Você vai descobrir mais cedo ou mais tarde que o tempo pra ser feliz é curto, e cada instante que vai embora não volta mais.
By Arnaldo Jabor.
A idiotice é vital para a felicidade! Gente chata essa que quer ser séria, profunda e visceral sempre. Putz!
A vida já é um caos, então, por que fazermos dela, ainda por cima, um tratado? Deixe a seriedade para as horas em que ela é inevitável: mortes, separações, dores e afins.
No dia-a-dia, pelo amor de Deus, seja idiota! Ria dos próprios defeitos. E de quem acha defeitos em você. Ignore o que o boçal do seu chefe disse. Pense assim: quem tem que carregar aquela cara feia, todos os dias, inseparavelmente, é ele. Pobre dele.
Milhares de casamentos acabaram-se não pela falta de amor, dinheiro, sexo, sincronia, mas pela ausência de idiotice. Trate seu amor como seu melhor amigo, e pronto. Quem disse que é bom dividirmos a vida com alguém que tem conselho pra tudo, soluções sensatas, mas não consegue rir quando tropeça. Alguém que sabe resolver uma crise familiar, mas não tem a menor ideia de como preencher as horas livres de um fim de semana?
Quanto tempo faz que você não vai ao cinema? É bem comum gente que fica perdida quando se acabam os problemas. E daí, o que elas farão se já não têm por que se desesperar? Desaprenderam a brincar. Eu não quero alguém assim comigo. Você quer? Espero que não.
Tudo que é mais difícil é mais gostoso, mas… a realidade já é dura; piora se for densa. Dura, densa, e bem ruim. Brincar é legal. Entendeu?
Esqueça o que te falaram sobre ser adulto, tudo aquilo de não brincar com comida, não falar besteira, não ser imaturo, não chorar, não andar descalço, não tomar chuva. Pule corda!
Adultos podem (e devem) contar piadas, passear no parque, rir alto e lamber a tampa do iogurte. Ser adulto não é perder os prazeres da vida – e esse é o único “não” realmente aceitável. Teste a teoria. Uma semaninha, para começar.
Veja e sinta as coisas como se elas fossem o que realmente são: passageiras. Acorde de manhã e decida entre duas coisas: ficar de mau humor e transmitir isso adiante… ou sorrir!
Bom mesmo é ter problema na cabeça, sorriso na boca e paz no coração! Aliás, entregue os problemas nas mãos de Deus… e que tal um cafezinho gostoso agora?
“A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso cante, chore, dance e viva intensamente antes que a cortina se feche”.
Seja um idiota!
Desconheço a autoria, apesar de ser amplamente atribuído a Arnaldo Jabor.
O petróleo move o mundo: fez o Bush atacar o Iraque, criou o Osama, armou o Chávez. O petróleo é energia e morte para a vida, ao mesmo tempo berço e túmulo. Nos dá conforto e nos envenena.
Achávamos que o mundo acabaria em guerra nuclear. Agora, pode acabar sufocado e derretido. E diante dessa tragédia, como reagimos?
Muitos pensam:
– “É exagero desses ecologistas chatos! Não acredito: a ciência vai achar uma solução”!
Ou então, o contrário:
– “Esses cientistas são uns idiotas, é tudo mentira!”
Ou ainda:
– “Temos de cuidar do presente, o futuro a Deus pertence! Não podemos parar a produção e causar desemprego!”
Ou ainda:
– “Ah, eu não quero nem saber. Sabe o que mais? Dane-se. Até lá, eu já morri”.
É isso. E o tragicômico é que nos referimos aos problemas ambientais como sendo uma “ameaça à Natureza”. Que nada! A Natureza não esta nem aí. Já morreu dinossauro, já houve idade do gelo, chuva de asteróides e a Natureza continua numa boa.
Quem vai acabar é a raça humana. A Natureza está pouco se lixando para nós.
By Arnaldo Jabor.
Lupicínio Rodrigues, um compositor que não é da nossa geração, mas que todos reconhecem a importância, certa vez disse: “As mulheres que me fizeram bem eu esqueci. Só as que me fizeram mal viraram música”.
Esta declaração comprova o que muita gente já sabe: o sofrimento não é um inimigo, mas um mestre. Ele ajuda a gente a se conhecer melhor, a não repetir os mesmos erros, a amadurecer, principalmente quando o que sentimos é dor de amor. Mesmo quando a dor não é romântica, ainda assim ela tem essa serventia: pode virar quadros, filmes, livros, música. O sofrimento, que sempre queremos tão longe, tem ao menos a qualidade de nos tornar criativos.
O jazz nasceu do sofrimento dos escravos, o rock nasceu da rebeldia, o rap nasceu da necessidade dos negros reivindicarem liberdade, o samba é a alegria que ameniza o drama dos morros, o tropicalismo foi uma forma de protesto. Nenhum desses estilos musicais foram gerados por um mundo sem problemas, por pessoas com seus direitos plenamente atendidos.
A censura, uma pedra no caminho da geração que viveu a ditadura militar de Médici, fez com que muita gente precisasse dar asas à imaginação para driblá-la, como Millôr Fernandes e Paulo Francis, que escreviam em O Pasquim, Glauber Rocha, que inventou o Cinema Novo, e Leila Diniz, que ajudou as mulheres a saírem da casca.
