Arquivo para Controle

O jogo sujo do poder

Posted in Relacionamentos with tags , , , , , , , , , , , , , , , , on 31/08/2015 by Joe

Jogo sujo de poder

Existem pessoas que dizem amar, mas na verdade cometem práticas totalitárias e ditatoriais contra o ser amado. Suprimem a liberdade do ser amado. Querem que o outro preste contas dos seus atos, e que faça um relatório até do que possa estar pensando.

Exigem que o outro altere seus planos de vida, isole-se do mundo, renegue suas convicções, abandone os seus desejos, afaste-se dos amigos e destrua a própria personalidade.

Existem pessoas que controlam o ser amado de uma forma irracional. Se pudessem, instalariam câmeras de vídeo no coração do ser “amado”. Viram carcereiros.

Desrespeitam a privacidade do ser amado. Vigiam. Jogam o jogo sujo do poder, praticam chantagem emocional, agarram, prendem, oprimem, sufocam.

E ainda chamam isso de amor…

By Edson Marques.

Entregue-se ao imprevisível…

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 25/08/2015 by Joe

Entregue-se ao imprevisível

… e encontre o amor!

Se existem verdades absolutas neste mundo, uma delas é que todos nós temos medo de sofrer. Assim, ingenuamente tentamos controlar as situações ao nosso redor, como se isso fosse possível.

Obcecados por esse desejo de nos proteger, gastamos nossa energia e nosso tempo tentando controlar os pensamentos, as atitudes e até os sentimentos das pessoas que amamos e que, sobretudo, desejamos que nos amem.

No entanto, não nos damos conta de que a vida se baseia no imprevisível, no incontrolável, no surpreendente! Nenhum sentimento é garantido, nenhuma consequência é revelada antecipadamente. O futuro é totalmente incerto. E, apesar de tamanha imprevisibilidade, temos em nosso coração toda a possibilidade de conquistarmos o que e quem amamos, o que é muito diferente de controlar, prever ou obter garantias!

Muitas pessoas não conseguem encontrar um amor, não se entregam a uma relação profunda e verdadeira simplesmente porque estão, todo o tempo, tentando obter certezas. As perguntas não param de gritar, as dúvidas não têm fim e o medo de se deparar com a dor parece assombrar milhares de corações, impedindo-os de enxergar uma outra possibilidade, tão plausível quanto a de sofrer. Será que ele me ama? Será que vale a pena perdoar e tentar de novo? Será que ele não vai me trair? Será que não estou sendo idiota? Será que não vou sofrer mais do que se ficar sozinho? Será? Será?

O que será, eu responderia com muita tranquilidade, não importa agora! Na verdade, nunca importará! A pergunta correta é: “Eu quero?” Quando aprendermos a responder, com respeito e responsabilidade, essa simples perguntinha, teremos previsto qualquer possibilidade. Sim, porque o amor é uma chance, uma oportunidade, não uma garantia, nunca uma certeza! Podemos vivê-lo conforme nossa vontade, de acordo com nosso coração ou… passaremos a vida inteira tentando controlar o incontrolável, garantir o incerto! Jamais teremos como saber se o outro está sendo fiel, se o amor que sentimos é correspondido na mesma medida, se vamos sofrer ou se seremos felizes. Jamais saberemos do amanhã ou do outro.

Então, que usemos nossa inteligência, a despeito de todo o medo que isso possa nos fazer sentir. Ou seja, que possamos, de uma vez por todas, abrir mão dessa tentativa inútil de controlar o amor, a vida e o outro e nos concentremos em nós, em nosso coração e em nossos reais objetivos!

Descobriremos que nos ocupar com nossos próprios sentimentos já é trabalho para vida inteira. Descobriremos que agir conforme nossa vontade é o bastante para que nos sintamos preenchidos, embora possamos mesmo vir a sofrer… simplesmente porque o sofrimento é uma possibilidade tão possível quanto a felicidade!

E digo mais: só conseguiremos entrar de fato no coração de alguém, mesmo sem termos certeza disso, quando tivermos a audácia e a coragem de nos entregar ao imprevisível, quando conseguirmos compreender que a segurança é mérito pessoal, interno, sentimento que não se pode ter em relação a ninguém além de nós mesmos.

