Arquivo para Cansaço

Somos o que amamos

Posted in Inspiração with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 16/03/2015 by Joe

Somos o que amamos

“Somos o que amamos” é uma expressão que está incluída na fraseologia de Santo Agostinho. Uma frase lapidar e de que mais gosto. Uma frase que traduz de maneira ímpar a experiência mais pura e cristalina do que é o amor.

O amor se identifica com o cotidiano e se estende para toda a eternidade. Uma leveza infinita que habita em nossos corações. Uma alegria suave que nos atravessa o corpo.

Por que não dizer que o amor é uma realidade maior que nos arranca de nós mesmos? E, com isso, fazemo-nos dom para aqueles que amamos.

Quando aprendemos que “somos o que amamos”, descobrimos que, por tantos e quantos caminhos andarmos, estaremos sempre na companhia da pessoa amada. Nosso corpo se transforma no corpo dela. Nossos sonhos são extensão dos sonhos dela. Nossos desejos confundem-se com os dela.

Alguém disse:

“Amar é dizer a alguém: tu não morrerás!”

Fantasia, imaginação, afetividade, inteligência prendem-nos ao processo de amar e de nos transformar na pessoa amada. Nosso ser fica cativo do amor.

Lendo Rumi, um místico muçulmano, meu coração ficou acelerado com suas belas palavras:

“Teu amor chegou ao meu coração e partiu feliz. Depois retornou e se envolveu com o hábito do amor, mas retirou-se novamente. Timidamente, eu lhe disse: permanece dois ou três dias! Então veio, assentou-se junto a mim e esqueceu-se de partir”.

Fico pensando que o amor nos leva a viver uma pontinha de egoísmo. Afinal, desejamos a eternidade para a pessoa que amamos e para nós mesmos, que estamos amando.

Diante do amor renunciamos a interrupção, o cansaço, o término e o passageiro e abraçamos a eternidade como projeto único e suficiente de vida.

“Somos o que amamos” revela que a força do amor reside no desejo de ajudar no crescimento do outro, fazendo-o melhorar e superar seus limites. O amor não teme enfrentar o lado obscuro do outro e não desanima. Ao contrário, fala quando acredita na força de uma conversa brotada do amor.

O amor é capaz de gerar um clima de empatia no qual os gestos e as palavras, nascidos do conhecimento do outro, penetram suave como a chuva fina e leve.

Desconheço a autoria.

Sinto vergonha de mim

Posted in Atualidade with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 07/10/2014 by Joe

Sinto vergonha de mim

Sinto vergonha de mim, por ter sido educador de parte deste povo, por ter batalhado sempre pela justiça, por compactuar com a honestidade, por primar pela verdade, e por ver este povo já chamado varonil, enveredar pelo caminho da desonra.

Sinto vergonha de mim, por ter feito parte de uma era que lutou pela democracia, pela liberdade de ser e ter que entregar aos meus filhos, simples e abominavelmente a derrota das virtudes pelos vícios, a ausência da sensatez no julgamento da verdade, a negligência com a família, célula-mater da sociedade, a demasiada preocupação com o ‘eu’ feliz a qualquer custo, buscando a tal ‘felicidade’ em caminhos eivados de desrespeito para com o seu próximo.

Tenho vergonha de mim pela passividade em ouvir, sem despejar meu verbo a tantas desculpas ditadas pelo orgulho e vaidade, a tanta falta de humildade para reconhecer um erro cometido, a tantos ‘floreios’ para justificar atos criminosos, a tanta relutância em esquecer a antiga posição de sempre ‘contestar’, voltar atrás e mudar o futuro.

Tenho vergonha de mim, pois faço parte de um povo que não reconheço, enveredando por caminhos que não quero percorrer…

Tenho vergonha da minha impotência, da minha falta de garra, das minhas desilusões e do meu cansaço. Não tenho para onde ir, pois amo este meu chão, vibro ao ouvir o meu Hino e jamais usei a minha Bandeira para enxugar o meu suor, ou enrolar o meu corpo na pecaminosa manifestação de nacionalidade.

Ao lado da vergonha de mim, tenho tanta pena de ti, povo deste mundo!

“De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude. A rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto” (Rui Barbosa).

