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A dor que dói mais

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A dor que dói mais

Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, doem…

Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói a cólica, a cárie e a pedra no rim…

Mas o que mais dói é saudade!

Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu.

Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, quando se tinha mais audácia e menos cabelos brancos. Doem essas saudades todas! Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama…

Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o aeroporto e ele para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã.

Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter…

Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno. Não saber mais se ela continua clareando o cabelo. Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango de padaria, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Pepsi, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua pescando, se ela continua lhe amando…

Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche…

Saudade é não querer saber. Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz, se ele está mais magro, se ela está mais bela…

Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama e, ainda assim, doer.

By Martha Medeiros.

Passeio socrático

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Imbecilização

Ao viajar pelo Oriente mantive contatos com monges do Tibete, da Mongólia, do Japão e da China. Eram homens serenos, comedidos, recolhidos em paz em seus mantos cor de açafrão.

Um dia destes, eu observava o movimento no aeroporto: a sala de espera cheia de executivos com telefones celulares, preocupados, ansiosos, geralmente comendo mais do que deviam. Com certeza, já haviam tomado café da manhã em casa, mas como a companhia aérea oferecia um outro café, todos comiam vorazmente. Aquilo me fez refletir:

– “Qual dos dois modelos produz felicidade?”

Num outro dia, encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei:

– “Não foi à aula?”

E ela respondeu:

– “Não… só tenho aulas à tarde”.

Comemorei:

– “Que bom! Então, de manhã você pode brincar ou dormir até mais tarde!”

– “Não”, retrucou ela, “tenho tanta coisa de manhã…”

– “Que tanta coisa?”, perguntei.

– “Aulas de inglês, de balé, de pintura, natação…”, e começou a elencar seu programa de garota robotizada. Fiquei pensando:

– “Que pena… a Daniela não disse ‘tenho aula de meditação’!”

Estamos construindo super-homens e super-mulheres, totalmente equipados, mas emocionalmente infantilizados. Por isso as empresas consideram agora que, mais importante que o QI, é a IE, a Inteligência Emocional. Não adianta ser um super-executivo se não consegue se relacionar com as pessoas. Ora, como seria importante os currículos escolares incluírem aulas de meditação!

Uma progressista cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias! Não tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a desproporção em relação à malhação do espírito. Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos:

– “Como estava o defunto?”.

– “Olha, uma maravilha, não tinha uma celulite!”

Mas como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa?

Outrora falava-se em realidade: análise da realidade, inserir-se na realidade, conhecer a realidade. Hoje a palavra é virtualidade. Tudo é virtual. Pode-se fazer sexo virtual pela internet: não se pega AIDS , não há envolvimento emocional, controla-se no mouse.

Trancado em seu quarto, em Brasília, um homem pode ter uma amiga íntima em Tóquio, sem nenhuma preocupação de conhecer o seu vizinho de prédio ou de quadra! Tudo é virtual, entramos na virtualidade de todos os valores, não há compromisso com o real! É muito grave esse processo de abstração da linguagem, de sentimentos: somos místicos virtuais, religiosos virtuais, cidadãos virtuais. Enquanto isso, a realidade vai por outro lado, pois somos também eticamente virtuais.

A cultura começa onde a natureza termina. Cultura é o refinamento do espírito. Televisão, no Brasil – com raras e honrosas exceções – é um problema: a cada semana que passa, temos a sensação de que ficamos um pouco menos cultos.

A palavra hoje é ‘entretenimento’! Domingo, então, é o dia nacional da imbecilização coletiva. Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá e se apresenta no palco, imbecil quem perde a tarde diante da tela. Como a publicidade não consegue vender felicidade, passa a ilusão de que felicidade é o resultado da soma de prazeres:

– “Se tomar este refrigerante, vestir este tênis, usar esta camisa, comprar este carro, você chega lá!”

