Arquivo para Ana Jácomo

Pessoas interessantes

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , on 06/07/2015 by Joe

Amar e ser amada

As pessoas mais interessantes que conheço não fazem sacrifícios para ser amadas. São do jeito delas.

Se são amadas, maravilha. Se não, vida que segue, mais à frente os encontros virão e é bem provável que tenham mais a ver com elas.

A diferença que conta é que, à parte o amor que possam receber, elas são amadas por elas mesmas. Estão confortáveis por ser como dá para ser a cada instante.

By Ana Jácomo.

Liberte-se!

Posted in Inspiração with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 01/07/2015 by Joe

Liberte-se

Às vezes, a gente precisa se livrar um pouco da gente; isso, sim, é liberdade fina, das boas.

Pode ser mesmo bem libertador, de vez em quando, embora não seja lá um exercício fácil. Costumamos viver muito apegados à auto-imagem, a tal Síndrome de Gabriela: “Eu nasci assim, eu cresci assim, e sou mesmo assim, vou ser sempre assim”.

Sofremos, repetimos equívocos, ficamos apertados nos conhecidíssimos cômodos sem ventilação, mas o padrão antigo continua lá, firme e forte, permeando nossas ações, projetando o mesmo filme entediante, dizendo quem manda no pedaço.

Até com orgulho, que geralmente é puro medo, não ousamos um passo fora desse lugar, enquanto a vida aguarda a chance de nos mostrar o quanto pode ser vasta e rica de possibilidades além dele.

By Ana Jácomo.

Tem dor que vira companhia

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , on 08/05/2015 by Joe

Tem dor que vira companhia

Tem dor que vira companhia. Olhando de perto, faz tempo que deixou de doer, só tem fama, mas a gente não solta.

Quem sabe, pelo receio de não saber o que fazer com o espaço, às vezes grande, que ficará desocupado se ela sair de cena. Vazio é também terreno fértil para novos florescimentos, mas costuma causar um medo inacreditável.

Quando, finalmente, criou coragem e deixou de dar casa, comida e roupa lavada para a tal dor, ela desapareceu.

By Ana Jácomo.

Coragem para continuar

Posted in Inspiração with tags , , , , , , , , , , , , , , on 15/04/2015 by Joe

Coragem para continuar

O que revela a nossa força não é sermos imbatíveis, incansáveis, invulneráveis. É a coragem de avançar, ainda que com medo. É a vontade de viver, mesmo que já tenhamos morrido um pouco ou muito, aqui e ali, pelo caminho.

É a intenção de não desistirmos de nós mesmos, por maior que às vezes seja a tentação.

São os gestos de gentileza e ternura que somente os fortes conseguem ter.

By Ana Jácomo.

Recomeço

Posted in Inspiração with tags , , , , , , , , , , , , , , on 17/03/2015 by Joe
Recomeço
Não é preciso agendar, entrar em fila, contar com a sorte, acordar cedo para pegar senha: a possibilidade de recomeço está disponível o tempo todo, na maior parte dos casos.

Não tem mistério, ela vem embrulhada com o papel bonito de cada instante novo, essa página em branco que olha pra gente sem ter a mínima ideia do que escolheremos escrever nas suas linhas.

O que é preciso mesmo é ter coragem para abrir o presente.

By Ana Jácomo.

Se você ama, diga que ama

Posted in Relacionamentos with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 12/03/2015 by Joe

Diga eu te amo

Não tem essa de não precisar dizer porque o outro já sabe. Se sabe, maravilha… mas esse é um conhecimento que nunca está concluído. Pede inúmeras e ternas atualizações.

Economizar amor é avareza. Coisa de quem funciona na frequência da escassez. De quem tem medo de gastar sentimento e lhe faltar depois.

É terrível viver contando moedinhas de afeto. Há amor suficiente no universo. Pra todo mundo. Não perdemos quando damos: ganhamos junto. Quanto mais a gente faz o amor circular, mas amor a gente tem. Não é lorota. Basta sentir nas interações do dia-a-dia, esse nosso caderno de exercícios.

Se você ama, diga que ama.

A gente pode sentir que é amado, mas sempre gosta de ouvir e ouvir e ouvir. É música de qualidade. Tão melodiosa que, muitas vezes, mesmo sem conseguir externar, sentimos uma vontade imensa de pedir: diz de novo? Dizer não dói, não arranca pedaço, requer poucas palavras e pode caber no intervalo entre uma inspiração e outra, sem brecha para se encontrar esconderijo na justificativa de falta de tempo.

Sim, dizer, em alguns casos, pode exigir entendimentos prévios com o orgulho, com a bobagem do só-digo-se-o-outro-disser, com a coragem de dissolver uma camada e outra dessas defesas que a gente cria ao longo do caminho e quando percebe mais parecem uma muralha. Essas coisas que, no fim das contas, só servem para nos afastar da vida. De nós mesmos. Do amor.

