Arquivo para Comida

Tem dor que vira companhia

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , on 08/05/2015 by Joe

Tem dor que vira companhia

Tem dor que vira companhia. Olhando de perto, faz tempo que deixou de doer, só tem fama, mas a gente não solta.

Quem sabe, pelo receio de não saber o que fazer com o espaço, às vezes grande, que ficará desocupado se ela sair de cena. Vazio é também terreno fértil para novos florescimentos, mas costuma causar um medo inacreditável.

Quando, finalmente, criou coragem e deixou de dar casa, comida e roupa lavada para a tal dor, ela desapareceu.

By Ana Jácomo.

O mal da rotina

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O mal da rotina

Seu Jorge já cantarolava, abençoado por uma melodia de Chico Buarque: “Todo dia ela faz tudo sempre igual/ me sacode às seis horas da manhã/ me sorri um sorriso pontual/ e me beija com a boca de hortelã”. Ambos os amantes não pareciam incomodados com a rotina que o casal compartilhava, e a composição não deixa transparecer qualquer desconforto com o cotidiano previsível. Mas e se ela o acordasse um pouco antes para cobrir-lhe de beijos com gosto de… maçã? Se não sorrisse ao acordá-lo, mas o pegasse desprevenido com cócegas que o fizesse perder o ar de tanto rir? E se ele faltasse ao trabalho, um dia que seja, para brindar a vida na companhia da amada?

Gostar de rotina não é algo ruim. Precisamos dela para nortear nossas vidas, dar linearidade ao nosso cotidiano, nos tirando do caos e auxiliando-nos a dar foco às metas. A rotina é a nossa cura da ressaca, nosso mais do mesmo que precisa existir, nossa obediência às regras, nossa submissão ao tempo, nossa dose de normalidade diária.

Sair da rotina, do óbvio, é um tanto doloroso para algumas pessoas. Arriscar-se numa atividade nova, atrasar-se mais que cinco minutos, um feriado no meio da semana (acredite: há quem não goste nem um pouco de feriado que tire da mesmice de uma semana de trabalho) nem sempre é fácil de encarar. Ainda mais pra quem trabalha com o método da agenda: acordar às seis, ler as notícias acompanhado de uma xícara de café – nem muito quente, nem frio, nem morno: acertar o ponto todas as vezes é crucial e rotineiro, por assim dizer – tomar um banho rápido, vestir-se e chegar no trabalho às oito. Nem sete e cinquenta e dois, nem sete e cinquenta e nove, muito menos oito e um. Oito. Trabalhar incessantemente, voltar pra casa (pelo mesmo caminho de sempre), assistir qualquer porcaria na televisão, dormir. Fim de semana é almoçar na mãe, ir ao cinema, voltar antes que escureça, dormir.

Pessoas assim não se permitem experimentar algo novo e ousado, por mais simples que seja. Por mais que a mídia tenha explorado e criticado positivamente aquela peça que está em cartaz todas as quartas, não é digno se dar ao luxo de fazer um programa cultural em plena quarta-feira. Amanhã é quinta, dia de labutar. Às oito em ponto.

Por mais que delivery de pizza seja prático, rápido e barato, não custa nada explorar os demais restaurantes da cidade, levar a garota ou o garoto para degustar sushi, comida chinesa, tailandesa, ou churrasco gaúcho, que seja. Algo que não venha engordurado dentro de uma caixa de papelão.

Há quem não goste de acampar na praia, mas que nunca sequer dormiu dentro de uma barraca e protege-se dos pés à cabeça do sol, da areia e da água salgada que resseca e quebra o cabelo. Tem gente que detesta balada, porque sempre frequentou a mesma casa noturna, que conta sempre com a presença dos mesmos DJ’s, sempre com as mesmas pessoas.

Há quem não goste de beber, mas que nunca bebeu, que não goste de redes sociais e que sempre conservou a velha conta de e-mail no BOL, que não goste de chuva, mas que nunca sentiu a deliciosa sensação da água refrescando o corpo num dia de calor infernal, que não gosta de música brasileira, mas que nunca se arriscou a ouvir os mestres da MPB – e que, inclusive, critica ferozmente o nosso funk, mas que dança de forma frenética ao som do pop e do hip hop americano que faz apologia às drogas e ao sexo, com letras tão “proibidonas” quanto as do ritmo carioca.