By Cleide Canton, texto erroneamente atribuído a Ruy Barbosa. De Ruy Barbosa é apenas a citação final, colocada entre aspas, no original.

As quatro ignorâncias de um amante

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 11/06/2014 by Joe

As quatro ignorâncias de um amante

Uma das maiores figuras das letras luso-brasileiras, o Padre Antonio Vieira redigiu um texto em seus “Sermões”, por volta de 1630, que se traduz numa verdadeira aula sobre o amor. A redação a seguir foi feita com base no texto original.

E nada se mantém mais atual do que esta reflexão!

A primeira ignorância de um amante:

Não conhecer a si mesmo.

Quando não conhecemos a nós mesmos entramos no estado de identificação e projeção com a outra pessoa. Projetamos no outro aspectos nossos. Não sabemos olhar para dentro e reconhecer os próprios erros, as próprias dificuldades, e então dizemos que o outro é terrível. Criamos uma lista de culpados pela nossa própria insatisfação.

Conhecer a si mesmo também é estar em contato com nosso Eu Superior, a parte Divina em nós, que sabe dar limites, que sabe perdoar, que não aceita o que é inaceitável. E que ama profundamente, a si mesmo e ao outro.

A segunda ignorância de um amante:

Não conhecer a quem se ama.

Quando não conhecemos a essência da outra pessoa criamos expectativas, destruímos a comunicação saudável, acusamos erroneamente o outro, enfim, criamos confusão, ilusão e mal-entendidos. Queremos que ela nos dê o que ela não pode nos dar, queremos que ela seja perfeita, imaculada, iluminada.

Mas todos temos lados positivos e negativos, não?

A terceira ignorância de um amante:

Não conhecer o amor.

O Amor é um sentimento que une, que engloba, que junta. E ele começa trazendo as nossas partes obscuras à consciência. Integrar nossa sombra e transformá-la em Luz é uma obra do Amor. Somente este sentimento tem a capacidade de fazer isto. O Amor coloca a mão na lama porque sabe que quando erguemos as mãos para o céu a lama é transmutada. Sendo assim, é possível curar feridas, amenizar o cansaço existencial, suavizar emoções pesadas.

Estar em estado de amor significa também aceitar e curar nossos lados sombrios e os lados sombrios da outra pessoa. Porque todos temos um inconsciente repleto de medos, de traumas… E o Amor sabe disso.

Quando duas pessoas inteiras estão harmonizadas, no caminho, se trabalhando e essas pessoas se relacionam, se amam, com certeza elas estarão gerando muita Luz para o mundo.

A quarta ignorância de um amante:

Não saber a hora de parar, mesmo amando.

Quem ama sabe que as coisas mudam e que há momentos em que é melhor jogar tudo para o vento. O desapego é necessário. Afinal, o que realmente levamos conosco quando morremos? O Amor.

O desapego é uma grande lição. Ele nos mostra o caminho da aceitação do que É. Ele diminui a nossa necessidade de estarmos sempre certos. Ele nos mostra que a vida nem sempre é do jeito que a gente gostaria que ela fosse e, ao aceitarmos este fato, crescemos espiritualmente.

By Padre Antônio Vieira, em “Sermões”.

A caderneta vermelha

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Caderneta vermelha

O carteiro estendeu o telegrama. José Roberto não agradeceu e, enquanto abria o envelope, uma profunda ruga sulcou-lhe a testa. Uma expressão mais de surpresa do que de dor tomou-lhe conta do rosto. Palavras breves e incisas:

“Seu pai faleceu. Enterro às 18 horas. Mamãe”

Jose Roberto continuou parado, olhando para o vazio. Nenhuma lágrima lhe veio aos olhos, nenhum aperto no coração. Nada! Era como se houvesse morrido um estranho. Por que nada sentia pela morte do velho? Com um turbilhão de pensamentos confundido-o, avisou a esposa, tomou o ônibus e se foi, vencendo os silenciosos quilômetros de estrada enquanto a cabeça girava a mil.

