outro lado, a maioria dos homens se entorpece, lacra sua decepção no copo de um bar, provando uma bebida atrás da outra até que chega uma hora em que não se sabe mais o que está bebendo, nem muito menos sentindo: desilusão, raiva, irritação diante do conhecido e dos desconhecidos.
Um segredo em relação às perdas é encará-las, em vez de fugir delas, porque isso diminui seu poder. Antes de buscar alívio para a dor é importante compreende-la: caminhar com calma para dentro dela. Logo abaixo da superfície de qualquer dor encontram-se, com frequência, medo ou raiva escondidos.
Em vez de ficarmos sendo jogados de um lado para o outro por esses sentimentos, podemos reconhecer o que está acontecendo e tentar “pular fora”. Em outras palavras, quando podemos abrir um espaço para o sentimento e ficar na beirada, nos situamos. Ainda sentimos o calor da fogueira, mas as chamas não nos queimam mais. Se conseguimos criar algum espaço, uma “distância protetora”, não nos sentimos mais vulneráveis ou indefesos, ou seja, encaramos nosso medo ou nossa raiva sem sermos totalmente engolidos por eles.
Apesar de “pular fora” ser algo simples de explicar, nem sempre é fácil de conseguir, especialmente quando se trata de amor. Nosso amor por outra pessoa remexe nossos sentimentos, atiça fogo em nossas incertezas, em nossos medos, como também em nossos desejos.
Sempre que se apresenta uma nova possibilidade, há medo. Nós nos defrontamos com ele quando existe contato, quando nos sentimos afetados, tocados pelo outro. Antigamente se dizia: “Amar é não sentir medo”. Entretanto, essa é uma explicação bastante simplista; amar é, mais do que tudo, não se deixar ser engolido pelo medo. A sensação é a de ficar na corda bamba entre o desejo e o temor. Balançamos de um lado para o outro.
Aproximar-se de alguém, inevitavelmente, cria um desafio. Nós só iremos descobrir o que fazer quando tivermos a coragem de sentir e fazer uma escolha, pois o medo adverte: “Cuidado”. Mas a vida diz: “Arrisque”.
Afinal, a única saída continua sendo o amor!
By Maria Helena Matarazzo.
Se você encontrasse com um amigo que não vê há muito tempo, o que contaria sobre sua vida? O que aconteceu de significativo? Você teria para contar mais problemas, decepções, frustrações, enfim, faria muitas lamentações ou contaria muitas conquistas, crescimento, mudanças?
Ao pensar em sua vida, como a descreveria agora?
Pense nisso… E daqui para frente, o que espera que aconteça? Como espera estar daqui a 5 ou 10 anos? E o que você está efetivamente fazendo para alcançar o que deseja?
Se suas respostas foram baseadas em dúvidas, incertezas, inseguranças, sempre com pensamentos negativos, duvidando que seja capaz de conseguir algumas coisas que deseja, como espera conseguir mudar sua realidade? O que está fazendo para mudar algumas situações que dependem exclusivamente de você? Ou você está aceitando tudo, conformado, pensando: já que está tudo ruim mesmo, o que mais posso fazer?
Saiba que é possível fazer muitas coisas para alcançar o que deseja, desde que saiba o que quer, ou também poderá começar pelo que já sabe que não quer.
Ao olhar para trás deve ter muitas experiências ruins, que não deseja mais passar, mas que também trouxeram muitos aprendizados. O que aprendeu de significativo em sua trajetória de vida?
Algumas pessoas olham para o passado e conseguem perceber as lições. Ainda que a custo de muito sofrimento, valorizam o aprendizado, pois conseguem aprender com a experiência passada; outras só se lamentam sobre o ocorrido, repetindo o mesmo padrão por anos, sem aprenderem absolutamente nada.
Essas geralmente se colocam no papel de vítimas, onde só conseguem se lamentar sem nada fazer para mudar. O que deixou de fazer há 3, 5, 10 anos atrás e que até hoje está sofrendo as consequências? Não terá sofrido o suficiente para perceber que algo diferente deve ser feito? Mas o que fazer? Isso somente você poderá responder…
Quem sabe poderá começar pensando em ser mais flexível? Mais aberto às mudanças? Ou você sofre da Síndrome de Gabriela, lembra-se? “Eu nasci assim, eu fui sempre assim, vou morrer assim…” Você só consegue pensar que não há mais como mudar, afinal, já se passaram tantos anos? Você já se sente velho para aprender? Nada disso! Velho é quem para de aprender, não se atualiza, e hoje vivemos em constante processo de mudanças, quando pensamos em algo… já mudou!
Enquanto continuar acreditando que as coisas devem ser feitas sempre da mesma maneira, possivelmente continuará obtendo o mesmo resultado. É preciso estar em constante aprendizado, sair da zona de conforto, aberto à mudanças, seja sobre o que for. Seja em relação ao trabalho, à educação dos filhos, a fazer a comida, se relacionar, amar, enfim, tudo muda em fração de segundos e devemos acompanhar esse processo se desejarmos evoluir, crescer; do contrário, encontraremos estagnação e, muitas vezes, sofrimento.
Você pode começar analisando algumas situações e que na correria se esquece de dar uma paradinha para avaliar suas relações. Se hoje não tiver tempo, reflita sobre isso no final de semana. Reserve uns minutinhos para reavaliar seus valores, sua maneira de conduzir seus problemas e, principalmente, como reage a eles; afinal, estamos nos referindo à sua própria vida e não há nada mais importante do que isso.
Responda a si mesmo às seguintes perguntas:
– O que tem feito por você?
– Tem dito “não” quando essa deve ser a resposta? Ou ainda continua sempre querendo agradar a todos, fazendo tudo por todos?