Portanto, para todas as pessoas que perguntam sobre qual é o “segredo” para viver o amor sem sentir tanta insegurança, tanto ciúme e tanto medo de sofrer, aproveito este momento para responder: o segredo está em saber se você quer, se você realmente quer! Porque se você quiser e fizer por merecer, agindo você com sinceridade, qualquer possibilidade de dor e sofrimento valerá a pena. Porque quando a gente quer de verdade, com o coração, a magia do amor nos faz entender que sofrer faz parte do caminho e, no final das contas, é tudo crescimento, aprendizagem, evolução e, por fim, a tão desejada felicidade. E não que ela esteja no final do caminho ou no final da vida, simplesmente porque ser feliz é isso: entregar-se ao imprevisível e aceitar a dor e a alegria como partes do amor!

E quando penso que essa entrega é realmente difícil, me lembro de uma frase que gosto muito:

– “Se o seu problema tem solução, relaxe… ele tem solução. E se o seu problema não tem solução, relaxe… ele não tem solução!”

É uma frase engraçada, mas muitíssimo sábia.

Portanto, quando estiver doendo muito, não resista! Simplesmente relaxe e aceite, pois a resposta virá!

By Rosana Braga, escritora, jornalista e consultora em relacionamentos, palestrante e autora dos livros “Alma Gêmea – Segredos de um Encontro” e “Amor – sem regras para viver”, entre outros.

A paz começa comigo

Posted in Comportamento with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 06/04/2015 by Joe

A paz começa comigo

Os meus problemas são memórias que se repetem no meu subconsciente. Os meus problemas não têm nada a ver com uma pessoa, lugar ou situação. Eles são o que Shakespeare poeticamente assinalou em um dos seus sonetos como “antigas aflições renovadas”.

Quando vivencio problemas de memórias reencenadas, tenho uma escolha. Posso permanecer envolvido com elas ou posso pedir à Divindade que as liberte por meio da transmutação, devolvendo assim a minha mente ao seu estado original de vazio… de ser livre de memórias. Quando estou livre de memórias, sou o meu Eu Divino como a Divindade me criou à sua exata semelhança.

Quando o meu subconsciente se encontra no estado zero, ele é intemporal, ilimitado, infinito, imortal. Quando as memórias dominam, ele fica retido no tempo, no lugar, nos problemas, na incerteza, no caos e no pensamento, além de preocupado em enfrentar e administrar as dificuldades. Ao permitir que as memórias assumam o controle, renuncio tanto à clareza mental quanto à minha harmonia com a Divindade. Sem Harmonia, não há inspiração. Sem Inspiração, não existe Propósito.

Quando trabalho com as pessoas, sempre peço à Divindade que transmute as memórias do meu subconsciente que são reencenadas como as percepções, os pensamentos e as reações que tenho a respeito delas. A partir do estado zero, a Divindade permeia então a minha mente subconsciente e a consciente de Inspirações, possibilitando que a minha Alma experimente as pessoas como a Divindade as vivencia.

Quando trabalho com a Divindade, as memórias transmutadas no meu subconsciente são transmutadas no subconsciente de todas as mentes, não apenas no das pessoas mas também no subconsciente dos reinos mineral, animal e vegetal, bem como no de todas as formas de existência visíveis e invisíveis.

Como é maravilhoso constatar que a Paz e a Liberdade começam comigo!!!

Paz do Eu,

By Ihaleakala Hew Len, terapeuta que trabalha com um sistema havaiano secreto para a prosperidade, saúde, paz chamado Ho’oponopono.

As várias faces da mentira

Posted in Comportamento with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 26/02/2015 by Joe

As várias faces da mentira

Há um momento na vida em que, graças ao domínio de mecanismos sofisticados da inteligência, aprendemos a mentir. Mentimos jogando com as palavras, contendo gestos, assumindo posturas convenientes – e das quais discordamos – para aliviar tensões.

Tentamos esconder aquele traço da nossa personalidade que não nos agrada assumindo uma maneira de ser mais apropriada. São tantas as possibilidades de escamotear a verdade que o mais prudente seria olhar o ser humano com total desconfiança – pelo menos até prova em contrário.