No íntimo, não queria ir ao funeral e, se estava indo era apenas para que a mãe não ficasse mais amargurada. Ela sabia que pai e filho não se davam bem. A coisa havia chegado ao final no dia em que, depois de mais uma chuva de acusações, José Roberto havia feito as malas e partido prometendo nunca mais botar os pés naquela casa. Um emprego razoável, casamento, telefonemas à mãe pelo Natal, Ano Novo ou Páscoa. Ele havia se desligado da família, não pensava no pai, e a última coisa que desejava na vida era ser parecido com ele.

No velório, poucas pessoas. A mãe está lá, pálida, gelada, chorosa. Quando reviu o filho, as lágrimas correram silenciosas, foi um abraço de desesperado silêncio. Depois, ele viu o corpo sereno envolto por um lençol de rosas vermelho – como as que o pai gostava de cultivar. José Roberto não verteu uma única lágrima, o coração não pedia. Era como estar diante de um desconhecido, um estranho, um…

O funeral foi breve. Um sabiá cantando, o sol se pondo e logo tudo terminou. José ficou em casa com a mãe até a noite, beijou-a e prometeu que voltaria trazendo netos e esposa para conhecê-la. Agora, ele poderia voltar à casa, porque aquele que não o amava, não estava mais lá para dar-lhe conselhos ácidos nem para criticá-lo.

Na hora da despedida, a mãe colocou-lhe algo pequeno e retangular na mão:

– “Há mais tempo você poderia ter recebido isto” – disse. – “Mas, infelizmente só depois que ele se foi, eu encontrei entre os guardados mais importantes”.

Foi num gesto mecânico que, minutos depois de começar a viagem, meteu a mão no bolso e sentiu o presente. O foco mortiço da luz do bagageiro, revelou uma pequena caderneta de capa vermelha. Abriu-a, curioso. Páginas amareladas. Na primeira, no alto, reconheceu a caligrafia firme do pai:

“Nasceu hoje o José Roberto. Quase quatro quilos! O meu primeiro filho, um garotão! Estou orgulhoso de ser o pai daquele que será a minha continuação na Terra!”.

À medida que folheava, devorando cada anotação, sentia um aperto na boca do estômago, mistura de dor e perplexidade, pois as imagens do passado ressurgiram firmes e atrevidas, como se acabassem de acontecer!

“Hoje, meu filho foi para a escola. Está um homenzinho! Quando eu o vi de uniforme, fiquei emocionado e desejei-lhe um futuro cheio de sabedoria. A vida dele será diferente da minha, que não pude estudar por ter sido obrigado a ajudar meu pai. Mas para meu filho desejo o melhor. Não permitirei que a vida o castigue”.

Outra página:

“Roberto me pediu uma bicicleta, meu salário não dá, mas ele merece porque é estudioso e esforçado. Fiz um empréstimo, que espero pagar com horas extras”.

José Roberto mordeu os lábios. Lembrava-se da sua intolerância, das brigas feitas para ganhar a sonhada bicicleta. Se todos os amigos ricos tinham uma, por que ele também não poderia ter a sua? E, quando no dia do aniversário, a havia recebido, tinha corrido aos braços da mãe sem sequer olhar para o pai. Ora, o “velho” vivia mal-humorado, queixando-se do cansaço, tinha os olhos sempre vermelhos… e José Roberto detestava aqueles olhos injetados sem jamais haver suspeitado que eram de trabalhar até a meia-noite para pagar a bicicleta!

“Hoje fui obrigado a levantar a mão contra meu filho! Preferia que ela tivesse sido cortada, mas foi preciso tentar chamá-lo à razão! José Roberto anda em más companhias, tem vergonha da pobreza dos pais e, se não disciplinar, amanhã será um marginal. É duro para um pai castigar um filho e bem sei que ele poderá me odiar por isso; entretanto, devo educá-lo para seu próprio bem. Foi assim que aprendi a ser um homem honrado e esse é o único modo que sei de ensiná-lo”.

José Roberto fechou os olhos e viu toda a cena quando, por causa de uma bebedeira, tinha ido para a cadeia. Naquela noite, se o pai tivesse aparecido para impedi-lo de ir ao baile com os amigos… Lembrava-se apenas do automóvel retorcido e manchado de sangue, que tinha batido contra uma árvore… Parecia ouvir sinos, o choro da cidade inteira enquanto quatro caixões seguiam lugubremente para o cemitério. As páginas se sucediam com ora curtas, ora longas anotações, cheias das respostas que revelavam o quanto, em silêncio e amargura, o pai o havia amado.

