Todo mundo sabe que o arroz e o feijão formam o par perfeito do Brasil, uma dupla imbatível na preferência dos brasileiros. E no Ceará aconteceu o casamento feliz, uma união mais que perfeita: o Baião de Dois.
Todo o sucesso dessa união vem do seu valor nutritivo. A união do arroz e feijão produz uma química que extrapola apenas o sabor para formarem uma perfeita e saudável combinação protéica.
Está aí o segredo dessa dupla permanecer como a protagonista na cozinha brasileira.
O arroz com o feijão se completam, o que falta em um, o outro fornece. Os grãos de arroz contêm metionina, um aminoácido deficiente no feijão, e os de feijão contém lisina, aminoácido deficiente no arroz.
Voltando à nossa dupla famosa, ela é a comida básica dos brasileiros, e ainda traz um sentido unificador, representando a união do branco com o preto.
O termo “baião”, que deu origem ao nome do prato, designa uma dança típica do nordeste, por sua vez derivada de uma forma de lundu, chamada “baiano”. A origem do termo ganhou popularidade com a música Baião de Dois, parceria do compositor cearense Humberto Teixeira com o “Rei do Baião”, o pernambucano Luís Gonzaga, na metade do século XX.
A história do baião de dois é do tempo das dificuldades das pessoas do sertão no período da seca, em que não podiam estragar nada; assim, uniram o arroz, o feijão, o queijo de coalho, a carne de sol, a manteiga de garrafa e criaram um prato só. E assim estava pronto o Baião de Dois, que sempre foi fundamental para dar sustento aos vaqueiros.
Por ser um prato saborosíssimo, em função da composição de seus ingredientes, ganhou projeção nacional e hoje pode ser saboreado em vários estados brasileiros, principalmente do nordeste do país.
A receita de hoje é a mais próxima possível da original, uma vez que houve muitas adaptações regionais. Seus ingredientes podem ser encontrados em alguns supermercados de todo o Brasil, bem como nas famosas “Casa do Norte”, espalhadas por várias cidades.
Eu, particularmente, sou fã desse prato especialíssimo!!
Baião de Dois
Ingredientes
1/4 xícara (chá) de azeite
1 colher (sopa) de manteiga de garrafa
2 xícaras (chá) de toucinho defumado em cubos
1/2kg de carne de sol dessalgada e cortada em cubinhos
1 cebola picada
6 dentes de alho picados
4 xícaras (chá) de feijão de corda (ou feijão verde) cozido
2 xícaras (chá) de arroz cozido
2 garrafinhas de leite de coco
sal a gosto
1 pimenta dedo-de-moça (sem sementes) picadinha
2 e 1/2 xícaras (chá) de queijo coalho ralado grosso
1 maço de cebolinha picada
Modo de preparo
Em uma panela grande, refogue o toucinho cortado em cubinhos no azeite e na manteiga, deixando-o bem dourado. Em seguida, coloque a carne de sol, fritando bem.
Acrescente a cebola e o alho, sem parar de mexer. Adicione o feijão (sem o caldo), misturando bem. Acrescente o arroz e o leite de coco, e mexa tudo muito bem.
Tampe e deixe cozinhar até o leite de coco reduzir bastante. Acerte o sal, e coloque a pimenta picadinha.
Espalhe o queijo de coalho (se não quiser ralar o queijo, pode cortá-lo em lascas largas) por cima, tampe a panela e deixe em fogo baixo até derreter o queijo. Na hora de servir, coloque a cebolinha por cima e regue com manteiga de garrafa* aquecida.
E bom apetite!!!
* A manteiga de garrafa é um tipo de manteiga regional produzida no Nordeste brasileiro que, dependendo da região específica de produção, recebe outras denominações tais como manteiga de gado, manteiga da terra ou manteiga de cozinha.
A manteiga de garrafa se mantém fluida em temperatura ambiente ou quando aquecida, mas que endurece na geladeira. É mais durável do que a manteiga comum.
By Joe.