Ainda que sentir medo e insegurança faça parte da natureza humana, fingimos que tudo está sob controle e que nada nos abala para ocultar nossa fragilidade. Acreditando no que veem, os outros passam a se comportar como se também não sentissem medo.

Mentem para não parecerem frágeis e inferiores diante daqueles que julgam fortes. Nesse teatro diário, alimentamos o círculo vicioso da dissimulação. Minto para impressionar você, que me impressionou muito com aquele jeito fingido de ser – mas que me pareceu genuíno.

Não seria mais fácil se todos admitíssemos que não somos super-heróis e que não há nada que nos proteja das incertezas do futuro?

Em geral, quem não aceita o próprio corpo evita praias e piscinas. Diz que não gosta de sol, quando, na verdade, não tem estrutura para mostrar publicamente aquilo (a gordura, a magreza ou qualquer outra imperfeição) que abomina.

É o mesmo mecanismo usado pelos tímidos, que não se entusiasmam muito por festas e locais públicos. Em casa, não precisam expor sua dificuldade de se relacionar com desconhecidos.

Temos muito medo de nos sentirmos envergonhados, de sermos alvos de ironias que ferem nossa vaidade. É para não correr esse risco que muita gente muda de cidade depois de um abalo financeiro. Melhor ser pobre e falido (e encontrar a paz necessária para reconstruir a vida) onde ninguém nos conheceu ricos e bem-sucedidos!

Até aqui me referi às posturas de natureza defensiva, que servem de armadura contra o deboche, as críticas e o julgamento alheio.

Há, no entanto, um tipo perverso de falsidade: a premeditada. Pessoas dispostas a se dar bem costumam vender uma imagem construída sob medida para tirar vantagem.

Um homem extrovertido e aparentemente seguro, independente e forte pode ter criado esse estereótipo apenas para cativar uma parceira romântica. Depois de conquistá-la, revela-se inseguro, dependente e egoísta.

Mulheres sensuais podem se comportar de maneira provocante para despertar o desejo masculino – e sentir-se superiores aos homens. Vendem uma promessa de intimidade física alucinante que raramente cumprem, pois são, em geral, as mais reprimidas sexualmente. O apelo erótico funciona como atalho para os objetivos de ordem material que pretendem alcançar.

Não há como deixar de apontar a superioridade moral daqueles que mentem por fraquezas quando comparados aos que obtêm vantagens com sua falsidade. O primeiro grupo poderia se distanciar ainda mais do segundo se acordasse para uma verdade óbvia e fácil de enfrentar: aquele que me intimida é tão falível e frágil quanto eu.

E – nunca é demais lembrar –, para ele, eu sou o outro que tanto lhe mete medo!

By Flávio Gikovate.

A mudança é uma obrigação!

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 05/02/2015 by Joe

Mudança

A mudança não é uma necessidade, não é uma opção; é uma obrigação!

É uma obrigação para nós que temos a convicção necessária de que só com uma mudança podemos empreender a evolução e o crescimento que precisamos para atrair felicidade, amor, prosperidade e progresso em todos os âmbitos das nossas vidas.

E esclareço: quando digo que é uma “convicção” é porque a decisão de aceitar ou não a mudança é um poder absoluto que cabe só a nós, pois ela se inicia nos nossos modelos mentais, na nossa maneira de pensar e, sobre isso tudo, só nós temos o controle. Quando digo “necessária”, refiro-me a que quando não aceitamos esta realidade, quando não aceitamos a mudança, ficamos encerrados em ciclos de contínuas experiências repetitivas que nos perturbam ou acabam por encerrar-nos na mediocridade e no conformismo, ou na tristeza e na desesperança.

E quando falo de “evolução” não estou falando da possibilidade de que saiam “asinhas” nas nossas costas; as asas se desenvolvem nos nossos pensamentos e elevarão as nossas ambições e a visão das nossas próprias vidas por ilimitados e abundantes espaços do universo. E lá encontraremos nossos próprios espaços individuais onde desenha definida e claramente nossos objetivos e metas, nossa visão de vida; definir nossos sonhos.