De que vale a vida, penso eu, se não arriscarmos, nos entregarmos ao novo? Ter o coração partido e se fechar para um novo amor; permanecer num emprego que te causa infelicidade, mas que garante estabilidade; dormir cedo sempre; nunca se atrasar; ir ao mesmo cinema; frequentar as mesmas praias; estranhar novas amizades… que perda de tempo!

Durante muito tempo fui um pouco assim, e confesso que ainda sou paranóica com horários e rotina, mas estou tentando mudar. Reconhecer que a minha bolha é limitada e que a zona de conforto não nos oferece nada mais que conforto é o primeiro passo.

Toda revolução sofre um pouco de resistência no ínicio – mesmo que a revolução seja mudar de cafeteria ou de marca de sabão em pó – mas pequenas ações podem resultar em mudanças positivas na nossa vida.

Se o café está bem quente, eu acho bom. Se está morno, me incomodo um pouco, mas engulo feliz. Se tem suco, agradeço: mais um dia sem cafeína. Viver metodicamente é não viver, ou viver pela metade.

Você por acaso sabe se existe vida após esta aqui? Melhor não desperdiçar. Hortelã pode ser bom, mas há uma infinidade de sabores por aí.

By Jennifer Severo.

Fugas

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 24/03/2015 by Joe

Fugas

Muita gente anda vivendo por viver, parece que anda fugindo de si mesma, com medo de encarar a realidade.

Que adianta o apartamento enorme se a alma está vazia; que adianta o carro luxuoso se o medo te acompanha? Que adianta o celular último tipo se quem você quer não te liga; que adianta a promoção se o emprego não te traz satisfação?

Que adianta o namoro de anos se não existe mais alegria; pra que esse casamento de fachada, se você já sabe de todas as traições?

Que adianta essa oração na hora do desespero, se Deus esteve sempre presente e você nunca o procurou?

De que adianta essa cara fechada, se nós não temos nada a ver com seus problemas?

Que adianta chutar o cachorro, se ele nem te conhece e você vai continuar doente?

Que adianta o remédio para pressão, se você continua fumando; que adianta o conselho, se você continua agindo à sua maneira; que adianta o guia, se você está cego?

Que adianta o choro, se o amor acabou; que adianta a comida, se a fome passou; pra que o calmante, se ele não te acalma; que adianta gastar tanto no casamento que já nasce cheio de dúvidas, e o pior, cheio de dívidas?

Que adianta o terapeuta se você continua fazendo tudo da mesma forma?

Melhor seria viver simplesmente a vida e toda a sua beleza, estudar por prazer, trabalhar no que gosta, mesmo ganhando menos, ficar só e ter a melhor companhia, porque antes só do que mal acompanhado.

Viver em um casebre limpo e arejado onde todos se falam, se beijam e se abraçam, onde uma casa vira lar.

Melhor andar a pé que morrer de nervoso ao volante no trânsito; e para ser mais feliz, melhor é amar com simplicidade as pessoas, os animais, a natureza, tudo sem frescura; não ter vergonha de abraçar e demonstrar o seu amor, como crianças que abraçam as árvores com ingenuidade, que conversam com as plantas, com seus cachorrinhos, e que ouvem as respostas que nós, adultos tão esclarecidos, não conseguimos ouvir, e por isso estamos morrendo cada dia um pouco, lentamente, na tristeza que nos consome, no vazio de querer sempre mais daquilo que nem sabemos o que é.

Pare, pense e mude.

Ainda dá tempo de ser simplesmente feliz. Só depende da sua atitude, só depende de você e o dia é hoje.

Pense nisso!

By Paulo Roberto Gaefke.

A idiotice é vital para a felicidade

Posted in Comportamento with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 17/12/2014 by Joe

A idiotice é vital para a felicidade

A idiotice é vital para a felicidade! Gente chata essa que quer ser séria, profunda e visceral sempre. Putz!

A vida já é um caos, então, por que fazermos dela, ainda por cima, um tratado? Deixe a seriedade para as horas em que ela é inevitável: mortes, separações, dores e afins.

No dia-a-dia, pelo amor de Deus, seja idiota! Ria dos próprios defeitos. E de quem acha defeitos em você. Ignore o que o boçal do seu chefe disse. Pense assim: quem tem que carregar aquela cara feia, todos os dias, inseparavelmente, é ele. Pobre dele.

