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A unanimidade inteligente

Posted in Reflexão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 05/11/2013 by Joe

Toda unimidade é burra

Muitas pessoas, sem pensar, usam a terrível afirmação de Nelson Rodrigues: “Toda unanimidade é burra”. E imagino que Nelson chamaria de “cretinos fundamentais” ou de “grã-finas com narinas de cadáver” (dependendo do caso) aqueles a quem ouvisse repetir esta sua famosa frase.

Trata-se de uma frase de efeito. Como aquela outra: “Nem toda mulher gosta de apanhar, só as normais”. Ou esta: “Um suicida já nasce suicida”. Expressões que Nelson colecionava para nos fazer refletir, provocar polêmica, e não para encerrar discussões ou aumentar o número de lugares-comuns.

Frase de efeito que é também armadilha de Nelson. Quando todo mundo concordar que toda a unanimidade é burra ficará comprovado que toda a unanimidade é burra mesmo!

A palavra “unanimidade” vem do latim unanimis. Significa, simplesmente, que duas ou mais pessoas vivem com um (unus) só ânimo (animus).

Em dados contextos, sim, a unanimidade pode ser burra. É burrice todos obedecerem cegamente a uma ordem que vem não se sabe de onde, com finalidades obscuras ou inconfessáveis. É burrice, por exemplo, comprarmos um livro pelo único fato de ele constar da lista dos mais vendidos.

Já um time de futebol bem treinado, uma equipe de trabalho bem articulada, dois amigos leais, um casal que pensa e age em harmonia são exemplos de unanimidade inteligente.

Unanimidade inteligente começa na alma de cada um. Começa na individualidade. Na luta pessoal contra as nossas intolerâncias, contra essa tendência a só sentir as próprias dores, a observar o mundo pelo buraco de um canudinho.

Unanimidade inteligente requer a liberdade de distinguir entre o direito nosso de questionar e o dever nosso de comprometer-nos. Requer, mais ainda, a capacidade de reconhecer que podemos estar errados e a maioria estar certa…

Existem unanimidades excepcionais. Os especialistas da educação são unânimes, por exemplo, ao afirmar que todo aluno pode descobrir o prazer de aprender. Esta verdade ajudará os professores a trabalharem com ânimo e esperança.

Espero que sejamos unânimes, também, quanto a certas ideias e valores que nos obrigam a repensar nossa conduta, pedir perdão, desdizer o que dissemos, enfim, melhorarmos como pessoas.

O ser humano é perfectível. Seremos mais humanos se formos unânimes naquilo que valha a pena. A melhor forma de vencer a unanimidade burra é participar da unanimidade inteligente.

By Gabriel Perissé, coordenador pedagógico do Instituto Paulista de Ensino e Pesquisa e autor do livro “A arte de ensinar”, pela Editora Montiei.

Curiosidade: segundo o historiador Romero Garcia, esta frase teria sido dita por Rudolph Hess à sua prima, quando Adolph Hitler se intitulou “Fuher” e todos foram unanimes, concordando. Nelson Rodrigues apenas teria se apropriado da frase, tirada de um artigo sobre a ascensão e queda do nazismo.

O Grande Ditador (discurso final)

Posted in Inspiração with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 05/08/2010 by Joe

“Sinto muito, mas não pretendo ser um imperador. Não é esse o meu ofício. Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar, se possível, judeus, gentios, negros, brancos…

Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo, não para seu infortúnio. Por que havemos de odiar e desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as necessidades.

Caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém, nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma das pessoas… Levantou no mundo as muralhas do ódio e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e a morte.

Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina que produz abundância tem-nos deixado em penúrias. Nossos conhecimentos fazem-nos céticos; nossa inteligência em pessoas duras e cruéis.
Pensamos em demasia e sentimos bem pouco.

Mais do que máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas feições a vida será de violência e tudo será perdido.

A aviação e o rádio aproximam-nos muito mais. A própria natureza dessas coisas é um apelo eloquente à bondade da pessoa humana, um apelo à fraternidade universal, à união de todos nós.

Neste mesmo instante minha voz chega a milhões de pessoas por este mundo afora. Milhões de desesperados, homens e mulheres, criancinhas, vítimas de um sistemas que tortura seres humanos e encarcera inocentes. Aos que me podem ouvir, eu digo: “Não se desesperem!”

A desgraça que tem caído sobre nós não é mais produto da cobiça em agonia, da amargura de pessoas que temem o avanço do processo humano. As pessoas que odeiam desaparecerão. Os ditadores sucumbirão e o poder, que do povo foi roubado, há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem pessoas, a liberdade nunca perecerá.

Companheiros, não vos entregueis a seres humanos brutais que vos desprezam, que vos escravizam, que arregimentam as vossas vidas, que ditam os vossos atos, as vossas ideias, os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como um gado humano, que vos utilizam como carne para canhão!

Não sois máquinas! Pessoas é que sois! E, com amor da humanidade em vossas almas!

Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar, os inumanos.

Companheiros, não batalheis pela escravidão! Lutai pela liberdade! Vós, o povo, tendes o poder! O poder de criar máquinas. O poder de criar felicidade! Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre e bela… e fazê-la uma aventura maravilhosa.

Portanto, em nome da democracia, usemos deste poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo… um mundo bom, que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê fruto à mocidade e segurança à velhice.

É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão! Os ditadores liberam-se, porém, escravizam o povo.

Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à aventura de todos nós.

Em nome da democracia, unamo-nos!”

By Charles Chaplin, adaptado do discurso final do filme “O Grande Ditador” (The Great Dictator), dirigido por Charles Chaplin. Foi lançado em 15 de outubro de 1940 e satiriza o nazismo, o fascismo e seus maiores propagadores, Adolf Hitler e Benito Mussolini. Foi o primeiro filme falado de Chaplin também.

Um discurso que, apesar de passados 70 anos, continua muito atual e serve ainda para refletirmos sobre o momento atual de toda a humanidade. Vem aí mais um período eleitoral e muitas promessas são feitas por gente incompetente e gananciosa que só querem o poder!

Parafraseando Chaplin, “em nome da democracia, usemos deste poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo… um mundo bom, que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê fruto à mocidade e segurança à velhice.”

By Joe.

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