Então, falo de crescimento, mas crescer não significa chegar às alturas esticando nossos corpos, senão fazer crescer a força dos nossos corações, a riqueza da nossa personalidade, a determinação e a coragem das nossas ações, para assim conseguir o crescimento que nos leve para a altura de todos nossos sonhos, sem importar quão altos eles estejam, e poder alcançá-los. Estou convencido destas ideias e por isso hoje quero compartilhá-las.

Em algumas ocasiões tenho recebido mensagens – e estou ciente desta posição – em que me dizem que o que escrevo é irreal, que são palavras que pertencem a um mundo de ilusão e fantasia. Eu mesmo, às vezes, tenho pensado isso. Sei que antigamente algumas pessoas liam minhas propostas e em algum momento se sentiram “enjoadas” de tanto ler sobre “céus despejados” quando realmente as nuvens não param de aparecer nas nossas vidas.

É por isso que estou escrevendo isto, pois também tenho que encarar muitos problemas e sinto tristeza ao ver a dor e a frustração, e inclusive os momentos de fraqueza de pessoas que aprecio, algumas ao meu redor, outras conhecidas nos espaços que a Internet nos oferece, mas todas próximas em carinho e sentimento.

Desde a perspectiva de quem tem encarado e ainda encara muitos desafios e inseguranças, adversidades e contradições, só me resta insistir em compartilhar aquilo no que acredito e que tive que experimentar. A única maneira de alcançar mudanças positivas nas nossas vidas é aceitando a mudança, com todo o desconforto e todas as turbulências que isso possa representar. Comecemos pelos menores detalhes, comecemos por nossos pensamentos. A mudança é movimento e o movimento atrai oportunidades para nossas vidas.

Todos merecemos, podemos e devemos ser felizes, viver em prosperidade e abundância, amar e ser amados. Cultivemos no nosso entorno e, sobre tudo, no nosso interior, o terreno fértil para aceitar estas benções nas nossas vidas.
Iniciemos a mudança imediatamente!

Desconheço a autoria.

Não perca o barco

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 25/01/2015 by Joe

Não perca o barco

Não perca o barco! Cada oportunidade pode ser única em nossas vidas.

Lembre-se de que estamos todos no mesmo barco. Nossa sobrevivência muitas vezes depende da sobrevivência do nosso próximo.

Planeje para o futuro. Não estava chovendo quando Noé construiu a arca.

Muitas vezes, não podemos pressentir o que nos aguarda; precisamos aprender a confiar em Deus!

Mantenha-se em forma quando tiver 60 anos, alguém pode lhe pedir para fazer algo realmente grande!

Enquanto Noé construía a arca, todos zombavam dele por construir um barco no meio do deserto. Não dê ouvidos aos críticos, apenas continue a fazer o trabalho que precisa ser feito.

Construa seu futuro em terreno alto. Quando olhamos para o horizonte, vemos o infinito.

Por segurança, viaje em pares. Todos com Noé entraram aos pares.

A velocidade nem sempre é uma vantagem: os caramujos estavam a bordo com os leopardos!

Temos muitas diferenças, mas o importante é que somos essenciais uns para os outros e podemos chegar juntos, mesmo com diferenças gritantes!

Quando estiver estressado, dê um tempo… Muitas vezes, esperar é a melhor estratégia. Há coisas que fogem do nosso controle, relaxe e espere o “dilúvio” passar.

Lembre-se: a arca foi construída por amadores. O Titanic, por profissionais.

Desconheço a autoria.

Mentes perturbadas

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 22/12/2014 by Joe

Mentes perturbadas

O ódio nunca desaparece enquanto pensamentos de mágoa forem alimentados na mente. Ele desaparecerá tão logo esses pensamentos de mágoa forem esquecidos (Siddharta Gautama).

Se o telhado for mal construído, ou estiver em mau estado, a chuva entrará na casa; assim, a cobiça facilmente entra na mente, se ela é mal treinada ou está fora de controle.

Um fabricante de flechas tenta fazê-las retas; um sábio tenta manter correta a sua mente.

Uma mente perturbada está sempre ativa, saltitando daqui para lá, sendo de difícil controle; mas a mente disciplinada é tranquila; portanto, é bom ter sempre a mente sob controle.