O “velho” escrevia de madrugada. Momento de solidão, num grito de silêncio, porque era desse jeito que ele era, ninguém o havia ensinado a chorar e a dividir suas dores, o mundo esperava que fosse durão para que não o julgassem nem fraco e nem covarde. E, no entanto, agora José Roberto estava tendo a prova que, debaixo daquela fachada de fortaleza havia um coração tão terno e cheio de amor…

A última pagina, aquela do dia em que ele havia partido:

“Deus, o que fiz de errado para meu filho me odiar tanto? Por que sou considerado culpado, se nada fiz, senão tentar transformá-lo em um homem de bem? Meu Deus, não permita que esta injustiça me atormente para sempre. Que um dia ele possa me compreender e perdoar por eu não ter sabido ser o pai que ele merecia ter.”

Depois não havia mais anotações e as folhas em branco davam a ideia de que o pai tinha morrido naquele momento. José Roberto fechou depressa a caderneta, o peito doendo. O coração parecia haver crescido tanto, que lutava para escapar pela boca. Nem viu o ônibus entrar na rodoviária. Levantou aflito e saiu quase correndo porque precisava de ar puro para respirar. A aurora rompia no céu e mais um dia começava.

“Honre seu pai para que os dias de sua velhice sejam tranqüilos!”

Certa vez ele tinha ouvido essa frase e jamais havia refletido na profundidade que ela continha. Em sua egocêntrica cegueira de adolescente, jamais havia parado para pensar em verdades mais profundas. Para ele, os pais eram descartáveis e sem valor, como as embalagens que são atiradas ao lixo. Afinal, naqueles dias de pouca reflexão tudo era juventude, saúde, beleza, música, cor, alegria, despreocupação, vaidade… Não era ele um semideus? Agora, porém, o tempo o havia envelhecido, fatigado e também tornado pai aquele falso herói. De repente, no jogo da vida, ele era o pai de seus atuais contestadores. Como não havia pensado nisso antes? Certamente por não ter tempo, pois andava muito ocupado com os negócios, a luta pela sobrevivência, a sede de passar fins de semana longe da cidade grande, a vontade de mergulhar no silêncio sem precisar dialogar com os filhos.

Ele jamais tivera a ideia de comprar uma cadernetinha de capa vermelha pala anotar uma frase sobre seus herdeiros, jamais lhe havia passado pela cabeça escrever que tinha orgulho daqueles que continuam o seu nome. Justamente ele, que se considerava o mais completo pai da Terra? Uma onda de vergonha quase o prostrou por terra numa derradeira lição de humildade. Quis gritar, erguer procurando agarrar o velho para sacudi-lo e abraçá-lo… mas encontrou apenas o vazio.

Havia uma raquítica rosa vermelha num galho no jardim de uma casa, o sol acabava de nascer. Então, José Roberto acariciou as pétalas e lembrou-se da mãozona do pai, podando, adubando e cuidando com amor. Por que nunca tinha percebido tudo aquilo antes? Uma lágrima brotou como o orvalho, e erguendo os olhos para o céu dourado, de repente, sorriu e desabafou-se numa confissão aliviadora:

“Se Deus me mandasse escolher, eu juro que não queria ter tido outro pai que não fosse você, velho! Obrigado por tanto amor, e me perdoe por haver sido tão cego.”

Desconheço a autoria.

Amor X Desejo

Posted in Relacionamentos with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 13/02/2014 by Joe

Amor e desejo

Todos sentem necessidade de amar, e esta necessidade geralmente é satisfeita quando encontramos o objeto de nosso amor e com ele mantemos uma relação frequente e feliz.

Pois bem. Enquanto vamos juntinhos à feira escolher frutas e verduras, enquanto mandamos consertar a infiltração do banheiro e enquanto vemos televisão sentados lado a lado no sofá, o que fazemos com nossa necessidade de desejar?

Lendo Alain de Botton, um escritor inglês, deparei-me com essa questão: amor e desejo podem ser conciliáveis no início de uma relação, mas despedem-se ao longo do convívio. Só por um milagre você vai ouvir seu coração batendo acelerado ao ver seu marido chegando do trabalho, depois de vê-lo fazendo a mesma coisa há cinco, dez, quinze anos.