Milhares de casamentos acabaram-se não pela falta de amor, dinheiro, sexo, sincronia, mas pela ausência de idiotice. Trate seu amor como seu melhor amigo, e pronto. Quem disse que é bom dividirmos a vida com alguém que tem conselho pra tudo, soluções sensatas, mas não consegue rir quando tropeça. Alguém que sabe resolver uma crise familiar, mas não tem a menor ideia de como preencher as horas livres de um fim de semana?

Quanto tempo faz que você não vai ao cinema? É bem comum gente que fica perdida quando se acabam os problemas. E daí, o que elas farão se já não têm por que se desesperar? Desaprenderam a brincar. Eu não quero alguém assim comigo. Você quer? Espero que não.

Tudo que é mais difícil é mais gostoso, mas… a realidade já é dura; piora se for densa. Dura, densa, e bem ruim. Brincar é legal. Entendeu?

Esqueça o que te falaram sobre ser adulto, tudo aquilo de não brincar com comida, não falar besteira, não ser imaturo, não chorar, não andar descalço, não tomar chuva. Pule corda!

Adultos podem (e devem) contar piadas, passear no parque, rir alto e lamber a tampa do iogurte. Ser adulto não é perder os prazeres da vida – e esse é o único “não” realmente aceitável. Teste a teoria. Uma semaninha, para começar.

Veja e sinta as coisas como se elas fossem o que realmente são: passageiras. Acorde de manhã e decida entre duas coisas: ficar de mau humor e transmitir isso adiante… ou sorrir!

Bom mesmo é ter problema na cabeça, sorriso na boca e paz no coração! Aliás, entregue os problemas nas mãos de Deus… e que tal um cafezinho gostoso agora?

“A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso cante, chore, dance e viva intensamente antes que a cortina se feche”.

Seja um idiota!

Desconheço a autoria, apesar de ser amplamente atribuído a Arnaldo Jabor.

Uma lição de vida!

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Uma lição de vida

Certa vez, trabalhei em uma pequena empresa de Engenharia. Foi lá que fiquei conhecendo um rapaz chamado Mauro. Ele era grandalhão e gostava de fazer brincadeiras com os outros, sempre pregando pequenas peças.

Havia também o Ernani, que era um pouco mais velho que o resto do grupo. Sempre quieto, inofensivo, à parte, Ernani costumava comer o seu lanche sozinho, num canto da sala.

Ele não participava das brincadeiras que fazíamos após o almoço, sendo que, ao terminar a refeição, sempre sentava sozinho debaixo de uma árvore mais distante lá no jardim da empresa.

Devido a esse seu comportamento, Ernani era o alvo natural das brincadeiras e piadas do grupo. Ora ele encontrava um sapo na mochila, ora um rato morto em sua gaveta. E o que achávamos mais incrível é que ele sempre aceitava tudo aquilo sem ficar bravo.

Em um feriado prolongado, Mauro resolveu ir pescar no Pantanal. Antes nos prometeu que, se conseguisse sucesso, iria repartir um pouco do resultado da pesca para cada um de nós.

No seu retorno, ficamos todos muito animados quando vimos que ele havia pescado alguns dourados enormes. Mauro, entretanto, levou-nos para um canto e nos disse que tinha preparado uma boa peça para aplicar no Ernani. Mauro dividira os dourados, fazendo pacotes com uma boa porção para cada um de nós.

Mas, a ‘peça’ programada era que ele havia separado os restos dos peixes num pacote maior, à parte.

– “Vai ser muito engraçado quando o Ernani desembrulhar esse ‘presente’ e encontrar espinhas, peles e vísceras!” – disse-nos Mauro, que já estava se divertindo com aquilo.

Mauro então distribuiu os pacotes no horário do almoço. Cada um de nós, que ia abrindo o seu pacote contendo uma bela porção de peixe, então dizia:

– “Obrigado, Mauro!”

Mas o maior pacote de todos, ele deixou por último. Era para o Ernani. Todos nós já estávamos quase explodindo de vontade de rir, sendo que Mauro exibia um ar especial, de grande satisfação.

Como sempre, Ernani estava sentado sozinho, no lado mais afastado da grande mesa. Mauro, então, levou o pacote para perto dele, e todos ficamos na expectativa do que estava para acontecer. Ernani não era o tipo de muitas palavras. Ele falava tão pouco que, muitas vezes, nem se percebia que ele estava por perto. Em três anos, ele provavelmente não tinha dito nem cem palavras ao todo.

