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Bom-bocado

Posted in Receitas with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 25/10/2014 by Joe

Bom-bocado

Como já comentamos anteriormente em algumas receitas, a utilização de ovos – principalmente muitas gemas – é uma característica dos doces portugueses, normalmente aqueles criados pelas freiras, em conventos. Para agradar os nobres que as visitavam, usavam uma grande quantidade de gemas que sobravam – as claras eram utilizadas para manter as roupas delas sempre bem “engomadas”.

E muitos desses doces chegaram até o Brasil e foram sendo adaptados aos novos ingredientes: coco, queijos, mandioca, frutas típicas, etc. Entre essa grande quantidade, o bom-bocado é um desses doces que foi sendo adaptado aos gostos, costumes e ingredientes locais, indo parar nas mesas de festas de aniversários, batizados e até festas juninas.

Originalmente, era preparado com uma grossa calda de açúcar, à qual misturavam muitas gemas, farinha, manteiga, amêndoas trituradas, levando-se para assar em forminhas, em banho-maria.

Da receita original, restaram apenas os ovos, o açúcar e o leite. A farinha deu lugar ao fubá e à mandioca. O queijo foi trocado pelo coco (e até mantendo uma boa convivência), e as amêndoas sumiram da receita, uma vez que era um produto importado, muito caro para os nossos padrões.

Como era um doce vendido nas ruas do Rio de Janeiro pelas escravas que as sinhás liberavam para fazer pequenos negócios, logo caiu no gosto popular e começou a rivalizar com o doce original, produzido nas cozinhas senhoriais.

Por curiosidade, Pedro I era amante de furrundum, doce de cidra ralada, gengibre macerado e rapadura; Pedro II, se amarrava no de figo feito em tacho; Rui Barbosa elegia entre os preferidos o de batata; Deodoro, bom nordestino, não resistia à compota de caju; Juscelino empregava uma doceira especializada em baba-de-moça; Tancredo Neves revelava predileção por queijadinhas e quindins.

Na literatura, Jorge Amado fez da cozinha de Gabriela e de Dona Flor a extensão de sua mesa, onde quer que estivesse morando: são muitos os doces citados por ele e atribuídos às qualidades culinárias de suas inesquecíveis personagens. Já o bom-bocado aparece nas páginas de Machado de Assis.

E a receita de hoje é justamente a citada nas obras de Machado de Assis, muito prática e fácil de preparar, e é um exemplo de como o doce adaptou-se bem aos costumes e ingredientes locais!

Bom-bocado

Ingredientes

3¼ xícaras (chá) de açúcar
1¼ xícara (chá) de água
2½ xícaras (chá) de coco fresco ralado
½ xícara (chá) de queijo parmesão ralado
5 colheres (sopa) rasadas de manteiga
½ xícara (chá) de farinha de trigo
6 ovos

Modo de preparo

Em uma panela, leve a água e o açúcar ao fogo, mexendo sempre até o açúcar dissolver bem. Cozinhe bem até a calda ficar em ponto de fio. Retire do fogo, acrescente o coco, o queijo, os ovos batidos, a manteiga e vá adicionando a farinha, mexendo com cuidado para não empelotar.

Mexa sempre até que fique uma mistura bem homogênea. Deixe esfriar um pouco.

Depois, distribua em forminhas de empada untadas e asse no forno pré-aquecido até dourar.

Retire do forno, deixe amornar para que solte das forminhas (se for preciso, utilize a ponta de uma faca, com cuidado) e sirva em temperatura ambiente.

By Joemir Rosa.

Tome distância … e se surpreenda!

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 05/02/2013 by Joe

Visão distante

Às vezes, nos aproximamos tanto de uma situação, que ficamos impossibilitados de enxergar o valor dela. Um emprego, um relacionamento, um negócio, um produto, um estilo de vida, seja o que for: o costume pode levar ao descaso. Mais objetivamente, o costume pode levar à complacência e à ignorância.

Se somos casados há algum tempo, nos acostumamos a pensar que conhecemos tudo sobre nosso par. E raramente fazemos um esforço para tentar conhecê-lo melhor.

Se alguma coisa perturba, normalmente tentamos nos livrar dela. Mas se nos afastamos e olhamos com objetividade os diversos componentes da situação, podemos acabar achando aquele pequeno detalhe que é a causa de todo o problema.

Não é sensato jogar fora os noventa e cinco por cento que têm valor, para se livrar dos cinco por cento que causam problemas.

Sua vida tem muito valor. Porém, esse valor é tão parte de você que, muitas vezes, é difícil que você o perceba. Tome um pouco de distância e olhe com atenção. Claro que existem partes que precisam ser trabalhadas, mas você terá uma grata surpresa com todas as coisas boas que vai ver.

Desconheço a autoria.

Sabedoria

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 13/08/2012 by Joe

Diz a sabedoria indígena que quando não cumprimos aquilo que prometemos, o fio de nossa ação que deveria estar concluída e amarrada em algum lugar, fica solto ao nosso lado.

Com o passar do tempo, os fios soltos enrolam-se em nossos pés e impedem que caminhemos livremente … ficamos amarrados às nossas próprias palavras.

Por isso, os nativos têm o costume de “por-as-palavras-a-andar”, que significa agir de acordo com o que se fala; isso conduz à integridade entre o pensar, o sentir e o agir no mundo e nos conduz ao Caminho da Beleza, onde há harmonia e prosperidade naturais.

Saber, e não fazer, ainda não é saber!

By Lao Tsé.

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