O problema é que, em geral, não se chega! Quem cede, desenvolve de tal maneira o desejo, que acaba precisando de um analista. Ou de remédios. Quem resiste, aumenta a neurose.

Os psicanalistas tentam descobrir o que fazer com o desejo dos seus pacientes. Colocá-los onde? Eu, que não sou da área, posso me dar o direito de apresentar uma sugestão. Acho que só há uma saída: virar o desejo para dentro. Porque para fora ele não tem aonde ir! O grande desafio é virar o desejo para dentro, gostar de si mesmo, começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento globalizante, neoliberal, consumista. Assim, pode-se viver melhor. Aliás, para uma boa saúde mental três requisitos são indispensáveis: amizades, autoestima e ausência de estresse.

Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno. Se alguém vai à Europa e visita uma pequena cidade onde há uma catedral, deve procurar saber a história daquela cidade – a catedral é o sinal de que ela tem história. Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, constrói-se um shopping center.

É curioso: a maioria dos shopping centers têm linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de missa de domingos. E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas…

Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode comprar à vista sente-se no reino dos céus. Se deve passar cheque pré-datado, pagar a crédito, entrar no cheque especial, sente-se no purgatório. Mas, se não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno!

Felizmente terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo hambúrguer do McDonald’s…

Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas:

– “Estou apenas fazendo um passeio socrático.”

Diante de seus olhares espantados, explico:

– “Sócrates, filósofo grego, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia:

– “Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz.”

By Frei Betto.

A necessidade de privacidade

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O ser tem dois lados: o interior e o exterior. O exterior pode ser público, mas o interior não pode. Se você tornar o interior público, perderá a sua alma, perderá a sua face original. Então você viverá como se não tivesse um ser interior. A vida se torna monótona, fútil.

Isso acontece às pessoas que levam uma vida pública – políticos, astros de cinema. Eles se tornam públicos, perdem completamente o ser interior; eles não sabem quem são, a menos que o público fale sobre eles. Eles dependem da opinião dos outros, não têm o sentimento do próprio ser.

Uma das mais famosas atrizes, Marilyn Monroe, cometeu suicídio, e os psicanalistas têm meditado sobre os motivos para isso. Ela era uma das mulheres mais lindas que já existiram, uma das mais bem-sucedidas. Até mesmo o presidente dos Estados Unidos, Kennedy, estava apaixonado por ela, e milhões de pessoas a amavam. Não se pode pensar no que mais se possa ter. Ela tinha tudo.

Mas ela era pública e sabia disso. Até mesmo na alcova, quando o presidente Kennedy a visitava, ela costumava chamá-lo de “Sr. Presidente” – como se estivesse tendo relações não com um homem, mas com uma instituição.

Ela era uma instituição. Pouco a pouco, ela tomou consciência de que não tinha nada de privado. Uma vez alguém lhe perguntou – ela tinha acabado de posar nua para um calendário e alguém lhe perguntou:

– Mas você não tinha nada enquanto posava para o calendário?

– Bem …” – respondeu ela – “Eu tinha … o rádio ligado”.

Exposta, nua, nada seu em particular. Eu acho que ela cometeu suicídio porque essa era a única coisa que poderia ter feito em particular. Tudo era público; essa foi a única coisa que sobrou para fazer por conta própria, sozinha, algo absolutamente íntimo e secreto. As personagens públicas são sempre atraídas para o suicídio porque apenas por meio do suicídio elas podem ter um vislumbre de quem são.

Tudo o que é bonito é interior, e o interior significa privacidade. Você observou as mulheres fazendo amor? Elas sempre fecham os olhos. Elas sabem o que fazem. O homem continua fazendo amor com os olhos abertos; ele continua sendo um observador. Ele não está completamente entregue ao ato; não está totalmente nele.

Ele continua sendo um voyeur, como se outra pessoa estivesse fazendo amor e ele estivesse observando; como se o ato do amor estivesse numa tela de TV ou de cinema. Mas a mulher sabe mais porque ela está mais sutilmente sintonizada com o interior. Ela sempre fecha os olhos. Então, o amor tem um perfume totalmente diferente.