Por isso, o que aconteceu a seguir nos pegou de surpresa. Ele pegou o pacote firmemente nas mãos e o levantou devagar, com um grande sorriso no rosto. Foi então que notamos que seus olhos estavam brilhando. Por alguns momentos, o seu pomo de Adão se moveu para cima e para baixo, até ele conseguir controlar sua emoção.

– “Eu sabia que você não ia se esquecer de mim”, disse com a voz embargada. “Eu sabia, você é grandalhão e gosta de fazer brincadeiras, mas sempre soube que você tem um bom coração”.

Ele engoliu em seco novamente, e continuou falando, dessa vez para todos nós:

– “Eu sei que não tenho sido muito participativo com vocês, mas nunca foi por má intenção. Sabem… Eu tenho cinco filhos em casa, e uma esposa inválida, que há quatro anos está presa na cama. E estou ciente de que ela nunca mais vai melhorar. Às vezes, quando ela passa mal, eu tenho que ficar a noite inteira acordado, cuidando dela. E a maior parte do meu salário tem sido para os seus médicos e os remédios”.

– “As crianças fazem o que podem para ajudar, mas tem sido difícil colocar comida para todos na mesa. Vocês talvez achem esquisito que eu vá comer o meu almoço sozinho, num canto… Bem, é que eu fico meio envergonhado, porque na maioria das vezes eu não tenho nada para pôr no meu sanduíche. Ou, como hoje, eu tinha somente uma batata na minha marmita. Mas eu quero que saibam que essa porção de peixe representa, realmente, muito para mim. Provavelmente muito mais do que para qualquer um de vocês, porque hoje à noite os meus filhos…”, ele limpou as lágrimas dos olhos com as costas das mãos.

– “Hoje à noite os meus filhos vão ter, realmente, depois de alguns anos…” – e ele começou a abrir o pacote… Nós estávamos prestando tanta atenção no Ernani, enquanto ele falava, que nem havíamos notado a reação do Mauro. Mas agora, todos percebemos a sua aflição quando ele saltou e tentou pegar o pacote das mãos do Ernani. Mas era tarde demais. Ernani já tinha aberto o pacote e estava, agora, examinando cada pedaço de espinha, cada porção de pele e de vísceras, levantando cada rabo de peixe…

Era para ter sido muito engraçado… mas ninguém riu. Todos nós ficamos olhando para baixo. E a pior parte foi quando Ernani, tentando sorrir, falou a mesma coisa que todos nós havíamos dito anteriormente:

– “Obrigado, Mauro!”

Em silêncio, um a um, cada um dos colegas pegou o seu pacote e o colocou na frente do Ernani, porque depois de muitos anos nós havíamos, de repente, entendido quem era realmente o Ernani.

Uma semana depois, a esposa de Ernani faleceu. Cada um de nós, daquele grupo, passou, então, a ajudar as cinco crianças. Graças ao grande espírito de luta que elas possuíam, todas progrediram muito. Carlinhos, o mais novo, tornou-se um importante médico. Fernanda, Paula e Luisa montaram o seu próprio e bem-sucedido negócio: elas produzem e vendem doces e salgados para padarias e supermercados. O mais velho, Ernani Júnior, formou-se em Engenharia, sendo hoje o Diretor Geral da mesma empresa em que eu, Ernani e os nossos colegas trabalhávamos.

Mauro, hoje aposentado, continua fazendo brincadeiras; entretanto, são de um tipo muito diferente. Ele organizou nove grupos de voluntários que distribuem brinquedos para crianças hospitalizadas e as entretêm com jogos, estórias e outros divertimentos.

Às vezes, convivemos por muitos anos com uma pessoa, para só então percebermos que mal a conhecemos. Nunca lhe demos a devida atenção; não demonstramos qualquer interesse pelas coisas dela; ignoramos as suas ansiedades ou os seus problemas…

Desconheço a autoria.

Tempo de mudança

Posted in Inspiração with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 06/11/2014 by Joe

Tempo de mudança

É tempo de mudança.

Mudança de casa, mudança de vida.

Tempo de viver planos, desejos, vontades.

É tempo de mudar. Mudar as roupas do armário, os temperos da comida, as cores da vida.

Tempo de mudança é sempre assim: medo e ansiedade. O medo de errar e a ansiedade de tentar fazer tudo novo.

Tempo de mudar é sempre tempo de refazer. Refazer não porque se fez errado. É diferente. É refazer por insistir nas coisas que não foram assim tão boas.