Ao ouvir a voz dela no telefone, você também não sentirá nenhum friozinho na barriga, ainda mais se o que ela tem para dizer é “não chegue tarde hoje que vamos jantar na mamãe”. Você ama o seu namorado, você ama a sua mulher. Mais que isso: você os tem. Mas a gente só deseja aquilo que não tem. O problema da infidelidade passa por aqui. Muitos acreditam que a pessoa que foi infiel não ama mais seu parceiro: não é verdade. Ama e tem atração física, inclusive, mas não consegue mais desejá-lo, porque já o tem. Fica então aquele vácuo, aquela lacuna, aquela maldita vontade de novamente desejar alguém e ser desejado, o que só é possível entre pessoas que ainda não se conquistaram.

Não é preciso arranjar um amante para resolver o problema. Há recursos outros: flertes virtuais, fantasias eróticas, paqueras inconsequentes. Tem muita gente aí fora a fim de entrar nesse jogo sem se envolver, sem colocar em risco o amor conquistado, porque sabe que a troca não compensa. Amor é jóia rara, o resto é diversão. Mas uma diversão que precisa ter seu espaço, até para salvar o amor do cansaço.

Necessidade de amar X necessidade de desejar. Os conservadores temem reconhecer as diferenças entre uma e outra. Os galinhas agarram-se a essa justificativa. E os moderados tratam de administrar essa arapuca.

By Martha Medeiros.

Motivação é a chave para o sucesso

Posted in Inspiração with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 29/01/2014 by Joe

Motivação

A motivação é o segredo do entusiasmo e do sucesso. É o aditivo que faz da vontade uma força que não se deixa intimidar. A falta de motivação tem sido a causa de talentos que se perdem, diamantes que permanecem no fundo da terra, em estado bruto, privando o mundo do seu esplendor.

Uma pessoa motivada não abre espaço para pensamentos de derrota, não se deixa desanimar pelo pessimismo, nem se influenciar pelo que os outros pensam. Sabe que algo só é impossível até que alguém o torne possível.

A pessoa motivada não se detém diante das dificuldades. Por isso, responde de uma forma completamente diferente a uma situação de stress do que outra, desmotivada. Situações adversas são encaradas como temporárias e estimulam a pessoa motivada a encontrar respostas aos desafios que surgem em busca do sucesso.

É a motivação que permite que alguém trabalhe horas a fio sem se importar com o cansaço, que faz com que o atleta continue com o treinamento mesmo com os pés doloridos. É o que leva uma pessoa a superar seus limites, como se estivesse sob o efeito de uma substância poderosa e irresistível, transformando o processo de conquistar um objetivo numa aventura maravilhosa.

Em contrapartida, alguém sem motivação e descrente do próprio poder pode ter uma noção do seu potencial, mas não encontra forças para fazer algo dele.

E você? É uma pessoa motivada ou anda achando que o mundo todo está contra você?

Desconheço a autoria.

Vampiros

Posted in Relacionamentos with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 01/01/2014 by Joe

Vampiros

Eu não acredito em gnomos ou duendes, mas vampiros existem!

Fique ligado, eles podem estar numa sala de bate-papo virtual, no balcão de um bar, no estacionamento de um shopping. Vampiros e vampiras aproximam-se com uma conversa fiada, pedem seu telefone, ligam no outro dia, convidam para um cinema. Quando você menos espera, está entregando a eles seu rico pescocinho e mais (este “mais” você vai acabar descobrindo o que é com o tempo).

Vampiros tratam você muito bem, têm muita cultura, presença de espírito e conhecimento da vida. Você fica certo que conheceu uma pessoa especial. Custa a se dar conta de que eles são vampiros, parecem gente. Até que começam a sugar você.

Sugam todinho o seu amor, sugam sua confiança, sugam sua tolerância, sugam sua fé, sugam seu tempo, sugam suas ilusões. Vampiros deixam você murchinha, chupam até a última gota.

Um belo dia você descobre que nunca recebeu nada em troca, que amou pelos dois, que foi sempre um ombro amigo, que sempre esteve à disposição, e sofreu tão solitariamente que hoje se encontra aí, mais carniça do que carne.