Faça uma coisa: um dia, ao tomar banho, apague a luz. No escuro, você ouve melhor a água cair, o som é mais nítido. Quando a luz está acesa, o som não fica tão nítido. O que acontece no escuro? No escuro, tudo o mais desaparece, porque você não pode ver. Só você e o som estão lá.

É por isso que em todos os bons restaurantes evita-se a luz; a luz forte é evitada. Eles usam velas. Sempre que um restaurante está à luz de velas, o gosto é melhor – você come bem e o paladar é mais apurado. O encanto envolve você. Se houver muita iluminação, o paladar desaparece. Os olhos tornam tudo público.

Na primeira frase da sua Metafísica, Aristóteles diz que a visão é o sentido mais elevado do homem. Não é – na verdade, a visão tornou-se muito dominadora. Ela monopolizou todo o seu ser e destruiu todos os outros sentidos.

O mestre dele, o mestre de Aristóteles, Platão, diz que existe uma hierarquia entre os sentidos – a visão está no alto, o toque na base. Ele está completamente errado. Não existe hierarquia. Todos os sentidos estão no mesmo nível e não deve haver nenhuma hierarquia entre eles.

Mas você vive através dos olhos: oitenta por cento da sua vida depende dos olhos. Não deveria ser assim; o equilíbrio precisa ser restabelecido. Você também deve tocar, porque o toque tem algo que os olhos não podem dar.

Mas experimente, experimente tocar a mulher que você ama ou o homem que você ama em plena luz e, depois, tocar no escuro. No escuro o corpo se revela, no claro ele se esconde.

Você já viu as pinturas de corpos femininos de Renoir? Elas têm algo de milagroso. Muitos pintores pintaram o corpo feminino, mas não existe comparação com Renoir. Qual é a diferença? Todos os outros pintores pintaram o corpo feminino como ele aparece aos olhos. Renoir pintou como ele é sentido pelas mãos; assim, a pintura tem calor, proximidade, vivacidade.

Quando você toca, algo de muito íntimo acontece. Quando você vê, tudo fica distante. No escuro, em segredo, na privacidade, algo se revela que não pode ser revelado às claras, na rua. Outros estão vendo e observando: algo profundo dentro de você se encolhe, não pode desabrochar.

É como se você pusesse sementes no chão para todo mundo olhar. Elas nunca irão brotar. Elas precisam ser atiradas no fundo do útero da terra, na escuridão profunda onde ninguém possa vê-las, onde elas começam a brotar e então nasce uma grande árvore.

Assim como as sementes precisam do escuro e da privacidade, todos os relacionamentos que são profundos e íntimos permanecem no seu interior. Eles precisam de privacidade, precisam de um lugar onde apenas dois existam. Então, chega um momento em que até mesmo os dois se dissolvem e apenas um existe.

Dois amantes profundamente afinados um com o outro se dissolvem. Apenas um existe. Eles respiram juntos, estão juntos, existe um companheirismo. Isso não seria possível se houvesse a presença de observadores. Eles nunca seriam capazes de relaxar se outros estivessem observando. Os próprios olhos se tornariam uma barreira. Assim, tudo o que é belo, tudo o que é profundo, acontece no escuro.

Nos relacionamentos humanos, a privacidade é necessária. O segredo tem suas próprias razões para existir. Lembre-se disso, e lembre-se sempre de que você vai se comportar muito tolamente na vida caso se torne totalmente público.

Seria como se alguém virasse os bolsos do avesso. Essa seria a sua forma, como bolsos virados do avesso. Não há nada de errado em ser voltado para fora; mas lembre-se de que isso é apenas parte da vida. Não deve se tornar a totalidade.

Eu não estou querendo dizer para entrar no escuro para sempre. A luz tem sua própria beleza e o seu próprio sentido. Se a semente permanecer no escuro para todo o sempre e nunca sair para receber o sol da manhã, ela morrerá.