Aquele que protege sua mente da cobiça, ira e da estupidez desfruta da verdadeira e duradoura paz.

Proferir palavras agradáveis, sem a prática das boas ações, é como uma linda flor sem a fragrância. A fragrância de uma flor não flutua contra o vento; mas a honra de um homem transparece mesmo nas adversidades do mundo.

Numa viagem, um homem deve andar com um companheiro que tenha a mente igualou superior à sua; é melhor viajar sozinho do que em companhia de um tolo.

Um amigo insincero e mau é mais temível que um animal selvagem; a fera pode ferir-lhe o corpo, mas o mau amigo lhe ferirá a mente.

Ser tolo, e reconhecer que o é, vale mais que ser tolo e imaginar que é um sábio.

O leite fresco demora a coalhar; assim, os maus atos nem sempre trazem resultados imediatos. Estes atos são como brasas ocultas nas cinzas e que, latentes, continuam a arder até causar grandes labaredas.

Desconheço a autoria.

Gaiolas e asas

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 15/09/2014 by Joe

Gaiolas e asas

Os pensamentos me chegam de forma inesperada, sob a forma de aforismos. Fico feliz porque sei que Lichtenberg, William Blake e Nietzsche frequentemente eram também atacados por eles. Digo “atacados“ porque eles surgem repentinamente, sem preparo, com a força de um raio. Aforismos são visões: fazem ver, sem explicar.

Pois ontem, de repente, esse aforismo me atacou: “Há escolas que são gaiolas. Há escolas que são asas“…

Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do voo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o voo.

Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são os pássaros em voo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o voo, isso elas não podem fazer, porque o voo já nasce dentro dos pássaros. O voo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.

Esse simples aforismo nasceu de um sofrimento: sofri conversando com professoras de segundo grau, em escolas de periferia. O que elas contam são relatos de horror e medo. Balbúrdia, gritaria, desrespeito, ofensas, ameaças … E elas, timidamente, pedindo silêncio, tentando fazer as coisas que a burocracia determina que sejam feitas, dar o programa, fazer avaliações …

Ouvindo os seus relatos vi uma jaula cheia de tigres famintos, dentes arreganhados, garras à mostra – e as domadoras com seus chicotes, fazendo ameaças fracas demais para a força dos tigres… Sentir alegria ao sair de casa para ir para a escola? Ter prazer em ensinar? Amar os alunos? O seu sonho é livrar-se de tudo aquilo. Mas não podem. A porta de ferro que fecha os tigres é a mesma porta que as fecha junto com os tigres.

Nos tempos da minha infância eu tinha um prazer cruel: pegar passarinhos. Fazia minhas próprias arapucas, punha fubá dentro e ficava escondido, esperando… O pobre passarinho vinha, atraído pelo fubá. Ia comendo, entrava na arapuca, pisava no poleiro – e era uma vez um passarinho voante. Cuidadosamente, eu enfiava a mão na arapuca, pegava o passarinho e o colocava dentro de uma gaiola. O pássaro se lançava furiosamente contra os arames, batia as asas, crispava as garras, enfiava o bico entre nos vãos, na inútil tentativa de ganhar de novo o espaço, ficava ensanguentado… sempre me lembro com tristeza da minha crueldade infantil.

Violento, o pássaro que luta contra os arames da gaiola? Ou violenta será a imóvel gaiola que o prende? Violentos, os adolescentes de periferia? Ou serão as escolas que são violentas? As escolas serão gaiolas?

Me falaram sobre a necessidade das escolas dizendo que os adolescentes de periferia precisam ser educados para melhorarem de vida. De acordo. É preciso que os adolescentes tenham uma boa educação. Uma boa educação abre os caminhos de uma vida melhor. Mas, eu pergunto: nossas escolas estão dando uma boa educação? E o que é uma boa educação?

O que os burocratas pressupõe sem pensar é que os alunos ganham uma boa educação se aprendem os conteúdos dos programas oficiais. E para se testar a qualidade da educação eles criam mecanismos, provas, avaliações, acrescidos dos novos exames elaborados pelo Ministério da Educação.

