Acaso

Acaso

De um modo geral, não temos consciência do muito que devemos aos fatores aleatórios. O nosso cérebro está programado para não acreditar em acasos. Assim, e para que nos possamos orientar no mundo, o cérebro espelha-nos, muitas vezes uma segurança ilusória.

Num mundo cada vez mais complexo e intrincado, somos constantemente obrigados a tomar decisões sem estar na posse de todas as informações necessárias. Podemos orientar o nosso comportamento de modo a que possamos tirar proveito da situação, mesmo quando as condições exteriores se modificam surpreendentemente. É assim que podemos transformar o acaso num aliado.

Para além disso, o jogo com o inesperado abre-nos estratégias para desenvolvermos ideias e criarmos, de forma sistemática, oportunidades favoráveis.

No entanto, essas oportunidades não nos vêm cair às mãos de graça. Quem quiser tirar proveito delas tem de se distanciar de uma ilusão arraigada, que consiste na crença de que podemos planejar a nossa vida até ao mais ínfimo pormenor. Ocuparmo-nos com o acaso ensina-nos humildade.

No fundo, todos nós sabemos que, muitas vezes, a segurança é mais desejada do que real. Quando começamos a aprofundar o fenômeno do acaso, essas manobras ilusórias são substituídas por uma confiança no imprevisível – e pela consciência de que temos a capacidade de tirar proveito das surpresas. Conhecer o acaso acalma.

Se nos abrirmos para as incertezas do mundo, acabamos por ser premiados bem mais vezes do que esperávamos. Há que contar com milagres.

By Stefan Klein, no livro “Como o acaso comanda as nossas vidas”.

2 Respostas to “Acaso”

  1. Ana Júlia Machado Says:

    Excelente texto. Mas o que é a vida senão incertezas. As certezas não existem. E tudo que vier, seja por acaso ou não, há que aproveitá-las. Mas para tudo é necessário trabalho e ação. Porque se a oportunidade surge e não se contava com ela e a desperdiçamos de patavina valeu. Não há milagres…os milagres somos nós que temos que lutar pelas coisas quando surgem….

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  2. Para mim o acaso não existe e sim a intervenção das forças espirituais no nosso destino .
    Houve um tempo em que eu acreditei que ele vinha traçado mas que poderíamos influenciá-lo, hoje, prefiro viver com a cabeça nas nuvens sonhando que sou dona do meu destino e ser feliz ao meu modo porque a certeza da minha impotência diante de tantos fatos me tornará muito infeliz!!
    É um faz de conta? Talvez seja, mas me torna mais leve…mais zen…bjs

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