Ela precisa entrar no escuro para brotar, para reunir forças, para tornar-se vital, para renascer, e depois tem de sair e encarar o mundo, a luz, a tempestade e as chuvas. Ela tem de aceitar o desafio do exterior. Mas esse desafio só pode ser aceito se você estiver profundamente enraizado interiormente.

Eu não estou dizendo para você se tornar escapista. Não estou dizendo para você fechar os olhos, se retrair e nunca mais sair. Estou dizendo simplesmente para você entrar de modo que possa sair com energia, com amor, com compaixão.

Entrar de modo que, quando sair, você não seja mais mendigo, mas rei. Entrar de modo que, quando sair, tenha algo a compartilhar – as flores, as folhas. Entrar de modo que a sua saída seja mais rica e não empobrecida. E sempre se lembre que, toda vez que se sentir exaurido, a fonte de energia está no seu interior. Feche os olhos e entre.

Tenha relacionamentos externos, tenha relacionamentos internos também. É claro que é inevitável ter relacionamentos externos – você anda no mundo, os relacionamentos profissionais estão aí -, mas eles não devem ser tudo. Eles têm um papel a desempenhar, mas deve haver algo absolutamente secreto e privado, algo que você possa chamar de seu.

Foi isso que faltou a Marilyn Monroe. Ela era uma mulher pública, bem-sucedida, ainda que um completo fracasso. Quando estava no auge do sucesso e da fama, ela cometeu suicídio. Por que ela cometeu suicídio continua sendo um enigma. Ela tinha tudo por que viver; não se pode conceber mais fama, mais sucesso, mais carisma, mais beleza, mais saúde do que ela tinha. Estava tudo lá, não era preciso melhorar nada, e ainda assim faltava alguma coisa. O lado de dentro, o interior, estava vazio. Então, o suicídio foi o único caminho.

Pode ser que você não chegue ao ponto de cometer suicídio como Marilyn Monroe. Pode ser que você seja muito covarde e cometa suicídio muito lentamente – pode ser que você leve setenta anos para cometê-lo – mas ainda assim é suicídio.

A menos que tenha algo dentro de você, que não dependa de nada de fora, que seja apenas seu – um mundo, um espaço seu, onde possa fechar os olhos e andar, onde possa esquecer que tudo mais existe – você está cometendo suicídio.

A vida nasce dessa fonte interior e se espalha pelo céu afora. Tem de haver um equilíbrio; e estou sempre procurando o equilíbrio. Portanto, não vou dizer que a sua vida deva ser um livro aberto, não. Alguns capítulos abertos, tudo bem. E alguns capítulos completamente fechados, um completo mistério. Se você for apenas um livro aberto, você será uma prostituta, você simplesmente vai ficar esperando nu na rua, com o rádio ligado. Não, essa não.

Se todo o seu livro estiver aberto, você será apenas o dia sem noite, apenas o verão sem inverno. Onde você vai descansar, onde vai se centrar e onde vai buscar refúgio? Para onde você irá quando estiver cansado deste mundo? Para onde irá para orar e meditar? Não; meio a meio está perfeito. Deixe metade do seu livro aberto – aberto a todos, disponível a todos – e deixe que a outra metade do seu livro seja tão secreta que apenas raros convidados possam ter acesso a ela.

Apenas raramente alguém recebe a permissão para entrar no seu templo. É assim que deve ser. Se a multidão entrar e sair, então o templo não será mais um templo. Poderá ser o salão de espera de um aeroporto, mas não pode ser um templo.

Apenas raramente, muito raramente, você permite que alguém entre no seu eu. É isso que é o amor.