Tempo de mudar é sempre tempo de renovar e se desfazer de coisas, de renovar os cheiros, os gostos e os sabores…

Tempo de mudar é isso : abrir as gavetas, os lixos, os potes, as cumbucas…

E começar do zero.

Tudo de novo.

Tempo de mudar é isso!

É só o tempo que a gente passa a vida esperando: o tempo da reciclagem.

Desconheço a autoria.

Comida no prato

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Comida no prato

Daniel Filho é um diretor incansável, sempre disposto a novos desafios, mesmo já tendo conquistado seu lugar de honra entre os maiores nomes do cinema e da tevê brasileira. Quando ele tinha 72 anos e filmava o longa-metragem sobre Chico Xavier, alguém perguntou por que ele não parava de trabalhar. Ele respondeu: Minha mãe me ensinou a nunca deixar comida no prato. E tem comida no prato.

Filosofia do dia a dia. Está explicada a dificuldade que muitos sentem ao se aposentar. Ainda tem comida no prato. É uma sensação comum também a todos os que são sutilmente convidados a saírem de cena, tendo suas solicitações de emprego negadas ou deixando de serem chamados para participar de reuniões familiares e sociais. Como assim, se ainda tem comida no prato?

Mais do que comida no prato, ainda existe fome.

O ser humano aceita a ideia da morte (real ou figurada) apenas quando não se reconhece mais como um faminto, quando o corpo cansa, a mente falha e a alma pede pra sair. Quando não há mais vontades, desejos, planos. Quando não vê mais necessidade de alimentar-se do que a vida oferece – música, cinema, amigos, natureza, sexo. Quando não há mais um sonho para renovar a energia, um projeto passível de realização, nenhuma esperança de que amanhã tudo possa mudar. Quando a sensação for de completo enfado. Quando não houver mais comida no prato.

Será que esse dia chega, mesmo?

Às vezes me consola pensar que sim, que chegará o dia em que estarei esgotada de tantas emoções vividas, de tanta agitação em volta, e a ideia de descansar em paz não será tão aterrorizante. Trabalho feito, missão cumprida, uma vida aproveitada até a rapa – o que mais se pode querer? A comida some do prato e levantamos da mesa sem a sensação de estarmos nos antecipando. É um plano de retirada maduro e consciente.

Porém, converso com pessoas que estão na chamada terceira idade e elas me dizem: não mesmo! Não é assim. “Quero mais”, dizem todas elas, mesmo com artrite, catarata, andando de bengala. “Quero mais.” Alcançam o seu prato para o chefe da cozinha e exigem uma porção adicional, e mais uma, e outra, e de novo. Quem ousará acusá-las de fominhas?

Para quem encara o fato de ter nascido como um privilégio, para quem não permite que suas potencialidades, mesmo reduzidas, sejam vencidas pelo desânimo, para quem domina a arte de temperar o convívio com as pessoas que ama nunca chegará o dia de declarar-se satisfeito. Aos 79, aos 84, aos 91, aos 98: enquanto a vida parecer suculenta, ninguém há de cruzar os talheres.

By Martha Medeiros.

Hora de tomar uma decisão

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Hora de tomar uma decisão

Mudar uma organização, um país, ou o mundo, começa com o simples passo de mudar a si próprio. Sempre que quiser efetuar uma mudança, a primeira coisa a fazer é elevar seu padrão, o modo de ser. Mas sabotar o plano é não acreditar que poderá fazê-lo.

O senso da certeza constitui a força por trás de qualquer grande sucesso. É no momento de decisão que seu destino é moldado. É a decisão – e não as condições – que determina o destino de cada um.

“Eu não preciso tomar nenhuma decisão”. Pronto, isto já é uma decisão. Decidiu ir no embalo das circunstâncias. Desculpar, você tanto pode estar preparando um padrão básico de vida, quanto estar ocupado em inventar desculpas. Desculpas formam um sistema de convicção destrutiva, que limita a ação. A desculpa estabelece uma norma de como agir improdutivamente.

Sem almejar, a pessoa acaba aceitando o padrão estabelecido, fica satisfeito e cumpre a meta de não agir… e fracassar. Fracassar é mais fácil do que ter sucesso, porque não exige esforço. Contentar-se com o padrão baixo tem nome: mediocridade. O dia da decisão – dia D (de decisão) – determina o que gostaria de ter na vida, no que gostaria de se tornar e como desempenhar esses objetivos.

