O Mestre Samurai
Há muito tempo, no Japão antigo, viveu um velho Samurai que morava em um pequeno vilarejo. Seu nome era Hatori Hanzo. Foi um grande general do imperador e lutou inúmeras batalhas e guerras.
Já velho, decidiu se aposentar, já que não havia mais guerras e seu país estava em paz. No vilarejo onde vivia, ele ensinava a arte de combate aos jovens e era respeitado e admirado por todos.
Certo dia, chegou ao vilarejo um samurai mais jovem, procurando por Hanzo, sabendo que ele era um lendário samurai. Assim que o encontrou, lançou um desafio:
– “Então você é o lendário Hatori Hanzo! Vejo que não passa de um velho, mas mesmo assim, venho aqui desafiá-lo”.
O velho samurai aceitou o desafio e, ao amanhecer do dia seguinte, foi ao centro do vilarejo onde estava seu desafiante que, arrogantemente, xingou, blasfemou, cuspiu e ofendeu Hanzo.
O velho apenas ficou imóvel, sem dizer qualquer coisa e sem se alterar com as ofensas que o seu desafiante atirava em sua direção…
Logo entardeceu e todos estavam espantados pois o lendário Hatori Hanzo não reagia.
– “Estaria ele com medo?!”, todos se perguntavam.
Depois de horas, frustrado, o jovem e arrogante samurai deu as costas ao velho Hanzo, e foi embora se vangloriando de uma vitória que não existia.
Um dos jovens alunos de Hanzo se aproximou e perguntou:
– “Mestre, o senhor poderia tê-lo vencido com apenas um golpe e ter calado aquele verme! Por que ficou calado, imóvel, sem revidar?”
Com um olhar paciente e um sorriso no rosto, Hatori Hanzo respondeu ao seu aluno:
– “Se alguém lhe oferecer um presente e você não aceitar, a quem pertence o presente?”
O aluno respondeu:
– “Ele pertencerá a quem me ofereceu”.
– “Exato” – respondeu Hanzo – “O mesmo acontece com alguém que te insulta, blasfema, xinga… se você não aceitar, tudo isso retorna a quem lhe ofereceu”.
“A honra não está em vencer seu oponente com apenas um golpe, mas sim em ensinar-lhe a disciplina e o respeito através de superioridade moral. A maior batalha é aquela que não acontece”.
Desconheço a autoria.
29/08/2014 às 9:41
Belíssima lição e no entanto,muitas vezes,nos desgastamos com palavras e gestos inúteis…bks
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