By Osho, em “Intimidade: Como Confiar em Si Mesmo e nos Outros”

Ratos

Posted in Inspiração with tags , , , , , , , , , , , , , , , , on 16/03/2012 by Joe

Um jovem piloto experimentava um monomotor muito frágil, uma daquelas sucatas usadas no tempo da Segunda Guerra, mas que ainda tinha condições de voar…

Ao levantar vôo, ouviu um ruído vindo debaixo de seu assento. Era um rato que roía uma das mangueiras que dava sustentação para o avião permanecer nas alturas.

Preocupado, pensou em retornar ao aeroporto para se livrar de seu incômodo e perigoso passageiro, mas lembrou-se que, devido à altura, o rato logo morreria sufocado.

Então, voou cada vez mais e mais alto e notou que acabaram os ruídos que estavam colocando em risco sua viagem, conseguindo assim fazer uma arrojada aventura ao redor do mundo que era seu grande sonho…

Moral da história:

Se alguém lhe ameaçar, voe cada vez mais alto…

Se alguém lhe criticar, voe cada vez mais alto…

Se alguém tentar lhe destruir por inveja e fofocas, voe cada vez mais alto…

E, por fim, se alguém lhe cometer alguma injustiça, voe cada vez mais alto…

Sabe por quê? Os ameaçadores, críticos, invejosos e injustos são iguais a “ratos”… não resistem às grandes alturas!

Pensem nisso…

Tenham um ótimo voo ao longo da vida!

Desconheço a autoria.

Uma questão de sensibilidade

Posted in Relacionamentos with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 19/08/2011 by Joe

Uma viajante em um aeroporto foi a uma loja e comprou um pequeno pacote de biscoitos para comer enquanto lia seu jornal. Sentou-se em uma poltrona em frente a uma mesinha e começou a ler seu jornal.

De repente, ela ouviu um ruído. Olhando por cima do jornal ficou espantada ao ver um homem bem vestido pegando os biscoitos que ela comprara. Sem querer fazer escândalo, ela inclinou-se e pegou um biscoito também.

Depois de um ou dois minutos ela ouviu o ruído mais uma vez. Ele estava pegando mais um biscoito! A essa altura eles já haviam chegado ao final do pacote… Ela estava irada, mas evitou dizer qualquer coisa.

Então, agindo como se tivesse a intenção de agravar mais ainda a indignação da viajante, o homem quebrou o último biscoito ao meio, deixou metade para ela, comeu a outra e saiu.

Ainda furiosa, quando anunciaram seu vôo, a mulher abriu sua bolsa para pegar sua passagem. Para seu choque e vexame, lá estava seu pacote de biscoitos, fechado.

É fácil fazer suposições sobre o que se passa à nossa volta. Esperamos que as coisas sejam baseadas em uma experiência passada por nós ou pelos outros. Suposições nem sempre são errôneas, mas não podemos confiar nelas. Muitas vezes elas levam à vergonha e ao constrangimento.

Algumas pessoas tentam evitar assuntos que podem provocar conflitos com a intenção de agradar e não brigar. Mas fazer isso com as pessoas que amamos não contribui para o relacionamento. Primeiro, porque não é preciso brigar, podemos dizer o que nos incomoda com carinho, no desejo de manter a relação feliz. Se optarmos por silenciar, duas coisas podem acontecer: o ressentimento e a raiva irão se acumulando até desgastar a relação e não daremos chance ao outro de mudar e crescer. Fale sobre os aspectos ou as atitudes que o incomodam, mas faça-o de modo amoroso e construtivo, sem raiva ou agressividade. Afinal, são duas pessoas administrando sua
própria felicidade.

O orgulho e a falta de sensibilidade levou a mulher nessa história a supor que ela estivesse certa e que o homem estivesse errado. Em vez disso sua precipitação tornou-a completamente cega no tocante à bondade dele para com ela.

Quando você se encontrar em conflito com os outros, evite suposições precipitadas.

Só fale com certeza, utilizando o seu maior grau de sensibilidade.

“Não há fatos, só interpretações” (Nietzsche).

By Daniel C. Luz.

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