A censura é responsável por versos memoráveis de Chico Buarque e pela irreverência de Os Mutantes.
Foram tantos os caminhos que a cultura brasileira encontrou para sobreviver aos anos de chumbo que Arnaldo Jabor chegou a declarar que a liberdade, de certo modo, acabou com o cinema nacional. É uma frase polêmica, mas compreende-se.
A Guerra Civil na Espanha gerou Guernica, um dos quadros mais espetaculares de Picasso, e a musa inspiradora de Van Gogh foi sua própria angústia.
O existencialismo de Sartre foi parido pela náusea de viver, não pelo êxtase, e a maioria dos poemas escritos no mundo são filhos da dor-de-cotovelo, da ausência do ser amado, de sonhos não atingidos, e não de uma ida espetacular ao supermercado ou de uma festa à beira de uma piscina.
Todos devem buscar uma vida plena de realizações. Mas vale lembrar que as inevitáveis dores do coração, insatisfações políticas, carências sociais e a solidão, nosso eterna companheira, podem ser recicladas em versos, roteiros e passos de dança.
Ninguém é 100% feliz. A percentagem que falta, em vez de ser transformada em rancor, inveja e rugas, será mais bem aproveitada se virar arte.
By Martha Medeiros.
Ontem (25/08/09) Eduardo Suplicy, Senador do PT pelo Estado de São Paulo, protagonizou na tribuna do Circo Senado Federal, do qual faz parte, mais um espetáculo deste teatro dos horrores em que se transformou o Brasil. Utilizando-se do recurso que é usado com muita freqüência por Lula, deu cartão vermelho ao Presidente da Casa, José Sarney e bateu boca com Demóstenes Torres, que questionou por que Suplicy não dava cartão vermelho também ao presidente Lula.
À noite, no Jornal da Globo, Arnaldo Jabor nos presentou com uma crônica (vide abaixo) muito feliz, questionando onde andam os intelectuais e a “sociedade civil organizada” que não faz nada. A impressão que se tem é que a “sociedade civil organizada” está tão apática quanto a “sociedade civil desorganizada” (leia-se: povo).
O movimento estudantil, que sempre levantou sua voz contra a ditadura militar, parece estar vendida, calada, fazendo até passeata a favor de Lula.
Os movimentos sindicais parecem estar seguindo a mesma direção, caminhando e cantando e seguindo o governo petista (aliás, cadê aquele Lula que conhecemos nos movimentos sindicais, tão radical quanto a própria ditadura da época?).
E os artistas, os cabeças pensantes que, naquela época, se mostravam tão fortes e corajosos, enfrentando toda a ira das forças armadas, a ponto de correrem risco de desaparecerem de um dia para o outro, como aconteceu a tantos professores, amigos e parentes?
Cadê Chico, Caetano, Gil, Vandré, e outros tantos que lutaram com o poder de seus versos e canções? Cadê os caras-pintadas, como o próprio Jabor lembrou em sua crônica? Cadê você, trabalhador sofrido, assaltado em cinco meses de seu mísero salário por ano para sustentar esse circo?
Será que todos só tem olhos para os reality-shows, as novelas e os jogos de futebol que só servem para anestesiar ainda mais o nosso já tão combalido ânimo?
Confesso que estou assustado com o rumo que as coisas estão tomando. Começamos a ouvir falar em censura à imprensa, à ações contra blogs, escândalos que terminam em pizza, seja na política, seja no futebol ….
Mais uma vez fica a minha pergunta, indignado: até quando? Será que não é hora de nós, brasileiros, darmos um cartão vermelho a todos esses corruptos que fazem parte desses times de quinta-divisão que jogam esse jogo de cartas marcadas?
Nota do Blog:
Tendo em vista a Globo ter retirado o código para publicação do video com a crônica de Arnaldo Jabor, publico o texto referente à mesma:
“Como comentar isso tudo? A indignação ficou insuficiente, o escândalo está desmoralizado, a vergonha está cansada. Não há mais filme de horror, não há filme pornô igual a isso que vemos.
Estamos nos viciando neste espetáculo de sordidez. E isso é ruim, porque a indignação é muda, é paralítica. Porque não se trata mais de netinhos nomeados, nem mensalinhos roubados, nem envelopinhos de empreiteiras, nem de gorgetinhas de macarrão.
Não se trata mais de um problema moral. As instituições estão sendo implodidas por dentro, pelos próprios donos do poder.
Em nome da governabilidade o governo está impedindo a governabilidade. E pior: este circo de anomalias serve para acalmar nossas consciências…
A gente fala: “que horror” e se sente santificado, mas não faz nada. A imprensa está sozinha ameaçada de censura pelos roedores da República…
Quando houve a crise do Collor, a indignação ainda valia. Intelectuais e figuras importantes do país, como Barbosa Lima Sobrinho e outros se manifestaram em bloco.
E hoje? Por que este silêncio dos intelectuais? Onde estão os carapintadas? Onde os manifestos de artistas famosos, das tais celebridades? Onde estão eles, além de exibir sua vida sexual nas revistas e rebolar nas pistas de dança?
Cartão vermelho para a elite pensante do Brasil!”
By Joe.