A obra de uma vida
Não se pode morrer sem deixar uma grande obra… e não se pode viver sem executá-la!
Penso no que fiz e chego não à coisa em si, ao físico, material, mas ao espírito da coisa: o amor. O que eu sei fazer não foi o dinheiro que me ensinou. Nem o tenho para exibir.
Sexagenário, preocupo-me em atender e entender o significado de “a obra de uma vida”. Seria a felicidade orgástica após ter consumado um ato? Consumindo matérias? Adquirindo bens? Viver é produzir atos.
Mamãe dizia: “se pegou em dinheiro, lave bem as mãos!” Isso lá é educação financeira?!
Papai falava: “Fique só com o dinheiro digno, que seu trabalho e suor lhe proporcionarem!” É o fim da picada nestes novos tempos!!
O que você diria para um estudante que rejeita uma oferta de US$ 1 milhão da Microsoft? Provavelmente que ele está maluco, não é? Pois Mark Zuckerberg, o criador do Facebook, já é mais rico do que Steve Jobs, chefão da Apple, só porque entendeu o valor da pobreza da vida social da Universidade de Harvard, e projetou uma grande rede de relacionamentos humanos.
Cresci lendo clássicos como Honoré de Balzac, que disse: “Por detrás de uma grande fortuna há sempre um grande crime”.
Aprendi com a Cabala Judaica que o melhor louvor que um homem pode receber é: “Que seu nome sempre seja lembrado!”, e também aprendi que “De três maneiras é um homem conhecido: por seu copo, por seu bolso e por sua ira”.
A mesma moeda que compra a paz paga a guerra. Explicam os rabinos: “Qual a causa da morte? A vida. Mas qual é a causa do dinheiro? O desejo de justiça. O dinheiro em si é uma idolatria não só quando amado, mas quando desprezado”. “A resposta”, escreve o Rabino Nilton Bonder, “é que ele não foi criado para ser uma forma de opressão ou um instrumento de ganância, mas, ao contrário, o dinheiro – surpreendentemente – surge de um desejo humano por justiça e pela esperança de um mundo melhor”.
Quer ser feliz por um instante? Vingue-se. Quer ser feliz para sempre? Perdoe!
Negócios!!! Sagrado é o instante em que dois indivíduos fazem uso de sua consciência na tentativa de estabelecer uma troca que otimiza o ganho para os dois e a perda para ninguém.
Goethe descreve a arquitetura como “música congelada” e para os sábios, o dinheiro é “trabalho congelado”.
Aprendi também, que na hora de minha passagem, quando daqui nada levarei, terei de dar consciência a algumas destas questões:
• qual o tamanho da minha casa, e quantas pessoas abriguei nela?
• as roupas do meu armário, quantas pessoas ajudei a vestir?
• sobre o montante de meus bens materiais, em que medida eles ditaram minha vida?
• qual foi meu maior salário, comprometi meu caráter para obtê-lo?
• quantas promoções recebi em meu ofício, e de que forma promovi outros?
• o que fiz para proteger meus direitos, e o que fiz para garantir os direitos dos outros?
• nos bairros onde morei, como tratei meus vizinhos?
• quantos amigos tive, e para quantos realmente fui amigo?
A “grande obra” seria manter os amigos que fiz, que não deixarão meu nome ser esquecido?
Pior que ganhar inimigos é perder um amigo. Como um homem pode perder-se dos amigos?
Tento elencar alguns dos nomes que me serviram de inspiração:
Nobreza de caráter: Ayrton Senna, Gandhi, Einstein.
Estadistas: JK, Rondon, Barão do Rio Branco.
Artes: Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, Malfatti, Portinari, Di Cavalcanti, Tarsila, Ohtake, Jobim, Vinicius, Cartola, Noel, Beatles, Caymmi, Niemeyer, Lobato, Machado, Alencar.
Ciências: César Lattes, Vital Brazil, Chagas e Cruz, Santos Dumont.
Esportes gerais, olímpicos e paraolímpicos: muitos, muitos mesmo.
Quero lembrar de políticos: chego ao patético!
Cristo: “Amai-vos uns aos outros como vos amei”.
Regis, eu mesmo: “Ama o quanto podes se tens a capacidade de fazê-lo e faze o que tanto queres se tens a capacidade de amá-lo”.
Não sei quem: “Eduque seu filho para ser feliz e não para vencer na vida; assim, ele saberá o valor das coisas e não o seu preço”.
By Regis Vianna.
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This entry was posted on 08/05/2014 at 6:00 and is filed under Reflexão with tags Aleijadinho, Alencar, Amigos, Amor, Antônio Francisco Lisboa, Apple, Armário, Arquitetura, Artes, Ato, Bairros, Barão do Rio Branco, Beatles, Bens, Bolso, Cabala, Caráter, Cartola, Caso, Caymmi, César Lattes, Chagas, Ciências, Clássicos, Consciência, Copo, Crime, Cristo, Cruz, Desejo, Di Cavalcanti, Dinheiro, Direitos, Educação financeira, Espírito, Esperança, Esportes, Estadistas, Estudante, Facebook, Físico, Felicidade, Filho, Fortuna, Ganância, Ganho, Goethe, Guerra, Harvard, Homem, Honoré de Balzac, Idolatria, Indivíduos, Inspiração, Instrumento, Irã, JK, Jobim, Justiça, Lobato, Machado, Malfatti, Maluco, Maneiras, Mark Zuckerberg, Matérias, Material, Mãos, Música, Microsoft, Moeda, Morte, Mundo, Negócios, Niemeyer, Nilton Bonder, Nobreza, Noel, Nome, Nomes, Obra, Ofício, Ohtake, Olímpicos, Opressão, Papai, Paraolímpicos, Passagem, Paz, Perda, Pessoas, Pobreza, Políticos, Portinari, Preço, Promoções, Questões, Rabinos, Rede de relacionamentos, Regis Viana, Resposta, Rico, Rondon, Roupas, Sagrado, Salário, Santos Dumont, Sábios, Steve Jobs, Tamanho, Tarsila, Tempos, Trabalho, Troca, Universidade, Valor, Vida, Vida social, Vinicius, Vital Brazil, Vizinhos. You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0 feed. You can leave a response, or trackback from your own site.
08/05/2014 às 23:01
Enfim, quer ser feliz? seja você mesmo!! bjs
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