“Eu gostaria de ganhar dinheiro”. Isto é uma declaração de preferência, mas não de empenho. “Eu estou empenhado em ganhar mais dinheiro”. Aqui, sim, está fazendo uma ação com este objetivo. O poder de decisão modifica a sua vida, seu rendimento e seu estado emocional. Determina se você é escravo das circunstâncias, ou está expressando sua liberdade. Sua decisão tem o poder de mudar a si, a família, inclusive o mundo. A decisão é tudo, a decisão faz qualquer coisa.

Toda ocupação existente foi fruto de decisão tomada. Decida o que deseja, não se preocupe se não vai dar certo. Entre em ação e faça. Verifique o que está funcionando ou não. Adaptar-se! Você pode parar e mudar o enfoque até conseguir o que quer.

Não é importante como vai criar o resultado. O importante é decidir que você encontrará um meio, não importa qual. E se não der certo, mude o enfoque e o empenho mostrará como. Decidir, eis a questão! A coisa mais importante da vida não é fazer, mas sim tomar uma decisão. O juramento é uma decisão tomada solenemente.

Estamos acostumado à indecisão, por isso não é fácil tomar decisões. Poder é ter convicção. Tomar uma decisão é se comprometer em atingir um resultado e cortar qualquer outra possibilidade. Depois de 60 anos, meu pai decidiu não mais fumar. Acabou. Fim. Nada fez ele voltar a fumar. Treinamento: a repetição é a mãe da perfeição.

Quanto mais decisões tomar, mais fácil ficará exercer essa atividade. Ter um objetivo claro nos faz bem. Ele nos dá poder e nos fortalece. Quem pode mais? As pessoas seguem o fluxo da moda e entram pela primeira porta aberta. Uma porta fechada oferece maior dificuldade. A pessoa se acomoda e adormece. Só um barulho forte a faz despertar, como a perda do emprego, a falta de dinheiro, um concorrente mais forte, etc.

O assustador é que seu inconsciente toma todas as decisões por você. Obedece quem quer determinar o que se deve consumir. Determina seu credo. Determina sua profissão. Determina o que você faz.

Se você come demais, não é a comida gostosa, mas sua convicção em valores deturpados. Não temer. Fazer mudanças simples irá torná-lo consistente com seu desejo em vez de ser controlado pelo sistema. Prepare-se para cortar o passado e se programar para o futuro. Não tenha medo de tomar decisão. Tomar decisões erradas todos tomam. Ninguém fracassa. O difícil é persistir no erro. Tornar-se flexível é a solução.

O sucesso é o resultado do bom julgamento. O bom julgamento é o resultado da experiência. E a experiência é fazer para acertar ou errar. Não há fracasso na vida, apenas resultados.

Desconheço a autoria.

A Fábula da Corrupção

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A Fábula da Corrupção

A Fábula da Corrupção é um curta-metragem de 8 minutos que nasceu de um edital lançado pela Controladoria Geral da União e UNODC, que tinha como tema a luta contra a corrupção, um assunto difícil de ser abordado, principalmente tentando atingir um publico abrangente e sem restrição de faixa etária. Criar um roteiro a partir de uma temática pré-definida pode ser um grande estímulo ou causar um completo bloqueio criativo. Ainda bem que a inspiração veio na hora certa.

Usando a estrutura de uma fábula de fundo moral onde os animais servem de metáfora para as atitudes humanas, a história conta, através de uma narrativa rimada e simples, como a corrupção pode se originar de pequenas atitudes e tomar grandes proporções, prejudicando não só instituições públicas ou privadas, como também a própria vida dos corruptos e corruptores. O mais legal desse trabalho foi bolar uma animação voltada para as crianças, já que os curtas sempre foram mais focados para o público adulto.

O enredo é simples: em um armazém de beira de estrada, um homem vive em paz com seus animais de estimação: o cão que vigia a casa, o gato que caça os ratos e o jumento que é o meio de transporte. No porão da casa habitam vários ratos que vivem roubando comida em quantidades tão pequenas que não chegam a prejudicar o negócio. Porém, com a chegada de um rato estranho, toda a harmonia do mercadinho se acaba.