Se você ama, diga que ama.

Diga o seu conforto por saber que aquela vida e a sua vida se olham amorosamente e têm um lugar de encontro. Diga a sua gratidão. O seu contentamento. A festa que acontece em você toda vez que lembra que o outro existe. E se for muito difícil dizer com palavras, diga de outras maneiras que também possam ser ouvidas. Prepare surpresas. Borde delicadezas no tecido às vezes áspero das horas. Reinaugure gestos de companheirismo. Mas não deixe para depois. Depois é um tempo sempre duvidoso. Depois é distante daqui. Depois é sei lá…

By Ana Jácomo.

Intimidade

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , on 12/02/2015 by Joe

Intimidade (2)

Intimidade é quando a vida da gente relaxa diante de outra vida e respira macio.

Não há porque se defender de coisa alguma nem porque se esforçar para o que quer que seja.

O coração pode espalhar os seus brinquedos.

Cantar a música que cada instante compõe.

Bordar cada encontro com as linhas do seu próprio novelo.

Contar as paisagens que vê enquanto cria o caminho.

Andar descalço, sem medo de ferir os pés.

By Ana Jácomo.

A gente precisa…

Posted in Inspiração with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 14/07/2013 by Joe

O tempo leva

O tempo, de vento em vento, desmanchou o penteado arrumadinho de várias certezas que eu tinha, e algumas vezes descabelou completamente a minha alma.

Mesmo que isso tenha me assustado muito aqui e ali, no somatório de tudo, foi graça, alívio e abertura.

A gente não precisa de certezas estáticas. A gente precisa é aprender a manha de saber se reinventar. De se tornar manhã novíssima depois de cada longa noite escura. De duvidar até acreditar com o coração isento das crenças alheias.

A gente precisa é saber criar espaço, não importa o tamanho dos apertos. A gente precisa é de um olhar fresco, que não envelhece, apesar de tudo o que já viu. É de um amor que não enruga, apesar das memórias todas na pele da alma.

A gente precisa é deixar de ser sobrevivente para, finalmente, viver. A gente precisa mesmo é aprender a ser feliz a partir do único lugar onde a felicidade pode começar, florir, esparramar seus ramos, compartilhar seus frutos.

E a gente sabe que lugar é esse, não é?!

By Ana Jácomo.

O tempo das coisas

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 21/03/2013 by Joe

Tempo das coisas

Poderíamos, com mais frequência, tentar deixar a vida em paz para desembrulhar suas flores no tempo dela, no tempo delas, e, em alguns momentos, nem desembrulhar.

Apesar da nossa cuidadosa aposta nas sementes, algumas simplesmente não vingam e isso não significa que a vida, por algum motivo, está se vingando de nós. Há muito mais jardim para ser desembrulhado.

Poderíamos, mais vezes, tentar respeitar os dias e as noites das coisas, os sóis e as luas de cada uma, os amanheceres, os entardeceres, as madrugadas, a sabedoria reparadora e tecelã dos intervalos, as estações todas com seus jeitos todos de dizer. Percebermos, mais vezes, a partir da nossa própria experiência humana, que tudo o que vive, queira ou não, está submetido à inteligência natural e engenhosa das fases. Dos ciclos. Da permanente impermanência. Da mudança.

Poderíamos, amiúde, tentar desviar nossa atenção do relógio perigoso da expectativa, geralmente adiantado demais. Aquele tal cuja velocidade transtornada dos ponteiros costuma apontar para o tamanho e a urgência das nossas carências. Para a necessidade de preenchimento imediato e contínuo do que chamamos de vazio, às vezes porque é, às vezes por falta de palavra melhor. Aquele tal relógio que geralmente só antecipa frustração e atrasa sossego. Aquele tal que costuma só fomentar dificuldades e alimentar fomes.

Mas, não. A crisálida ainda está se acostumando com a ideia de ser borboleta e já queremos que voe. A flor ainda é botão e, em vez de apreciá-la como botão, ficamos apressados para vê-la desabrochada. O fruto ainda precisa amadurecer, mas o arrancamos, verde, do pé, por mera ansiedade. Ainda é a vez do tempo estar vestido de noite, mas queremos que se troque rapidinho para vestir-se de manhã.

Nossa impaciência, nossa pressa àvida pelo resultado das coisas do jeito que queremos, no tempo que queremos, geralmente altera o sábio fluxo do tempo da vida e o desdobramento costuma não ser lá muito agradável. Não é raro, nós o atribuímos à má sorte, ao carma, ao mau-olhado. Não é raro, culpamos Deus, os outros, os astros, os antepassados. Não é raro, é claro, nós ainda nos achamos cobertos de razão.

É fácil lidar com isso? Não é não. Nem um pouco. Esse é um dos capítulos mais difíceis do livro-texto e do caderno de exercícios: o aprendizado do respeito ao sábio tempo das coisas.

By Ana Jácomo.

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