Mas será mesmo? Será que a aprendizagem dos programas oficiais se identifica com o ideal de uma boa educação? Você sabe o que é “dígrafo“? E os usos da partícula “se“? E o nome das enzimas que entram na digestão? E o sujeito da frase “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um povo heróico o brado retumbante“? Qual a utilidade da palavra “mesóclise“?

Pobres professoras, também engaioladas… São obrigadas a ensinar o que os programas mandam, sabendo que é inútil. Isso é hábito velho das escolas. Bruno Bettelheim relata sua experiência com as escolas:

“Fui forçado (!) a estudar o que os professores haviam decidido que eu deveria aprender – e aprender à sua maneira…“

O sujeito da educação é o corpo porque é nele que está a vida. É o corpo que quer aprender para poder viver. É ele que dá as ordens. A inteligência é um instrumento do corpo cuja função é ajudá-lo a viver. Nietzsche dizia que ela, a inteligência, era “ferramenta“ e “brinquedo“ do corpo. Nisso se resume o programa educacional do corpo: aprender “ferramentas“, aprender “brinquedos“.

“Ferramentas“ são conhecimentos que nos permitem resolver os problemas vitais do dia a dia. “Brinquedos“ são todas aquelas coisas que, não tendo nenhuma utilidade como ferramentas, dão prazer e alegria à alma. No momento em que escrevo este texto estou ouvindo o coral da 9ª sinfonia. Não é ferramenta. Não serve para nada. Mas enche a minha alma de felicidade.

Nessas duas palavras, ferramentas e brinquedos, está o resumo educação.

Ferramentas e brinquedos não são gaiolas. São asas. Ferramentas me permitem voar pelos caminhos do mundo. Brinquedos me permitem voar pelos caminhos da alma. Quem está aprendendo ferramentas e brinquedos está aprendendo liberdade, não fica violento. Fica alegre, vendo as asas crescerem…

Assim todo professor, ao ensinar, teria que perguntar:

“Isso que vou ensinar, é ferramenta? É brinquedo? Se não for é melhor deixar de lado”.

As estatísticas oficiais anunciam o aumento das escolas e o aumento dos alunos matriculados. Esses dados não me dizem nada. Não me dizem se são gaiolas ou asas. Mas eu sei que há professores que amam o voo dos seus alunos. Há esperança…

By Rubem Alves.

A arte de fazer escolhas

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A arte de fazer escolhas

O que pode ser mais leve que o ar, voar mais longe que os pássaros, ser mais intenso que o brilho do sol e mudar mais coisas que a natureza? O que poderia ser esse milagre extraordinário? Nós mesmos, ou melhor, algo que nos faz ter o sentido de que existimos: nossa consciência!

É extraordinário o que o exercício de nossa consciência pode fazer pelo bem de nossa vida. Esse elemento etéreo e fluido é o que, de fato, nos dá concretude, que torna as coisas reais, pois é a consciência que nos permite entender o que os sentidos mostram.

Ver um objeto só ocorre depois que a consciência é acionada. Não podemos ver, sentir, cheirar, tocar, perceber ou pensar sobre qualquer coisa, sem que a consciência seja envolvida. Porém, há vários níveis de consciência e essas diferenças filtram nosso contato com a realidade. Pode-se ter consciência da existência de um belo cachorrinho, contudo a reação de chutá-lo ou afagá-lo está em outro nível de consciência, que não é apenas a da percepção, mas a que está ligada às nossas escolhas.

Assim, há um nível de vento que podemos perceber e um outro nível que está ligado às nossas reações. Percepção e reação, portanto, não estão vinculadas, apenas relacionadas. Podemos perceber algo ruim e reagir bem. Há um nível de escolhas que nos permite navegar pela vida, apesar das dificuldades e dissabores, de uma forma mais harmoniosa.

Vamos investigar melhor essa ideia. Imaginemos a mágoa, que é a reação a uma agressão percebida, porém fruto de uma resistência que habita dentro de nossa consciência. Ou seja, nos magoamos não com o que o outro diz e faz, mas com o que sentimos do que é dito e feito. É necessária uma resistência para que se concretize uma agressão, o ar não pode ser agredido.