Em tempos de corrupção tão em foco, é importante educar nossos filhos e mostrar a eles como começa esse ato revoltante. Importante também é mostrar que a corrupção não está apenas no governo, mas em pequenas atitudes que quase já são consideradas “normais” desde cedo. Para perceber como a corrupção está bem próxima da gente, vejam alguns exemplos:

O filho que mente para os pais ou para os professores… é corrupto!
O aluno que cola na prova é… corrupto!
A empresa que sonega imposto… é corrupta!
O motorista que fura o sinal… é corrupto!
O operário que pega um atestado sem estar doente… é corrupto!
O motorista que oferece uma “cervejinha” ao guarda para não ser multado… é corrupto!
O cidadão que “fura a fila” em bancos, cinemas, teatros, repartições… é corrupto!
O eleitor que vende seu voto é… corrupto!

As consequências desses diferentes tipos de corrupção se apresentam com intensidades diferentes. Porém, em todos eles há prejuízo para alguma parte envolvida. Vamos ensinar nossos filhos que pequenos corruptos podem se transformar em grandes bandidos, ou pior, em políticos que irão roubar e prejudicar milhões de cidadãos!

Este ano temos eleições e essa é a oportunidade para mudarmos muitas coisas. Cuidado, pois há muito lobo em pele de cordeiro se aclamando como salvador da pátria! Procure saber quem é o seu candidato, o que ele já fez, conheça o seu passado e veja se tem ficha limpa mesmo! E, principalmente, a qual partido ele está afiliado.

“O que me preocupa não é o grito dos maus… é o silêncio dos bons” (Martin Luther King).

Assistam ao vídeo e mostrem para seus filhos, alunos, netos!

A Fábula da Corrupção:

Direção, Roteiro e Direção de Arte; Lisandro Santos
Animação e Edição: Guto Bozzetti
Cenários: Maumau
Locução: Carlos Cunha
Desenho de Som e Trilha Original: Fabrício Licks
Produção Executiva: Paola Rodrigues
Assistência de Produção: Gisa Aquino

By Joemir Rosa.

Ser chique

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Ser chique

Nunca o termo “chique” foi tão usado para qualificar pessoas como nos dias de hoje.

A verdade é que ninguém é chique por decreto, e algumas boas coisas da vida, infelizmente, não estão à venda… elegância é uma delas!

Assim, para ser chique é preciso muito mais que um guarda-roupa ou closet recheado de grifes famosas e importadas. Muito mais que um belo carro italiano. O que faz uma pessoa chique não é o que essa pessoa tem, mas a forma como ela se comporta perante a vida.

Chique mesmo é quem fala baixo. Quem não procura chamar atenção com suas risadas muito altas, nem por seus imensos decotes, e nem pelas vantagens que ela conta, mesmo quando estas são verdadeiras.

Chique é atrair, mesmo sem querer, todos os olhares, porque se tem brilho próprio.

Chique mesmo é ser discreto, não fazer perguntas ou insinuações inoportunas, nem procurar saber o que não é da sua conta. É evitar se deixar levar pela mania nacional de jogar lixo na rua.

Chique mesmo é dar bom dia ao porteiro do seu prédio e às pessoas que estão no elevador. É lembrar-se do aniversário dos amigos.

Chique mesmo é não se exceder jamais: nem na bebida, nem na comida, nem na maneira de se vestir.

Chique mesmo é olhar nos olhos do seu interlocutor. É “desligar o radar”, o telefone, quando estiver sentado à mesa do restaurante, prestar verdadeira atenção na sua companhia.

Chique mesmo é honrar a sua palavra, ser grato a quem o ajuda, correto com quem você se relaciona e honesto nos seus negócios.

Chique mesmo é não fazer a menor questão de aparecer, ainda que você seja o homenageado da noite!

Chique do chique é não se iludir com “trocentas” plásticas do físico… quando se pretende corrigir o caráter: não há plástica que salve grosseria, incompetência, mentira, fraude, agressão, intolerância e falsidade.

Mas, para ser chique, chique mesmo, você tem, antes de tudo, de se lembrar sempre de o quão breve é a vida e de que, ao final e ao cabo, vamos todos terminar da mesma maneira, mortos, sem levar nada material deste mundo.

Portanto, não gaste sua energia com o que não tem valor, não desperdice as pessoas interessantes com quem se encontrar e não aceite, em hipótese alguma, fazer qualquer coisa que não lhe faça bem.

Lembre-se: o diabo parece chique, mas o inferno não tem qualquer glamour!

Investir em conhecimento pode nos tornar sábios… mas, amor e fé nos tornam humanos!

By Glória Kalil.

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