– Você se esquece constantemente de suas necessidades?
– Tem tido momentos de lazer, tem feito algo para se divertir? O que gosta de fazer e não faz há muito tempo?
– Há quanto tempo você não dá um sorriso, ou uma gostosa gargalhada?
– Como se sente em relação ao seu trabalho?
– E em relação à educação de seus filhos?
– E como está sua relação com seus pais?
– E sua relação afetiva, sexual, como está?
– Tem sido rígido consigo mesmo e com os outros?
– Tenta manter o controle sobre tudo e todos? Quando, na verdade, não consegue ter controle nem sobre suas emoções?
– Sente muito mais o abandono do outro do que o abandono que faz a si mesmo?
– Está em constante busca de aprovação e reconhecimento por se sentir sem valor?
– Está sempre se culpando do que acontece aos outros?
– Consegue perceber que muitas pessoas se afastam de você por julgá-las e/ou criticá-las?
– Tem medo de perder a pessoa amada quando nem percebe que já perdeu a si mesmo?
– Consegue identificar seus sentimentos ou está sempre em constante movimento para não entrar em contato com o que está dentro de você?
– Está constantemente se frustrando por criar muitas expectativas?
– Tem se sentido triste, constantemente irritado, sem energia?
Analise com calma todas essas questões e reavalie sua vida, suas relações. Procure responder a cada uma das questões acima, se possível escreva suas reflexões. As dúvidas, os medos, mágoas, ressentimentos, culpa, frustrações, críticas, julgamentos, rigidez, cobranças, são todos obstáculos ao crescimento. Transforme tudo isso. Não há receita, nem fórmula mágica, mas é certo que para as mudanças ocorrerem depende muito mais de você.
Comece se observando mais, pensando sobre todas essas questões. Cultive dentro de você a esperança, a fé, mesmo quando tudo parecer estar perdido. É a harmonia consigo mesmo – e com aqueles com quem convive – que lhe trará paz interior e preencherá seu vazio.
É o amor por si mesmo e o respeito por seus valores e sentimentos que o fará se sentir uma pessoa de valor! E isso, com certeza, ninguém poderá lhe dar, mas também ninguém poderá lhe tirar, é uma conquista absolutamente sua e que, certamente, fará toda diferença em sua vida!
Depois de todas essas reflexões e prováveis mudanças, talvez a história que irá contar quando encontrar um amigo seja bem diferente. Eu espero sinceramente que seja!
By Rosemeire Zago.
É sempre difícil e bastante complicado falar de amor e de relacionamentos, pois os temas envolvem sempre duas e, em algumas situações, mais de duas pessoas.
Aprendemos muitas coisas sobre o amor, a maioria delas distantes do verdadeiro amor. Muitas pessoas, ainda em seu narcisismo, buscam desesperadamente sua alma gêmea, pois não suportam as diferenças indiscutíveis e, a meu ver, maravilhosas que existem entre todos nós.
Com todas essas regrinhas que inventaram sobre o verdadeiro amor e a melhor forma de se relacionar, conseguimos apenas frieza e separações. O amor se torna impossível com tantas regras para cumprir, sem falar no narcisismo que impera em nossa civilização. Todo amor começa a partir da atração sensual. Às vezes, inventamos algumas coisas para negar essa afirmação, para disfarçar esse fato, mas indiscutivelmente esse é o fato.
No início há romance, troca de promessas (normalmente impossíveis de serem cumpridas), sedução e, como toda paixão, é carregada de irrealidade. Nessa etapa você vê apenas uma parte da pessoa, não vê sua totalidade e isso faz com que você não viva a realidade. Com o passar do tempo, as duas realidades começam a se manifestar e é aí que se inicia uma outra etapa do relacionamento, quanto mais você conhece o ser amado, mais você entra em contato com a loucura – a sua e a do outro.
Nesse momento, a raiva e todos os sentimentos negativos que você abriga dentro de seu coração começam a aflorar. Pronto, a neurose está instalada. O tempo vai passando em meio a decepções e abraços, até que cada um se torna um hábito para o outro – o romance foi embora. O que fazer agora? O que era para me fazer mais feliz começa a me fazer infeliz. É nesse momento que o amor passa pelo maior dos testes: se é de fato amor ele sobrevive… se não for, ele passará.
Se o amor existir, você começa uma outra etapa e poderá amar ainda mais a pessoa que está ao seu lado. Nesse momento é preciso aceitação. O amor é, na verdade, a união do seu mais profundo ser com o que há de mais profundo no outro. Há uma união no plano da alma que está além da paixão e da personalidade.
Kahlil Gibran tem um poema que diz: “Deixem que haja espaços na união de vocês. E deixem que os ventos dos céus dancem entre vocês. Amem um ao outro, mas não tornem o amor uma obrigação. Ao contrário, deixem que ele seja um mar em movimento entre as praias de suas almas.”
A partir de então, o amor tende somente a se aprofundar. Mas estou falando de amor, por favor, não de tempo juntos, não de aceitação de violência, invasão e desrespeito. Falo do amor que respeita os limites do outro, onde cada um tem seu próprio espaço, seu próprio gosto, sua própria vida e muitas vezes sua própria casa. Quando a invasão começa a instalar-se em um relacionamento, o amor está fadado ao fim.
As pessoas que desejam verdadeiramente a felicidade devem traçar claramente seus limites e o outro deve aceitar ou não. É isso que chamo de aceitação. Não a submissão ou obediência – isso é oposto ao amor. Somente entre duas liberdades é possível ver o amor crescer. E se ambos – amor e liberdade – puderem lhe pertencer, você conseguiu conquistar o melhor que a vida pode oferecer.
By Eunice Ferrari.