A consciência, portanto, é a condição que nos foi dada para fazer escolhas e moldar a vida. Exercitar essa condição, de forma a conseguir melhores resultados na própria existência, é um compromisso que deveria estar em nossa agenda diária.

Perdoar a si mesmo e ao outro é uma função da consciência que permite a liberdade. Quando não perdoamos ficamos presos ao momento do erro, da mágoa, da angústia.

Uma existência humana é infinitamente pequena e infinitamente breve, não importa quanto se viva, a vida é muito curta e passa muito rápido. Estar preso à mágoa é desperdiçar existência. Aliás, há uma ideia fabulosa sobre isso: sentir raiva ou mágoa é como tomar veneno esperando que o outro morra. Ou seja, nós é que definhamos.

Considerando que está na consciência humana a chave para a criação das experiências – porque experiência não é o que acontece, mas o que pensamos sobre o que acontece – não há no mundo uma forma única que sirva para duas pessoas. Cada um de nós vai ter que trilhar o seu próprio caminho e encontrar seu próprio jeito de levar melhor a vida.

Ou seja, não há as oito regras, as quinze maneiras, os dez princípios, receitas, fórmulas, métodos que possam mapear uma existência feliz. Cada um vai ter que desenhar o próprio mapa, porque, como cantou Caetano Veloso, “cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”. A medida é a do indivíduo, porque há uma consciência inteira, universal, que habita em cada um de nós.

Não devemos estar à busca de maneiras, mas à busca de nós mesmos. Reside dentro de nós a condição plena e o dom absoluto para ser e viver o que mais desejamos, porque fomos capacitados e beneficiados com a oportunidade da escolha. Há sempre – mesmo que seja dura e complexa – a condição de desistir, rever, parar, recomeçar, desaprender, reaprender, refazer…

Não podemos controlar o que acontece ao nosso redor, mas somos os únicos capazes de escolher com que emoções vamos reagir ao que acontece. Nossas emoções estão sob nosso absoluto controle e são elas a argila básica onde fomentamos nossas atitudes e atos. A vida é fruto da consciência. Não deixe que os melhores dias de sua vida aconteçam sem você.

A consciência do momento, do exato instante em que nos encontramos agora, essa passagem brevíssima de existência que descansa na eternidade do tempo, é o ápice da vida. Não é a quantidade de tempo que acumulamos, mas a consciência do momento que nos faz vivos.

A questão essencial com a qual temos que lidar não é a consciência, mas seu exercício íntegro e pleno, mesmo em meio à diversidade e aos apegos. Não podemos pensar que o mundo fará silêncio para que possamos meditar. Não podemos desejar que tudo se estabilize, que a violência cesse, que a harmonia se instale, para agirmos com a melhor resposta. Teremos que ser o melhor de nós mesmos em meio ao desequilíbrio, ao medo e à dor.

Contudo, não são as condições que nos determinam, mas nossas escolhas. E assim, viver melhor é a maior decisão que podemos tomar na vida.

By Dulce Magalhães e Nelson Bittencourt.

A raiva é uma bomba-relógio

Posted in Saúde with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 26/08/2014 by Joe

Raiva

Ataques de raiva e de mau humor produzem danos sérios nas células do cérebro, envenenam o sangue, causam insônia, depressão e pânico; suprimem a secreção dos sucos gástricos e da bílis nos canais digestivos, criando gastrites e úlceras, esgotam a energia e vitalidade, causam problemas cardíacos, provocam velhice prematura e encurtam a vida.

Quando você se zanga sua mente fica perturbada e isto reflete em seu corpo, que sente distúrbios. Todo o sistema nervoso se agita e você se enerva, perdendo a harmonia, a eficiência de agir, o vigor e o entusiasmo.

A raiva é uma energia poderosa que precisa ser dissolvida para que você possa ser mais livre e saudável.

Colocar a raiva para fora apenas agrava esta emoção negativa e a faz crescer ainda mais. Se deixarmos isto sem controle, expressando nossa raiva cada vez mais, ela não vai se reduzir e sim aumentar, gerando mais dor e inquietude para nós.

A raiva é uma bomba-relógio!

Portanto, respire fundo, relaxe, acalme-se!

By Emilce Shrividya.

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