Esta é uma historinha de terror que se repete ano após ano, por séculos. Relações vampirescas: o morcegão surge com uma carinha de fome e cansaço, como se não tivesse dormido a noite toda, e você se oferece para uma conversa, um abraço, uma força.

Aí ele se revitaliza e bate as asinhas. Acontece em São Paulo, Manaus, Recife, Florianópolis, em todo lugar, não só na Transilvânia. E ocorre também entre amigos, entre colegas de trabalho, entre familiares, e não só nas relações de amor.

Doe sangue para hospitais. Dê seu sangue por um projeto de vida, por um sonho. Mas não doe para aqueles que sempre, sempre, sempre vão lhe pedir mais e lhe retribuir jamais.

By Martha Medeiros.

O cavalinho

Posted in Inspiração with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 13/12/2013 by Joe

O cavalinho

Certa tarde, um homem saiu para um passeio com os dois filhos, um de oito e outro de quatro anos. Em determinado momento da caminhada, André, o mais novo, pediu ao pai que o carregasse, pois estava muito cansado para continuar andando.

O pai respondeu que também estava muito cansado. Diante da resposta, o garotinho começou a choramingar e fazer “corpo mole”.

Sem dizer uma só palavra, o pai cortou um pequeno galho de árvore e o entregou a André, dizendo:

– “Olhe aqui um cavalinho para você montar, filho! Ele irá ajudá-lo a seguir em frente.”

O menino parou de chorar e pôs-se a cavalgar o galho verde tão rápido, que chegou em casa antes dos outros. Ficou tão encantado com seu cavalo de pau, que foi difícil fazê-lo parar de galopar.

O irmão mais velho ficou intrigado com o que viu e perguntou ao pai sobre como devia entender a atitude de André. O pai sorriu e respondeu:

– “Assim é a vida, meu filho. Às vezes, estamos física e mentalmente cansados, certos de que é impossível continuar. Mas encontramos, então, um “cavalinho” qualquer que nos dá ânimo outra vez. Esse cavalinho pode ser um bom livro, um amigo, uma canção…”

Assim, quando você se sentir cansado ou desanimado, nunca se deixe levar pela preguiça ou o desânimo.

Lembre-se: sempre haverá um “cavalinho” para cada momento.

Desconheço a autoria.

Concessões…

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Concessões

O que leva muitos homens (e mulheres) a aceitar as explicações do cônjuge que chega tarde do trabalho? Não seria mais natural esperar que o companheiro entendesse o nosso cansaço e nos recebesse com carinho redobrado?

Por que nos sentimos na obrigação de participar daquele almoço de domingo com a família se preferíamos ir ao cinema, acordar às 2 da tarde ou encontrar nossos amigos?

Que direito tem o namorado de censurar o comprimento do vestido da namorada? E por que ela concorda em mudar de roupa, interpretando a implicância dele como uma prova de amor?

A reposta a todas essas perguntas é uma só: para evitar atritos com aqueles que amamos.

Fazemos muitas coisas contra nossa vontade porque não temos coragem de arcar com as consequências de um enfrentamento. Tememos as rejeições, as críticas diretas, o julgamento moral.

Temos medo do abandono e da condenação à solidão.

Preferimos, então, catalogar essas pequenas concessões como perdas menores e seguimos a vida sem pensar muito nelas.

No entanto, ao longo dos anos, a soma de restrições à nossa modesta liberdade cotidiana se transforma num conjunto compacto de mágoa e frustração, que acaba deteriorando os relacionamentos.

Crescemos com a ideia de que ficar só é doloroso, além de socialmente reprovável (tente jantar desacompanhada num restaurante badalado!). Esse equívoco tem levado muita gente a se prender a um casamento falido ou a um namoro doentio.

Quando a relação acaba e somos impelidos a viver sozinhos, temos a oportunidade de experimentar pequenos prazeres solitários: tomar conta do controle remoto da televisão, dormir com três cobertores, ir ao cinema duas vezes num único domingo, usar aquele vestido bem decotado…

Muitas vezes, só essa vivência nos dá a chance de avaliar o quanto eram duras as restrições que aceitávamos passivamente. A descoberta nos deixa menos tolerantes às exigências possessivas, ciumentas e por vezes invejosas impostas pelos elos afetivos usuais.

