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Casa viva ou casa morta?

Posted in Inspiração with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 27/01/2013 by Joe

Flores na janela

Sua casa é viva ou morta? A casa é feita de pedras, tijolos, madeira, portanto, não tem vida. Entretanto, existem casas que são mortas. Você as adentra e sente em todos os cômodos a inexistência de vida.

Sim, dentro delas habitam pessoas, famílias inteiras. Mas são aquelas casas em que quase tudo é proibido. Tudo tem que estar tão arrumado, ajeitado, sempre, que não se pode sentar no sofá porque se está arriscando sujar o revestimento novo e caro.

Casas em que o quarto das crianças é impecável. Todos os bichinhos de pelúcia, por ordem de cor e tamanho, repousam nas prateleiras.

Essas casas são frias…

Pequenas ou imensas, carecem do calor da descontração, da luz da liberdade e da iluminada possibilidade de dentro delas se respirar, cantar, viver. Por isso mesmo parecem mortas.

As casas vivas já demonstram, desde o jardim, que nelas existe vibração e alegria. No gramado, a bola quieta fala da existência de muitos folguedos. A bicicleta, meio deitada, perto da garagem, diz que pernas infantis até há pouco a movimentaram com vigor. Em todos os cômodos se reflete a vida.

No sofá, um ursinho de pelúcia denuncia a presença de um pequenino irrequieto que carrega a sua preciosidade por todos os cantos. Na saleta, livros, cadernos e lápis dizem dos estudos que se repetem durante horas. O dicionário aberto, um marcador de páginas assinalando uma mensagem preciosa falam de pesquisa e leitura atenciosa.

A cozinha exala a mensagem de que ali, a qualquer momento, pode chegar alguém e se servir de um copo d’água, um café, um pedaço de pão.

Os quartos traduzem a presença dos moradores. Cores alegres nas cortinas, janelas abertas para que o sol entre em abundância. Os travesseiros um pouco desajeitados deixam notar que as crianças os jogam, vez ou outra, umas contra as outras, em alegres brincadeiras.

Enfim, as casas vivas são aquelas em que as pessoas podem viver com liberdade. O que não quer dizer com desordem. As casas vivas são aquelas nas quais os seus moradores já descobriram que elas foram feitas para morar, mas sobretudo para se viver.

O desapego às coisas terrenas inicia nas pequeninas coisas. Se estabelecemos, em nosso lar, rígidas regras de comportamento para que tudo esteja sempre impecável, como se pessoas ali não vivessem, estamos demonstrando que o mais importante são as coisas, não as pessoas.

Manter o asseio, a ordem, é correto. Escravizar-se a detalhes, temer por estragos significa exagerado apego a coisas que, em última análise, somente existem em função das pessoas.

Transforme sua casa, pequena, de madeira, uma mansão, num lugar agradável de se retornar, de se viver, de se conviver com a família, os amigos, os amores. Coloque sinais de vida em todos os aposentos. Disponha flores nas janelas para que quem passe, possa dizer:

– “Esta é uma casa viva. É um lar!”

Desconheço a autoria.

Sofrimento

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 02/04/2012 by Joe

Sofremos pelo que não temos e, muitas vezes, pelo que acreditamos que era nosso, e na verdade nunca foi.

Sofremos pela incerteza do amanhã que não nos pertence, mas que tentamos controlar.

Sofremos pelas amizades e afinidades que tentamos dominar, possuir sem medidas, e que se afastam de nós.

Sofremos pela doença que podemos ter, pela gripe que pode virar bronquite, e nos abatemos.

Sofremos pelo medo do imponderável, pelo que não podemos medir, pelo que não vemos, mas às vezes, podemos ouvir, e nos trancamos.

Sofremos pelas nossas faltas e nos abatemos com as dificuldades que criamos, e estagnamos.

Por isso, as notas que não tiramos, as provas que não passamos, os amores que não vivemos, o abraço que perdemos, os cadernos amarelados, os cheiros da infância, a velha chupeta guardada ou perdida, são doces lembranças, mas até nelas, sofremos.

Sofremos porque não queremos nada simples, nem simplesmente viver, nem simplesmente amar.

Temos medo de nos entregarmos definitivamente ao amor, medo de sofrer uma dor maior e, por isso, sofremos até pelo que não sabemos.

E hoje, sabendo que o sofrer é uma antecipação da dor que nem sempre viveremos, vou procurar conquistar aquilo que realmente me cabe … e se a dor me visitar vai me encontrar mais forte, porque tenho a exata medida de tudo o que já passei, e sou o fruto maduro dessa árvore chamada vida!

By Paulo Roberto Gaefke.

Sofrimento

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , on 28/07/2010 by Joe

Sofremos pelo que não temos e, muitas vezes, pelo que acreditamos que era nosso, e na verdade nunca foi.

Sofremos pela incerteza do amanhã que não nos pertence, mas que tentamos controlar.

Sofremos pelas amizades e afinidades que tentamos dominar, possuir sem medidas, e que se afastam de nós.

Sofremos pela doença que podemos ter, pela gripe que pode virar bronquite, e nos abatemos.

Sofremos pelo medo do imponderável, pelo que não podemos medir, pelo que não vemos, mas às vezes, podemos ouvir, e nos trancamos.

Sofremos pelas nossas faltas e nos abatemos com as dificuldades que criamos, e estagnamos.

Por isso, as notas que não tiramos, as provas que não passamos, os amores que não vivemos, o abraço que perdemos, os cadernos amarelados, os cheiros da infância, a velha chupeta guardada ou perdida, são doces lembranças, mas até nelas, sofremos.

Sofremos porque não queremos nada simples, nem simplesmente viver, nem simplesmente amar.

Temos medo de nos entregarmos definitivamente ao amor, medo de sofrer uma dor maior e, por isso, sofremos até pelo que não sabemos.

E  hoje, sabendo que o sofrer é uma antecipação da dor que nem sempre viveremos, vou procurar conquistar aquilo que realmente me cabe … e se a dor me visitar vai me encontrar mais forte, porque tenho a exata medida de tudo o que já passei, e sou o fruto maduro dessa árvore chamada vida!

By Paulo Roberto Gaefke.

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