Junto com a mudança vem a pergunta: “Será que estou ficando egoísta?” Não. Temos o direito de criar uma rotina própria e diferente da praticada por vários grupos familiares e sociais.

Quando somos capazes de compreender o lado rico de estar só, quando perdemos o medo de nos defrontar com nossa solidão, rebelamo-nos contra muitas das pequenas e múltiplas regras de convívio.

Então, nos tornamos mais livres, inclusive para recompor as bases dos relacionamentos que nos aprisionam.

As normas terão de se ajustar aos novos tempos, passando a respeitar mais a individualidade recém-adquirida e a liberdade que vem junto com ela.

Impossível abrir mão de uma conquista tão prazerosa!

By Flávio Gikovate.

Conflito

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 31/03/2013 by Joe

Conflitos

Quando existe um conflito entre o caminho da vida que você está percorrendo e aquele que teu coração escolheu como bom, esse conflito básico acaba fatalmente consumindo as tuas energias vitais. Sorrateiramente.

E, ao consumir tuas energias, ele, o conflito, esse monstro horroroso e sem face, também se alimenta da certeza que tem do teu fraco amor por você mesmo. Esse monstro, voraz, horroroso, se alimenta inicialmente das tuas forças, e quando tuas forças se acabarem, ele começa a se alimentar da tua fraqueza. Chegará um tempo em que nem mesmo a fraqueza vai te restar.

Esse conflito é um monstro sem face sorvendo teu mundo interior. Um monstro terrível e sem face, por isso não se deixa abater facilmente. É tão sagaz que tenta, primeiro, comer a tua própria possibilidade de percepção da existência dele.

Ave de rapina, transforma teu peito num campo devastado, tuas veias em coivaras, deixa curva tua espinha dorsal. Avança sem trégua sobre tua alegria. Implacável e seco, arrasa de vez com tua sensibilidade, põe teu entusiasmo em ponto morto, modifica teu conceito de prazer, assassina teu amor à liberdade.

Depois, ele vai comendo as tuas entranhas. Vai comendo teu miolo, teu cerne, vai comendo tua personalidade, teu amor. Ele primeiro comeu o teu subúrbio, tua periferia, tuas redondezas, tua superfície. Mas agora ele quer o teu profundo, o teu centro, teu Eu.

Ele come quase tudo, come teu desejo, e vai comendo tua emoção, comendo aquele restinho de cor e de brilho que você ainda possa ter.

O desgraçado mata tua criatividade. Mata tua poesia, teu sexo, teu romance. Esse conflito é um monstro sem face sorvendo a tua força. Ele primeiro se alimenta do teu ânimo, e depois come o teu cansaço. Come o teu corpo – e depois devora o teu sossego, a tua paz.

Ele te abraça e te sufoca.

Mas nem toda tragédia tem que ser infinita. Há certamente uma saída, há uma solução: a solução é ser feliz. Tornar-se feliz é o único meio de matar esse monstro sem face que te devora.

Acontece que para ser feliz é preciso antes ser livre. E só é livre quem pode dizer e praticar a verdade, a qualquer tempo, em todo lugar, sem medo. E só pode dizer e praticar a verdade, sem medo de represálias, aquele que é independente em todos os sentidos.

E aqui passamos a um novo nível de complicação: porque nem todos amam suficientemente a Liberdade. Nem todos nascem para ser livres. Alguns têm necessidade neurótica de ser dependentes. Dependentes do outro, de fumo, de drogas, de sono, de remédios, de aprovação alheia – e até de companhia.

Alguns, ingênuos, chegam convidar esse monstro horroroso para habitar seu pobre coração. São os dependentes de amor…

Por definição, só quem faz da Lógica o primeiro suporte de todas as suas decisões; só quem reage com senso crítico em todas as circunstâncias consegue escapar das terríveis malhas da dependência.

Portanto, este raciocínio acaba nos levando à seguinte conclusão: só os inteligentes conseguem ser felizes! Só os inteligentes são capazes de matar esse monstro sem face. Só eles podem, querem – e conseguem – ser livres. Só eles podem se salvar.

Só os inteligentes se salvam.

By Edson Marques, em http://mude.blogspot.com.br/

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